XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) EA AUTOMEDICAÇÃO VERSUS QUÍMICA DOS MEDICAMENTOS: UMA ABORDAGEM CONTEXTUAL NO ENSINO DA QUÍMICA. Maria do Socorro Lopes Pina1 (FM), Afonso Feitosa Reis Filho1,3,(FM), João Rufino de Freitas Filho2 (PG), Juliano Carlo Rufino de Freitas (IC)2 , [email protected]. 1 Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano - CEEGP 2 Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE/UAG 3 Escola Municipal Jaime Bold - EMJB Palavras Chave: medicamentos, contextualização, funções orgânicas. Introdução Já há algum tempo o ensino de ciências vem sendo questionado no mundo todo. As causas são de diversa ordem, contudo, vale a pena citar o desencanto dos jovens para estudar as ciências, percebida como difícil, excessivamente abstrata e aparentemente descontextualizada das situações da vida cotidiana. “Assim o esforço para aprender as ciências, para os jovens, parece não valer a pena” (Fourez, 2003). Segundo Machado (2000) contextualizar é uma estratégia fundamental para a construção de significações. Logo, automedicação versus química dos medicamentos é uma temática que pode ser abordado, tendo como referencial o cotidiano do estudante. Essa abordagem quando feita pelo professor em sala de aula, de maneira adequada, pode contribuir como um elemento para a motivação do estudante e com isso promover uma aprendizagem significativa. Neste trabalho descrevemos atividades realizadas em sala de aula, onde proporcionamos aos estudantes a oportunidade de vivenciar um conteúdo da Química Orgânica de maneira contextualizada. Metodologia Este trabalho foi desenvolvido no Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano no período de novembro de 2007. O desenvolvimento do trabalho foi dividido em cinco etapas denominadas de: I) Aplicação de um questionário para certificar se os estudantes têm alguns conhecimentos sobre a questão da automedicação II) levantamento das concepções prévias dos estudantes através da aplicação de um pré-teste, III) trabalho em grupo envolvendo o tema, automedicamento; IV) abordagem expositiva sobre funções orgânicas e V) pós-teste. Na primeira e segunda etapa os estudantes responderam individualmente, dois questionários; um contendo seis perguntas sobre automedicamento e o outro contendo dez perguntas referentes ao tema química dos medicamentos. A terceira etapa consistiu na leitura de texto de apoio: Os riscos da automedicação e em seguida análise de bulas e rótulos de alguns medicamentos, mais citados pelos estudantes no primeiro questionário (Antiinflamatório – 17%; Analgésico – 54%: Antitérmico – 14%). Na quarta etapa houve explanação dialogada sobre funções orgânicas e, finalmente a última etapa UFPR – 21 a 24 de julho de 2008 consistiu na resposta individual de um questionário idêntico ao Pré-teste, com o objetivo de correlacionar as respostas dadas. Resultados e Discussão A análise do Pré-teste, em relação à temática automedicação versus química dos medicamentos:, informou que 94% dos estudante já se automedicarão. Com relação aos constituintes presentes nos rótulos os estudantes trazem uma concepção distorcida sobre os aspectos químicos relacionados à teoria estrutural (tetravalência do carbono, tipo de ligação entre carbono, hibridação, estrutura de Lewis, mostrando elétrons ligantes e não ligantes, classificação de cadeia etc.) e funções orgânicas (identificação de grupos funcionais), como também desconhecem o que é princípios ativos. Após a realização das atividades, as respostas dadas no Pós-Teste, quase 92% dos estudantes responderam de forma correta as perguntas solicitadas inicialmente no Pré-teste. Conclusões Com a temática automedicação versus química dos medicamentos, foram apresentadas algumas fórmulas estruturais de substâncias químicas, que estão presentes em alguns medicamentos que são usuais no cotidiano do aluno. Os resultados obtidos neste trabalho de intervenção pedagógic a demonstraram que os estudantes construíram alguns conceitos básicos da Química, pois segundo os pesquisadores Maldaner (1995) e Mortimer (1995) a prática pedagógica do professor desenvolvida através de uma abordagem adequada e contextualizada, promove uma rapidez no processo ensino-aprendizagem através da motivação e da curiosidade dos alunos . Agradecimentos Secretaria de Educação PROCENTRO e ICE. de Pernambuco; ____ ________________ 1 MALDANER, O. A. ; PIEDADE, M. do C. T. Repensando a química. Química Nova na Escola, n.1, p. 15-19, maio 1995. 2 MORTIMER, E. F.; MIRANDA, L. C. Transformações: Concepções de estudantes sobre reações químicas. Química Nova na Escola, n.2, p.2326, nov. 1995.. 3 FOUREZ, G. Crise no Ensino de Ciências? Revista Investigações em Ensino de Ciências, 2003. www.if.ufrgs.br/public/ensino/v8/n2. 4 MACHADO, N.J. Educação: projetos e valores. São Paulo: Escrituras, 2000.