considerações sobre a hipnose contemporânea

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A HIPNOSE CONTEMPORÂNEA
Dr. Joel Priori Maia
A hipnose, como método de tratamento e terapia, constitui-se em importante procedimento com
ampla variedade de aplicações, o que a torna muitas vezes instrumento de escolha no
tratamento dos pacientes. Graças à extensa gama de fenômenos que apresenta, pode ser
utilizada como instrumento, auxiliar ou coadjuvante no tratamento, embora tenha na
psicoterapia o seu principal campo de aplicação. E qual o paciente que não apresenta no
desencadear e no desenvolver de sua patologia componentes emocionais que podem
influenciar em sua melhora ou no seu restabelecimento?
Por outro lado, sendo técnica centrada no paciente, ela depende do relacionamento entre este
e o profissional, o que permite ao hipnotizador o desenvolvimento de técnicas de aplicação
durante o tratamento e pesquisar e adequar a que achar mais adequada. Pela liberdade de
atuação que permite ao profissional a adequação do procedimento e pela ampla variedade de
aplicações e fenômenos que apresenta, a hipnose se posiciona como instrumento de real valor
na terapêutica e, nesse sentido, ela é única.
Todavia, tem também suas limitações, pois não se trata de procedimento universal de
aplicação em todas as suas patologias.
As principais dificuldades baseiam-se no estabelecimento de seu conceito e sua natureza, uma
vez que o desenvolver das técnicas de utilização e procedimentos evoluiu progressivamente,
tornando obsoletas muitas das explicações que conhecemos e que herdamos no decorrer do
tempo.
Assim, julgamos oportuna a denominação Hipnose Contemporânea como ponto de partida
para novos estudos, em contrapartida à denominação Hipnose Clássica , baseada em
conceitos que chegaram até nós graças a uma plêiade de cientistas que a estudaram sob a
égide da tecnologia de seu tempo. A hipnose clássica seria, para nós, a hipnose aplicada até
os primórdios do século passado, a partir dos experimentos de James Braid, a partir de quem
tornou-se um procedimento eminentemente científico. No decorrer do século XX a ampla
variedade de teorias e procedimentos desenvolvidos visando o esclarecimento de pontos
obscuros expandiu os seus horizontes, permitindo-nos chegar até a situação que hoje nos
encontramos.
As técnicas e o estudo da natureza da hipnose, mercê da tecnologia de nosso tempo atingiram
novo grau de desenvolvimento, sendo objeto de estudos mais aprofundados e que podem nos
levar ainda a novas conclusões que, como sempre, mormente em se tratando de hipnose,
ainda não serão definitivas. Eis aqui um campo aberto para os estudiosos e para os cientistas
que queiram se dedicar à causa de descobrir dados ainda encobertos que nos levem ao
esclarecimento desses intrincados problemas.
Para melhor nos posicionarmos, façamos uma breve resenha histórica do desenvolvimento da
hipnose até chegarmos aos conceitos atuais.
Desde a mais remota Antiguidade são conhecidos os estados de "transe"(*) induzidos
artificialmente, que eram tidos como estados de sono induzidos artificialmente e dos quais
geralmente as pessoas não saiam espontaneamente, apresentando no seu decorrer uma série
de fenômenos de natureza psíquica ou orgânica.
São conhecidos e documentados relatos de tratamentos feitos com base nesses transes,
instituídos ora pela necessidade de subsistência, ora para se tratar das doenças e traumas que
acometiam o homem primitivo, em sua atividade de caça, pesca e guerra. Seria uma espécie
de hipnose aplicada empiricamente e de modo geral, para se acalmarem as dores ou os
sintomas resultantes de doenças, traumas, fraturas ou ferimentos, sendo desde logo associada
ao ocultismo místico e religioso. Eram, então, a palavra, o afago, os toques e os passes
utilizados nos rituais para aliviar o sofrimento de seu semelhante.
Esses procedimentos eram considerados como rituais místicos ou mágicos e resumem as
primeiras tentativas de utilização da persuasão e da sugestão como forma de tratamento nos
princípios da civilização e constituem o início da história da hipnose até os nossos tempos.
As primeiras notícias de que se tem conhecimento, foram sessões realizadas nos templos
pelos sacerdotes médicos sumério-ácades na antiga Mesopotamia, visando o tratamento de
várias enfermidades e na assim denominada "Epopéia de Gilgamesh", poema épico que
registra no capítulo IV – O Retorno – o relato de um tratamento sob hipnose praticado por
Utnashpitim, sacerdote do deus EA em Gilgamesh, herói da Babilônia.(1)
Através da tradição oral e escrita, a terapia sagrada pelo "sono mágico" expressa pela
documentação cuneiforme, inicialmente praticada pelos sumério-ácades, difundiu-se entre os
Babilônios , destes passou aos Caldeus, Persas, Egípcios, Hebreus, Indús, Gregos e Romanos
, conservando as suas concepções religiosas e místicas até a Renascença.
