PERFIL DE BACTÉRIAS ISOLADAS E DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS EM PACIENTES EM ASSISTÊNCIA DOMICILIAR 2 1 3 FERRO, L. P. B.; PASTE, A. A.; FREITAS, J. S. C. S.O.S.Vida, Salvador/ BA INTRODUÇÃO OBJETIVO A população de pacientes crônicos, com doenças degenerativas, terminais ou em fase de recuperação pós-cirúrgica é a que melhor se beneficia com a assistência domiciliar, sendo favorecida com a recuperação em casa, em lugar da internação hospitalar. Esses pacientes algumas vezes necessitam de intervenções invasivas, como terapia intravenosa, ventilação mecânica e outros, potencializando o problema das infecções. Segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC), o sistema domiciliar responde de maneira muito mais efetiva quando subsidiado por dados laboratoriais para um diagnóstico, prevenção e tratamento seguro das infecções do que embasado em observações dos profissionais de saúde. Reconhecer as bactérias mais freqüentes responsáveis pelas infecções em pacientes em assistência domiciliar e o perfil de sensibilidade destas aos antimicrobianos. RESULTADOS A análise das bactérias revelou que 92,7% foram gram negativos e 7,3% foram gram positivos. Dentre os Gram negativos, os mais frequentes foram Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae, 32,3% e 28,5%, respectivamente. Dentre os Gram positivos, o Staphylococcus aureus foi o mais freqüente, com 4,2% do total de bactérias isoladas. A P. aeruginosa apresentou maior sensibilidade aos antibióticos Piperacilina/Tazobactam (80,5%) e Amicacina (80,4%) e apenas 65,7% ao Imipenem. K. pneumoniae apresentou 93,5% de sensibilidade ao Imipenem e 93,4% a Amicacina. O S. aureus demonstrou sensibilidades acima de 80% para os antimicrobianos Vancomicina (100%), Linezolida (100%), Sulfa (93,7%), Ciprofloxacino (85,7%) e Clindamicina (80%). Em relação à sensibilidade a Oxacilina, o S. aureus apresentou 57,1%. O Acinetobacter baumanni apresentou 59% de sensibilidade ao Imipenem. MATERIAL E MÉTODO: Estudo observacional quantitativo, com avaliação retrospectiva dos resultados de 470 culturas solicitadas para pacientes em assistência domiciliar no período de janeiro a dezembro de 2010. As informações foram armazenadas no programa Excel e ao final do período, realizou-se análise percentual das bactérias isoladas e do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos testados. Tabela 1 – Taxas de Sensibilidade dos Microorganismos Gram Negativos. SOS Vida, 2010. Microorganismo/ Nº. Amicacina Amostras T (Nº.) S (%) Acinetobacter (22) 19 63,1 Citrobacter (11) 9 88,9 Escherichia coli (134) 125 96,8 Enterobacter (13) 12 91,7 Klebsiella (64) 61 93,4 Pseudomonas (152) 143 80,4 Proteus (23) 21 95,2 Serratia (17) 14 92,8 Antimicrobiano/ Perfil de Sensibilidade Ampicilina/ Piperacilina + Sulbactam Cefepime Ciprofloxacino Imipenem Tazobactam T (Nº.) S (%) T (Nº.) S (%) T (Nº.) S (%) T (Nº.) S (%) T (Nº.) S (%) 15 40 21 43 22 31,8 16 59 * * * * 9 77,8 11 63,6 10 100 9 77,8 125 32,8 128 85,1 128 28,2 124 99,2 124 90,3 10 10 12 58,3 11 54,5 12 100 9 88,9 * 60 61,7 61 44,3 62 93,5 54 85,2 * 119 72,3 140 60 136 65,7 144 80,5 21 95,2 19 100 20 75 19 100 19 100 * 14 71,4 14 92,8 13 100 12 91,7 * Não testado. Fonte: Laboratório José Silveira. Salvador/BA Tabela 2 – Taxas de Sensibilidade dos Microorganismos Gram Positivos. SOS Vida, 2010. Antimicrobiano/ Perfil de Sensibilidade Microorganismo/ Nº. Amostras Staphylococcus aureus (20) Staphylococcus coagulase negativo (9) Enterococcus (5) Oxacilina T (Nº.) S (%) Clindamicina T (Nº.) S (%) Vancomicina T (Nº.) S (%) Linezolida T (Nº.) S (%) Sulfa T (Nº.) S (%) Ampicilina T (Nº.) S (%) Ciprofloxacino T (Nº.) S (%) 14 57,1 15 80 18 100 14 100 16 93,7 8 87,5 7 85,7 6 * 0 * 5 * 40 * 7 3 100 100 6 5 100 60 6 * 66,7 * * * * * * * * * Fonte: Laboratório José Silveira. Salvador/BA CONCLUSÃO Os resultados mostram o predomínio de microorganismos gram negativos, com maior freqüência da Pseudomonas aeruginosa e a Klebsiella pneumoniae. Além disso, observou-se a existência de cepas multiresistentes nas infecções em pacientes de assistência domiciliar tornando evidente a necessidade de se implantar sistemas de vigilância, prevenção e controle no ambiente domiciliar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. SADER, H. S. et al. Perfil de sensibilidade a antimicrobianos de bactérias isoladas do trato respiratório baixo de pacientes com pneumonia internados em hospitais brasileiros – Resultados do Programa SENTRY, 1997 e 1998. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em 28 set 2011; 1 Coordenadora Médica do Setor de Atenção Domiciliar; 2Médica Infectologista da Comissão de Controle de Infecção Domiciliar; 3Enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Domiciliar.