Plano cartesiano, Retas e Circunferência Alex Oliveira Sistema cartesiano ortogonal O sistema cartesiano ortogonal é formado por dois eixos ortogonais(eixo x e eixo y). A intersecção dos eixos x e y é o ponto O. chamado de origem do sistema. Há uma relação entre os pontos de um plano e o conjunto de pares ordenados, isto é, a cada ponto corresponde um único par ordenado(x, y). UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 2 Sistema cartesiano ortogonal Exemplo: B A D C UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 3 Sistema cartesiano ortogonal Os pares ordenados são: (3, 2) está associado o ponto A; (-1, -4) está associado o ponto B; (-2, -3) está associado o ponto C; (2, -1) está associado o ponto D. Considerando o ponto A(3, 2), dizemos que o número 3 é a coordenada x ou a abscissa do ponto A, e o número 2 é a coordenada y ou a ordenada do ponto A. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 4 Sistema cartesiano ortogonal Os eixos x e y dividem o plano em quatro regiões chamadas quadrantes. O sinal positivo ou negativo da abscissa e da ordenada varia de acordo com o quadrante. y 2º quadrante (-, +) 1º quadrante (+, +) x 3º quadrante (-, -) 4º quadrante (+, -) UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 5 Distância entre dois pontos Dados dois pontos, A e B, a distância entre eles, que será indicada por d(A, B), é a medida do segmento de extremidades A e B. • Exemplo: Como em ambos os pontos, o valor da ordenada é o mesmo (y = 1) a distância será a diferença entre as ordenadas. d(A, B) = 3 – 1 = 2 A(1, 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS B(3, 1) 6 Distância entre dois pontos • Exemplo: C(1, 3) Nesse caso, como nem a ordenada e nem a abscissa dos pontos são iguais, usamos a relação de Pitágoras para obter a distância entre os pontos. [d(C, D)]2 = 32 + 22 d(C, D) = 13 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS D(4, 1) 3 7 Distância entre dois pontos Temos uma fórmula que representa a distância entre dois pontos independente da localização deles. Para dois pontos quaisquer, A e B, tal que A(x1, y1) e B(x2, y2), teremos: d(A, B) = x2 − x1 2 + y2 − y1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 2 8 Ponto médio de um segmento Dado um segmento de reta AB tal que A e B são distintos, vamos determinar as coordenadas de M, ponto médio de AB. Considere: • Um segmente com extremidades A(x1, y1) e B(x2, y2); • O ponto M(x, y), ponto médio do segmento AB. B y2 M y y1 A x1 x UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS x2 9 Ponto médio de um segmento Podemos concluir que, dado um segmento de extremidades A e B: • A abscissa do ponto médio do segmento é a média aritmética das abscissas das extremidades: x2+ x1 x= 2 • A ordenada do ponto médio do segmento é a média aritmética das ordenadas das extremidades: y2+ y1 y= 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 10 Ponto médio de um segmento Assim, o ponto médio M do segmento AB, pode ser obtido independente da localização das extremidades usando as fórmulas anteriores: x2+ x1 y2+ y1 M= , 2 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 11 Coeficiente angular de uma reta Consideremos uma reta r de inclinação em relação ao eixo x. O coeficiente angular ou a declividade dessa reta r é o número real m que expressa a tangente trigonométrica de sua inclinação , ou seja: m = tg() UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 12 Coeficiente angular de uma reta Vamos observar casos, considerando: y • 0º 180º 1º r x Para = 0°, temos m = tg = tg 0° = 0, nesse caso temos uma reta horizontal. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 13 Coeficiente angular de uma reta 2º y r x Para 0° < < 90°, temos tg > 0 m > 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 14 Coeficiente angular de uma reta 3º y r x Para 90° < < 180°, temos tg < 0 m < 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 15 Coeficiente angular de uma reta 4º - y r x Para = 90°, a tg não é definida, nesse caso é uma reta vertical, ela não tem declividade UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 16 Coeficiente angular de uma reta Agora vamos ver como calcular o coeficiente angular de uma reta a partir das coordenadas de dois de seus pontos. No triângulo ABC, temos: y2 d(C, B) y y2 − y1 tg = d(A, C) x x2 − x1 y1 Então: y y2 − y1 m= = x x2 − x1 y B A y C x UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS r x1 x x2 17 Equação da reta Vimos antes que dois pontos distintos determinam uma reta, ou seja, existe uma única reta que passa pelos dois pontos. Da mesma forma, um ponto P(x0, y0) e a declividade m determinam uma reta r. Considerando ponto P(x, y) dessa reta, veremos que se pode chegar a uma equação, de incógnitas x e y. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 18 Equação da reta Considerando um ponto P(x, y) qualquer sobre a reta e tg = m, temos: d(C, P) y − y0 y tg = m= d(P0, C) x − x0 y P P0 y0 y – y0 = m(x – x0) r C x x0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS x 19 Vamos praticar... Uma reta passa pelo ponto P(-1, -5) e tem 1 coeficiente angular m = . Escreva a 2 equação da reta. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 20 Vamos praticar... Tendo o ponto e o coeficiente angular, usaremos esses valores no modelo da equação. y – y0 = m(x – x0) 1 2 y – (-5) = [x – (-1)] 𝑥 1 y+5= + 2 2 𝑥 1 -y+ -5=0 2 2 x – 2y +1 – 10 = 0 x – 2y – 9 = 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 21 Vamos praticar... Na figura dada, o ponto O é a origem do sistema de coordenadas ortogonais e OABC é um retângulo. Nessas condições, escreva a equação da reta-suporte da diagonal AC. y B(8, 4) C x A O UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 22 Vamos praticar... Pela figura podemos as coordenadas do pontos A e C são: A(8, 0) C(0, 4) Usando os dois pontos podemos encontrar a coeficiente angular. y2 − y1 4−0 4 𝟏 m= m= m=- m=x2 − x1 0−8 8 𝟐 Agora vamos usar um dos pontos junto com o coeficiente para encontrar a equação. y–4=𝑥 2 1 2 (x - 0) y – 4 = - 𝑥 2 + y - 4 = 0 x + 2y – 8 = 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 23 Vamos praticar... (Vunesp) Num sistema de eixos cartesianos ortogonais, x + 3y + 4 = 0 e 2x – 5y – 2 = 0 são, respectivamente, as equações das retas r e s. Determine as coordenadas do ponto de intersecção de r em s. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 24 Vamos praticar... O ponto de interseção (x, y) deve satisfazer ao mesmo tempo ambas as equações. Assim, devemos resolver o sistema: x + 3y + 4 = 0 2x – 5y – 2 = 0 Isolamos x na primeira equação: x = -3y – 4 Agora aplicamos o x na segunda equação: 2(-3y - 4) – 5y – 2 = 0 -6y – 8 – 5y – 2 = 0 -11y – 10 = 0 y = - 10 11 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 25 Vamos praticar... Aplicamos o valor de y na primeira equação para encontrar a coordenada x: x = -3 − x= 10 11 –4x= 30 11 -4x= 30 − 44 11 −𝟏𝟒 𝟏𝟏 Assim, o ponto de intersecção das retas r e −𝟏𝟒 −𝟏𝟎 sé , . 𝟏𝟏 𝟏𝟏 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 26 Duas retas no plano Duas retas r e s, contidas no mesmo plano são paralelas ou concorrentes. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 27 Retas Paralelas Sendo 1 a inclinação da reta r e 2 a inclinação da reta s, temos: m1 = m2 tg 1 = tg 2 1 = 2 Se as inclinações são iguais, as retas são paralelas (r // s). UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 28 Retas Paralelas Veja as imagens a seguir, que mostram duas retas distintas e não-verticais, que são y paralelas: r s Observamos que: 2 = 1 tg 2 = tg 1 m2 = m1 r // s 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 1 x 29 Retas Paralelas y s r Observamos que: 2 = 1 tg 2 = tg 1 m2 = m1 r // s 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 1 x 30 Retas Paralelas Podemos concluir que, dadas duas retas distintas e não-verticais r e s são paralelas se, e somente se, seus coeficientes angulares são iguais (m1 = m2). UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 31 Retas Concorrentes Duas retas do mesmo plano com coeficientes angulares diferentes não são paralelas, logo, são concorrentes. y s Observamos que: 2 1 tg 2 tg 1 m2 m1 r e s: são concorrentes 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS r 1 32 x Retas Concorrentes Portanto, duas retas distintas e não-verticais r e s são concorrentes se, e somente se, seus coeficientes angulares são diferentes (m1 m2). UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 33 Intersecção de duas retas A figura mostra duas retas, r e s, do mesmo plano, que se intersectam no ponto P(a, b). y r s P(a, b) x Como P pertence às duas retas, suas coordenadas devem satisfazer simultaneamente às equações dessas duas retas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 34 Intersecção de duas retas Logo, para determiná-las, basta resolver o sistema formado pelas equações das duas retas. Observação: Pela resolução de sistemas verificar a posição relativa de duas retas. Assim temos: • Sistema possível e determinado – um único ponto comum: retas concorrentes; • Sistema possível e indeterminado – infinitos pontos comuns: retas coincidentes; • Sistema impossível – nenhum ponto comum: retas paralelas distintas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 35 Intersecção de duas retas Vamos determinar as coordenadas do ponto P de intersecção das retas r e s, de equações 3x + 2y – 7 = 0 e x – 2y – 9 = 0, respectivamente. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 36 Intersecção de duas retas Nosso problema consiste em resolver o sistema formado pelas equações das duas retas: 3x + 2y – 7 = 0 x – 2y – 9 = 0 4x – 16 = 0 4x = 16 x = 4 Encontramos a coordenada x do ponto de intersecção, agora substituímos seu valor na segunda equação: 5 2 4 – 2y – 9 = 0 -2y = 5 y = Logo, as coordenadas do ponto de intersecção são: P 5 4, − 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 37 Perpendicularidade de duas retas A figura mostra a reta r, de inclinação 1 e a reta s, de inclinação 2, tal que r e s são perpendiculares. y r s P A 1 2 B UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 38 x Perpendicularidade de duas retas Dadas as retas r e s, de coeficientes angulares m1 e m2, temos: r s m2m1 = -1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 39 Vamos praticar... (FEI-SP) A reta s é perpendicular à reta r e a reta t é paralela à reta s. Determine a equação da reta s e a equação da reta t. y t P(0, 3) s Q(4, 0) O M(1, 0) x r UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 40 Vamos praticar... Vamos determinar coeficiente angular da reta r, usando os dois pontos: 0−3 4−0 −3 4 mr = mr = Como a reta r é perpendicular a reta s, temos: −3 4 𝟒 𝟑 mr ms = -1 . ms = -1 ms = Agora podemos obter a equação da reta s: 4 (x 3 y–0= - 4) y = 4x – 3y – 16 = 0 4𝑥 3 - 16 3 4𝑥 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS -y- 16 3 =0 41 Vamos praticar... Como a reta t e paralela a reta s, os coeficientes angulares são iguais, ou seja, 𝟒 mt = . Com isso, já podemos determinar a 𝟑 equação da reta t. y–0= 𝟒 (x 𝟑 - 1) y = 𝟒𝒙 𝟑 𝟒 𝟑 - 𝟒𝒙 𝟑 𝟒 𝟑 -y- =0 4x – 3y – 4 = 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 42 Circunferência Vamos estudar sobre a circunferência, assim vamos associar cada circunferência a uma equação, e a partir daí, estudar suas propriedades geométricas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 43 Circunferência Uma circunferência com centro O(a, b) e raio r é o conjunto de todos os pontos no plano equidistantes de O, ou seja: d(O, P) = 𝒙 − 𝒂 𝟐 + 𝒚 − 𝒃 𝟐 = r y b P(x, y) O(a, b) x a UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 44 Circunferência Se elevarmos ambos os membros ao quadrado, teremos a equação normal da circunferência: (x - a)2 + (y - b)2 = r2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 45 Problemas de tangência Para resolver problemas envolvendo retas tangentes á circunferência devemos lembrar de dois detalhes: • Quando a reta é tangente à circunferência, a distanciado centro da circunferência à reta tangente é o raio. • A reta tangente é sempre perpendicular ao raio no ponto de tangência. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 46 Problemas de tangência O ponto P(5, 2) pertence a circunferência de equação x2 + y2 + 2x – 6y – 27 = 0. Vamos determinar a equação da reta t tangente a essa circunferência em P. C P(5, 2) UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 47 Problemas de tangência Se uma reta t tangencia uma circunferência de centro C e raio r em P, então t é perpendicular à reta-suporte de CP. Vamos encontrar o centro e raio da circunferência. x2 + y2 + 2x – 6y – 27 = 0 x2 + 2x + y2 – 6y = 27 x2 + 2x + 1 + y2 – 6y + 9 = 27 + 1 + 9 (x + 1)2 + (y – 3)2 = 37 Então, C(-1, 3) e r = 37 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 48 Problemas de tangência Agora, vamos determinar o coeficiente angular m1 da reta-suporte que passa pelo pontos C(1, 3) e P(5, 2): m1 = 2−3 5+1 =- 𝟏 𝟔 Vamos determinar o coeficiente angular m2 da reta tangente perpendicular à reta-suporte. m2 m1 = -1 m2 1 − 6 = -1 m2 = - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 1 1 − 6 =6 49 Problemas de tangência Agora podemos calcular a equação da reta t que passa pelo ponto P(5, 2) e tem coeficiente angular 6: y – 2 = 6(x – 5) y – 2 = 6x – 30 6x – y – 28 = 0 A equação pedida é 6x – y – 28 = 0. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 50