MODELO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA BASEADO NUMA PLATAFORMA SIG António Manuel Galinho Pires de Almeida MODELO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO TÉCNICA BASEADO NUMA PLATAFORMA SIG Dissertação orientada por Professor Doutor Marco Octávio Trindade Painho Novembro de 2005 ii AGRADECIMENTOS Um agradecimento muito especial à minha esposa Cristina e à minha filha Sofia, por todo o amor, suporte e encorajamento na realização do presente trabalho, bem como pelas inúmeras horas roubadas ao seu convívio. Um agradecimento profundo também, ao Professor Doutor Marco Painho, pelo apoio, suporte e orientação da presente dissertação. Aos meus pais e irmãs, pelo constante encorajamento proporcionado durante a realização deste trabalho. Não posso também deixar de endereçar o meu expresso agradecimento, às duas instituições que procuram a excelência e que possibilitaram a realização deste trabalho – o Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação e a Volkswagen – Autoeuropa. Ao meu colega de mestrado Rui Oliveira, pela partilha de ideias e apoio proporcionado durante a realização da presente dissertação. Por fim, a todos os meus colegas do ISEGI e da VW-Autoeuropa, que de uma forma outra, comentaram, sugeriram ou apenas criticaram partes preliminares deste trabalho. Obrigado a todos iii MODELO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO TÉCNICA BASEADO NUMA PLATAFORMA SIG RESUMO O presente trabalho pretende desenvolver um modelo conceptual de um Sistema de Informação Técnica (SIT) baseado numa plataforma SIG, aplicado à Industria, mais especificamente à rede eléctrica de uma fábrica, apresentando ao mesmo tempo a metodologia a seguir na integração do modelo numa organização, e as vantagens que uma ferramenta como esta poderá proporcionar. O modelo conceptual do SIT começará por ser especificado e documentado em linguagem UML, tendo-se identificado neste processo, dois subsistemas na sua constituição, que serão posteriormente transpostos para uma plataforma SIG e para uma plataforma SGBD relacional, tendo-se recorrido para o efeito, ao modelo entidade-atributo-relação (EAR) de [CHEN, 1976] e às regras de transposição de [BENNET et al., 1999]. Concluída a transposição do modelo para as plataformas SIG e SGBD, realizaram-se simulações da sua aplicabilidade a uma grande organização, mais concretamente à VWAutoeuropa, empresa seleccionada para o estudo de caso. As simulações contemplaram os três tipos de análise suportados pelo SIT, nomeadamente, análise de problemas rotineiros de localização de equipamentos, análise de problemas com recurso à integração de informação de outros sistemas de informação, como o SAP e o Sistema de Gestão de Energia (SGE) e análise de problemas complexos com recurso a operações de geoprocessamento, em que neste caso o (SIT) pode ser encarado como um sistema de apoio à decisão. O modelo criado deixa antever que existe a possibilidade de expansão a outros tipos de infraestruturas, nomeadamente às redes de água, saneamento, gás e informática. O tipo de abordagem que foi feita ao longo da presente dissertação, através da inclusão de vários tipos de modelos, tornam esta dissertação numa espécie de Guideline a utilizar na integração de SIG’s ou outros Sistemas de Informação em organizações. iv TECHNICAL INFORMATION SYSTEM MODEL BASED IN A GIS PLATFORM ABSTRACT The present work intends to develop a conceptual model of a Technical Information System based in a GIS platform, applied to the Industry, more specifically to the electrical network of a plant, presenting at the same time the methodology to follow in the integration of the model in an organisation, and the advantages that a tool like this, will be able to provide. The conceptual model of the Technical Information System will start with a specification in UML language, having itself identified in this process, two subsystems in its constitution, that later will be transposed for a GIS platform and a DBMS platform, having itself appealed for the effect, to the Entity-Relationship Model (ER Model) of [CHEN, 1976] and to the rules of transposition of [BENNET et al., 1999]. Concluded the model transposition for a GIS and a DBMS platform, simulations of its applicability had been becomes fulfilled to a great organisation, more concretely to the VWAutoeuropa Company, witch was selected for the case study. The simulations had contemplated the three types of analysis supported by the Technical Information System, nominated, analysis of equipment localisation problems, analysis of problems with information integration, provided by other’s Information Systems, like the SAP and the Energy Management System, and finally, analysis of complex problems with geoprocessing operations, where in this case the Technical Information System can be faced like a Decision Support System. The constructed model leaves to foresee that the possibility of expansion to other types of infrastructures, nominated to the water networks, sanitation networks, gas networks and data networks (analogue or digital). The type of boarding that was made during the present dissertation, through the inclusion of some types of models, becomes this dissertation in a species of Guideline to use in the integration process of a GIS or other Information Systems in organisations. v PALAVRAS-CHAVE Base de Dados Indústria Automóvel Linguagem de Modelação UML Rede Eléctrica Sistemas de Informação Sistemas de Informação Geográfica Sistema de Informação Técnica KEYWORDS Data Bases Industry Automobile Unified Modelling Language Electrical Network Information Systems Geographic Information Systems Technical Information Systems vi ABREVIATURAS BD – Base de Dados BT – Baixa Tensão CAD – Computer Aided Design CASE – Computer Aided Software Engineering DDL – Data Definition Language DEA – Diagrama Entidade – Associação DML – Data Manipulation Language EAR – Entidade – Atributo – Relação EDP – Electricidade de Portugal ESRI – Environmental Systems Research Institute FK – Foreign Key FP – Factor de Potência ISEGI – Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação ISEL – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa MS-Access – Microsoft Access ODBC – Open Database Connectivity OMG – Object Management Group OML – Object Modelling Language OOSE – Object Oriented Software Engineering PK – Primary Key PT – Posto de Transformação SAP – Software Application Product SGBD – Sistema de Gestão de Bases de Dados SGBDR - Sistema de Gestão de Bases de Dados Relacional SGE – Sistema de Gestão de Energia SI – Sistema de Informação SIG – Sistema de Informação Geográfica SIT – Sistema de Informação Técnica SQL – Structured Query Language TCP / IP – Transmission Control Protocol / Internet Protocol UML – Unified Modelling Language VW-AE - Volkswagen Autoeuropa XML – Extensible Mark-up Language vii ÍNDICE DO TEXTO AGRADECIMENTOS.................................................................................................... III RESUMO ........................................................................................................................ IV ABSTRACT ......................................................................................................................V PALAVRAS-CHAVE ..................................................................................................... VI KEYWORDS .................................................................................................................. VI ABREVIATURAS .........................................................................................................VII ÍNDICE DE TABELAS .................................................................................................. XI ÍNDICE DE FIGURAS..................................................................................................XII 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................1 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2. ENQUADRAMENTO .............................................................................................................1 OBJECTIVOS .......................................................................................................................3 METODOLOGIA...................................................................................................................4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .............................................................................................4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ............................................................................7 2.1 DEFINIÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ..........................................................................7 2.2 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ........................................................................7 2.3 FASES E ACTIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO .................8 2.4 BASES DE DADOS E SISTEMAS DE GESTÃO DE BASES DE DADOS ...........................................9 2.4.1 Tipos de Bases de Dados .......................................................................................... 10 2.4.1.1 2.4.1.2 2.4.1.3 2.4.1.4 2.4.2 Modelo Hierárquico ........................................................................................................ 10 Modelo em Rede ............................................................................................................ 10 Modelo Relacional .......................................................................................................... 10 Modelo Orientado ao Objecto / Modelos Relacionais Estendidos............................... 12 Desenho de Bases de Dados ..................................................................................... 