No período tornaram-se conhecidas na China e no Oriente Próximo as propriedades do imã ou
magnéto (metal da Magnésia – cidade da Ásia Menor) que foi utilizado no tratamento de
doenças, devido ao fato de atrair metais.
Também aos reis, considerados filhos de divindades que teriam descido à Terra para orientar e
dirigir um grupo ou um povo, atribuía-se a qualidade de curar os doentes através do toque de
suas mãos ou através de passes ( "o Rei toca, o Rei cura").
Paracelso (1493 / 1541) descreveu a ação do influxo sídero-magnético" dos astros que agiria
sobre os homens e suas doenças.
No período histórico do Renascimento, o "sono mágico" deu lugar ao "sono magnético" graças
às "teorias fluídicas" que tiveram como precursores Paracelso, Robert Fludd, William Maxwell,
Van Helmotz , Maximilian Hell e Franciscus (Franz) Anton Mesmer.
Mesmer (1734 / 1815) em sua obra "Dissertatio Phisico-Médico de Planetarium Influxu"
descreve que a "má distribuição do fluido magnético universal produziria doença".
Continuando suas pesquisas, evolui para a teoria do "Magnetismo Animal" na qual refere que o
fluido magnético emana dos corpos humanos, particularmente dos olhos, das extremidades
dos dedos e da boca. No indivíduo sadio, esse fluido se encontraria em estado de pureza,
podendo se unir a um ou outro organismo, ou mesmo, até a um objeto, de acordo com os
aforismos de Mesmer 29 e 38. Esse fluido magnético emanaria do magnetizador sobre as
pessoas, induzindo-as a um estado de transe. Assim nasceu o "sono magnético" que foi
empregado para o tratamento de várias enfermidades.
Com a popularização do método e a fim de atender à numerosa afluência de pacientes,
Mesmer criou o " baquet magnético", cuba que continha água e limalha de ferro e de onde
emergiam hastes metálicas previamente magnetizadas por ele, que os doentes seguravam,
entrando em "convulsão" (transe) o que renovaria seu fluxo magnético pessoal e curaria seus
males. Posteriormente Mesmer substituiu o "baquet pelos " passes magnéticos " quer
longitudinais, quer transversais, feitos a uma distância de 15 a 30 centímetros do corpo dos
doentes. A doutrina de Mesmer, no decorrer do tempo, foi sendo modificada por seus
discípulos: Marquês de Puységur, Deleuze, Du Potet, Rochas, Reichebach, Esdaille e
Elliotson.(4)
(*) Transe é uma palavra cujos significados vão desde "momento aflitivo"até "transe hipnótico"
passando por "transe religioso"conforme Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
Armand Marc Jacques de Chastenet(1751/1825), o Marquês de Puységur, introduziu a forma
de tratamento pelo " sono artificial provocado pelo ato magnético" também conhecido por "sono
sonambúlico", através do qual tratava seus doentes em seu castelo de Buzancy, na França.(5).
O procedimento adotado se revestia de tais detalhes, que pode ser considerado como
precursor da psicoterapia.
José Custódio de Faria, discípulo do marquês de Puységur, criou a denominação de "sono
lúcido" em substituição ao de "sono magnético", baseando-o exclusivamente na sugestão.
Por tal procedimento tratava seus pacientes nas movimentadas sessões da Rua de Clichy n.º
49, em Paris. José Custódio de Faria, o Abade Faria, é considerado como o criador da Teoria
do Hipnotismo baseado na sugestão.
Há nessa época referência de Ambrose Gordon sobre o uso da hipnose em anestesia,
declarando que "em 12 de novembro de 1836 o Dr. Jean V. Oudet efetuou a primeira extração
dentária sob a influência do sono magnético, somente divulgado através de uma publicação em
1837".
Segundo J. Maxwell, "o magnetismo passou do domínio da magia natural ao da ciência, graças
a James Braid – que reconheceu no "sono magnético" um estado particular do sistema nervoso
que denominou de sono nervoso ou neuro-hipnotismo ".
Braid teve seu interêsse despertado após assistir uma exibição de palco levada a efeito em
Londres por La Fontaine, célebre prestidigitador da época. Comparecera ao teatro para
desmascará-lo, mas se surpreendeu com os resultados, repetindo o que observara em sua
casa com seus familiares e, segundo dizem, com um seu criado. Em 1843 Braid, que era
oftalmologista, elaborou uma teoria para explicar os fenômenos que abrangiam o sono
nervoso, referindo que se tratava de um estado particular do sistema nervoso, causado pela
concentração fixa e abstraída do olho mental e visual sobre um objeto, que por sua vez não é
por si mesmo, excitante".
