os efeitos adversos e riscos associados à

Propaganda
FACULDADE DE AMERICANA
CURSO DE BIOMEDICINA
BRUNA TAMAZZI FURLAN
OS EFEITOS ADVERSOS E RISCOS ASSOCIADOS À
AUTOMEDICAÇÃO: AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DA
POPULAÇÃO DE AMERICANA, SP E REGIÃO.
AMERICANA
2015
FACULDADE DE AMERICANA
CURSO DE BIOMEDICINA
BRUNA TAMAZZI FURLAN
OS EFEITOS ADVERSOS E RISCOS ASSOCIADOS À
AUTOMEDICAÇÃO: AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DA
POPULAÇÃO DE AMERICANA, SP E REGIÃO.
Monografia apresentada a Faculdade de
Americana (FAM) como requisito parcial
para a obtenção titulo de Bacharel em
Biomedicina
Orientadora: Profa. Dra. Daniela Maira
Cardozo.
AMERICANA
2015
DEDICATÓRIA
A meus pais, Gilberto e Renata, pela paciência e apoio infinitos. Sem vocês nada
seria possível.
À professora Daniela, pela calma, incentivo e orientação qυе tornaram possível а
conclusão desta monografia.
Por fim, a professora Patrícia e aos demais professores, que durante todo o curso
nos transmitiram seus conhecimentos.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado força e coragem nos momentos mais difíceis.
Agradeço aos meus pais, Gilberto e Renata, pela determinação e luta
constantes, para a minha formação.
Agradeço aos meus colegas de classe e com certeza futuros excelentes
profissionais.
A todos as pessoas entrevistadas, que colaboraram com alguns minutos do
seu tempo para que a realização deste trabalho fosse possível.
Aos professores, que durante todo o curso se dedicaram em sala, e fora
dela, a fim de transmitir seus conhecimentos.
A minha orientadora Daniela, pela calma, paciência, apoio, dedicação e
ideias na elaboração deste trabalho.
A Patrícia e Luiz Antônio, pelas observações e incentivo que ajudaram a
melhorar este trabalho.
RESUMO
A automedicação é uma prática que consiste na ingestão de substâncias
medicamentosas para o tratamento de sintomas ou patologias, sem o
acompanhamento ou aconselhamento de um profissional de saúde. Considerada
como problema de saúde pública mundial, a automedicação está enraizada na
população desde o tempo das sociedades primitivas, uma vez que homens ingeriam
plantas medicinais e substâncias de origem animal, associadas com ritos mágicos e
crenças, visando à cura de enfermidades. Além de fatores culturais, o excesso de
propagandas com medicamentos “milagrosos”, facilidade e disponibilidade de
produtos, demora e valores elevados para consultas médicas, são alguns dos
fatores que levam a população a consumirem medicamentos sem supervisão
adequada, estando sujeitas, na maioria das vezes sem conhecimento, a sofrerem
uma série de efeitos adversos. Diante desses fatos, o objetivo do presente estudo foi
realizar um levantamento do perfil da população adulta, residente da cidade de
Americana e região, em relação ao uso da automedicação. Os resultados
demonstraram que grande parte da população em estudo (60%) faz uso de
medicamentos sem prescrição médica e não tem conhecimento sobre os riscos e
eventos adversos que esta prática pode causar. Diante disso, conclui-se que
constantemente ocorre a automedicação, valendo-se principalmente de experiências
anteriores e medicamentos armazenados em suas residências, como analgésicos e
antitérmicos.
Palavras-chave: Automedicação, efeitos adversos, medicamentos.
ABSTRACT
Self-medication is a practice that consists of the intake of medicaments for the
treatment of symptoms or diseases without monitoring or advice of a healthcare
professional. Considered as worldwide public health problem, self-medication is
originated in the primitive societies, since man drank herbal and animal substances
associated with magical rites and beliefs, aimed at curing diseases. In addition to
cultural factors, excessive advertisements with drugs "miracle" ease and availability
of products, delay and high values for doctor visits are some of the factors that lead
people to consume drugs without proper supervision and can raise, in most times
unknowingly, a number of adverse effects. Given these facts, the aim of this study
was to survey the profile of the adult population of the city of Americana and region
regarding the use of self-medication. The results showed that most of the study
population (60%) makes use of non-prescription drugs and is not aware of the risks
and adverse events that this practice can cause. Therefore, it is concluded that the
majority of respondents is constantly self-medication, mainly worth up to previous
experiences and drugs stored in their homes as analgesics and antipyretics.
Keywords: Self-medication, adverse effects, drug.
.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Associação medicamentosa x alcoólica e seus riscos ............................. 23
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Perfil etário da população estudada .......................................................... 28
Figura 2 - Perfil de gênero, escolaridade e município da população estudada. ........ 29
Figura 3 - Distribuição da população quanto ao armazenamento de medicamentos
em suas residências. . ............................................................................................... 32
Figura 4 - Distribuição da população quanto ao armazenamento de receitas
anteriores de medicamentos em suas residências ................................................... 33
Figura 5 - Distribuição da população e do tipo de medicamentos compartilhados . .. 35
Figura 6 - Uso de medicamentos nos últimos 6 meses: distribuição e sintomas
associados. ............................................................................................................... 37
Figura 7 - Uso de medicamentos sem prescrição médica. ........................................ 39
Figura 8 - Distribuição da população que procura informações sobre medicamentos e
fontes utilizadas......................................................................................................... 41
Figura 9 - Dados da automedicação: eficiência, efeitos adversos e interrupção do
tratamento. ................................................................................................................ 44
Figura 10 - Motivação para a automedicação. .......................................................... 46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAS
Serviço de Registro de Substâncias Químicas (Chemical Abstract
Service Registry Number)
SINITOX
Sistema Nacionl de Informações Tóxico Farmacológicas
OMS
Organização Mundial de Saúde
RAM
Reação Adversa a Medicamentos
ONU
Organização das Nações Unidas
ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AINEs
Antiinflamatórios Não Esteroidais
UFRGS
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
ICTQ
Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial
RDC
Resolução da Diretoria Colegiada
AAS
Ácido Acetilsalicílico
AINH
Antiinflamatório Não-Hormonal
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 12
2.1 Histórico da medicação na humanidade.............................................................. 12
2.1.1 Medicina primitiva nas sociedades pré-urbanas............................................... 12
2.1.2 Sociedades urbanas arcaicas .......................................................................... 12
2.1.3 Medicina grega ................................................................................................. 13
2.1.4 Medicina romana .............................................................................................. 13
2.2 Automedicação .................................................................................................... 14
2.2.1 A prática da automedicação no Brasil .............................................................. 15
2.2.2 Motivação para a automedicação ..................................................................... 16
2.3 Efeitos medicamentosos ..................................................................................... 17
2.3.1 Efeitos adversos ............................................................................................... 17
2.3.2 Classificação das reações adversas ................................................................ 18
2.3.2.1 Classificação quanto ao mecanismo de produção ........................................ 18
2.3.2.2 Classificação de Rawlins e Thompson .......................................................... 19
2.4 Fatores predisponentes ....................................................................................... 20
2.4.1 Idade ................................................................................................................ 20
2.4.2 Gênero ............................................................................................................. 21
2.4.3 Raça e características genéticas ...................................................................... 21
2.4.4 Condições clínicas associadas ......................................................................... 21
2.4.5 Associação medicamentosa ............................................................................. 22
2.4.6 Consumo de álcool ........................................................................................... 22
3 OBJETIVO.............................................................................................................. 24
4 PROBLEMA ........................................................................................................... 25
5 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 26
6 METODOLOGIA..................................................................................................... 27
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 28
8 CONCLUSÃO......................................................................................................... 47
ANEXO A - SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS ......... 58
ANEXO B - QUESTIONÁRIO SOBRE AUTOMEDICAÇÃO ...................................... 61
10
1 INTRODUÇÃO
Existem milhares de substâncias tóxicas naturais e artificiais utilizadas pela
população, inclusive como medicamentos. Atualmente, são registrados pelo Serviço
de Registro de Substâncias Químicas (Chemical Abstract Service Registry Number CAS) aproximadamente 90.000 produtos químicos, sendo que este número aumenta
de 1.000 a 2.000 todos os anos. (SETOX, 2014). Diante de um sistema de saúde
que não atende a demanda exigida e apresenta dificuldades no atendimento, a
facilidade em obterem-se medicamentos que não necessitam de receita em
farmácias e drogarias, o número crescente de propagandas em todos os meios de
comunicação que prometem soluções rápidas e fáceis para enfermidades e as
compras online, a prática da automedicação tem-se tornado cada vez mais comum,
principalmente em adultos. (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2001).
A automedicação é a prática de ingerir substâncias medicamentosas para o
tratamento
de
sintomas
ou
enfermidades,
sem
o
acompanhamento
ou
aconselhamento de um profissional de saúde. (VILARINO, et al., 1998; CASTRO et
al., 2007, apud OMS, 2005). Segundo os dados mais recentes registrados pelo
Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX), em 2012
houveram 24.029 casos registrados de intoxicação medicamentosa. Deste total,
aproximadamente 10.135 (42,1%) estavam na faixa etária de 18 a 60 anos. No
conjunto dos 19 agentes tóxicos considerados pelo SINITOX, os medicamentos
responderam por 27,93% de todos os casos de intoxicação por agente tóxico em
âmbito nacional.