13 2.4.2.1 2.4.2.2 Modelo Entidade - Atributo - Relação (EAR) ................................................................ 13 Normalização .................................................................................................................. 16 2.5 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA.......................................................................... 17 2.5.1 A Plataforma SIG ArcGis Desktop / ArcView 8.x ...................................................... 19 2.5.2 Operações de Geoprocessamento e Análise Espacial ................................................ 20 2.5.3 Modelo de Dados Espaciais...................................................................................... 21 2.5.4 Fases de Desenvolvimento de um Projecto SIG......................................................... 22 2.5.5 Os SIG nas Organizações......................................................................................... 23 LINGUAGEM DE MODELAÇÃO UMLTM.........................................................24 3. 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 DEFINIÇÃO DA UML - UNIFIED MODELLING LANGUAGE .................................................... 24 HISTÓRIA ......................................................................................................................... 25 DIAGRAMAS DE USE CASES .............................................................................................. 26 DIAGRAMAS DE CLASSES .................................................................................................. 27 DIAGRAMAS DE SEQUÊNCIA E COLABORAÇÃO ................................................................... 27 DIAGRAMAS DE ESTADOS ................................................................................................. 28 TIPOS DE RELAÇÕES ......................................................................................................... 29 viii 3.8 DESENHO DO SISTEMA ...................................................................................................... 29 3.9 DIAGRAMAS FÍSICOS ........................................................................................................ 30 3.9.1 Diagramas de Componentes ..................................................................................... 30 3.9.2 Diagrama da Instalação (Deployment) ..................................................................... 31 3.10 ARQUITECTURA DE MODELAÇÃO ...................................................................................... 31 3.11 FERRAMENTAS DE MODELAÇÃO EM UML ......................................................................... 33 4. ESTUDO DE CASO – VW – AUTOEUROPA.....................................................34 4.1 EXEMPLOS DE CASOS SEMELHANTES ................................................................................. 34 4.2 BREVE APRESENTAÇÃO DA EMPRESA VW-AUTOEUROPA ................................................... 36 4.3 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO A IMPLEMENTAR................................ 39 4.4 MODELO DE NEGÓCIO ...................................................................................................... 40 4.5 MODELO DE DOMÍNIO....................................................................................................... 40 4.5.1 Subsistema SIG ........................................................................................................ 41 4.5.2 Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos».................................................. 41 4.6 MODELO DE USE CASES.................................................................................................... 42 4.6.1 Subsistema SIG ........................................................................................................ 42 4.6.2 Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos».................................................. 45 4.7 DIAGRAMAS DE SEQUÊNCIA .............................................................................................. 47 4.8 MODELO DE DESENHO ...................................................................................................... 53 4.8.1 Diagramas de Classes do Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos» .......... 53 4.8.2 Diagrama de Classes do Subsistema SIG.................................................................. 56 4.9 MODELO DE IMPLEMENTAÇÃO .......................................................................................... 57 4.10 MODELO DE INSTALAÇÃO ................................................................................................. 58 4.11 INTEGRAÇÃO DO SIT NA VW-AUTOEUROPA...................................................................... 60 5. TRANSPOSIÇÃO DO MODELO PARA AS PLATAFORMAS SIG E SGBD ..66 5.1 REGRAS DE TRANSPOSIÇÃO .............................................................................................. 66 5.2 FONTES DE INFORMAÇÃO .................................................................................................. 68 5.3 CARACTERIZAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO ................................................... 70 5.4 MODELO DE DADOS.......................................................................................................... 73 5.4.1 Subsistema SIG ........................................................................................................ 73 5.4.2 Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos».................................................. 74 5.5 INTERFACES SIG .............................................................................................................. 77 5.5.1 Interface entre os subsistemas SIG e «SGBD para Gestão de Equipamentos»............ 77 5.5.2 Interface entre os subsistemas SGBD e a Rede de Analisadores de Energia............... 78 5.5.3 Interface entre o SIT e os Sistemas SAP E SGE ......................................................... 79 6. ANÁLISE E SIMULAÇÃO DE PROBLEMAS ESPACIAIS COM RECURSO AO MODELO..................................................................................................................80 6.1 6.2. 6.3 7. IMPLEMENTAÇÃO E EXPANSÃO DO MODELO..........................................89 7.1 7.2 8. IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO .......................................................................................... 89 EXPANSÃO DO MODELO.................................................................................................... 91 CONCLUSÕES .....................................................................................................93 8.1 8.2 8.3 8.4 9. SIMULAÇÃO DE PROBLEMAS COM OPERAÇÕES DE LOCALIZAÇÃO ...................................... 81 SIMULAÇÃO DO SIT COMO TECNOLOGIA INTEGRADORA .................................................... 84 SIMULAÇÃO DO SIT COMO SISTEMA DE APOIO À DECISÃO ............................................... 86 RESUMO ........................................................................................................................... 93 VANTAGENS DO MODELO ................................................................................................. 95 LIMITAÇÕES DO MODELO E DA DISSERTAÇÃO ................................................................... 96 TRABALHOS FUTUROS ...................................................................................................... 98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................99 ix ANEXOS ........................................................................................................................103 ANEXO 1 – TERMOS E CONCEITOS UTILIZADOS NO ÂMBITO DOS CONSTITUINTES DE UMA REDE ELÉCTRICA .....................................................104 A1.1 A1.1 A1.2 A1.3 A1.4 A1.5 A1.6 A1.7 A1.7.1 A1.7.2 A1.7.3 A1.7.4 A1.7.5 A1.8 A1.9 A1.10 REDE DE TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA.................................. 104 NORMALIZAÇÃO DE TENSÕES...................................................................................... 106 REDE DE DISTRIBUIÇÃO EM BT ................................................................................... 106 POSTO DE TRANSFORMAÇÃO (PT) ............................................................................... 106 BARRAMENTO DE ENERGIA ......................................................................................... 107 QUADRO ELÉCTRICO ................................................................................................... 107 DISJUNTOR ELÉCTRICO ............................................................................................... 107 POTÊNCIA [WATT]...................................................................................................... 108 Potência Instantânea [Watt]................................................................................... 108 Potência Média [Watt] ........................................................................................... 108 Potência Eficaz ou Activa [Watt]............................................................................ 109 Potência Reactiva - Q[VAR]................................................................................... 109 Factor de Potência (FP)......................................................................................... 110 ENERGIA ELÉCTRICA [KWH]....................................................................................... 110 CORRENTE ALTERNADA TRIFÁSICA ............................................................................. 111 POTÊNCIAS TRIFÁSICAS .............................................................................................. 