Mais tarde, suprimido o prefixo neuro, o sono nervoso passou a ser chamado de hipnotismo
derivando desse nome os termos hipnótico (estado ou condição de sono nervoso), hipnotismo
(o sono nervoso) e hipnotizador ou hipnotista (o que pratica o hipnotismo). (9)
Azam, Bernheim, Liébault, Pitres, Charcot, Liégois, Voisin na França, Milne Branwell e
Lesdaille na Inglaterra além de muitos outros cientistas vieram a estudar o hipnotismo, seus
estados psicológicos e seu valor terapêutico, transformando essa arte derivada do magnetismo
animal em ciência.
Durante o seu primeiro século de existência, o hipnotismo passou por grandes turbulências,
principalmente quando ingressou nas salas de espetáculos, causando muitas vezes problemas
de certa gravidade aos espectadores. Tal fato, levou as autoridades de muitos paises a proibir
suas exibições. Continuando a ser estudado na área médica, apresentou grande evolução nos
conhecimentos de suas técnicas. Mais tarde, o têrmo hipnotismo foi novamente abreviado para
hipnose , com que é ainda conhecido.
Seguiu-se período de certo obscurantismo, com o surgimento da anestesia e dos
medicamentos de natureza química, o que fez com que o interêsse por sua aplicação
diminuísse. Continuando a ser utilizada como instrumento psicoterápico, o surgimento das
técnicas de Livre Associação e Psicanálise com Sigmund Freud, reduziram muito os seus
campos de aplicação. Por outro lado, a utilização da hipnose quase exclusivamente para a
redução dos sintomas, muitas vezes não impedia que estes reaparecessem ou fossem
substituídos por outros, o que dificultava ou aumentava o tempo de tratamento. Isto fez com
que fosse substituída na prática pela psicanálise e por outras técnicas dela decorrentes.
Tendo o uso da hipnose cessado como anestésico de um lado e tendo caído no descrédito
como psicoterapia do outro, o hipnotismo de palco tomou grande impulso, fazendo com que
voltasse ao estágio anterior a Mesmer, de coisa oculta, mágica, misteriosa. Permaneceu
entretanto, como objeto de investigação nos laboratórios de Psicologia, na Escola Pavloviana e
ainda em alguns departamentos de Psiquiatria das Escolas Médicas. Assim, nunca deixou de
ser estudada, ensinada e praticada, embora de maneira restrita.
Com o advento da Primeira e da Segunda Guerra Mundial e suas funestas conseqüências,
com a ocorrência de grande número de choques traumáticos e emocionais a hipnose voltou a
recuperar o seu lugar na terapêutica médica sendo instrumento de grande valor para o
tratamento daqueles pacientes. Desde então, ela tem sido empregada em quase todos os
campos da Medicina, Psiquiatria, Odontologia e Psicologia ocorrendo sua revitalização e
alcançando notável progresso em suas aplicações.
Em 1955, a British Medical Association reabilitou a hipnose que passou a fazer parte dos
estudos médicos. Em 1958, a American Medical Association resolveu adotá-la no ensino dos
cursos de pós-graduação médica. Desde então, inúmeras são as sociedades que se formaram
em muitos países, a maioria das quais filiadas à International Society of Hypnosis, com sede na
Austrália. No Brasil, além da Sociedade Brasileira de Hipnose, temos associações médicas,
odontológicas e psicológicas que se formaram nas principais capitais dos Estados.
Pavlov adaptou a sua "teoria neurofisiológica" aos fenômenos da hipnose no estudo dos
reflexos condicionados, apoiando seus efeitos em três fases distintas: EQUALITÁRIA, onde as
reações a todos os estímulos excitantes condicionadosfracos ou fortes são eqüivalentes;
PARADOXAL, onde o excitante forte produz uma reação fraca ou nula e inversamente, uma
reação fraca produz uma reação forte; ULTRA PARADOXAL, onde a reação pode ser obtida
por estímulos negativos ou seja, por estímulos que as células cerebrais não reagem à voz
normal. Em relação à SUGESTÃO HIPNÓTICA concluiu Pavlov que " a palavra é para o
homem um estímulo condicionado tão real como todos os estímulos comuns a ele e aos
animais e de alcance maior do que qualquer outro, superando qualitativa e quantitativamente a
todos os estímulos condicionados dos animais".