As causas mais relacionadas à prática da Automedicação são os fatores
econômicos, políticos e culturais. A disponibilidade de produtos, a facilidade em
adquiri-los, as quase nulas campanhas sobre os perigos da automedicação,
elevados custos para consultas médicas e a demora para que elas aconteçam,
informações sobre medicamentos através de outras pessoas leigas e pela internet,
são alguns dos motivos que levam as pessoas a utilizarem os medicamentos sem
prescrição. (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2001). Além disso, as frequentes
propagandas em meios de comunicação que transmitem a ideia de essencialidade
do produto, onde todas as pessoas devem ter os medicamentos sempre ao alcance
das mãos, para qualquer tipo de dores, aumentam ainda mais o consumo
desenfreado. (PACHELLI, 2003).
11
A falta de conhecimento dos consumidores acerca dos efeitos adversos de
determinados medicamentos também está entre as causas do consumo desenfreado
de fármacos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o efeito adverso
difere do efeito colateral por esse primeiro se relacionar apenas aos efeitos nocivos,
enquanto os efeitos colaterais nem sempre são nocivos. Por definição, efeitos
colaterais são efeitos não intencionais relacionados às propriedades farmacológicas
do medicamento utilizado, que ocorra em doses normalmente utilizadas por um
paciente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), reações adversas são
quaisquer respostas nocivas não intencionais, indesejadas ou prejudiciais originadas
por uso de medicamentos administrados para profilaxia, diagnóstico, tratamento de
doenças ou modificação de função fisiológica. (OPAS, OMS, 2005). As reações
adversas a medicamentos (RAM) são causadas, na maioria das vezes, pelo uso
indevido de fármacos sem acompanhamento especializado, e podem reduzir a
qualidade de vida, levar a hospitalização e a óbito. Essas reações muitas vezes são
confundidas como sintomas de idade ou doença, por exemplo, confusão mental,
náuseas, letargia, quedas e tonturas podem ser erroneamente interpretadas como
doença degenerativa em idosos. (WANNMACHER, FUCHS, 2012).
O objeto do presente estudo foi avaliar o perfil de indivíduos adultos,
residentes da cidade de Americana e região, em relação ao uso da automedicação e
dos possíveis eventos adversos que esta prática pode causar, bem como os efeitos
adversos que possivelmente eles já apresentaram.
12
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Histórico da medicação na humanidade
2.1.1 Medicina primitiva nas sociedades pré-urbanas
A chamada Medicina Primitiva, data do Período Paleolítico, o primeiro dos
grandes três períodos que em conjunto dão origem a “idade da pedra”. Apesar da
escassez de informações e fontes arqueológicas, antropólogos acreditam que
plantas medicinais e substâncias de origem animal, aliadas com ritos mágicos e
crenças, eram utilizadas por essas sociedades pré-urbanas para fins curativos. Com
o estilo de vida nômade, a população paleolítica não sofria com as doenças que
afligem as sociedades modernas, já que não viviam em um mesmo lugar tempo
suficiente para que ocorresse a contaminação do solo e água, viviam com baixa
densidade populacional e não mantinham animais domésticos, que poderiam servir
como reservatórios de patologias. (DIAS, 2005).
2.1.2 Sociedades urbanas arcaicas
As sociedades urbanas egípcias e mesopotâmicas apresentavam elevado
desenvolvimento da escrita, ainda no quarto milênio a.C. e foram de grande
importância na história da farmacologia ocidental. Na Mesopotâmia, o mais antigo
documento farmacêutico já descoberto é uma tábua de argila gravada com escrita
cuneiforme, contendo quinze receitas medicinais, que utilizavam, por exemplo, a
cássia, tomilho e papoula. Entre os anos de 1974 e 1975 foi descoberta a Biblioteca
do palácio real de Ebla, hoje onde localiza-se a Síria, e nela são encontradas mais
de 20 mil tábuas de argila, sendo que muitas contém informações sobre
medicamentos e poções utilizadas pelos mesopotâmios. No Egito, diversos papiros
com inscrições médicas já foram encontrados. O mais importante deles é o Papiro
de Ebers, datado de 1500 aC, que em seus 20 metros de comprimento descreve
mais de 7 mil substâncias medicinais e mais de 800 fórmulas quantitativas utilizadas
para curas na época.
Nestas receitas, ingredientes como óleo de rícino, ópio,
enxofre e sulfato de ferro e cobre eram misturados com feitiços e ingredientes
místicos, como sangue de lagarto, velhos livros cozidos em óleo, fêmur de um
13
enforcado, e excrementos de determinados animais de estimação. Alguns aspectos
da medicina mesopotâmica e egípcia, além de assemelharem-se aos da Idade
Média, podem ser comparados com os da mitologia e medicina greco-romanas.
(RODRÍGUEZ, 2000).
2.1.3 Medicina grega
O deus grego Asclépio, ou Esculápio, para os romanos, era considerado o
deus da medicina. Teria sido educado pelo centauro Quiron, que lhe ensinou sobre
medicina e cirurgias, e por uma serpente, que ensinou-lhe sobre o poder curativo
das plantas. Eram comum grupos de enfermos que passavam a noite nos templos
de Asclépio, a fim de obterem indicações, em sonhos, de quais tratamentos
realizarem, e a partir daí, medicamentos e poções eram utilizadas. Com uma cobra
enrolada em seu bastão, Asclépio tinha o domínio das causas das doenças, tendo
assim, poder para curar os doentes. (ANTILLÓN, 2001).
Juntamente com as crenças mágicas e religiosas, a medicina racional
começou a ganhar espaço. Nesta época, o homem passou a sentir necessidade em
procurar explicações racionais para a origem de tudo, inclusive da saúde e
enfermidades. Hipócrates, da ilha grega de Kos, foi o fundador da Escola Médica de
Kos, que pela primeira vez desenvolveu a ideia de que as patologias não ficavam
restritas a apenas um órgão. Para o tratamento de enfermidades eram utilizadas,
principalmente, especiarias como pimentas, cardamomo, gálbano, incenso, mirra,
cominhos, anis, coentro, hortelã, entre outras. (RIBEIRO Jr., 2003; REBOLLO,
2006).
A partir da evolução, conhecimento e ensinamentos transmitidos pelas
escolas de medicina gregas, outras civilizações, como as Arábicas e Romanas,
passaram a dedicar-se ao conhecimento racional do corpo humano, suas
enfermidades e tratamentos. (DIAS, 2005).
2.1.4 Medicina romana
Com os primeiros ensinamentos transmitidos pelas escolas gregas, a
medicina e farmacologia romanas sofreram avanço. Galeno, importante médico de
gladiadores, teve sua formação na escola de Alexandria, assim como Aulo Cornélio
14
Celso, enciclopedista com grande conhecimento médico-farmacêutico, que escreveu
um tratado intitulado De medicina Octo libri, dividido em oito livros e um prólogo, que
descrevem critérios terapêuticos, dietéticos, farmacêuticos e cirúrgicos. (TRANCAS,
SANTOS, 2007; PESSOA Jr., 2010).
Pedanio Dioscórides nasceu em Anazarbo e estudou medicina nas escolas
de Tarso e Alexandria, tendo também acompanhado os exércitos romanos como
médico, nos tempos de Nero, onde teve oportunidade de estudar sobre doenças,
plantas medicinais e outros métodos para cura. Considerado o fundador da
Farmacognosia, escreveu cinco livros, onde descrevia mais de 600 plantas, 35
fármacos de origem animal, 90 de origem mineral. Seus estudos não se baseavam
em nenhuma escola médica, mas tinham caráter empírico, onde observava e
classificava os fármacos testando-os clinicamente. (OSBALDESTON, 2000).
2.2 Automedicação
A automedicação é um termo constantemente usado para definir a iniciativa
de um doente, ou seu responsável, em selecionar e administrar fármacos para o
tratamento ou alívio de sintomas percebidos, sem a supervisão ou prescrição de
pessoas aptas, como médicos ou dentistas. Para tal, o indivíduo pode recorrer a
pessoas não habilitadas, como familiares ou pessoas de seu círculo social, além de
adquirirem
medicamentos
sem
receitas,
buscando
orientação
na
internet,
propagandas em redes de mídia, ou utilizando-se de sobras de medicamentos ou
receitas antigas. (VILARINO et al., 1998; FILHO et al, 2002; MUSIAL et al., 2007;
NAVES et al, 2010).
É impossível impedir a população de automedicar-se, visto que o ato está
enraizado em todas as culturas, desde os primórdios, quando os homens utilizavam
substâncias e plantas para alívio de sintomas e curas de patologias. Porém, as
pessoas precisam receber informações científicas sobre os danos e riscos sobre a
prática, além de cessarem os estímulos ao consumo de medicamentos de vendalivre e a ideia de “cura milagrosa” que os mesmos passam. Em contrapartida, os
indivíduos devem ser estimulados a procurarem profissionais especializados.
(BEZERRA, 2006 apud CURY, 2000).
Este fenômeno merece atenção especial, pois a prática tem-se mostrado
extremamente nociva a saúde individual e coletiva, afinal, todo fármaco leva a uma
15
reação, pois nenhum medicamento é inócuo ao organismo, e seu uso pode acarretar
consequências diversas. (VILARINO et al, 1998; FRANCO et al, 2009).