111 ANEXO 2 – MODELO DE DADOS FÍSICO DO SUBSISTEMA SGBD PARA GESTÃO DE EQUIPAMENTOS..................................................................................112 A2.1 CRIAÇÃO DAS TABELAS DO SUBSISTEMA SGBD PARA GESTÃO DE EQUIPAMENTOS ATRAVÉS DE SQL ...................................................................................................................... 113 A2.1.1 Tabela “Edifício”................................................................................................... 114 A2.1.2 Tabela “Secção”.................................................................................................... 114 A2.1.3 Tabela “PT” .......................................................................................................... 115 A2.1.4 Tabela “Cargas_PT” ............................................................................................. 115 A2.1.5 Tabela “Barramento” ............................................................................................ 116 A2.1.6 Tabela “Cargas_Barramento” ............................................................................... 117 A2.1.7 Tabela “Desenho” ................................................................................................. 117 A2.1.8 Tabela “Quadro”................................................................................................... 118 A2.1.9 Tabela “Energia” .................................................................................................. 119 A2.1.10 Tabela “RefQuadroDesenho”............................................................................. 119 A2.1.11 Tabela “RefPTDesenho”.................................................................................... 120 A2.2 DEFINIÇÃO DE QUERY (VIEW) ................................................................................... 122 A2.3 ALGUMAS INSTRUÇÕES DO SQL.................................................................................. 123 A2.4 RESUMO DAS INSTRUÇÕES EM SQL ............................................................................. 125 A2.5 CÓDIGO SQL DAS QUERY’S ........................................................................................ 127 ANEXO 3 – RECURSOS ON-LINE RELEVANTES...................................................130 x ÍNDICE DE TABELAS Tabela 5. 1– Informação a obter em formato CAD.............................................................68 Tabela 5. 2– Exemplo de uma tabela com a informação relativa às saídas de um PT ..........69 Tabela 5. 3– Temas a utilizar em formato Shapefile...........................................................71 Tabela A2. 4– Especificação da Tabela “Edifício”...........................................................114 Tabela A2. 5 – Especificação da Tabela “Secção” ...........................................................114 Tabela A2. 6 – Especificação da Tabela “PT”..................................................................115 Tabela A2. 7 – Especificação da Tabela “Cargas_PT” .....................................................115 Tabela A2. 8 – Especificação da Tabela “Barramento” ....................................................116 Tabela A2. 9 – Especificação da Tabela “Cargas_Barramento”........................................117 Tabela A2. 10 – Especificação da Tabela “Desenho”.......................................................117 Figura A2. 11– Especificação da Tabela “Quadro”..........................................................118 Tabela A2. 12 – Especificação da Tabela “Energia” ........................................................119 Tabela A2. 13– Especificação da Tabela “RefQuadroDesenho”.......................................119 Tabela A2. 14– Especificação da Tabela “RefPTDesenho”..............................................120 Tabela A2. 15 – Resumo das Instruções SQL ..................................................................126 Tabela A2. 16 – Recursos On-Line Relevantes ................................................................130 xi ÍNDICE DE FIGURAS Figura 2.1 – Processo de Modelação Unificado. ..................................................................9 Figura 2. 2 – Aproximação do SIT ao Modelo EAR ..........................................................15 Figura 2. 3 – Aplicações de Sistemas de Informação Geográfica .......................................18 Figura 2.4 – Sugestão para um logótipo de SIG .................................................................19 Figura 2. 5 – Representações Vectorial e Raster de um reservatório e de uma estrada ........22 Figura 3. 6 – Símbolo da UML..........................................................................................25 Figura 3. 7 – Simbologia para Diagramas de Use Case ......................................................26 Figura 3. 8 – Notação de classe .........................................................................................27 Figura 3. 9 – Simbologia a utilizar nos diagramas de Sequência e Colaboração .................28 Figura 3. 10 – Simbologia a utilizar nos diagramas de estados ..........................................28 Figura 3. 11 – Resumo dos tipos de relações standard.......................................................29 Figura 3. 12 – Notação para pacote ...................................................................................29 Figura 3. 13 – Notação para componente...........................................................................30 Figura 3. 14 – Simbologia para diagramas de instalação ....................................................31 Figura 3.15 – Arquitectura de Modelação..........................................................................32 Figura 3. 16 – Paleta de ferramentas UML no MS-Visio 2002...........................................33 Figura 4.17 – Exemplo de um SIT baseado numa plataforma SIG, instalado na EDP .........34 Figura 4. 18 – Ferramenta ArcFM da plataforma ArcInfo da Esri, instalada na NESA .......35 Figura 4.19 – Vista aérea da fábrica VW-Autoeuropa em Palmela .....................................36 Figura 4.20 - VW- Sharan, Seat Alhambra e Ford Galaxy, os três produtos da fábrica de Palmela ......................................................................................................................37 Figura 4.21 – VW Golf Cabrio, o futuro veículo a produzir pela VW-Autoeuropa a partir de Outubro de 2005 ........................................................................................................38 Figura 4.22 : Estrutura Organizativa do SIT ......................................................................40 Figura 4.23 – Modelo de domínio do SIT ..........................................................................40 xii Figura 4.24 – Modelo de Use Cases para o subsistema SIG ...............................................43 Figura 4. 25 – Interacção do SIT com outros sistemas de Informação, SAP e Sistema de Gestão de Energia (SGE)............................................................................................44 Figura 4. 26 – Analisador de energia electrex PLUS 485 ...................................................45 Figura 4. 27 – Modelo de Use Cases para o subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» ...........................................................................................................46 Figura 4. 28 – Diagrama de sequência relativo à localização de um PT..............................47 Figura 4. 29 – Diagramas de sequência relativo à conversão de um ficheiro CAD para Shapefile ....................................................................................................................48 Figura 4. 30 – Diagramas de sequência relativo à integração de uma tabela do sistema SAP no SIT........................................................................................................................49 Figura 4. 31 – Diagrama de Sequência relativo à obtenção dos dados energéticos para um determinado quadro eléctrico......................................................................................50 Figura 4. 32 – Diagrama de Sequência relativo à determinação dos quadros eléctricos com rotinas de manutenção por concluir.............................................................................51 Figura 4. 33 – Diagrama de Sequência relativo ao processo de determinação dos PT’s com FP<0,9. ......................................................................................................................52 Figura 4. 34 – Diagrama de classes do subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos»53 Figura 4. 35 – Diagrama de classes do subsistema SIG......................................................56 Figura 4. 36 – Modelo de Implementação do SIT ..............................................................57 Figura 4. 37 – Modelo de Instalação do SIT ......................................................................58 Figura 4. 38 – Representação Alternativa para o Modelo de Instalação do SIT...................59 Figura 4. 39 – Metodologia de desenvolvimento SIG composta.........................................62 Figura 4. 40 – Posto de Transformação .............................................................................69 Figura 5. 41 – Conversão de ficheiros CAD para o formato Shapefile..............................70 Figura 5. 42 – Processo de georeferenciação da shapefile edifícios, através da ferramenta ArcToolBox ...............................................................................................................72 Figura 5. 43 – Modelo de dados em UML do subsistema SIG............................................73 Figura 5. 44 – Aproximação do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» ao Modelo Entidade - Atributo - Relação ( EAR) ............................................................75 xiii Figura 5. 