Com efeito, no adulto e em virtude de sua experiência anterior, a palavra liga-se a todos os
estímulos exteriores e interiores que chegam aos hemisférios cerebrais. Estes os sinalizam,
substituem e podem provocar todas as reações e funções do organismo condicionadas pelos
referidos estímulos. A sugestão seria então para Pavlov, o reflexo condicionado mais simples e
mais típico do homem. Estando o córtex cerebral inibido em determinado grau no decorrer do
procedimento hipnótico, a palavra do hipnotizador concentra a excitação, segundo a lei geral
em uma zona estreitamente limitada, provocando inibição extensa em toda a massa restante
dos hemisférios cerebrais, excluindo desta maneira toda e qualquer outra influência de
estímulos concorrentes, sejam eles atuais ou passados. Daí se considerar quase invencível a
força da sugestão durante e após o procedimento hipnoterápico. Depois da hipnose a palavra
conserva sua ação independentemente de outros estímulos, como no momento de sua
primeira influência na corticalidade. (11)
Segundo Bykov "os trabalhos de Pavlov demonstraram que tanto durante a hipnose, como
durante o sono normal, a córtex cerebral se encontra inibida. A diferença entre o sono natural e
a hipnose consiste no grau de difusão e intensidade do processo inibitório e nas condições que
o provocam. Durante o sono hipnótico observa-se uma série de fases desde a etapa inicial até
as mais profundas e em todas as fases da inibição sua ação se exerce especialmente sobre a
seção central do analisador motor. A diferença básica entre o sono normal e a hipnose consiste
que neste último, a inibição se distribui pelo córtex de maneira contínua, e não isoladamente
por áreas determinadas, de modo que entre os campos inibidos se encontram amplas áreas
com excitação normal. Durante a hipnose, o segundo sistema de sinalização ( a palavra) tem
possibilidade de conservar sua possibilidade de atuação e por seu intermédio se estabelece o
contato verbal entre o profissional e o paciente, obtendo-se assim a sugestão com finalidades
terapêuticas".
No sono natural, a inibição sensitivo-motora é quase que total em relação à corticalidade,
enquanto que no estado hipnótico essa inibição estreita a consciência mantendo um ponto vigil
através do qual o paciente se mantém em comunicação com o hipnotista.
Demorou muito para que fosse considerado o conceito filosófico de Sócrates, expresso nos
Diálogos de Platão, no século IV a.C. que dizia: "Assim como não se deve procurar a cura dos
olhos sem a cabeça ou da cabeça sem o corpo, torna-se inútil tratar o corpo sem o intelecto ".
Consequentemente, é bem recente o reconhecimento do fato de que as enfermidades podem
se originar no corpo ou na mente, e que ambos se influênciam reciprocamente, pois se ligam
intimamente. É' portanto recente o conceito de integração somato-psíquica ou psicossomática.
Osler definiu os princípios da Medicina Psicossomática dizendo que " é a parte da Medicina
que, se ocupa em valorizar tanto os caminhos psíquicos como os físicos que intervém na
enfermidade de todos os doentes", fazendo especial análise sobre a influência que estes dois
fatores exercem mutuamente sobre o indivíduo.
Mas, segundo Mac Lean, somente nas últimas décadas a Medicina Psicossomática tornou-se
uma disciplina estabelecida e o motivo para o seu desenvolvimento tardio está na "perpetuação
de um antigo conceito fisiológico de que os sistemas nervosos cérebro-espinhal e o autônomo
funcionavam de forma independente um do outro". Mesmo Freud considerava que os sistemas
voluntário e involuntário eram independentes e por isso não acreditava que os sistemas
viscerais pudessem ter uma origem psicológica.
As forças da emoção foram pesquisadas por Bard e Masserman, que descobriram que o
hipotálamo não constituia necessariamente a força dinâmica ou a sede da experiência dos
estados afetivos. Estudos que se seguiram em relação ao rinencéfalo efetuados por Elliot
Smith, levaram à conclusão de que no homem o olfato tem menor representatividade cerebral
que nos animais, desempenhando um papel mais humilde e menos indiscreto, embora tenha
importância fundamental no comportamento humano.
Coube a Herrick observar que "as conexões centrais do nervo olfativo em todos os
vertebrados, são caracteristicamente difusas, amplamente dissimuladas e interrelacionadas
umas com as outras e com os outros sistemas sensitivos, ligando-se também a áreas não
olfativas". Dessa maneira, o rinencéfalo pode se tornar um ativador não específico de todas as
atividades corticais, podendo agir também sobre o aparelho interno responsável pela atividade,
disposição e tonus afetivo de todo o organismo.
Os estudos de Papez em relação ao mecanismo da emoção, sugeriram que "o hipotálamo, o
núcleo talâmico anterior, o girus cinguli, o hipocampo e suas interconexões constituíam um
mecanismo harmônico que tanto poderia elaborar as funções da emoção central, como
participar das expressões das emoções. Dessa maneira, o circuito explicaria como a emoção
pode surgir de duas maneiras: "como resultado de atividade psíquica e em consequência de
atividade hipotalâmica". Por sua vez, Kaada estimulou eletricamente todas as partes do
sistema límbico e obteve grande variedade de respostas somato-psíquicas e autônomas.
Evidenciou-se assim que o sistema límbico poderia ser a área autônoma do prosencéfalo pois
as funções do lobo límbico parecem se orientar na direção das necessidades animais
percebidas interna e externamente quando estimuladas afetivamente.
As teorias de Paez foram desenvolvidas por Mac Lean que sugeriu que ö cérebro visceral
poderia participar quer da origem da doença psicossomática quer da somato-psíquica.
Complementa sugerindo ainda uma possível dicotomia nas funções do "cérebro visceral "e do
"néo cortex" com importantes implicações não apenas em relação à compreensão dos
processos emocionais e intelectivos, mas também em relação à psicoterapia e à quimioterapia
dos transtornos psicológicos.