2.2.1 A prática da automedicação no Brasil
O Brasil é o país que mais faz uso de automedicação, sendo que, desde
1996 o uso inconsequente de fármacos tornou-se o agente que mais levou a
intoxicações no país. (BEZERRA, 2006 apud SINITOX, 2005).
Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Sistema Nacional de
Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX), em 2012 houveram 86.028 casos
registrados de intoxicação humana. Destes, 24.029 foram por intoxicação
medicamentosa e aproximadamente 10.135 estavam na faixa etária de 18 a 60
anos. No conjunto dos 19 agentes tóxicos considerados pelo SINITOX (cosméticos,
raticidas, plantas, animais peçonhentos, drogas de abuso, entre outros), os
medicamentos responderam por 27,93% de todos os casos de intoxicação por
agente tóxico em âmbito nacional. Do número total de casos de intoxicação
medicamentosa, 61 evoluíram para óbito, sendo que aproximadamente 44 estavam
na faixa etária citada anteriormente.
Por um lado, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa prática
pode ser aceitável, desde que seja feita de forma responsável, pois reduz a
sobrecarga do sistema público de saúde. Isso ocorre visto que, casos como dor de
cabeça devido a estresse e cólicas menstruais podem ser controlados com
medicamentos simples, por exemplo. Porém, indivíduos que façam uso da
automedicação não devem esquecer que todas as substâncias medicamentosas são
potencialmente nocivas à saúde, levando a erros ou retardos de diagnóstico,
diminuição de sintomas de doenças graves, dosagem insuficiente ou excessiva,
efeitos adversos, interações medicamentosas, interações alcoólicas, reações
alérgicas, resistência bacteriana, dependência, intoxicação, podendo ainda levar a
necessidade de tratamentos mais invasivos, complexos e caros com lenta
recuperação, entre outros (VILARINO et al, 1998; PELICIONI, 2005; CASTRO et al,
2007 apud OMS, 2005). A OMS ainda aconselha os praticantes da automedicação a
informarem-se, a fim de reconhecerem os sintomas, objetivos farmacêuticos, o
produto
a
ser
usado,
dosagem,
frequência,
contraindicações,
doenças
concomitantes, interações medicamentosas e os possíveis efeitos adversos dos
16
fármacos utilizados. (PACHELLI, 2003 apud WHO, 2001).
2.2.2 Motivação para a automedicação
O consumo elevado de fármacos por conta própria no Brasil pode ser
atribuído a inúmeros fatores, sendo que o principal ainda é o cultural, seguido pelo
econômico e político. A difícil acessibilidade e a pouca eficiência dos setores
públicos de saúde, somada com os valores abusivos dos setores privados, a
dificuldade em marcar consultas, a demora nos postos de pronto-atendimento, e até
mesmo o descaso de profissionais leva a população a buscar alternativas próprias
para a cura de enfermidades e a diminuição de sintomas. Assim, a prática tem-se
enraizado na cultura popular. (BEZERRA, 2006).
A grande quantidade de propagandas que prometem verdadeiras ”curas
milagrosas”, retratando na maioria das vezes artistas, passam a ideia de
essencialidade do produto, onde todas as pessoas devem ter os medicamentos
sempre ao alcance das mãos para o alívio rápido de sintomas e para qualquer tipo
de dores. (PACHELLI, 2003). Essas propagandas são elaboradas de tal forma que
ressaltam apenas os benefícios do fármaco, minimizando os efeitos adversos que
possam ocorrer, passando a ideia de que o medicamento ingerido é inócuo ao
organismo. (AQUINO, 2008).
O hábito de guardar medicamentos e receitas antigas também colabora
para a prática, principalmente em uma mesma família, pois as pessoas ainda
acreditam que, se um determinado medicamento e dosagem foi eficiente para um
indivíduo, consequentemente é indicado para várias outras pessoas, assim, o “boca
a boca” vira um meio de pesquisa para a eficácia de medicamentos. (FILHO et al,
2002). Este hábito ainda facilita a troca de medicamentos, a ingestão acidental e
perda de eficiência pelo mau armazenamento (ZAMUNER, 2006).
A inclusão digital tem-se revelado um fator para o aumento da prática da
automedicação, devido à facilidade de obtenção de medicamentos pelo tráfico de
drogas lícitas e as informações sobre a função de qualquer medicamento. Segundo
um relatório concluído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de
drogas lícitas, como medicamentos controlados, pode ser considerado um problema
de saúde pública, pois, além do tráfico em si, os medicamentos fornecidos
geralmente apresentam prazos de validade vencidos, são falsificados, ou levam a
17
dependência dos usuários. (AQUINO, 2008 apud BRANDÃO, 2004).
Segundo dados da SINITOX (2005), existem no Brasil uma farmácia para
cada três mil habitantes, quando o recomendado pela OMS é de uma para cada oito
mil. (BEZERRA, 2006). Assim, cabe aos profissionais da área da saúde e ao
governo a orientação da população sobre os riscos e prejuízos que o uso
indiscriminado sem acompanhamento especializado pode trazer, informar e motivar
a adoção de um estilo de vida saudável, instruir sobre a natureza das enfermidades
e o cumprimento das instruções pelos profissionais de saúde. Com o conhecimento
das pessoas, acredita-se que o número de internações hospitalares e intoxicações
diminuiriam significativamente. (PEREIRA et al., 2007).
2.3 Efeitos medicamentosos
Fármacos são substâncias que, em concentrações adequadas, são
utilizadas para prevenir, reverter ou atenuar quadros patológicos. Para isso, é
necessário que os profissionais da saúde que prescrevam os medicamentos
conheçam as doses, vias de administração e intervalos entre as doses, para garantir
que
os
fármacos
atinjam
de
forma
correta
o
sítio-alvo.
Concentrações
subterapêuticas ou excessivas podem mascarar a eficácia do fármaco escolhido ou
levar a intoxicações medicamentosas, respectivamente. (WANNMACHER, FUCHS,
2012).
2.3.1 Efeitos adversos
Por todo o mundo não existe sequer um fármaco que seja isento de riscos,
porém, a probabilidade de que uma reação ocorra pode variar. (MARODIN,
GOLDIM, 2009).
Segundo a OMS, efeitos adversos, eventos adversos ou Reações Adversas
a
Medicamentos
(RAM)
são
quaisquer
ocorrências
médicas
indesejáveis,
desfavoráveis e não intencionais, que ocorram ao paciente que fez uso de produtos
farmacêuticos em doses normais usadas para tratamento humano. (OPS, OMS,
2005).
Cada paciente pode apresentar uma resposta distinta com a utilização de
determinados fármacos, pois cada pessoa apresenta fatores individuais e
18
predisponentes diferentes. Por exemplo, um mesmo fármaco utilizado por duas
pessoas, mas que só uma apresente episódio alérgico. (WANNMACHER, FUCHS,
2012).
Não existe uma escala universal para a medição da gravidade de eventos
adversos. Geralmente, considera-se “leve” os efeitos que não causem incômodos ou
danos significativos ao paciente, como dor de cabeça, mudança nos padrões de
sono, mal-estar e fadiga. Efeitos moderados são, em termos, iguais aos leves, mas
que se apresentem de forma incômoda, angustiante ou até mesmo intolerável ao
paciente. Por último, os efeitos adversos graves são aqueles que colocam a vida do
usuário em risco. (BEZERRA, 2006).
2.3.2 Classificação das reações adversas
Existem diversos métodos para a classificação das reações adversas devido
a utilização de medicamento, sendo as mais comuns a classificação que toma por
base os mecanismos de produção, e a classificação de Rawlins e Thompson, que é
dividida entre reações previsíveis (tipo A), reações imprevisíveis (tipo B) e outros
quatro grupos. (WANNMACHER, FUCHS, 2012). Ambas serão apresentadas
abaixo.
2.3.2.1 Classificação quanto ao mecanismo de produção
- Superdosagem relativa: Ocorre quando um fármaco é administrado em
doses corretas, porém, por razões farmacocinéticas, as concentrações tendem a
aumentar. (ROZENFELD, 1998).
- Efeitos colaterais: São efeitos intrínsecos da própria ação farmacológica do
medicamento, porém indesejados e inesperados. São avaliados como uma extensão
da ação farmacológica principal. (GOMES, REIS, 2001).
- Efeitos secundários: Ocorrem em consequência do efeito inicial e desejado
do fármaco. Por exemplo, um indivíduo que tenha feito uso de antimicrobianos para
tratamento de uma patologia, pode ter sua flora normal alterada, levando a diarreias
e infecções. (WANNMACHER, FUCHS, 2012).
19
- Idiossincrasia: São reações que afetam uma pequena parcela da
população e que ocorrem devido a estruturas enzimáticas particulares de cada
indivíduo. Por exemplo, um determinado medicamento, como o cloranfenicol, pode
levar um em cada 50.000 indivíduos a desenvolverem anemia aplásica. (RANG et al,
2011).
- Hipersensibilidade: Provocada por mecanismos imunológicos, e não pelas
propriedades toxicológicas do medicamento, essas reações ocorrem devido à
sensibilização prévia do individuo a uma substância medicamentosa. (NAGAO-DIAS
et al., 2004; BERND, 2005).