45 – Modelo EAR do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», com derivação total de tabelas............................................................................................76 Figura 5. 46 – Rede de analisadores de energia Electrex Plus 485......................................78 Figura 5. 47 – Menu Principal do SGE da VW-Autoeuropa...............................................79 Figura 6. 48 – Mapa com planta do Parque Industrial da VW-Autoeuropa .........................80 Figura 6. 49 – Fluxograma das operações a realizar na análise de problemas de localização ..................................................................................................................................81 Figura 6. 50 – Planta da VW-Autoeuropa..........................................................................83 Figura 6. 51 – Fluxograma das operações a implementar, de forma a integrar no SIT informação proveniente de outros sistemas de informação ..........................................84 Figura 6. 52 – Fluxograma das operações que ilustram o SIT como um sistema de apoio à decisão .......................................................................................................................86 Figura 7. 53 – Metodologia de Desenvolvimento SIG Composta .......................................89 Figura A1. 54 – Rede de Transporte e Distribuição de Energia Eléctrica..........................105 Figura A1. 55 – Posto de Transformação.........................................................................106 Figura A1. 56 – Troço de Barramento de Energia............................................................107 Figura A2. 57 – Modelo EAR do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», com derivação total de tabelas..........................................................................................112 xiv 1. INTRODUÇÃO 1.1. Enquadramento A introdução de tecnologias de informação continua a alterar profundamente o modo como as organizações evoluem e os negócios se processam. Um elemento intrínseco a qualquer organização é o seu sistema de informação, constituído por pessoas, dados, procedimentos e equipamentos. A elevada competição actualmente existente entre os grandes grupos Industriais, obriga a que estes estejam em permanente busca de novas tecnologias e sistemas que lhes permitam obter benefícios em diversos níveis, nomeadamente ao nível da eficácia, da eficiência e das vantagens competitivas. A evolução dos sistemas de informação geográfica, é muito recente, no entanto, são inúmeras as aplicações destes SI que tendem cada vez a ser mais flexíveis e a expandir os seus campos de aplicação. A Indústria poderá vir a ser uma área de grandes oportunidades para este tipo de sistema de informação. Aliando a vocação natural dos sistemas de informação geográfica para a manipulação de informação georeferenciada com a sua capacidade para a integração de informação disponível em bases de dados, é possível criar um sistema de informação técnica de elevado potencial que permita não só localizar os diversos equipamentos de uma fábrica como também gerir a informação que lhes está associada, contribuindo significativamente para a melhoria da gestão da manutenção e de equipamentos. Uma experiência de 12 anos na fábrica da VW- Autoeuropa em várias áreas, nomeadamente, Produção, Formação, Manutenção e Gestão de Projectos permitiram-me ter a percepção e a visão de que existe uma oportunidade real de aplicação dos SIG na Indústria. Proponho por isso, com a presente proposta, o desenvolvimento de um modelo de Sistema de Informação Técnica (SIT) baseado numa Plataforma SIG, aplicável a Indústrias onde exista uma grande quantidade e diversidade de equipamento distribuído por várias áreas, ou zonas geográficas. 1 O desenvolvimento do modelo, será efectuado através da linguagem UML, por ser uma linguagem standard com ampla utilização na especificação, visualização e documentação de sistemas de software. De facto, a UML é uma linguagem diagramática, independente do domínio de aplicação, podendo por isso ser usado em diferentes tipos de projectos. Esta linguagem tem ainda a particularidade, de facilitar a comunicação entre aqueles que têm de lidar com os SI: actuais e potenciais utilizadores que definem as suas necessidades, gestores que avaliam se os sistemas informáticos satisfazem essas necessidades e informáticos que desenvolvem as funcionalidades pretendidas. A utilização de UML, - Unified Modelling Language, abre perspectivas para responder ao desafio de desenvolvimento de novos sistemas de informação geográfica, cada vez mais complexos, robustos, fiáveis, flexíveis e ajustados às necessidades dos utilizadores. Por se tratar de um trabalho académico com grandes limitações financeiras, não se fará a implementação prática do modelo construído, uma vez que isso implicaria aquisição de software (Plataformas SIG e SGBD) pela empresa que adoptasse o modelo. Contudo, uma vez que o modelo será construído e documentado através de uma linguagem standard, a UML, farei uma simulação da sua aplicação a uma empresa, mais especificamente à VWAutoeuropa, através da análise de problemas espaciais com recurso à plataforma SIG – Arcgis Desktop / ArcView 8.x da Esri. 2 1.2. Objectivos O trabalho pretende desenvolver um modelo de um sistema de informação técnica baseado numa plataforma SIG, aplicado à Industria, apresentado ao mesmo tempo as vantagens e potencialidades, que uma ferramenta como esta poderá proporcionar aos departamentos de manutenção e engenharia de grandes fábricas, sem no entanto, esgotar todas as suas possibilidades de aplicação neste ramo de negócios. Em sentido mais restrito, podem-se enumerar os seguintes objectivos: 1. Especificar e documentar em linguagem UML, um modelo de Sistema de Informação Técnica baseado numa plataforma SIG, a utilizar na gestão de equipamentos e da rede eléctrica de uma grande fábrica. 2. Apresentar as vantagens da aplicação da linguagem UML, na especificação e documentação de Sistemas de Informação Geográfica. 3. Simular a aplicação do modelo de Sistema de Informação a desenvolver, a uma grande fábrica, por exemplo VW-Autoeuropa. 4. Apresentar alguns procedimentos e metodologia aconselhada na integração de Sistemas de Informação Geográfica em organizações, por exemplo na VW-Autoeuropa. 5. Apresentar algumas vantagens do modelo de Sistema de Informação a desenvolver, relativamente a outros utilizados com o mesmo propósito na Industria. Em resumo, pretende-se demonstrar que é possível utilizar os Sistemas de Informação Geográfica na gestão de equipamentos em grandes Indústrias, substituindo com vantagem outros Sistemas de Informação utilizados com o mesmo propósito. O presente trabalho poderá ainda ser utilizado como um Guideline para possíveis Sistemas de Informação Geográfica a integrar em grandes empresas. 3 1.3. Metodologia A dissertação será desenvolvida como se de facto tivesse havido uma encomenda efectiva por parte de uma determinada empresa, no sentido de vir a ser adquirido e implementado um Sistema de Informação Geográfica para gestão de equipamentos associados à rede eléctrica de uma grande fábrica. Em virtude do tipo de aplicação a dar ao SIG, será denominado, no presente trabalho de Sistema de Informação Técnica (SIT). O desenvolvimento dos capítulos teóricos, será feito através de revisões bibliográficas e pesquisas na Internet, abordando conceitos como Sistemas de Informação, Bases de Dados, Sistemas de Gestão de Bases de Dados, Sistemas de Informação Geográfica e linguagem UML. A partir deste capítulo, a dissertação avançará para a construção do modelo do Sistema de Informação Técnica que se pretende desenvolver. A simulação do funcionamento do modelo será feita através de problemas de análise espacial, aplicados à empresa VW-Autoeuropa, que constitui o caso de estudo da presente tese de dissertação. No final serão apresentadas conclusões que permitam compreender o funcionamento, aplicabilidade e vantagens do modelo de Sistema de Informação Técnica criado. 1.4. Estrutura da dissertação Após um primeiro capítulo introdutório, onde se descrevem os principais objectivos e a metodologia utilizada, a dissertação avançará para matérias relacionadas com os Sistemas de Informação, caminhando progressivamente até chegar aos SIG, tentando-se não ignorar temas importantes relacionados com o SI a desenvolver. O segundo capítulo iniciar-se-á com uma definição de Sistemas de Informação, abordando de seguida matérias como bases de dados, sistemas de gestão de bases de dados, evoluindo naturalmente, até chegar a uma área mais específica dos SI, os SIG. Nesta fase será feita uma breve descrição deste tipo de sistemas, sem deixar de fazer referência aos diversos tipos de operações que eventualmente venham a utilizar-se no sistema de informação a desenvolver, como por exemplo: • • Eventuais operações de edição e geoprocessamento Eventuais operações de análise espacial e sobreposição 4 O terceiro capítulo será dedicado à UML, falando um pouco da sua História e apresentado os diversos tipos de diagramas disponibilizados por esta linguagem. Este capítulo fará ainda referência à ferramenta de modelação UML a utilizar, o VISIO 2002 da Microsoft. O estudo de caso será apresentado no capítulo 4, e aplicado à empresa VW-Autoeuropa, diga-se de passagem, empresa da qual sou funcionário. Este capítulo iniciar-se-á com uma breve apresentação da empresa, falando um pouco dos seus produtos, objectivo e localização. Convém no entanto referir, que em virtude de se estar a entrar no domínio de um mercado altamente competitivo (automóvel), só poderei trabalhar e divulgar a informação considerada não classificada pela empresa, isto é, a considerada não confidencial. A seguir será feita uma descrição sumária do SI a desenvolver, evoluindo progressivamente para cada um dos modelos em UML do sistema, desde o modelo de negócios até ao modelo de