O valor do "transe psicossomático ou hipnótico" no tratamento das neuroses, foi destacado por
Leiden que o define como sendo "um estado afetivamente condicionado de estreitamento da
consciência, no qual a influenciabilidade do conjunto psicossomático está aumentada".
Aumentando a sugestionabilidade do paciente, a hipnose torna-se então plenamente indicada
como técnica sugestiva de terapia, uma vez que tais sugestões passam a fazer parte da
imaginação que lhe permitirá planejar, agir e executar as suas ações no decorrer de cada dia.
Desde a Escola Pavloviana que com seus magníficos trabalhos sobre os reflexos
condicionados não só reforçou, como também consagrou a Hipnose como uma forma de sono,
mantém-se na indução e na manutenção do transe hipnótico palavras com "durma", "aprofunde
o sono", "saia do sono", etc, que até hoje perduram , mesmo após a neurofisiologia ter
demonstrado que na hipnose ocorre um estreitamento de consciência, produzido por várias
atividades cerebrais, mas que não é sono.
Os traçados de eletro –encéfalografia comprovam que o indivíduo hipnotizado encontra-se em
um estado peculiar, intermediário entre a vigília e o sono natural, ao qual se deu o nome de
transe.
Por outro lado, não se conhece até o presente uma explicação satisfatória para o estado
hipnótico. No decorrer dos tempos, descrevem-se os fenômenos observados, dá-se uma
definição operacional de como induzi-la, desenvolvem-se técnicas, alinham-se explicações
psicológicas, neurofisiológicas e psicossomáticas, porém pouco se progrediu em relação ao
conhecimento de sua natureza.
Podemos repetir ainda as palavras de Black pronunciadas em 1969: "Não há, até o momento
explicação satisfatória sobre os fenômenos que ocorrem durante um procedimento de hipnose,
que permita ao profissional distinguir entre uma anestesia em luva dos estados de hipnose da
dos estados de conversão, bem como de uma anestesia orgânica com sua distribuição
adequada. O diagnóstico pode ser fácil mas isso em nada contribuiu para o entendimento do
mecanismo corporal envolvido".
O transe, se considerado unicamente como experiência interpessoal, não elucida as notáveis
manifestações fisiológicas determinadas pela hipnose e, não se consegue explicá-lo, quer em
bases psicológicas, quer em bases fisiológicas exclusivas. Ele é antes, uma reação
psicossomática complexa que abrange tanto os elementos psicológicos, como os fisiológicos
envolvidos.
Na hipnose, observa-se um processo inibitório que parece se estender aos centros corticais
mais altos produzindo um estreitamento da consciência obtendo-se como conseqüência uma
redução da sensação da realidade, alterações do nível de consciência e do esquema corporal,
assim como a liberação das ações motoras, das sensações e das emoções pela remoção dos
controles repressivos. A supressão da atividade de determinados centros corticais superiores
associa-se à capacidade do indivíduo de exercer grande influência sobre o seu mecanismo
somático.
Assim, torna-se possível controlar o funcionamento de vários órgãos e as funções somáticas,
em resposta às sugestões do profissional.
Os componentes psicológicos do estado hipnótico são ainda, mais difíceis de explicar. Tem-se
a impressão de que o paciente, com a orientação do profissional, utiliza a hipnose como uma
experiência individual, indicada para os seus objetivos pessoais.
Durante o transe, ele tem a liberdade de dar vazão às suas emoções, experimentando uma
variedade de sentimentos tais como ansiedades, angústias, tristezas, temores, ressentimentos,
esperanças e também liberando as tensões provenientes do material reprimido abaixo do limiar
da consciência. Isto depende das reações habituais decorrentes de uma relação interpessoal
íntima que em parte, o terapeuta representa em sua fantasia, pela autoridade e sensação de
segurança, assim como pela significação simbólica da experiência vivenciada em estado
hipnótico nos momentos particulares da indução e da manutenção do transe.
A susceptibilidade à hipnose não se relaciona com o sexo, a idade, a cor e nem ao grau de
inteligência do paciente, à exceção dos oligofrênicos, dependendo todavia do bom ajustamento
global da personalidade. Os grupos de pessoas menos ajustadas, têm demonstrado ser menos
susceptíveis. Há certas exceções em relação aos histéricos cuja susceptibilidade tem sido
atribuída à tendência que apresentam de transformar qualquer estimulação, qualquer
agressão, em sintomas corporais apresentando dessa maneira semelhança com o
comportamento hipnótico.
Sabemos, através dos estudos de Myra y Lopes, que o hemisfério cerebral esquerdo reflete o
comportamento adquirido e controlado, enquanto o hemisfério cerebral direito reflete as
características instintivas do paciente.
O indivíduo analítico usaria o hemisfério cerebral esquerdo que é racional, científico, analítico e
tecnológico. O sintético usaria o direito que é poético, místico e de comunhão. O holístico
usaria os dois.