- Tolerância: Quando ocorrem as primeiras administrações, o fármaco
produz uma determinada curva dose-resposta, que tende a ser desviada para a
direita, diminuindo seus efeitos farmacológicos, conforme o medicamento continua a
ser utilizado. Sendo assim, para que o efeito continue o desejado, as doses
necessitam de aumento progressivo. (GOMES, REIS, 2001).
2.3.2.2 Classificação de Rawlins e Thompson
A classificação de Rawlins e Thompson divide-se em dois grupos
(augmented e byzarre) e tem sido uma das mais aceitas e utilizadas no mundo.
(ROMEU, et al, 2011). Com o passar do tempo pela dificuldade em classificar todas
as reações em apenas duas categorias (algumas se enquadravam nas duas), novos
grupos foram inseridos nesta classificação, totalizando assim, seis grupos.
(AIZENSTEIN, TOMASSI, 2011).
- Reações de tipo A: são aquelas consideradas exageradas. São previsíveis,
comuns, podem ocorrem em qualquer indivíduo, apresentam baixa letalidade e estão
relacionadas com a dose, suscetibilidade e efeito farmacológico exagerado dos
medicamentos administrados em doses terapêuticas. Entram nesse grupo, por
exemplo, os efeitos colaterais e secundários, interações medicamentosas,
citotoxidade, superdosagem relativa. (BATISTA et al, 2012);
- Reações de tipo B: são aquelas consideradas bizarras. Ao contrário do tipo
20
A, são inesperadas em relação aos efeitos farmacológicos comuns do medicamento.
São imprevisíveis, apresentam alta mortalidade, são raras, ocorrem em indivíduos
que são suscetíveis. Entram nesse grupo, por exemplo, as reações de intolerância,
hipersensibilidade ou idiossincráticas. (VARALLO, 2010 apud MUNIR et al, 1998);
- Reações de tipo C: são reações crônicas e dependentes da dose e tempo.
(MENON, 2005);
- Reações de tipo D: são as reações retardadas. (FONTELES et al, 2008);
- Reações de tipo E: são as que ocorrem após a retirada do medicamento.
(PEREIRA, 2010);
- Reações de tipo F: são aquelas que obtiveram insucesso na terapêutica.
(WANNMACHER, FUCHS, 2012).
2.4 Fatores predisponentes
As propriedades farmacológicas e as características individuais de cada
pessoa podem modificar os efeitos dos medicamentos. A variabilidade pode levar a
perda de eficácia, efeitos adversos, entre outros. (RANG et al, 2011).
2.4.1 Idade
A idade é um dos fatores que podem prejudicar a ação dos fármacos em
alguns indivíduos. Isso ocorre, principalmente, porque a eliminação dos agentes
farmacológicos em indivíduos com extremos de idade (recém-nascidos e idosos)
pode ocorrer de maneira menos eficiente, devido à imaturidade ou degeneração de
enzimas hepáticas, assim, pode-se observar que em alguns casos os efeitos são
prolongados e maiores. Estima-se que pacientes idosos tenham chances duas vezes
maiores de desenvolverem alguma reação adversa a medicamentos. (CAMARGO,
2005 apud WIFFEN, et al, 2002).
21
2.4.2 Gênero
Observou-se que as mulheres são até duas vezes mais suscetíveis a um
quadro de reação adversa a medicamentos do que os homens. Segundo pesquisas,
a diferença corpórea existente entre os gêneros, como alterações hormonais, maior
concentração de tecido adiposo e até mesmo o uso frequente de anticoncepcionais
estariam entre as justificativas para estas reações adversas. (MENON, 2005).
2.4.3 Raça e características genéticas
Diferenças étnicas podem levar alguns indivíduos a apresentarem variações
genéticas que podem alterar os padrões de metabolização enzimática, receptores e
o transporte celular de alguns compostos químicos, podendo prolongar ou diminuir a
ação de determinado fármaco, além de modificar a eficácia e a toxicidade do
mesmo. (GOMES, REIS, 2001).
2.4.4 Condições clínicas associadas
Algumas situações clínicas podem influenciar na farmacocinética dos
medicamentos. Doenças que levem a alterações hepáticas ou renais, síndrome da
imunodeficiência adquirida e gestação são algumas delas. Nos casos de alteração
renal e hepática, o indivíduo pode apresentar diversos problemas para a excreção
dos fármacos utilizados, levando a um aumento na intensidade e prolongamento nos
efeitos. (GOMES, REIS, 2001).
O período de gestação leva a mulher a mudanças fisiológicas e
farmacocinéticas, e exige maior atenção quanto ao uso de substâncias
medicamentosas, uma vez que a distribuição do fármaco ocorre na mãe e, por
vezes, no feto. O fármaco, na mulher, passa a ser eliminado em uma velocidade
maior, graças à elevação do fluxo sanguíneo renal. Devido à concentração
plasmática de albumina estar reduzida na mãe, a ligação do fármaco à proteína
sofre alterações. Medicamentos que conseguem ultrapassar a barreira placentária
demoram mais para serem eliminados do feto do que na mãe, pois a atividade das
enzimas hepáticas é menor do que no indivíduo adulto, além disso, os rins do feto
eliminam o fármaco no líquido amniótico, e pode ser ingerido pelo bebê. (Rang, et
22
al, 2011).
2.4.5 Associação medicamentosa
Também denominada como “polifarmácia”, a associação de dois ou mais
substâncias farmacológicas podem acarretar em diversos efeitos. A administração
conjunta pode afetar a farmacocinética, alterando a eficácia, potencializando ou
diminuindo o efeito terapêutico esperado ou ainda levar a uma reação adversa.
(OLIVEIRA, 1986).
A polifarmácia pode causar efeito benéfico se recomendada por um
profissional capacitado, para o tratamento de patologias, ou ainda não causar
nenhum efeito, porém, casos de ingestão conjunta de medicamentos ainda são
grandes responsáveis por hospitalizações com elevado custo de tratamento e
grande morbidade. (SECOLI, 2001).
2.4.6 Consumo de álcool
As reações adversas resultantes da interação medicamentosa e de álcool
devem levar em consideração se o uso do etanol é realizado de maneira ocasional
ou crônica, sendo que no primeiro caso, o risco de reação adversa só ocorre quando
a sobrecarga alcoólica é aguda, e no segundo, o seu uso crônico pode alterar a
farmacocinética de alguns medicamentos. (WANNMACHER, 2007).
A associação de álcool com medicamentos que também sejam depressores
do sistema nervoso central leva ao aumento de seus efeitos, como prejuízo na
coordenação motora e da memória, sedação, maior risco de quedas, entre outros.
(BRASIL, 2010).
Na Tabela 1 estão correlacionados os efeitos adversos sofridos pelo
indivíduo ao fazer a associação alcoólica com determinada classe medicamentosa.
23
Tabela 1 - Associação medicamentosa x alcoólica e seus riscos.
Medicamentos
Efeitos ocasionados
Analgésicos, antipiréticos, anti-
Úlceras, hemorroidas, perturbações
inflamatórios
gastrintestinais.
Aumento da pressão sanguínea,
Antidepressivos
diminuição dos efeitos medicamentosos.
Antibióticos
Náuseas, vómitos, dores de cabeça,
convulsões.
Antidiabéticos
Severa hipoglicemia.
Anti-histamínicos, tranquilizantes,
Aumento da sonolência e possível
sedativos
vertigem.
Antiepilépticos
Redução dos efeitos medicamentosos,
com risco de ataque epilético.
Medicamentos cardiovasculares
Redução dos efeitos medicamentosos,
vertigens, desfalecimento.
FONTE: Adaptado de ANVISA, 2010.
24
3 OBJETIVO
O presente projeto teve por objetivo realizar um levantamento do perfil da
população adulta, entre 18 e 60 anos, que façam ou já tenham feito uso de
automedicação. Foi objeto do questionamento, avaliar o conhecimento desses
indivíduos sobre os possíveis efeitos adversos e riscos que essa prática oferece,
além de doenças e quaisquer outros danos que já tenham apresentado.
25
4 PROBLEMA
Como
adultos
comportam-se
diante
da
automedicação?
Qual
o
conhecimento da população sobre os riscos e efeitos adversos conhecidos que essa
prática trouxe ou pode trazer para seus usuários?
26
5 JUSTIFICATIVA
A automedicação é uma prática muito frequente no Brasil. A facilidade de
obtenção de medicamentos, bem como a disponibilidade de informações sobre
esses, somados a pouca divulgação sobre os riscos desse procedimento, gera um
aumento de casos na população, com consequente aumento de efeitos adversos. O
presente trabalho propõe uma analise de dados da população que faz uso de
automedicação na cidade de Americana e região, bem como avaliar o conhecimento
dessas sobre os efeitos adversos dessa prática.
27
6 METODOLOGIA
Para a coleta de dados do projeto, foi realizado um questionário com
perguntas objetivas referentes à prática da automedicação (ANEXO B), como o uso
de medicamentos sem prescrição, frequência de uso, tipo de fármaco utilizado,
possíveis efeitos adversos, dentre outras. Para a realização da pesquisa, 40
indivíduos adultos na faixa etária de 18 a 60 anos, residentes na cidade de
Americana e região, estudantes da Faculdade de Americana (FAM), funcionários de
uma empresa de análises clínicas e de uma empresa têxtil, foram questionados.