instalação. Em virtude do SI a desenvolver se destinar à integração numa possível organização (por e.g. na VW-Autoeuropa), no final deste capítulo será ainda dada ênfase às possíveis razões e motivações para a integração de um sistema como o SIT em organizações, sugerindo-se também a metodologia mais aconselhada para a integração deste sistema na VWAutoeuropa. O capítulo 5 será uma continuação do capítulo anterior (IV) e será dedicado à transposição dos diversos modelos criados com a linguagem UML para uma plataforma SIG e para um SGBD. Este capítulo abordará ainda as questões do modelo de dados a utilizar (vectorial ou matricial), das fontes, documentação e caracterização da informação. No final do capítulo serão apresentados os modelos de dados para os subsistemas SIG e SGBD, e as interfaces necessárias ao SIT No sexto capítulo, far-se-á uma simulação da aplicação do modelo criado à empresa VWAutoeuropa, apresentando-se por isso neste capítulo, a análise de diversos problemas espaciais aplicados à empresa referida, através do recurso ao modelo de Sistema de Informação Técnica desenvolvido. Como já tive a oportunidade de frisar, dado o caris académico e as grandes limitações financeiras do presente trabalho, o Sistema de Informação Técnica não será de facto implementado na prática, em virtude de tal situação exigir a aquisição de software (Plataforma SIG e SGBD) e também a utilização de vários desenhos (para a criação de temas), cuja divulgação não me foi autorizada pela VW-Autoeuropa, em virtude de serem 5 considerados informação confidencial. Contudo, como o modelo foi criado em UML, é possível fazer análises de problemas espaciais, utilizando para o efeito a plataforma SIG fornecida pelo ISEGI (Arcgis DeskTop / ArcView 8.x) e um SGBD como o Ms-Access ou SQL. O sétimo capítulo abordará as capacidades de expansão do SIT, sugerindo ainda a metodologia mais conveniente para a implementação deste sistema de informação numa grande organização, como é o caso da VW-Autoeuropa. O oitavo capítulo fará um resumo da dissertação, apresentando também as vantagens, e limitações do modelo, citando ainda possíveis acções a realizar no futuro dentro o âmbito da presente dissertação. Os restantes capítulos, incluirão as referências bibliográficas, e os anexos. 6 2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 2.1 Definição de Sistemas de Informação Não existe uma definição formal e consensual para Sistema de Informação. Aliás, diga-se de passagem, que a definição de Sistemas de informação foi sofrendo modificações com a sua própria evolução. No presente trabalho, adoptarei uma definição actual, adaptada de [ALTER, 1996], definindo Sistema de Informação como sendo um conjunto integrado de recursos (humanos e tecnológicos) cujo objectivo é satisfazer adequadamente as necessidades de informação de uma organização e os respectivos processos de negócio. Nesta definição o conceito “processo negócio” pretende representar uma sequência de actividades, que processam vários inputs (entradas), produzem vários outputs (saídas) e que possuem objectivos. Pode ser realizado por pessoas e/ou de forma automática. A aquisição e tratamento de informação geográfica é um exemplo de um processo de negócio. Um SIG é um exemplo de um Sistema de Informação. 2.2 Evolução dos sistemas de Informação Os Sistemas de Informação não são uma evolução recente, existem desde o aparecimento das primeiras organizações. De facto, mesmo as organizações mais simples têm necessidade de recolha e processamento de algum tipo de informação, gerando de alguma forma Output’s com vista aos seus objectivos e processos de negócio. De qualquer forma, os Sistemas de Informação acompanharam a evolução tecnológica, evoluindo para sistemas cada vez mais complexos tendo por isso a própria definição de Sistemas de informação progredido em paralelo com esta evolução. De facto as primeiras abordagens de Sistema de Informação davam uma maior relevância à máquina, por exemplo [BURCH, 1989], definia Sistema de Informação como sendo simplesmente um conjunto de Inputs que através de tecnologia envolvendo determinados controlos e bases de dados gerava Outputs. Com a evolução, a abordagem aos sistemas de informação passou a dar mais relevância às pessoas, processos de negócio e organizações. 7 2.3 Fases e Actividades de Desenvolvimento de um Sistema de Informação Existem várias visões diferentes para as fases a seguir no desenvolvimento de sistemas de informação e software, contudo, como no presente trabalho o desenvolvimento do modelo do Sistema de Informação Técnica, recorrerá à linguagem UML, utilizar-se-á o Processo de Modelação Unificado (adaptado de [BOOCH et al., 1999]), normalmente agregado à linguagem UML e cujas fase e actividades se apresentam a seguir: Modelação de negócio, descreve a estrutura e a dinâmica da organização, servindo de enquadramento ao sistema de informação. Levantamento de requisitos, descreve as características, comportamentos ou propriedades desejadas pelos potenciais utilizadores. Análise, descreve o que o sistema deve fazer, com rigor, mas sem restrições quanto à natureza técnica da solução que venha a ser adoptada. Desenho, descreve a arquitectura do sistema, identificando com elevado detalhe o modo como os requisitos devem ser satisfeitos do ponto de vista técnico. Codificação, correspondente ao desenvolvimento dos programas e teste unitário. Integração e Teste, efectua a integração dos diversos módulos de hardware e componentes de software, avaliando a robustez do sistema recorrendo a métrica de detecção de erros. Instalação, disponibiliza uma versão operacional do sistema. Gestão da configuração, inclui as tarefas de manutenção correctiva e preditiva. A semelhança do processo anterior, o desenvolvimento do sistema exige que seja assegurada a realização de actividades de apoio que incluem a Gestão de projecto, a Gestão de mudança e a instalação da Infra-estrutura. 8 O gráfico seguinte, Adaptado de [BOOCH et al, 1999], ilustra as fases e actividades associadas ao processo de modelação unificado. Figura 2.1 – Processo de Modelação Unificado. Adaptado de: [Booch et al., 1999] 2.4 Bases de Dados e Sistemas de Gestão de Bases de Dados Qualquer SIG integra uma ou mais bases de dados, daí que, os fabricantes deste tipo software atribuam a uma grande importância ao desenvolvimento das bases dados, estando constantemente a enfatizar a capacidade de adicionar valor à informação detida pelas organizações. Na realidade, as organizações ao investirem em SIG, pretendem ficar aptas a estabelecer ligação entre conjuntos de dados outrora dispares, extrair informação estratégica a partir de dados operacionais; conseguir ganhos de eficiência e cortes nos custos; localizar instalações e planear redes de modo eficiente; e ainda, identificar clientes efectivos. Actualmente, é bastante comum o software SIG, incorporar bases de dados convencionais. Por exemplo, no sistema ARC/ Info a sigla «info» refere-se a uma primitiva base de dados utilizada para armazenar dados alfanuméricos, também o «Geomedia» não só utiliza uma base de dados em MS-Access para armazenar dados espaciais como permite ainda a manipulação directa de dados a partir do Oracle. 9 Como já foi referido o software SIG que irei utilizar no desenvolvimento do trabalho, será o «Arcgis Desktop / Arcview 8.2» que possui excelentes capacidades de manipulação de dados, integrando também um sistema de gestão de dados georeferenciados. Genericamente, uma Base de Dados é um conjunto de dados armazenados de modo estruturado, e como tal não tem de ser obrigatoriamente informática. Um armário de arquivo como um conjunto de fichas ordenadas numa sequência lógica também se pode considerar base de dados. Um Sistema Gestor de Base de Dados (SGBD) é, essencialmente, um programa que facilita a manipulação dos dados integrados numa base de dados. 2.4.1 Tipos de Bases de Dados Em função do modelo de dados utilizado, existem quatro tipos distintos de bases de dados: 2.4.1.1 Modelo Hierárquico O modelo de dados hierárquico é essencialmente constituído por uma estrutura em árvore, na qual cada entidade "mãe" possui várias entidades "filhas", mas cada filha está limitada à mãe respectiva. 2.4.1.2 Modelo em Rede O modelo de dados em rede é similar ao modelo hierárquico com a excepção de que os registos "filhos" podem estar relacionados com vários registos "pais". Quer o Modelo em Rede quer o Modelo Hierárquico deixaram de ser utilizados pelos recentes Sistemas de Gestão de Bases Dados, adoptando-se em vez deles o Modelo Relacional ou o Modelo Orientado a Objectos (OO). 2.4.1.3 Modelo Relacional A maioria do software SIG utiliza bases de dados relacionais para armazenamento dos dados alfanuméricos. Este modelo continua a ser a abordagem dominante no mundo das bases de dados, de facto, grande parte dos actuais sistemas de gestão de bases de dados, entre os quais se podem destacar, o Oracle, o Ms SQL Server da Microsoft, o DB2 da IBM, o Informix da Sybase, utilizam este modelo de dados. 