Em publicação de 1977, no Journal of American Medical Association ( J.A.M.A.), Rheyter
estudando pacientes monitorizados e sob hipnose sugeriu que "a hipnose está ligada ao
hemisfério cerebral direito , onde a informação pode ser processada concomitantemente e
onde a imagem visual universal, a apreciação estética, a habilidade criativa e a orientação do
tempo e do espaço são numerosas, contrastando com o processo analítico-crítico do
hemisfério cerebral esquerdo".
De acordo com essa hipótese, a razão pela qual algumas pessoas não entram com facilidade
em hipnose estaria no tipo de organização genética de seu cérebro, ou na forma particular de
desenvolvimento de sua personalidade. Em outras palavras, tais indivíduos operam suas ações
virtualmente a partir do hemisfério cerebral esquerdo, tendendo a ser cépticos, críticos e
analíticos em relação aos problemas intelectuais, procurando dessa forma, sempre manter o
controle da situação.
Do exposto, conclui-se que " a hipnose é um estado de estreitamento da consciência
provocado artificialmente, muitas vezes parecido com o sono, mas que dele se diferencia
fisiologicamente, caracterizando-se por apresentar espontaneamente ou em resposta a um
dado estímulo indutor, (geralmente verbal ou outro qualquer), de uma série de fenômenos que
incluem:
1. alteração da atenção, concentração e memória;
2. aumento da sugestionabilidade;
3. produção no paciente de respostas que são diferentes das que normalmente apresentaria
em seu estado mental normal;
4. alterações motoras e sensoriais e
5. aumento da labilidade dos processos regulados pelo sistema nervoso autônomo".
Paciente submetidos à hipnose, demonstram através da eletroencéfalografia que mesmo na
etapa mais profunda, a sonambúlica, o traçado não se aproxima do sono e sim da vigília.
Moraes Passos, Paulino Longo, Florencio e Lambert Tsu demonstraram em 1972 que a
hipnose não altera o traçado eletroencefalográfico que se manteve igual ao da vigília em
repouso, embora alguns estímulos somestésicos não bloqueiem o ritmo alfa, como ocorre fora
do estado hipnótico.
Apesar de ser a psicoterapia o campo de escol da aplicação da hipnose, ela tem outras
aplicações como por exemplo na anestesia, no controle de pruridos, das náuseas e dos
vômitos incoercíveis, da salivação, do sangramento, da dor intratável, do teor de hormonios, da
anorexia, da bulemia e das contrações no trabalho de parto normal, entre outros. Miguel Calille
Júnior assinalou que tais aplicações não constituem psicoterapias e entretanto são fenômenos
hipnóticos facilmente observados.
Nos últimos anos verificou-se extraordinário progresso nas técnicas de aplicação da hipnose
em psicoterapia. Tais técnicas se distanciaram de maneira considerável das que foram
empregadas no século passado e que se baseavam exclusivamente na remoção de sintomas,
que mais contribuíam para exaltar o Ego do hipnotizador do que para permitir a
espontaneidade criadora do paciente. A distorção do tempo, a regressão de idade, a anestesia
"em luva", o afloramento sem trauma dos acontecimentos passados que se encontram retidos
abaixo do limiar da consciência, as alucinações visuais e auditivas, a visualização cênica e as
percepções sensoriais através de imagens condicionadas, são fatos observados unicamente
sob hipnose.
O velho conceito que o hipnotista era o centro do procedimento com o paciente dependente de
sua vontade, como autômato em suas mãos mostrou-se ultrapassado e inverídico, pois
ninguém contraria sua própria consciência sob hipnose. Hoje a hipnose desenvolve-se em uma
experiência interpessoal dinâmica, com integração ativa entre o profissional e o paciente.
O aspecto de um procedimento passivo centralizado no terapeuta foi totalmente substituido por
uma terapia centralizada no paciente. Ao se recomendar que a hipnose não seja utilizada para
uma simples remoção de um sintoma quando se ignora sua causa, convém aduzir que também
não deve ser empregada sem que o estado emocional do paciente tenha sido bem esclarecido
e muito menos, sem um objetivo definido.
Não deve ainda, ser empregada para abolir determinadas sensações, como a fadiga, por
exemplo, a fim de se obter maior rendimento físico de um atleta, o que além de prejudicial ,
constitui dopagem (Pini- Tese de Livre Docência – Universidade do Brasil).
No universo hipnológico, as técnicas empregadas para se obter e manter o transe durante os
procedimentos hipnoterápicos são as mais variadas e variáveis possíveis. Dir-se-ia que existem
tantas técnicas quantos forem os profissionais que se utilizam da hipnose. As técnicas podem
ser muitas, mas a hipnose é uma só.