A partir dos dados coletados através do questionário, foi realizada a análise
estatística utilizando o programa Excel 2010, buscando conhecer a parcela da
população pesquisada que já fez uso da automedicação, além do conhecimento
sobre os possíveis efeitos adversos e riscos que essa prática oferece, associados a
doenças e quaisquer outros danos que já tenham apresentado.
28
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação aos resultados obtidos, a figura 1 demonstra que a maioria dos
entrevistados (12,5%) estão na faixa etária de 21 anos, seguido por adultos de 25,
24, 27 e 28 anos. A faixa etária mais jovem deve-se ao fato de que a maioria das
entrevistas ocorreu, principalmente, dentro de uma faculdade.
Como observado na figura 2A, a maior parcela de entrevistados (47,5%)
reside na cidade de Americana, seguido por 17,5% em Santa Bárbara D’Oeste.
A maioria dos entrevistados, como observado na figura 2B, é de indivíduos
do sexo feminino (72,5%), pois em sua maioria, a grade de funcionários das
empresas é composta por mulheres, assim como os alunos da faculdade.
Na figura 2C pode-se observar o grau de escolaridade dos entrevistados.
Como exposto, 47,5% dos indivíduos ainda estão cursando o ensino superior,
seguido por pessoas com ensino médio e superior completos. A parcela de
indivíduos com ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo e
ensino médio incompleto representam juntas 7,5%.
Idade
6
5
4
3
2
1
0
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 35 36 38 45 49 50 52 56 60
Figura 1: Perfil etário da população pesquisada
29
Cidade
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Americana
Santa
Bárbara
D'Oeste
Cosmópolis
Limeira
Nova Odessa
Sumaré
Gênero
11
Feminino
Masculino
29
Escolaridade
6
0 2
E. Fundamental
Incompleto
1
E. Fundamental Completo
E. Médio Incompleto
12
E. Médio Completo
E. Superior Incompleto
19
E. Superior Completo
Figura 2: Perfil de gênero, escolaridade e município da população estudada: A
– Distribuição da população avaliada de acordo com as cidades em que residem. B –
30
Distribuição da população avaliada de acordo com o sexo. C – Distribuição da população
avaliada de acordo com a escolaridade.
O questionamento referente aos medicamentos e automedicação iniciou-se
de fato na pergunta número 5, referente à prática individual ou familiar de guardar
medicamentos em casa, que muitas vezes acabam sobrando de tratamentos
anteriores. Dos 40 indivíduos entrevistados, 35 (87.5%) afirmam armazenar sobras
de medicamentos. (Figura 3).
Os dados colhidos foram semelhantes aos registrados por Silva e
colaboradores (2012), após pesquisa em uma cidade de Goiás, aonde chegou a
dados preocupantes. 98% dos entrevistados revelaram armazenar medicamentos
em residências. Segundo estudos de Bueno e colaboradores (2009), Eickhoff e
colaboradores (2009) e Ribeiro e Heineck (2010), o motivo para o acúmulo de
medicamentos em residências familiares pode estar ligado a grande quantidade de
medicamentos que vem em uma caixa ou cartela, sendo superior a quantidade
necessária para terminar um tratamento, a facilidade em se adquirir diversos
remédios em farmácias e drogarias, o abandono do tratamento e o difícil descarte
dos mesmos.
Hoje no Brasil existem duas leis que dizem respeito ao descarte de
substâncias medicamentosas, porém tratam-se apenas de resíduos de saúde. A
RDC n° 306, de 7 de dezembro de 2004, da ANVISA, diz respeito a regulação
técnica
de
gerenciamento
de
resíduos
de
serviço
de
saúde,
como
o
acondicionamento, transporte e destinação final, e a Resolução n° 358, de 29 de
abril de 2005, do Ministério do Meio Ambiente, dispõe sobre o tratamento e a
disposição final dos resíduos dos serviços de saúde. Já o descarte de medicamentos
vencidos ou não utilizados em residências ainda não possui uma legislação própria,
sendo que desde 2011 está em tramite no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº
595/11, que busca acrescentar o artigo 6º à Lei nº 5991/73, referente ao controle
sanitário no descarte de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e afins.
Neste projeto, busca-se obrigar drogarias, farmácias e postos de saúde a receberem
medicamentos residências que estejam vencidos, perto do fim da validade ou
apenas em desuso, a fim de enviá-los a indústrias farmacêuticas, para que possam
ser descartados de maneira apropriada e sustentável para o meio ambiente. .
(BRASIL, 2004; BRASIL, 2005; BRASIL, 2011).
31
Tem-se tornado cada vez mais importante promover o conhecimento da
população sobre maneiras adequadas de descarte de medicamentos, visto que este
é um problema de saúde pública, uma vez que a eliminação inadequada em aterros
sanitários comuns e no esgoto leva a riscos consideráveis para a população, solo,
águas, fauna e flora. As substâncias medicamentosas quando eliminadas no esgoto
atingem as águas e ao sofrerem os tratamentos convencionais, não tem suas
propriedades químicas eliminadas. Além disso, podem ainda contaminar o solo, rios,
lagos, oceanos e águas subterrâneas. Esses locais oferecem condições adversas
(umidade, temperatura e luz) podendo levas as substâncias químicas dos
medicamentos a tornarem-se toxicas, afetando o equilíbrio do meio ambiente,
alterando ciclos biogeoquímicos, interferindo nas teias e cadeias alimentares.
(CRESTANA, SILVA, 2011; EICKHOFF, et al., 2009).
Existem alguns projetos que auxiliam no descarte correto de medicamentos
e outras substâncias prejudiciais ao meio ambiente, como o Programa de Coleta
Especial de Resíduos Domiciliares da Prefeitura Municipal de Curitiba, que recolhe e
armazena medicamentos na Central de Tratamentos de Resíduos Industriais (CTRI)
e o programa de coleta da Farmácia Popular da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, que realizam coletas de medicamentos e campanhas denominadas
“Medicamento Vencido – Destino Ambientalmente Correto”. Além disso, a Panvel em
parceria com UFRGS criou o programa “Destino Certo”, que até 2013 já recolheu
mais de cinco toneladas de medicamentos fora do prazo de validade. A Eurofarma
em parceria com a rede Pão de Açúcar também criou um programa, desta vez em
São Paulo, chamado “Descarte Correto de Medicamentos”, para o recolhimento de
medicamentos em processo de vencimento, e em seu primeiro ano de
funcionamento (2010) arrecadou mais de 300 kg de material. (ANVISA, 2013).
Outra possível explicação para o armazenamento de medicamentos em
residências é a chance de reutilização que esses remédios podem ter, caso o
próprio indivíduo ou familiar apresente os sintomas ou doença já tratados por esse
medicamento.
32
3
2
Sim
Não
As vezes
35
Figura
3:
Distribuição
da
população
quanto
ao
armazenamento
de
medicamentos em suas residências.
Quando questionados sobre o armazenamento de receitas médicas antigas,
21 (52,5%) revelaram que a prática não é recorrente em seus cotidianos. O não
armazenamento de receitas pode dever-se ao fato de que medicamentos de uso
cotidiano não necessitam de prescrição médica para serem adquiridos. (Figura 4).
Grande parte das receitas médicas para medicamentos de controle especial
apresentam prazos de validades e a necessidade de duas vias da mesma para a
efetuação da compra. Por exemplo, medicamentos utilizados para o tratamento de
enfermidades crônicas tem validade, do dia da emissão, até a data de retorno
marcado ao médico, que deverá estar escrito na receita. Prescrições de
medicamentos para patologias agudas tem validade de 15 dias a partir da data de
emissão, com exceção de antimicrobianos, que tem validade de 10 dias e
Oseltamivir, de 5 dias. Os medicamentos de controle especial, de acordo com a
Portaria SVS/MS nº 344 de 12/05/98, possuem validades variáveis, de acordo com a
sua classificação. Medicamentos A (entorpecentes), B1 (drogas capazes de induzir
dependência física e/ou psíquica), B2 (psicotrópico anorexígeno), C1 (nos casos de
antidepressivos e antipsicóticos), C2 (Retinóides de uso sistêmico), C4 (Antiretrovirais) e C5 (anabolizantes) possuem validade de 30 dias, a partir da data de
emissão da receita. Os medicamentos classe C3 (talidomina) possuem validade de
20 dias e os medicamentos anticonvulsivantes e antiparkinsonianos tem validade de
6 meses, sendo que o fornecimento de medicamento ocorre mensalmente. (SUS,
2011).
33
Em contra partida, 8 (20%) dos entrevistados afirmaram sempre guardar as
receitas médicas e 11 (27,5%) que as guardam esporadicamente. Esse fato pode
ocorrer devido à presença, não só do nome do medicamento, mas também a
informações relevantes para seu consumo, como a dose recomendada, tempo de
tratamento e intervalo entre as doses.
8
11
Sim
Não
As vezes
21
Figura 4: Distribuição da população quanto ao armazenamento de receitas
anteriores de medicamentos em suas residências.
Quanto à prática de compartilhamento de medicamentos entre familiares
(figura 5A), 7 indivíduos (17,5%) disseram não realizar essa prática, enquanto 24
indivíduos (60%) afirmaram que a prática é frequente em sua família, e para 9
entrevistados
(22,5%),
o
compartilhamento
de
medicamentos
ocorre
esporadicamente. Uma possível explicação para o uso de um mesmo medicamento
entre toda uma família é de que, ainda nos dias atuais, as pessoas pensem que um
medicamento/dose quando eficiente para um indivíduo, é automaticamente indicado
para outras pessoas com sintomas ou patologias parecidas, sem levar em conta a
dose recomendada e os fatores individuas e/ou predisponentes de cada um. (FILHO
et al., 2002; WANNMACHER, FUCHS, 2012).