10 O criador deste modelo, foi Edgar Codd, cientista da IBM, que em 1970 publicou um artigo em que descreve o modelo relacional, explicando como na sua opinião as bases de dados deveriam ser desenhadas, fundamentando-se na teoria matemática dos Conjuntos e na lógica de predicados. Os actuais SGBDR são tentativas de implementação prática da visão teórica de [CODD, 1970]. O modelo relacional tal como foi enunciado por [CODD, 1970] possui três elementos essenciais: • Elemento estrutural que descreve a forma como a informação deve ser armazenada; • Elemento manipulação que descreve o conjunto de operações disponibilizadas para processar dados de modo relacional; • Elemento integridade que propõe regras para assegurar que a informação se mantém válida e consistente. O elemento estrutural fundamenta-se essencialmente no armazenamento dos dados em tabelas (também designadas por relações), constituídas por linhas (ou tuplos) e por colunas (ou atributos). O número de linhas de uma tabela constitui a sua cardinalidade, ao passo que o número de colunas é o grau. O modelo relacional exige que cada linha de uma tabela seja distinta, isto é, neste modelo tem de existir sempre uma coluna ou combinação de colunas que identifique univocamente cada linha de dados, isto é tem de existir uma chave. É possível que numa tabela existam várias chaves possíveis, designadas por isso por chaves candidatas, contudo, o modelo relacional exige que se escolha apenas uma das chaves candidatas, como meio para aceder em exclusivo a cada uma das linhas da tabela, designando-se por isso de chave primária (primary key). O modelo relacional permite ainda ligar tabelas através da partilha de atributos, mais concretamente permite que uma chave primária de uma dada tabela seja incluída numa segunda tabela de modo a estabelecer uma ligação entre elas. O atributo incluído na segunda tabela, e que desempenha a função de chave primária na primeira, é designado por Chave Estrangeira. 11 No modelo relacional, tal como definido por [CODD, 1970], o elemento manipulação consiste num conjunto de operadores conhecidos por álgebra relacional. Os actuais SGBD’s, apesar de não utilizarem directamente a álgebra relacional, possuem um conjunto de instruções baseado na álgebra relacional. É o caso da SQL ( Structured Query Language). A SQL emergiu como a mais popular destas interfaces a ponto de se ter tornado a língua franca no mundo das bases de dados relacionais, possuindo instruções que implementam a maior parte dos requisitos estruturais, de manipulação e de integridade do modelo relacional. A SQL é utilizada em muitos «packages» de software SIG e em várias plataformas. A SQL é simultaneamente uma linguagem de definição de dados (DDL) e uma linguagem de manipulação de dados (DML). Assim esta linguagem disponibiliza comandos dedicados quer à definição e alteração de estruturas de dados quer à manipulação de dados. Exemplos de comandos dedicados à definição de dados • CREATE TABLE • ALTER TABLE • CREATE VIEW • CREATE INDEX • … Exemplos de comandos dedicados à manipulação de dados • INSERT INTO • UPDATE • DELETE FROM • SELECT • … No anexo 2 da presente dissertação, é apresentado um quadro resumo com as principais instruções em SQL. 2.4.1.4 Modelo Orientado ao Objecto / Modelos Relacionais Estendidos Na actualidade estão-se a fazer novos desenvolvimentos no sentido da criação e aperfeiçoamento de novos modelos de dados para SGBD, nomeadamente a abordagem Orientada ao Objecto (OO) e as Extensões ao Modelo Relacional. Ambos os modelos têm 12 despertado um interesse considerável na área dos SIG, e apesar da sua aplicação aos SIG ainda estar numa fase embrionária, muitos autores sugerem que os Sistemas de Informação Geográfica deverão abandonar, a muito curto prazo, o Modelo Relacional em favor do Modelo de Bases de Dados Orientadas aos Objectos (BDOO). O atractivo fundamental da abordagem dos Sistemas Gestores de Bases de Dados Orientadas aos Objectos (SGBDOO) está no mais alto nível de abstracção que permitem, quando comparados com o Modelo Relacional. De facto, permitem que a forma como as entidades e os eventos são representados numa base de dados, esteja mais próxima da forma de pensamento e raciocínio humano. Apesar disto, o Modelo Relacional continua a ser a abordagem dominante nos SIG's, por esta razão, não farei mais desenvolvimentos sobre este modelo de dados. 2.4.2 Desenho de Bases de Dados De modo a auxiliar os analistas no desenho e desenvolvimento de bases de dados, foram desenvolvidas várias técnicas de modelação, entre as quais se destacam: Modelo Entidade - Atributo - Relação (EAR) Normalização 2.4.2.1 Modelo Entidade - Atributo - Relação (EAR) O modelo Entidade - Atributo - Relação (EAR), introduzido por [CHEN, 1976], é amplamente utilizado como um meio de modelação de estruturas de dados. Uma abordagem EAR básica pode ser entendida como possuindo quatro estados: 1. Identificação das entidades 2. Identificação das relações entre entidades 3. Identificação dos atributos das identidades 4. Derivar tabelas As entidades podem ser definidas como os "objectos" ou "coisas", isto é, algo que pode ser identificado como possuindo existência independente e sobre a qual a organização necessita recolher informação. 13 Uma relação é uma associação existente no mundo real entre dois objectos, por exemplo, uma EMPRESA "emprega" EMPREGADO. As relações são também classificadas em função da sua cardinalidade, sendo classificadas em três tipos: um-para-um (1:1), um-para-vários (1:M) e vários-para -vários (M:N). Existe uma relação de um-para-um (1:1) quando uma instância (ocorrência) de uma entidade pode ter uma relação com uma (e apenas uma) instância de outra entidade. A relação entre marido e esposa é um exemplo deste tipo de relação. No caso do SIT não irá existir nenhuma relação deste tipo (1:1), entre as entidades envolvidas. Existe uma relação de um-para-vários (1:M), quando uma instância de um lado da relação pode "possuir" várias instâncias da entidade localizada no outro lado (mas não vice-versa). Por exemplo, no caso do SIT, num edifício podem existir vários postos de transformação (PT), mas um PT só pode ser atribuído a um único edifício. As relações de vários-para-vários (M:N) existem, quando várias instâncias de ambos os lados podem participar na relação. É o caso da relação existente entre «PT» e «DESENHO», onde um PT pode ter vários desenhos e/ou esquemas atribuídos, e um dado esquema ou desenho pode ser atribuído a vários postos de transformação (PT). Uma vez identificadas as entidades e estabelecidas as relações entre elas, é necessário ainda identificar os atributos de cada uma das entidades. Os atributos pertencem às entidades e descrevem-nas, surgindo por isso, algumas vezes na forma de adjectivos. Esquematicamente, os atributos podem ser representados irradiando a partir das entidades. Para ser possível derivar as tabelas a partir do modelo (EAR) será ainda necessário estabelecer as chaves primárias. Em [TEXAS, 2005] apresenta-se uma descrição bastante clara do modelo (EAR). 14 Apresenta-se a seguir uma aproximação ao modelo entidade - atributo - relação (EAR) do SIT a desenvolver. O modelo definitivo apresentar-se-á no capítulo 5 da presente dissertação. Figura 2. 2 – Aproximação do SIT ao Modelo EAR Como se poderá constatar através do modelo apresentado, entre as entidades, existem relações do tipo muitos para muitos e de um para muitos. A cada entidade irá corresponder uma tabela, onde os atributos se apresentam a irradiar da respectiva tabela. A descrição completa do modelo EAR definitivo do SIT será apresentado no capítulo 5, contemplando a derivação de todas tabelas. 15 2.4.2.2 Normalização Os requisitos do modelo relacional só são plenamente satisfeitos, se o conjunto de tabelas for " Normalizado". Segundo, [DATE, 1999], a Normalização é basicamente a formalização de um conjunto de regras muito simples, praticamente de senso comum, sobre as características que as tabelas devem possuir para poderem funcionar sem problemas numa base de dados relacional. Assim, uma tabela encontra-se na Primeira Forma Normal (1NF), se nela não existirem grupos de valores repetidos. Uma tabela está na Segunda Forma Normal, se estiver em (1NF) e todos os seus atributos não chave forem dependentes na totalidade da chave primária. Uma tabela está na Terceira Forma Normal, se estiver em (2NF) e cada um dos seus atributos não chave forem independentes entre si, isto significa que um atributo não chave nunca pode ser determinado por outro atributo não chave. Existem duas frases que resumem os objectivos da normalização em qualquer modelo de dados, baseado no modelo relacional, são elas: Cada facto num único lugar ( por forma a evitar duplicações desnecessárias) Cada atributo não chave deverá depender da chave (1NF), de toda a chave (2NF) e de nada mais do que a chave (3NF). Em [ENTERPRISE, 1999] apresenta-se um artigo escrito por [DATE, 1999] onde se descrevem os fundamentos da normalização. 16 2.5 Sistemas de Informação Geográfica Uma das definições mais usuais para SIG é apresentada em, [GIS.COM, 2004], onde se define Sistema de Informação Geográfica (SIG) como uma tecnologia, que gere, analisa e difunde o conhecimento e informação geográfica. Em [CAMPUS, 2004] são disponibilizados vários cursos on-line, dedicados a SIG’s, onde aparece também uma definição de SIG que se adapta melhor, em minha opinião, ao SIT a desenvolver, definindo SIG como uma ferramenta de apoio à tomada de decisão, que combina as potencialidades de manipulação de dados de um SGBD relacional com as potencialidades de manipulação de dados espaciais de um programa de CAD ou de qualquer outro sistema de mapeamento, permitindo que sejam mais facilmente tomadas decisões relativas à escolha de localizações ou rotas, podendo ainda interagir com outras tecnologias e sistemas de informação. Nesta situação os atributos dos dados combinam múltiplos critérios, e os dados e as entidades estão codificados em vários arquivos de dados diferentes. O SIT a desenvolver enquadra-se perfeitamente nesta segunda definição. Os SIG têm aplicação em diversas áreas, nomeadamente, à gestão ambiental e de recursos naturais, à logística, a diversos ramos a indústria, etc. O modelo desenvolver terá aplicação em indústrias com uma grande variedade de equipamentos e com redes eléctricas autónomas com é o caso da maior parte das fábricas do ramo Automóvel. 17 A figura seguinte ilustra os diversos ramos de aplicação dos SIG. Como se poderá constatar o campo de aplicação dos SIG é muito vasto, portanto, é natural que a adopção de um sistema de informação como o SIT (baseado numa plataforma SIG), surja na Indústria Automóvel como uma necessidade (o chamado puxar da procura). Figura 2. 