A American Society for Clinical and Experimental Hypnosis analisou todas as publicações
aparecidas entre 1950 e 1951, concluindo que de um total de 150 artigos e livros analisados
sobre Hipnose Contemporânea, somente 35 a descreviam. O restante repetia as idéias
errôneas emitidas por inúmeros autores de meados do Século XX acerca do hipnotismo,
magnetismo, mesmerismo e histerismo. As bibliotecas e as revistas científicas contemporâneas
continuam cheias de publicações desse jaez e são muitas as pessoas que obtiveram seus
conhecimentos e formado suas opiniões com esse material recolhido de fontes antiquadas. Isto
é compreensível porque a interpretação da hipnose que existia no século XIX tem persistido
quase sem modificações até recentemente. Por outro lado, pouco se tem investigado, havendo
uma série de publicações que se limitam a repetir as técnicas empregadas por este ou aquele
autor.
Somente há pouco tempo, as investigações e a compreensão sobre a natureza da hipnose têm
tomado impulso . A compreensão que existia até recentemente difere tanto do hipnotismo
contemporâneo como a utilização de sulfa em infecções, comparada com o uso de antibióticos.
Em 1961 Anatol Milechnin, efetuou uma revisão radical dos conceitos acerca da hipnose, que
em grande parte, não estavam de acordo com a realidade. Tal discordância com a realidade se
observa na compreensão de que o estado hipnótico seria um estado "sui generis" no qual se
admitiria que as sugestões pós-hipnóticas seriam uma panacéia desencadeada pelo estado
hipnótico desenvolvido por técnicas mecanicistas e muitas vezes desprovidas do conhecimento
científico para a sua aplicação.
Muitas vezes tais técnicas de hipnose eram empíricas e aplicadas no paciente de uma forma
tal que o transformava em uma cobaia de experimentação. Se desse certo, tudo bem,
continuava-se. Se não desse, se modificava e se experimentava outro procedimento. Eram
técnicas de ensaio e erro.
Para este autor, a hipnose é encarada como um procedimento psicofisiológico, parte integrante
de nossa vida afetiva, regido pelas leis gerais da psico-biologia. Trata-se de uma resposta
global do organismo ante estímulos variados, que desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento psico-fisiológico do indivíduo, dependendo de sua formação, de sua
educação, na determinação de um funcionamento fisiológico normal ou transtornado, em
reações bioquímicas, farmacológicas, etc.
O estado hipnótico, como uma reação emocional afetiva, longe de ser um estado "sui generis",
se imbrica e interage com todos os aspectos do funcionamento bio-psico-biológico e do
comportamento neurológico, físico e químico, em união completa e indissolúvel, tanto nos
seres humanos como nos animais, no transcurso de toda a vida.
O Dr. Anatol Milechnin, que em última análise, considera a hipnose como uma reação
emocional , teve seus trabalhos reconhecidos e adotados pela British Society of Medical
Hypnotism, pela American Society o Clinical Hypnosis e pela Sociedade Española de Hypnosis
Clínica e Experimental, que dele fizeram seu membro honorário.
Para os autores franceses (*) ," (...) a prática tradicional da hipnose repousava em grande parte
no emprego da sugestão, utilizada sempre para tentar modificar no paciente suas sensações e
seus modelos de comportamento.
A hipnoterapia contemporânea não quer somente modificar as representações mentais
patogênicas. Embora seja desejável suscitar mudanças no paciente, convém estimulá-lo a
recuperar a auto-confiança e a retomar seu espírito de iniciativa.
Três estratégias podem ser distinguidas na prática da Hipnose Contemporânea:
1. – Desenvolver na relação hipnótica um espaço de segurança permitindo ao paciente "reler",
repensar e desenvolver tranqüilamente a construção de sua história individual (hipnoterapia de
inspiração analítica) ou se apóia na análise dos elementos transferenciais surgidos durante a
hipnose (hipnoanálise).
2. – Usar o espaço protegido do transe hipnótico para permitir ao paciente:
a. antecipar situações ou representações inabordáveis;
b. Colocar em destaque novas imagens mentais e novos modelos de reações.
3. – Desenvolver determinados esquemas mentais de forma consciente e ajudar o paciente a
mobilizar suas capacidades criativas. Trata-se de um trabalho através da simbologia e
simbólico, correspondendo à abordagem cognitiva-comportamental".
(*) Institute Française D'Hypnose - La nouvelle pratique de L'Hypnose - 2006
Permitimo-nos tecer algumas considerações sobre o posicionamento dos autores franceses
que limitam a hipnose a três campos de aplicação psicoterápicos, dois deles de interpretação
analítica e o outro de terapia cognitivo-comportamental. Concordamos com a validade de tais
conceitos quando se trata de tratamento psicoterápico padrão, mas não podemos nos
esquecer da integridade do paciente que além de apresentar sintomas que lhe trazem
transtornos emocionais, tem qualidades intrínsecas da sua personalidade como pensar,
planejar, desenvolver e executar suas ações sob o contexto das tensões emocionais que o
acometem no decorrer de seu dia-a-dia.