A pesquisa ainda determinou, como é possível observar na figura 5B, quais
tipos de medicamentos os entrevistados compartilhavam com suas famílias, levando
em conta que cada indivíduo poderia dar mais de uma resposta, neste caso. Assim,
28 pesquisados (51,8%) disseram fazer o compartilhamento de analgésicos,
seguidos por 15 (27,7%) que usam antitérmicos, 6 (11,11%) que partilham anti-
34
inflamatórios, 3 (5,5%) que utilizam antiespasmódicos e apenas 2 (3,7%) que
compartilham antialérgicos com algum de seus familiares.
Segundo
estudos
de
Filho
e
colaboradores
(2002)
a
prática
de
compartilhamento familiar favorece a automedicação, e esta, ocorre principalmente
com o armazenamento e utilização de analgésicos e anti-inflamatórios.
Os analgésicos são uma classe de medicamentos responsáveis pelo alívio
da dor. Dentre eles, estão os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e os
analgésicos narcóticos, mais conhecidos como opióides. Esses medicamentos, além
das propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, possuem, em sua maioria,
propriedades antitérmicas. (KUMMER, COELHO, 2002; WANNMACHER, 2007).
Os AINEs estão entre os medicamentos mais utilizados na prática médica,
sendo indicado para casos de analgesia, anti-inflamação, antipirese e também em
profilaxia contra doenças cardiovasculares. Apresentam como função básica o alívio
de dor e a redução de edemas causados por patologias inflamatórias, como doenças
reumáticas e osteoarticulare. A aspirina, um dos AINEs mais utilizados na
automedicação para o tratamento de inflamações, funciona através do bloqueio da
biossíntese de medidores lipídicos como prostaglandinas e tromboxanos, derivados
de do ácido graxo araquidônico, via de inibição da enzima ciclooxigenase.
(OLIVEIRA, 2009; WANNMACHER, BREDEMEIER, 2004).
Opióides, como a morfina, são uma classe de analgésicos utilizados em
casos de dor intensa e podem ser classificados em Endógenos e Sintéticos. Seu
mecanismo de ação ocorre através da ligação aos receptores opióides que estão
presentes no sistema nervoso central, modulando a dor e controlando o sistema
nervoso cardiovascular. (TRIVEDI et al., 2015).
35
Figura
5:
Distribuição
da
população
e
do
tipo
de
medicamentos
compartilhados: A - Distribuição da população que afirma fazer o compartilhamento de
medicamento entre familiares; B – medicamentos comumente compartilhados.
Quando questionados sobre a ingestão de medicamentos (figura 6A), 7
responderam que não usaram medicamentos, enquanto a grande maioria (33 dos
pesquisados) confirmou ter utilizado algum medicamento nos últimos 6 meses, seja
ele prescrito por um médico ou através da automedicação.
Esse elevado número apenas confirma dados alarmantes que vem sendo
registrados no país. Com cerca de 80 mil farmácias, em 2003, o Brasil era o décimo
país no ranking farmacêutico mundial e, até 2007 saltou para a sexta colocação. Em
2013, o faturamento registrado pelo setor farmacêutico ultrapassou os 58 bilhões de
36
reais e a estimativa para 2017 é de que o país chegue à quarta colocação no
ranking, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. (PÚBLIO, 2015).
Dados do estudo Saúde, Medicalização e Qualidade de vida, do
ICTQ/Datafolha, em 2014, chegaram à conclusão de que, mais de 54% da
população brasileira utiliza regularmente algum tipo de medicação, e um dos
principais motivos para esse elevado consumo seria a maior abrangência dos
medicamentos genéricos, que tiveram um crescimento de 25% no primeiro trimestre
de 2014, quando comparado ao mesmo trimestre de 2013, segundo dados da IMS
Health. Somados também ao aumento nas vendas de medicamentos que não
necessitam de prescrições médicas, o faturamento do setor farmacêutico em 2015
pode chegar a incrível marca de 132,15 bilhões de reais. (LEONARD, 2014; IBPT,
2015).
Os pesquisados ainda informaram o motivo pelos quais fizeram a utilização
de medicamentos (figura 6B), sendo que eles podiam descrever mais de um sintoma
ou doença. 16 dos entrevistados (26,22%) afirmaram que utilizaram medicamentos
devido a cefaleia, seguido de dores musculares e cólicas (9 pessoas ou 14,75%
cada), gripe ( 6 pessoas ou 9,8%), alergia (4 pessoas ou 6,55%), enxaqueca e rinite
com 2 pessoas cada (3,27%) e por fim dores de dente, labirintite, cólica de rim,
dengue e infecção urinária com uma pessoa cada (1,63%). Além disso, alguns
medicamentos foram ingeridos nesses seis meses de maneira contínua, como por
exemplo, anticoncepcionais (6 pessoas ou 9,8%), remédios para hipertensão
(1,63%) e colesterol (1,63%).
Outros
trabalhos
e
pesquisas
relacionadas
obtiveram
resultados
semelhantes. Por exemplo, Vítor e colaboradores, em 2008, chegaram à conclusão
de que as dores de cabeça são grandes motivações para automedicação, seguido
de febre. Damasceno e colaboradores (2007) obtiveram resultados similares aos de
Vitor, onde 35,6% dos entrevistados ingeriram medicamentos para dores de cabeça,
seguido de dores gerais (13,3%) e a febre (12,4%).
O Fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia e da
Sociedade Internacional de Cefaléia além de médico neurologista, Dr. Edgard
Raffaelli Jr. afirmou no ano de 2000, em entrevista à Revista Pharmacia Brasileira,
que o uso exagerado de medicamentos para o combate a dor de cabeça pode
acarretar em uma cefaleia crônica diária. A cefaleia crônica é aquela que ocorre por
mais de quinze dias em um mesmo mês, sendo muito difícil de ser tratada. Ainda
37
segundo o Dr. Raffaelli, o país vem sofrendo um aumento no número de pacientes
com esta doença graças aos abusos da automedicação de analgésicos.
A cronificação da cefaleia por meio de analgésicos acontece da seguinte
maneira: as células nervosas do organismo produzem a endorfina sempre que há
um estímulo de dor. Quando ocorre o uso abusivo de analgésicos as células
nervosas não necessitam funcionar, até praticamente deixarem de produzir
endorfina, levando o paciente a ingerir cada vez mais analgésicos, e estes, a
funcionarem cada vez menos. (RAFFAELLI, 2015).
Figura 6: Uso de medicamentos nos últimos 6 meses: distribuição e sintomas
associados: A – Distribuição da população que afirma ter feito, ou não, uso de
38
medicamentos nos últimos seis meses; B – Doenças ou sintomas que levaram os
pesquisados a ingerirem medicamentos nos últimos seis meses.
Após responderem sobre os sintomas e doenças que os levaram a ingestão
de medicamentos, os 33 entrevistados responderam se o medicamento em questão
foi ou não prescrito por um médico (figura 7A). Dos 33, 20 afirmaram que os
remédios não foram prescritos por um médico, optando assim pela automedicação,
enquanto 13 pesquisados utilizaram medicamentos prescritos.
Como fonte de informação sobre os medicamentos ingeridos sem prescrição
(figura 7B), os entrevistados puderam dar mais de uma resposta. De acordo com o
gráfico, 11 (42,30%) afirmaram terem tomado a medicação graças a prescrições
médicas anteriores para o mesmo sintoma ou doença. 8 pessoas (30,76%)
afirmaram tomar a medicação por indicação de amigos ou familiares. 4 (15,38%)
descobriram sobre o medicamento através de alguma mídia, como televisão, internet
e revistas, e, por ultimo, 3 pessoas (11,53%) procuraram indicação de
medicamentos através de outros profissionais de saúde, como farmacêuticos.
A automedicação é definida como a prática de ingestão de um fármaco para
o tratamento e alívio de sintomas, sem que haja a supervisão e prescrição de uma
pessoa apta. (MUSIAL et al., 2007). Segundo dados do ICTQ (2014), 76,4% de toda
população brasileira pratica a automedicação, levando em conta indicações de
amigos, familiares e mídias. Além disso, contatou-se ainda que 32% da população
aumenta a dose recomendada da medicação, para que apresentem efeitos de
melhora mais rápido.
Além de prescrições anteriores, os indivíduos procuram valer-se de
indicações de amigos e familiares que já tenham sido tratados com determinados
medicamentos para patologias e sintomas que eles acreditam serem os mesmos,
esquecendo-se de que cada indivíduo apresenta um conjunto de características e
fatores individuais e predisponentes que os tornam únicos e que influenciam no
modo em que cada organismo vai responder a determinada medicação. (FILHO et
al., 2002).
39
Figura 7: Uso de medicamentos sem prescrição medica: A – Distribuição da
população que afirmou utilizar-se de medicamentos com ou sem prescrição médica; B –
Locais ou pessoas onde os entrevistados se informavam sobre os medicamentos utilizados.
