DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS G SEXTA-FEIRA, 29 DE ABRIL DE 2016 13 Política Encontro entre quatro agremiações trabalhistas com o vice-presidente Michel Temer desagradou a CUT e CTB, que são contrárias ao impedimento. Há receio de mudança em direitos trabalhistas Impeachment divide centrais e racha as manifestações do Dia do Trabalho DIVULGAÇÃO SINDICALISTAS Fernando Barbosa Diego Felix São Paulo [email protected] G As centrais sindicais se preparam para as manifestações do 1º de maio, Dia do Trabalho, divididas por conta do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e consequente posse do vice, Michel Temer (PMDB). Em comum, os sindicalistas temem corte nos programas sociais, alterações na legislação trabalhista e no indexador que corrige o salário mínimo de acordo com o crescimento da economia. Na última terça-feira (26), as centrais UGT, Força Sindical, CSB e Nova Central se reuniram com o vice, no Palácio do Jaburu, em Brasília. No entanto, CUT e CTB ficaram de fora do encontro. Elas não aceitam sequer iniciar um diálogo com o peemedebista, já que são mais identificadas com PT e PCdoB, partidos da base aliada do governo que tentam barrar o processo de impeachment no Congresso. De acordo com Raimundo Bonfim, coordenador da Frente Brasil Popular – agremiação que congrega cerca de 30 entidades sindicais e movimentos sociais –, a reunião das centrais com Temer é “lastimável” e mostra que seus dirigentes aceitam o que ele chama de “golpe”. “Temer ainda não é governo e deveriam ter a paciência de se esgotar o processo [de impeachment]. As centrais Força Sindical volta a realizar a comemoração na zona norte de São Paulo, a exemplo do ano passado Em reunião com sindicalistas, vice-presidente promete diálogo O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), prometeu diálogo com as centrais sindicais, caso assuma o comando do País. Ele se reuniu com sindicalistas na terça-feira (19), em Brasília. Presidente da UGT, Ricardo Patah, afirmou que na conversa entre Temer e os sindicalistas, o vice se comprometeu em não alterar o sistema de aumento do salário mínimo. Sobre a Previdência, o peemedebista teria dito que não vai modificar o método para os atuais beneficiários – uma no- Lava Jato faz denúncia contra Odebrecht, Vaccari e Santana va política visaria aposentadorias futuras, e a mudança seria feita em conjunto entre trabalhadores e Executivo. “Tenho certeza que Temer vai dialogar. Ele quer deixar um legado, e não é excluindo direitos dos trabalhadores”, disse. “Ele foi alertado que se tirar algum benefício nós vamos às ruas”, afirmou. Em documento ao vice, eles pediram a imediata retomada do crescimento, da geração de emprego, da renda e a preservação e ampliação de direitos trabalhistas. G A força-tarefa da Operação Lava Jato apresentou na tarde de ontem novas denúncias contra os investigados na megaoperação de combate à corrupção na Petrobras, e que avançou para outras áreas do governo federal. Na lista de denunciados, composta por 17 pessoas, aparecem o ex-presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e o marqueteiro João Santana. Estas são as primeiras acusações formais feitas pela força-tarefa da Lava Jato desde que a investigação avançou sobre o “departamento de propinas” da Odebrecht e sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), preso sob suspeita de receber R$ 5,3 milhões para evitar a convocação de em- preiteiros nas CPIs que investigaram a Petrobras no Senado e no Congresso em 2014. Além dos três nomes citados, a lista de denunciados, dividida em dois grupos, é composta por: Zwi Skornicki, Pedro Barusco, Renato Duque, João Carlos de Medeiros Ferraz e Eduardo Costa Vaz Musa, em uma das denúncias; e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Fernando Migliaccio da Silva, Maria Lucia Guimarães Tavares, Angela Palmeira Ferreira, Isaias Ubiraci Chaves Santos, Livio Rodrigues Junior e Marcelo Rodrigues, na segunda denúncia. A mulher de Santana, Monica Moura, aparece nas duas listas, assim como seu marido e Vaccari. Até hoje a operação já havia apresentado 37 denúncias contra 179 pessoas acusadas de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. /Agências Pau t as A manifestação organizada pela CUT, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo terá tom mais agressivo contra um possível governo do vice. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aguardado e a presidente Dilma também foi convidada, mas ainda não confirmou presença. Até o fechamento desta edição não havia estimativa de público. Segundo Bonfim, o ato servirá para dar um “recado forte e claro” ao peemedebista. “É um primeiro de maio sem comemoração. Será de reinvindicação. Vamos explorar bastante a questão de um eventual governo Temer, a iminente perde de direitos dos trabalhadores e eliminação de programas sociais”, disse ao DCI. O presidente da CTB, Adilson Araújo, dá sinais de como será o posicionamento. “O ‘Ponte Para o Futuro’ do Michel temer, com apoio do Eduardo Cunha (presidente da Câmara), dá conta de que as coisas não podem ficar do jeito que estão. O objetivo é retroceder em direitos trabalhistas”, critica ele. Na zona norte, onde acontecerá o ato da Força Sindical, é aguardada a presença de políticos de oposição. Foram chamados os deputados Mendonça Filho (DEM-PE), André Moura (PSC-SE), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Bruno Araújo (PSDB-PE), entre outros. A organização do evento espera um milhão de pessoas. Governo acabou na Câmara, diz Cunha CRISE CORRUPÇÃO sabem que será uma gestão de ataque, tanto que foram pedir que o Temer não mexa em direitos trabalhistas”, disse. Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, o encontro não significa apoio ao vice. “Não existe a possibilidade de interpretar que nós já aceitamos o Temer como presidente. Mas, como vice-presidente, ele pode nos ajudar sendo do maior partido do País, que é o PMDB”, declarou. “Eu mesmo acho que existem questões constitucionais violadas no processo”, finalizou Patah. O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulinho da Força (SDD-SP), é um dos líderes pelo impedimento da petista e reconhece o racha entre os líderes sindicais. “A nossa pauta é única. En- tretanto é difícil estar junto porque eles [CUT] estão com a questão política mais aflorada. Isso impede a unidade nesse momento”, declarou Paulinho. G O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou ontem (28) que a Casa esteja paralisada em virtude do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que agora está sob análise no Senado. Ele, no entanto, admitiu que o ritmo dos trabalhos dos deputados foi desacelerado. “O problema é que não tem governo, o governo não existe na Câmara. Não existe nem para encaminhar votação. O partido do governo está obstruindo [a votação] de sua própria medida provisória. A verdade é que o governo acabou na Casa”, disse. Para Cunha, o período em que se aguarda a decisão do Senado é difícil porque “não há diálogo, nem com quem dialogar” no governo. Ele afirmou que não houve paralisia nos trabalhos da Câma- ra, lembrou que as comissões permanentes já foram escolhidas e começarão a funcionar na próxima semana. “Vai continuar havendo votações.” Ontem, por exemplo, foi votado um pedido de urgência para a proposta de reajuste do Judiciário, mas Cunha ressaltou que não há, ainda, acordo para votação do mérito da matéria. Ele negou que tenha dito que a Câmara não votaria nada durante o processo de impeachment, mas comentou que não havia vontade política entre os líderes para votar. “Obviamente não estamos num ambiente de normalidade. Esse ambiente só voltará a uma normalidade após a decisão política que o Senado vai proferir, seja ela qual for, então obviamente que a Casa e o mundo político estão em compasso de espera”, afirmou. Alvo de ataques duros dos adversários, Cunha voltou a prometer que entrará com queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os parlamentares e pedirá a abertura de processo contra aqueles que o ofenderam. /Agências Pentágono S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários CNPJ 17.343.682/0001-38 Relatório Anual de Agente Fiduciário Encontra-se à disposição dos Srs. Investidores o relatório anual da 3ª emissão de Debêntures da BHG S.A. – Brazil Hospitality Group em que a PENTÁGONO atuou como Agente Fiduciário, no exercício social findo em 31.12.2015, nos termos e forma do artigo 68, § 1º, b da Lei nº 6.404/76 e artigo 12, XVII, XVIII e XIX da Instrução CVM 28/83. Este anúncio é de caráter ão implicando em qualquer reco exclusivamente informativo, não recomendação de investimento.