Não nos esqueçamos que a ampla variedade de fenômenos, técnicas e aplicações que a
hipnose apresenta, faz com que se imbrique e seja utilizada em quase todos os campos das
ciências da saúde, embora também não seja panacéia universal.
Por outro lado, o paciente tem sua atuação diária restringida pela atuação de inúmeros
elementos provenientes de seu interior e de seu exterior. Tal fato determina comportamentos e
reações emocionais de todos os tipos. Cada paciente é único, integrado e completo e suas
reações devem ser encaradas frente ao contexto de seus problemas, respeitando-se os fatores
estressantes a que está exposto e a forma como os recebe, entende, considera e imagina ser.
A habilidade do profissional deve então se sobressair na escolha e na indicação da melhor
técnica que possa proporcionar alívio ao paciente, sem se restringir unicamente às técnicas
preconizadas.
Concluímos afirmando que, da mesma forma que não há duas pessoas iguais no mundo, a
forma de encarar e interpretar as situações psíquicas ou somáticas por que atravessam, varia
de um para outro, mesmo que se trate de indivíduos sujeitos aos mesmos problemas.
A Sociedade de Hipnose Médica de São Paulo, no IV Seminário São Paulo-Rio de Janeiro de
Hipnose e Medicina Psicossomática, realizado em novembro de 1990 em São Paulo,
apresentou Mesa Redonda sobre o tema Hipnose Contemporânea, com a participação dos
Drs. Álvaro Badra, , Antonio Rezende de Castro Monteiro, David Akstein, Joel Priori Maia e
José Monteiro. A mesa foi coordenada pelo Prof. Dr. Antonio Carlos de Moraes Passos.
Bibliografia:
1 - PASSOS, A.C.M. - Hipniatria: técnicas e aplicações em fobias-São Paulo, Editora Cairú –
1975
2 - FARIA, O.A. - Manual de Hipnose Médica e Odontológica - Rio de Janeiro, Editora Atheneu
- 1958
3 - FARINA, O.M. - Hipnose em Pediatria - In Moraes Passos e A.C. e Farina O. - Aspectos
Atuais da Hipnologia - Linográfica Editora Ltda, 1961, 29/1-29/9 - São Paulo
4 - FARINA, O.M. e PASSOS, A.C.M. - Aspectos Atuais da Hipnologia - São Paulo, Linográfica
Editora Ltda - 1961
5 - MONTEIRO, J. - Prática da Hipnose em Anestesiologia - Centro de Estudos da Clínica de
Anestesia de São Paulo
6 - MONTEIRO, J. - Práticas da Hipnose na Anestesia - 2ª Edição - Circulo do Livro S/A - 1985
- São Paulo
7 - MAIA, J.P. - A Hipnose em Obstetrícia - Medicina e Cultura - 23: 35-48 - 1968 - São Paulo
8 - MAIA, J.P. - Metodologia de Indução Hipnótica - Rev. Bras. de Med. - Ed. Psiquiatria nº 6 Pág. 244-252 - Dezembro 1983 - São Paulo
9 - LAWER, J.W. - Os Elementos Essenciais da Hipnose - Rev. Clínica Médica da América do
Norte - Pág. 218-Jan 1968
10 - AKSTEIN, D. - Hipnologia - Vol. I, Editora Hypnos - Rio de Janeiro - 1973
11 - ERICKSON, M.H. - Hypnotic Psychotherapy - The Medical Clinics of North America - New
York Number - Pág. 571-583 - W.B. Saunders Company - 1948
12 - GONZAGA, J.G. - Hipnose Médica - Edigraf - 1969 - SP
13 - MEDEIROS E ALBUQUERQUE - O Hypnotismo - 3ª Ed. - Edit Leite Ribeiro, 1926 - Rio de
Janeiro
14 – MILECHNIN Anatol–"La Hipnosis"– Livr.Hachette – 1961–Buenos Aires
15 – PASSOS A.C. Moraes e Isabel Labate – Hipnose, Considerações Atuais – Editora
Atheneu – 1998.
16 - TORRES NORRY, J. - Metodologia Hipnotica - Sem. Med. - 108 (9), 312-318, 1956
17 - SCHULTZ, J.H. - El entrenamiento autógeno - Barcelona-Ed. Cient. Med. - 1954
18 - LERNER, M. - Enfoque Actualizado de los Conceptos de Sugestión y Hypnosis - Acta
Neuropsiq. Argentina-1948, 4, 167
19 - BADRA, A. - Hipnose em Odontologia e Odontologia Psicossomática - Editora Andrei 1987 - São Paulo
20 - GRANONE, F. - Tratado de Hipnosis (Sofrologia) - Edit. Científico Médico - 1973 –
Barcelona
21 – Arquivos da Associação de Hipnose do Estado de São Paulo - Mesa Redonda sobre
Hipnose Contemporânea – Hospital São Cristóvão - IV Seminário São Paulo - Rio de Janeiro
de Hipnose e Medicina Psicossomática – Nov.1990 –S. Paulo.
***FIM***
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