Os 33 entrevistados foram em seguida questionados quanto à procura
sobre os efeitos adversos e contraindicações antes de ingerir o medicamento (figura
8A). 19 pessoas (57,57%) afirmaram que procuram essas informações antes de
utilizarem qualquer medicamento sem prescrição médica, e, 14 (42,43%) afirmaram
que não sentem necessidade em procurar este tipo de informação.
40
Em seguida, a figura 8B demonstra os resultados referentes ao
questionamento sobre as fontes onde os 19 pesquisados procuram informações a
respeito dos efeitos adversos e contraindicações que a medicação ingerida pode
oferecer, lembrando que cada indivíduo podia dar mais de uma resposta. Como
podemos perceber pelos números, a maior fonte de informações ainda é a bula
impressa que acompanha os medicamentos, sendo utilizada por 14 pesquisados
(56%). A segunda fonte de conhecimentos, com 6 pessoas (24%), é a internet, com
diversos sites que oferecem informações a respeito de medicamentos, prescrições,
reações adversas e contraindicações, além de bulas em formatos eletrônicos. 3
pesquisados (12%) se valem do conhecimento de outros profissionais de saúde,
como farmacêuticos, e por fim, 2 (8%) utilizam-se de informações de amigos e
familiares.
A bula é um documento essencial de acesso a informações sobre
medicamentos. No Brasil, a ANVISA é o órgão que regula, analisa e aprova
medicamentos e suas respectivas bulas, sendo que esta deve estar configurada de
forma que os pacientes, geralmente pessoas leigas, possam entender seu conteúdo
técnico-científico. (FUJITA et al., 2014). A RDC 47/09 criada em 2009 pela ANVISA,
é a mais recente resolução para a padronização da bula de medicamentos, seja ela
impressa ou de conteúdo digital. A padronização diz respeito desde o papel, fonte da
letra e espaçamento, até informações de identificação do medicamento, como nome
comercial, principio ativo, vias de administração e composição, entre outros. Devem
incluir também informações ao paciente, como indicação e malefícios que o
medicamento pode trazer. Além disso, devem incluir informações sobre dizeres
legais e informações técnicas, como contraindicações, efeitos adversos, interações
medicamentosas, posologia e superdose, informações essas, mais lidas e
importantes para o paciente. (BRASIL, 2009).
Os farmacêuticos tem papel muito importante na automedicação, visto que o
indivíduo sempre acaba procurando farmácias para adquirir medicamentos, e lá,
acaba valendo-se do conhecimento desses profissionais para receber informações a
respeito de novos remédios, contraindicações, efeitos adversos e afins. Assim, é
estritamente necessário que o farmacêutico seja competente a ponto de avaliar a
situação do paciente, além de indicar, desaconselhar e ainda informar sobre
medicamentos para uma automedicação mais segura, e que saiba ainda
41
recomendar quando a melhor atitude é procurar orientação médica.
(ZUBIOLI,
2000).
Figura 8: Distribuição da população que procura informações sobre
medicamentos e fontes utilizadas: A – Distribuição da população que afirmou procurar, ou
não, informações a respeito do medicamento antes de ingeri-lo; B – Fontes de pesquisa da
população estudada, a respeito dos medicamentos utilizados.
Quando questionados sobre a eficácia do medicamento para alivio de seus
sintomas ou cura de patologias (figura 9A), nenhum entrevistado respondeu que o
medicamento não foi eficiente. Em contrapartida, 13 dos entrevistados (65%)
afirmam que o remédio levou a cura ou alivio dos sintomas, enquanto 7 (35%)
disseram que o medicamento funcionou de forma parcial.
42
Esses dados podem ser explicados pela preocupação em procurar dados a
respeito do medicamento, assim como é recomendado pela OMS. Segundo a
INFARMED (2010), quando o indivíduo procura fazer a leitura da bula do remédio e
o aconselhamento de profissionais de saúde, como farmacêuticos, recebendo
informações sobre o produto, como dosagem, frequência, contraindicações, doenças
concomitantes, interações medicamentosas e efeitos adversos, as chances do
medicamento ter uma grande eficácia são maiores.
Contrariando as expectativas, quando questionados sobre os efeitos
adversos (figura 9B), 14 dos 20 entrevistados (70%) que utilizaram medicamento
sem prescrição médica disseram não ter sentido nenhuma reação adversa causada
pela medicação, enquanto apenas 6 pesquisados (30%) afirmaram ter sentido
alguma reação.
Alguns estudos chegaram a resultados similares. Por exemplo, Sarti e
colaboradores (2012) realizaram uma pesquisa com 30 clientes de uma farmácia em
São Paulo. Cem por cento dos entrevistados confirmaram praticar a automedicação,
e nenhum deles afirmou ter apresentado algum efeito adverso.
Os resultados baixos para efeitos adversos podem ser explicados por três
motivos. Grande parte dos indivíduos que recorreram à automedicação procuraram,
antes da ingestão do remédio, informações a respeito do mesmo, transformando a
da automedicação em uma prática mais segura e responsável, pois os indivíduos
adquiriram algum conhecimento sobre dosagem do medicamento, intervalo entre as
doses, possíveis efeitos adversos e contraindicações, assim como recomenda a
OMS. Por outro lado, acredita-se que mais pessoas apresentaram reações adversas
aos medicamentos, porém, que possa ter ocorrido algum tipo de constrangimento ao
relatar o fato.
A última possível explicação seria de que os entrevistados possam não ter
percebido os sintomas da reação adversa. Por exemplo, um indivíduo que
automedica-se para o tratamento de uma gripe, e que apresente sonolência ou
cefaleia provenientes da reação do medicamento ingerido, pode confundi-los com os
sintomas da própria doença, não fazendo ligação nenhuma com o remédio utilizado.
Entre os pesquisados que sofreram com efeitos adversos (gráfico 9C), 3
pessoas (37,5%) afirmaram sentir sonolência, 2 pessoas (25%) tiveram reações
alérgicas, uma pessoa apresentou confusão (12,5%), uma pessoa (12,5%) teve
43
queda de pressão e uma pessoa (12,5%) cefaleia, lembrando que os entrevistados
puderam dar mais de uma resposta.
Segundo Brasil (2008) e Luz e colaboradores (2006), a sonolência, assim
como a cefaleia, é uma reação comum diversos medicamentos, entre eles os
analgésicos e antitérmicos, além de anti-inflamatórios, todos eles citados na
pesquisa como principais medicamentos compartilhados, armazenados e utilizados
nos últimos 6 meses para o tratamento de sintomas e doenças citadas.
As reações de hipersensibilidade podem ocorrer devido a quaisquer
medicamentos, mas alguns deles são mais propensos a levar a determinados tipos
de alergias. Por exemplo, um dos entrevistos afirmou ter sofrido um processo
alérgico após uso de medicação para dores musculares, fazendo a utilização de
analgésicos, enquanto o segundo entrevistado utilizou-se de anti-inflamatórios.
Segundo Bernd (2005), estes dois tipos de medicamentos, quando relacionados a
processos alérgicos, comumente levam a reações de urticária e angioedema, sendo
o Ácido acetilsalicílico (AAS), dipirona e anti-inflamatórios não hormonais (AINH) os
principais agentes causadores de hipersensibilidade.
A confusão mental e a queda de pressão, reações adversas documentadas
neste trabalho por dois pesquisados, são efeitos que pode ser ocasionados por
diversas classes medicamentosas, como relaxantes musculares, antialérgicos,
antiinflamatórios, analgésicos, como o paracetamol, entre outros. (UNIARA, 2011).
Neste trabalho, um pesquisado afirmou ter feito uso de antialérgico sem prescrição
médica, o que teria causado a reação de confusão mental, enquanto o segundo
pesquisado, que apresentou queda de pressão, afirmou ter feito uso de
antiinflamatórios.
Em
seguida,
os
entrevistados
que
afirmaram
sentir
algum
efeito
medicamentoso foram questionados sobre a interrupção do tratamento e procura de
um médico ou hospital (gráfico 9D). Dos 6 pesquisados, 4 afirmaram não terem
interrompido o tratamento, enquanto 2 confirmaram a interrupção e procura de
atendimento médico.
Os entrevistados que não interromperam o tratamento podem ter tomado
essa atitude por não reconhecerem realmente a gravidade e consequências que a
medicação poderia oferecer a pequeno e longo prazo, levando em conta que os
principais efeitos apresentados foram a sonolência.
44
A
7
Sim
Não
Parcialmente
13
0
B
6
Sim
Não
14
C
1
Queda de pressão
3
Alergia
2
Confusão
Cefaléia
Sonolência
1
1
45
D
2
Sim
Não
4
Figura 9: Dados da automedicação: eficiência, efeitos adversos e interrupção
do tratamento: A – Eficiência dos medicamentos utilizados sem prescrição médica; B –
População que diz ter, ou não, apresentado efeitos adversos recorrentes da automedicação;
C – Efeitos adversos apresentados pela população estudada; D – População que afirma ter
interrompido o tratamento após apresentar reações adversas.
