O portador da atopia tem um fator genético importante que

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Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779
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DERMATITE ATÓPICA
O portador da atopia tem um fator genético importante que facilita as
sensibilizações ao produzir grande quantidade de anticorpos da classe IgE (anticorpo da
alergia) aos alérgenos que entram em contato com o corpo pelas vias mucosas. A
dermatite atópica é caracterizada por uma inflamação crônica de pele, de longa duração e
com muita coceira, que afeta geralmente as dobras dos braços e das pernas, e muito
susceptível a super-infecções bacterianas principalmente, aos estafilococos.
A dermatite atópica, de causa ainda desconhecida, apresenta fatores genéticos
(familiares) e ambientais. O atópico tem a tendência a desenvolver outras alergias como
rinite e asma. A dermatite atópica pode evoluir isoladamente ou associada com rinite ou
asma.
SINTOMAS E PREVALÊNCIA
A prevalência da dermatite atópica no primeiro ano de vida é de 80%, mas com
aumento da idade diminui para 12-25%.
No primeiro ano de vida, o lactente com dermatite atópica apresenta erupções
cutâneas avermelhadas e úmidas, mas também pode formar crostas na face, no couro
cabeludo, no períneo, nas mãos, nas pernas e nos pés. A dermatite atópica geralmente
tende a desaparecer até os 5 anos, mas a recorrência é comum.
Na criança maior e no adulto, as erupções afetam mais as dobras dos braços e das
pernas.
O aspecto da dermatite atópica é variável, mas a característica principal é sempre
muita coceira. Alguns atópicos coçam de forma incontrolável, fechando o ciclo coceira –
ato de coçar – erupção cutânea – coceira, o que piora o problema. A fricção com o ato
de coçar lacera a pele e facilita a infecção secundária por bactérias.
O herpes simples na pessoa normal geralmente afeta pequenas áreas,
normalmente em torno de orifícios, como nos lábios, onde a zona afetada é pequena e
restrita, mas no portador da dermatite atópica pode produzir uma doença grave, com
eczema e febre alta (eczema herpético).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é baseado nos sintomas, por isso as características de cada afetado
podem mudar com o tempo. Conforme a história da evolução, aparecem as erupções, o
que piora os sintomas. Geralmente membros da família apresentam outras alergias como
rinite ou asma, dificuldades para dormir e crises cutâneas quando ingerem certos
alimentos.
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A avaliação física do paciente é muito importante no diagnóstico dessa alergia.
Não existe exame de laboratório que caracterize a dermatite atópica. Dependendo de
quando se faz o diagnóstico, a dermatite atópica pode ser confundida com a dermatite
seborréica, pois são muito parecidas. Lembre que a dermatite atópica evolui com mais
complicações do que a seborréica, por isso os tratamentos são bem distintos.
Os testes alérgicos cutâneos para ácaros, baratas, fungos-do-ar e polens são
importantes e ajudam a direcionar o tratamento da atopia.
O QUE PIORA DA DERMATITE ATÓPICA
Irritantes e alérgenos pioram a dermatite atópica, como roupas de lã ou material
plástico, uso de sabões em excesso, alguns perfumes, poeiras de casa e fumaça do
cigarro.
Os alérgenos de alimentos, plantas, animais ou do ar mais comuns são ovos, leite
de vaca, trigo, ácaros da poeira caseira, fungos-do-ar, polens e descamações e saliva de
cães e gatos.
Fatores emocionais como estresse, raiva e frustrações podem piorar a pele do
atópico. Infecções da pele, temperatura, clima seco ou banho quente e demorado podem
piorar as lesões cutâneas.
Evitar alérgenos deve ser recomendado a todos os pacientes com dermatite
atópica. Evitar ou diminuir os alérgenos dos ácaros domiciliares é benéfico em muitas
pessoas sensibilizadas a eles, principalmente nos portadores de dermatite atópica grave.
O controle do ambiente para ácaros é muito importante (veja Controle do Ambiente). E é
preciso também afastar os alimentos suspeitos, o que nem sempre é possível.
TRATAMENTO
O tratamento funciona melhor quando o paciente e os pais (no caso de crianças)
compreendem o plano do médico, baseado na idade do paciente, na gravidade da doença
e na saúde em geral. É muito importante seguir o plano do tratamento, observar a
evolução do paciente e verificar o que funciona e o que não funciona. Os sintomas
geralmente melhoram quando a pele e o estilo de vida se normalizam.
Os objetivos do tratamento da dermatite atópica são curar e prevenir a
reagudização da pele, desenvolver cuidados contínuos com a pele e tratar os sintomas.
Evitar o contato com substâncias que irritam a pele também é essencial, assim
com o uso de cremes e pomadas de corticosteróides quando se fizerem necessários para
aliviar as erupções cutâneas e controlar a coceira. O uso abusivo ou aplicações em
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extensas áreas do corpo podem causar sérios problemas de saúde, em particular ao bebê,
porque os corticosteróides são absorvidos pelo corpo.
Os portadores da dermatite atópica têm pele seca, por isso aplicar óleo de
amêndoa-doce neutro ajuda a lubrificar a pele e a mantê-la sedosa. Excesso de banhos e
uso exagerado de sabonete secam a pele e são irritantes. Tomar banho com menos
freqüência e secar a pele suavemente com toalha felpuda também é muito importante.
O uso de antialérgicos ajuda a diminuir a coceira e funciona como sedativo, mas
alguns medicamentos causam sonolência, por isso é uma boa política usá-los ao deitar,
pois assim interferem o menos possível no dia-a-dia do paciente.
Recomenda-se também manter curtas as unhas das mãos, principalmente das
crianças, diminuindo as escoriações e a incidência de infecções. Atenção, pais!
Aprendam a reconhecer os sinais de infecção na pele de seu filho para fazer o tratamento
o mais rápido possível com antibióticos a fim de controlar a crise infecciosa. Quando
ocorre a infecção, a pele apresenta vermelhidão, inchaço, estrias avermelhadas ou
acastanhadas e febre.
Os pais devem entender as conseqüências negativas do tratamento do filho, pois
muitos medicamentos utilizados podem retardar o crescimento, tornar os ossos frágeis,
inibir a função das glândulas supra-renais e outros problemas. Conhecidas de antemão, as
conseqüências podem ser minimizadas.
AS DÚVIDAS E PERGUNTAS DEVERÃO SER LEVADAS AO SEU ALERGISTA PARA ESCLARECIMENTO.
IMPORTANTE
As informações disponíveis no site www.alergiarespiratoria.com.br possui
caráter informativo e educativo. No caso de consulta procurar seu médico de
confiança para diagnóstico e tratamento.
Dr. Luiz Carlos
Carlos Bertoni
Alergista - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)
Membro - World Allergy Organization (WAO)
CRM-PR 5779
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