3 – Aplicações de Sistemas de Informação Geográfica adaptado de: [ESRI_SERVICES, 2004] Um SIG exige vários recursos, nomeadamente: Entrada de dados a partir de mapas, fotografias aéreas, imagens de satélites, levantamentos de campo, sistemas de posicionamento global (GPS), e outras fontes; Armazenamento, recuperação e pesquisa de dados; Transformação e análise de dados, incluindo estatística espacial e modelação; Comunicação de dados, através de mapas, relatórios e planos 18 Os softwares de SIG armazenam a informação geográfica em níveis, ou camadas (layers). Estes níveis agrupam conjuntos semelhantes de objectos (features) que constituem os diversos temas. Estes objectos são representações de objectos que se encontram na superfície da Terra e que nós abstraímos para os incluirmos dentro de um SIG sob a forma de mapa . Estes objectos podem ser de três tipos: pontos (e.g. PT's no caso do SIT), linhas (e.g. barramentos de energia), e polígonos (e.g. Edifícios). A representação varia com a escala. Por exemplo, no caso do Sistema de Informação Técnica (SIT) a modelar podemos representar os edifícios como pontos se estivermos a trabalhar com escalas grandes, ou como polígonos se estivermos a trabalhar com escalas mais pequenas. A figura seguinte, pretende precisamente ilustrar o princípio de funcionamento dos softwares para SIG’s. O Sistema de Informação Técnica a desenvolver, irá ser construído com vários objectos que fazem parte da rede eléctrica de uma fábrica, por exemplo os barramentos de energia que serão representados por linhas e os postos de transformação (PT) que serão representados por pontos. Cada objecto tem atributos que ficam armazenados numa mesma tabela – a tabela do tema. Adaptado de: [CAMPUS, 2004] Figura 2.4 – Sugestão para um logótipo de SIG 2.5.1 A Plataforma SIG ArcGis Desktop / ArcView 8.x O software (SIG) a utilizar como plataforma de suporte do Sistema de Informação Técnica a desenvolver será o ArcGis Desktop / ArcView 8.2 Este software integra três aplicações o ArcMapTM, o ArcCatalogTM e o ArcToolboxTM. O ArcMap é uma ferramenta que permite criar, visualizar, interrogar, editar, compor e imprimir mapas. O Arccatalog é um browser de dados geográficos funcionando de modo semelhante ao Windows Explorer da Microsoft. Com esta ferramenta é possível realizar a exploração de dados geográficos, permitindo criar, pesquisar, mover, eliminar e copiar dados geográficos. 19 Permite ainda a edição e visualização de ficheiros especiais em XML que contêm a informação sobre os dados, ou seja os Metadados. O ArcToolbox é uma aplicação que permite converter dados de diversos formatos para outros formatos compatíveis com o ArcGis, permitindo ainda definir ou alterar o sistema de projecção dos dados geográficos. Por exemplo permite a conversão de desenhos produzidos por sistema CAD para uma Geodatabase1 permitindo ainda a sua posterior conversão para o formato Shapefile que é o formato nativo do ArcView e que tem também uma utilização bastante generalizada no pacote ArgisDesktop. Durante o processo de desenvolvimento do SIT , esta ferramenta será utilizada, não só para definir o sistema de coordenadas, mas também para realizar a conversão dos desenhos relativos ao “layout” da VW-Autoeuropa e da sua rede eléctrica para um formato compatível com o pacote ArcGis. Primeiro far-se-á a conversão dos desenhos em CAD para uma Geodatabase e posteriormente para «Shapefiles». Em [VirtualCampus, 2004], são disponibilizados vários cursos on-line bastante completos, que poderão possibiltar um bom aprofundamento do conhecimento deste software. Descrições detalhadas dos formatos de objectos utilizados pelo ArcgisDesktop, encontram-se disponibilizadas no website da «Esri», em [ESRI, 2004] 2.5.2 Operações de Geoprocessamento e Análise Espacial A fim de que o SIT a desenvolver se possa tornar útil, será necessário realizar algumas operações de geoprocessamento e análise espacial, nomeadamente: • Criar Buffers (zonas "tampão") • Simplificação de dados geográficos através das operações Merge e Dissolve • Sobreposição de dados geográficos utilizando para o efeito as operações Clip, Intersect e Union Por exemplo no SIT será necessário criar zonas tampão em torno dos barramentos de energia, por forma a ser possível definir corredores que estabeleçam distâncias mínimas e/ou máximas dos equipamentos aos referidos barramentos. 1 Geodatabase é uma base de dados relacional que contém dados geográficos, sendo composta por tabelas objectos do tipo ponto, linha e/ou polígono. 20 Para além de operações de geoprocessamento o SIT fará uso de operações de sobreposição de dados, operações de cálculo estatístico e operações relativas à construção de queries2 com recurso a instruções SQL. Como já foi referido no ponto 2.4, relativo aos sistemas de bases de dados, o SIT comportará não só uma geodatabase mas também um SGBD em Ms-access-2002 que fará a gestão da informação específica associada a cada equipamento. Para que tal seja possível será necessário criar uma interface entre o pacote de software ArcGis Desktop e o SGBD em Ms-Access, ou SQL. 2.5.3 Modelo de Dados Espaciais Os modelos são abstracções que simplificam sistemas complexos de modo a torná-los facilmente interpretáveis. Os SIG utilizam uma grande variedade de modelos, nomeadamente modelos de erosão, de incêndios, de localização, etc. O presente trabalho pretende desenvolver um modelo espacial que pretende por um lado a facilitar a localização de equipamentos numa área e/ou fábrica por outro prestar apoio a tomadas de decisão, por exemplo em novos projectos. A fonte de dados espaciais a utilizar no SIT serão essencialmente desenhos em formato “dxf” (extensão do software Autocad) que representarão plantas da fábrica, onde constam entidades discretas como os edifícios, os barramentos de energia e os diversos equipamentos. Uma vez que entidades geográficas discretas são melhor representadas pelo modelo vectorial, será este modelo espacial a utilizar no desenvolvimento do Sistema de Informação Técnica. O modelo raster utiliza as chamadas grids, adaptando-se melhor que o modelo vectorial na representação de superfícies contínuas, como por exemplo altitudes, declives, precipitação, temperaturas, etc. O pacote de software ArcGis disponibiliza algumas extensões, como por exemplo o Spatial Analyst e 3D Analyst, que permitem analisar os fenómenos geográficos através do modelo matricial (raster). Uma vez que pelas razões já apontadas, o SIT utilizará o modelo vectorial como modelo de dados espaciais, não farei mais desenvolvimentos sobre o modelo matricial, contudo, quero desde já salientar que os pacotes de software SIG disponibilizam ferramentas para conversão de dados em vectorial para raster e vice-versa, e portanto o Sistema de 2 Query – No anexo 2 da presente dissertação é apresentada uma definição de Query 21 Informação a desenvolver pode suportar também o modelo de dados raster, podendo inclusivamente haver situações em que seja recomendável a utilização de alguma das extensões do ArcGis desenvolvidas para o modelo matricial, é o caso de uma situação que recomende a utilização de álgebra de mapas (map algebra). A figura seguinte pretende ilustrar as diferenças entre as representações raster e vectorial. Representação Vectorial Representação Raster Figura 2. 5 – Representações Vectorial e Raster de um reservatório e de uma estrada Adaptado de: [CAMPUS, 2004] 2.5.4 Fases de Desenvolvimento de um Projecto SIG Segundo [HEYWOOD e al., 1998], no desenvolvimento de qualquer projecto SIG, e portanto também no Sistema de Informação Técnica a desenvolver, é necessário considerar três etapas ou níveis de abstracção: Numa primeira etapa serão identificadas as entidades espaciais de interesse do mundo real (pontos, linhas, áreas, redes e superfícies). Na segunda etapa, será escolhido o modelo de dados espaciais (raster ou vector), que o computador irá utilizar para a visualização, análise e armazenamento da representação das entidades correspondentes a elementos do mundo real. É nesta segunda etapa que a informação (e.g. desenhos) será convertida para o formato digital. Na terceira etapa, será definida a forma como o computador irá recriar as entidades identificadas utilizando o modelo seleccionado, raster ou vector, de dados espaciais. 22 2.5.5 Os SIG nas Organizações Segundo [ISEGI, 2003], um SIG, numa organização pode ser usado de diferentes modos, dependendo do papel das pessoas que a ele acedem. Em termos gerais e simples, podemos com utilidade distinguir entre SIG para operações de rotina e SIG para apoio à decisão. No primeiro caso, os SIG são concebidos para desempenhar com frequência tarefas bem definidas. Os processos de negócio são compreendidos e têm lugar segundo procedimentos estabelecidos. No segundo caso, os SIG são usados para apoiar tarefas mal definidas, cuja natureza e resultado não são bem conhecidos. O SIT a desenvolver será bivalente, poderá ser utilizado quer em operações rotineiras, por exemplo localizar equipamentos, quer no apoio à tomada de decisão, por exemplo auxiliar na decisão de um novo investimento em barramentos de energia ou equipamentos. 