Por fim, os 20 entrevistados que afirmaram fazer uso de automedicação nos
últimos seis meses foram questionados sobre a motivação que apresentaram para
tomarem aquela atitude, lembrando que os indivíduos podiam dar mais de uma
resposta. Na figura 10 pode-se observar que 15 pessoas afirmaram recorrer à
automedicação, pois já haviam sido tratadas anteriormente
com aqueles
medicamentos para doenças ou sintomas parecidos. 11 afirmaram não ter tempo
disponível para ir ao pronto socorro ou em um consultório médico. 6 receberam
orientações de amigos ou familiares que já haviam utilizado um medicamento, não
sentindo, portanto, a necessidade de passar por uma consulta médica; enquanto 2
indivíduos recorreram a medicamentos vendidos sem prescrição médica, que
passaram em propagandas na televisão, internet, entre outros canais de mídia.
Neste estudo, nenhum dos entrevistados afirmou que o elevado custo das consultas
médicas foi motivação para a automedicação.
No estudo de Vilarino e col. (1998), a maioria dos entrevistados (35,9%)
também afirmou utilizar a medicação por ter recebido prescrições anteriores de
médicos, porém, seguida por orientações de amigos ou familiares (15,3%). 4,3%
46
afirmaram não ter condições de arcar com o valor da consulta médica e apenas
2,7% se automedicou por influência da mídia.
6
Tratamentos anteriores
Elevado custo de consulta
2
15
Falta de tempo
Mídia
11
0
Figura 10: Motivação para a automedicação.
Amigos e familiares
47
8 CONCLUSÃO
O presente trabalho nos permitiu concluir que a maioria dos entrevistados
pratica
constantemente
a
automedicação,
valendo-se
principalmente
de
experiências anteriores e medicamentos armazenados em suas residências, como
analgésicos e antitérmicos.
Também pode-se concluir que a cefaleia foi o principal sintoma responsável
pelo uso indiscriminado de medicamentos, e a maioria dos entrevistados utilizou-os
baseando-se em prescrições anteriores ou indicações de amigos e familiares. Por
fim, a maioria dos entrevistados não foi capaz de associar o uso indiscriminado de
medicamentos com as reações adversas apresentadas por eles.
48
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WANNMACHER, L. Medicamentos de Uso Corrente no Manejo de Dor e Febre.
Sistema Nacional de Gestão de Assistência Farmacêutica. 2007.
WANNMACHER, L; BREDEMEIER, M. Anti-inflamatórios não esteroides: Uso
indiscriminado de inibidores seletivos de cicloxigenase-2. Uso racional de
medicamentos,
v.01,
n.02.
Brasília:
2004.
Disponível
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<
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/HSE_URM_ANF_0104.pdf>.
WANNMACHER, L; FUCHS, F. D. Farmacologia clínica: Fundamentos da
terapêutica racional. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
ZAMUNER, C. P. Prefeitura do município de Tietê; Secretaria Municipal de Saúde;
Vigilância Sanitária e Epidemiológica. Cuidado com os medicamentos. Jun. 2006.
Disponível em: <http://www.tiete.sp.gov.br/default.asp?cid=62>.
57
ZUBIOLI, A. O farmacêutico e a automedicação responsável. Revista Pharmacia
Brasileira.
2000.
Disponível
http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/100/6.pdf>.
em:
<
58
ANEXO A - SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título da pesquisa: “OS EFEITOS ADVERSOS E RISCOS ASSOCIADOS À
AUTOMEDICAÇÃO: AVALIAÇAO DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO DE
AMERICANA, SP E REGIÃO”
Bruna Tamazzi Furlan
Número do CAAE:
Você está sendo convidado a participar como voluntário de um estudo. Este
documento, chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar
seus direitos e deveres como participante e é elaborado em duas vias, uma que
deverá ficar com você e outra com o pesquisador.
Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas
dúvidas. Se houverem perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá
esclarecê-las com o pesquisador. Se preferir, pode levar para casa e consultar seus
familiares ou outras pessoas antes de decidir participar. Se você não quiser
participar ou retirar sua autorização, a qualquer momento, não haverá nenhum tipo
de penalização ou prejuízo.
Justificativa e objetivos:
Justificativa: A automedicação é uma prática muito frequente no Brasil. A
facilidade de obtenção de medicamentos, bem como a disponibilidade de
informações sobre esses, somados a pouca divulgação de sobre os riscos desse
procedimento, gera um aumento de casos na população, com consequente aumento
de efeitos adversos. O presente trabalho propõe uma analise de dados da
população que faz uso de automedicação na cidade de Americana e região, bem
como avaliar o conhecimento dessas sobre os efeitos adversos dessa prática.
Objetivo: O presente projeto tem por objetivo realizar um levantamento do perfil
da população adulta, entre 18 e 60 anos, que façam ou já tenham feito uso de
automedicação. Será objeto do questionamento, avaliar o conhecimento desses
indivíduos sobre os possíveis efeitos adversos e riscos que essa prática oferece,
além de doenças e quaisquer outros danos que já tenham apresentado.
59
Procedimentos:
Participando do estudo você está sendo convidado a: Participar de uma
pesquisa para coleta de dados, sem identificação do paciente.
Observações:

O paciente irá responder a uma pesquisa, que poderá ou não ser incluída no
grupo experimental.

O tempo estimado para a resposta é de 10 a 20 minutos.
Desconfortos e riscos:
Não existem riscos para os indivíduos que participarem deste estudo.
Benefícios:
A pesquisa trará um retorno social por trazer informações relevantes sobre
prejuízos apresentados pela população ao ingerir medicamentos sem indicação
especializada.
Acompanhamento e assistência:
Não será necessário o acompanhamento do paciente.
Sigilo e privacidade:
Você tem a garantia de que sua identidade será mantida em sigilo e nenhuma
informação será dada a outras pessoas que não façam parte da equipe de
pesquisadores. Na divulgação dos resultados desse estudo, seu nome não será
citado.
O resultado será utilizado para elaboração de um trabalho de conclusão de
curso de graduação.
Ressarcimento:
Não se aplica
Contato:
Em caso de dúvidas sobre o estudo, você poderá entrar em contato com Bruna
Tamazzi Furlan, por e-mail [email protected].
60
Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação no estudo,
você pode entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP): Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP;
telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187; e-mail: [email protected]
Consentimento livre e esclarecido:
Após ter sido esclarecimento sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos,
métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa
acarretar, aceito participar:
Nome do(a) participante:
________________________________________________________
______________________________________________ Data: ____/_____/______.
(Assinatura do participante ou nome e assinatura do responsável)
Responsabilidade do Pesquisador:
Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e
complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido
uma cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo
CEP perante o qual o projeto foi apresentado e pela CONEP, quando pertinente.
Comprometo-me a utilizar o material e os dados obtidos nesta pesquisa
exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme o
consentimento dado pelo participante.
___________________________________________ Data: ____/_____/______.
(Assinatura do pesquisador)
61
ANEXO B - QUESTIONÁRIO SOBRE AUTOMEDICAÇÃO
1.
3.
4.
Idade: ____
2. Cidade: ______________________
Sexo: [ ] Feminino [ ] Masculino
Escolaridade
[ ] Ensino fundamental incompleto [ ] Ensino fundamental completo
[ ] Ensino médio incompleto
[ ] Ensino médio completo
[ ] Ensino Superior incompleto
[ ] Ensino superior completo
5.
Você e/ou sua família costumam guardar medicamentos em casa?
[ ] Sim
6.
[ ] As vezes
Você e/ou sua família guardam receitas antigas de medicamento?
[ ] Sim
7.
[ ] Não
[ ] Não
[ ] As vezes
Você e sua família costumam compartilhar medicamentos?
[ ] Sim
[ ] Não
[ ] As vezes
Se sim, quais?____________________________________________
8.
Você fez uso de medicamentos nos últimos 6 meses?
[ ] Sim
9.
[ ] Não
Para qual patologia e/ou sintoma você tomou o remédio?
______________________________________________
10.
Esses medicamentos foram prescritos por um médico?
[ ] Sim
11.
[ ] Não
Se não, por onde você descobriu este medicamento?
[ ] Amigos ou familiares
[ ] Mídias (tv, internet, revista)
[ ]Profissional de saúde (não médico) [ ] Prescrições anteriores
[ ] Outros. Quais? _____________________________
62
12.
Antes de ingerir os medicamentos, você procurou sobre contra-indicações e
efeitos adversos que ele poderia apresentar?
[ ] Sim
13.
[ ] Não
Se sim, onde você procurou?
[ ] Amigos e familiares
[ ] Internet
[ ] Farmacêutico
[ ] Bula
[ ] Outro. Qual? ________________________________
14.
O medicamento foi eficiente para sua patologia e/ou sintoma?
[ ] Sim
15.
[ ] Parcialmente
Você apresentou algum efeito adverso com o uso da automedicação?
[ ] Sim
16.
[ ] Não
[ ] Não
Se sim, quais?
[ ] Dor de cabeça
[ ] Confusão
[ ] Sonolência
[ ] Alergia
[ ] Outros. Quais? _______________________________________
17.
Após sentir o efeito adverso, suspendeu o medicamento e procurou
atendimento médico?
[ ] Sim
18.
[ ] Não
Quais motivos te levaram a utilizar medicamentos por conta própria, ao invés
de consultar um médico?
[ ] Elevado custo das consultas médicas
[ ] Falta de tempo
[ ]Ter sido tratado anteriormente com o mesmo medicamento para a mesma doença
[ ] Viu propaganda do medicamento na mídia (internet, televisão, etc)
[ ] Um familiar ou amigo tomou e lhe indicou.
[ ] Outros. Quais? _________________________________________
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