23 3. LINGUAGEM DE MODELAÇÃO UMLTM 3.1 Definição da UML - Unified Modelling Language Os conceitos abordados no presente capítulo, foram adaptados de [BOOCH, 1999], [NUNES et al., 2001], [OMG, 2004], [SILVA et al., 2001] e [UML, 2004]. Segundo [UML, 2004], UML é a sigla de Unified Modelling Language, que pode ser traduzido por Linguagem de Modelação Unificada. Trata-se de uma linguagem diagramática, utilizável para especificação, visualização e documentação de sistemas de informação. A UML apresenta, entre outras, as seguintes características principais: • É independente do domínio de aplicação (i.e. pode ser usada em projectos de diferentes características, tais como sistemas baseados na web, sistemas de informação geográfica, sistemas em tempo real, etc;) • É independente do processo ou metodologia de desenvolvimento • É independente das ferramentas de modelação • Apresenta mecanismos potentes de extensão • Agrega um conjunto significativo de diferentes diagramas/técnicas dispersos por diferentes linguagens (diagrama de casos de utilização, de classes, de objectos, de colaboração, de actividades, de estados, de componentes, e de instalação). A UML é uma linguagem gráfica cujo objectivo principal é promover e facilitar a comunicação entre um grupo variado de intervenientes. A utilização do UML abre perspectivas para responder ao desafio de desenvolvimento de novos sistemas de informação geográfica, cada vez mais complexos, robustos, fiáveis e ajustados às necessidades dos utilizadores. Embora o UML seja sobretudo utilizado na modelação de software, é importante salientar que a UML pode ser utilizada noutros contextos e por intervenientes com distintas formações (e.g., por gestores, para representarem a organização das empresas e respectivos processos de negocio, por juristas, para representarem as relações entre leis). A abrangência da UML justifica assim a utilização do termo unificada. 24 3.2 História Grady Booch e James Rumbaugh na Rational Software Corp., iniciaram os trabalhos de desenvolvimento da UML em 1994. As suas metas eram a criação de um novo método, denominado de "Método Unificado" que unisse os métodos Booch e OML, desenvolvidos principalmente por [RUMBAUGH, 1994]. Em 1995 Ivar Jacobson - o homem por de trás do métodos OOSE - une-se ao grupo. Formou-se então o chamado grupo "os três amigos" que viria a desenvolver a UML através da junção do que melhor havia nas três metodologias inicias, adicionando novos conceitos e visões de linguagem. Os criadores da UML, tiveram a percepção de que os seus trabalhos estavam mais direccionados para uma linguagem padrão de modelação, tendo-a renomeado por isso para " Unified Modelling Language ", que se pode traduzir por Linguagem de Modelação Unificada. Booch, Rumbaugh e Jacobson lançaram ainda algumas versões preliminares da UML. Os feedbacks às versões preliminares permitiram o apuramento da linguagem. A versão 1.0 da UML foi lançada em Janeiro de 1997. Adaptado de: [OMG, 2004] Figura 3. 6 – Símbolo da UML Nas páginas seguintes é feita uma introdução ao UML, fazendo-se uma descrição sumária dos seus principais diagramas e entidades. Uma descrição mais detalhada e profunda sobre UML, encontra-se disponibilizada em, [UML, 2004]. 25 3.3 Diagramas de Use Cases Os diagramas de Use Cases são utilizados para apresentação de requisitos3 e para assegurar que tanto o utilizador final como o perito numa determinada área possuem um entendimento comum dos requisitos. O seu objectivo é descrever o que um sistema deverá efectuar e não como o vai fazer Estes diagramas utilizam as seguintes abstracções de modelação: «uses» Adaptado de: UseCase «extends» [VISIO, 2002] Actor Figura 3. 7 – Simbologia para Diagramas de Use Case Actor: Representa qualquer entidade que interage com o sistema. Pode ser uma pessoa, outro sistema, etc. Use Case: é uma sequência de acções que o sistema executa, produzindo um resultado de valor para o actor. Relações: Entre actores e uses cases podem existir os seguintes tipos de relações: • «Uses»: quando um determinado Use Case utiliza a funcionalidade disponibilizada num outro use case • «Extends»: Quando existe um comportamento opcional que deve ser incluído num Use Case. • Generalização: Quando existe um Use Case que é um a caso particular de um outro use case. 3 Requisito – O requisito num sistema é uma funcionalidade ou característica considerada relevante na óptica do utilizador 26 3.4 Diagramas de Classes Os diagramas de classes descrevem a estrutura estática de um sistema, em particular as entidades existentes, as suas estruturas internas e relações entre si. O diagrama de classes descreve o modelo geral de informação do sistema. Um diagrama de classes é composto pelos seguintes elementos abstractos de modelação: • Classes de objectos • Relações de Associação e Generalização • Multiplicidade Uma classe representa uma abstracção sobre um conjunto de objectos que partilham a mesma estrutura e comportamento. Na prática, um objecto é um caso particular de uma classe, também referido como instância da classe. Uma classe é representada por um rectângulo, subdividido em três áreas: A primeira contém o nome da classe, a segunda os seus atributos e a terceira contém as suas operações. Nome da classe -Atributos Adaptado de: [VISIO, 2002] +Operações() Figura 3. 8 – Notação de classe 3.5 Diagramas de Sequência e Colaboração A UML utiliza dois tipos de diagramas para representar a interacção entre objectos: Diagrama de Sequência e Diagrama de Colaboração. O diagrama de sequência mostra a interacção dos objectos ao longo do tempo. O diagrama de colaboração descreve as mesmas interacções mas centradas nos objectos intervenientes. Enquanto que o diagrama de sequência está rigidamente ligado à variável tempo, o diagrama de colaboração apenas demonstra a interacção entre os objectos. 27 Um diagrama de interacção é composto pelos seguintes elementos abstractos de modelação: Objectos Ligações Mensagens Principais abstracções de modelação, utilizadas pelos diagramas de interacção: Objecto Mensagens Activação Figura 3. 9 – Simbologia a utilizar nos diagramas de Sequência e Colaboração Adaptado de: [VISIO, 2002] 3.6 Diagramas de Estados O diagrama de estado é utilizado para descrever o comportamento de um objecto. Este diagrama, permite descrever o ciclo de vida de uma classe objecto, mostrando os eventos que provocam transições de estado e os efeitos e acções resultantes das mudanças de estado. O estado de um objecto é uma das possíveis condições na qual o objecto pode existir. Em UML o estado é representado por um rectângulo de cantos arredondados com um identificador. Principais abstracções de modelação, utilizadas nos diagramas de estados: Estado inicial Estado Isto é uma anotação Estado Final Figura 3. 10 – Simbologia a utilizar nos diagramas de estados Adaptado de: [VISIO, 2002] 28 3.7 Tipos de Relações As relações permitem o estabelecimento de interdependências entre os elementos básicos que se têm vindo a referir. 0-1 Associação Generalização [ Transição de estado] * Dependência -Agregação 1 * Figura 3. 11 – Resumo dos tipos de relações standard Adaptado de: [VISIO, 2002] 3.8 Desenho do Sistema O desenho do sistema permite definir a organização das diversas partes que o constituem, ilustrando a forma como o sistema cumpre os requisitos. Em projectos de grande dimensão, em virtude da grande quantidade de informação a representar, é necessário utilizar mais do que um diagrama de cada tipo, nesta situação e conveniente utilizar a abstracção de modelação denominada de pacotes (Packages) que em UML, permite dividir a complexidade do sistema em partes mais pequenas para uma melhor gestão. Um pacote é um mecanismo que permite agrupar elementos de modelação UML (diagramas, classes, componentes, interfaces, etc.). Um pacote é representado graficamente por uma pasta, contendo um nome. A figura seguinte apresenta esta representação. Package Adaptado de: [VISIO, 2002] Figura 3. 12 – Notação para pacote 29 Os pacotes podem ser relacionados entre si através de relações de dependência, podendo-se nesta situação considerar que se está a efectuar um diagrama de pacotes. 3.9 Diagramas Físicos Com os diagramas físicos procura-se concretizar as diferentes perspectivas obtidas com os diagramas de use cases, classes, actividades, estados, sequência e colaboração, em “pedaços” de código ou componentes, que juntos constituirão a aplicação. 3.9.1 Diagramas de Componentes Um componente representa um módulo físico de código, sendo o resultado do desenvolvimento numa linguagem de programação ou outra técnica. Um diagrama de componentes mostra um conjunto de componentes e suas relações. Na UML o diagrama de componentes pode ser utilizado para modelar: • Código fonte – organização dos ficheiros de código fonte • Ficheiros binários – organização dos ficheiros binários, incluindo executáveis e bibliotecas. • Bases de dados – modelação de tabelas de uma base de dados A figura seguinte ilustra a abstracção de modelação utilizada em UML para representar um componente. Componente Adaptado de: [VISIO, 2002] Figura 3. 13 – Notação para componente 30 3.9.2 Diagrama da Instalação (Deployment) Este diagrama ilustra a arquitectura do sistema em termos de nós que efectuam o processamento de componentes. Na prática, permite demonstrar como o hardware ficará organizado e como os componentes (software) ficarão distribuídos, estabelecendo assim a sua relação física. Os componentes necessitam de ser executados em algum recurso computacional que contenha memória e um processador. O diagrama de instalação define em que recursos os diferentes componentes estarão localizados Nó Componente Adaptado de: [VISIO, 2002] Figura 3. 14 – Simbologia para diagramas de instalação 3.10 Arquitectura de Modelação A modelação é a arte e ciência de criar modelos de uma determinada realidade. Segundo[BOOCH, 1999], com a aplicação da modelação ao desenvolvimento de sistemas de informação conseguem obter-se diversos benefícios, nomeadamente: Os modelos ajudam a visualizar um sistema, quer seja a sua situação no passado, no presente ou no futuro. Os modelos permitem especificar a estrutura ou o comportamento de um sistema. Os modelos permitem controlar e guiar o processo de construção do sistema. Os modelos documentam as decisões tomadas. Do processo de desenvolvimento do sistema de informação em UML, resulta a criação de um conjuntos de modelos: Modelo de Negócio, estabelece uma representação da organização. Modelo de Domínio, estabelece o contexto do sistema. Modelo de Use Case, especifica os requisitos funcionais do sistema. Modelo de Desenho, especifica o vocabulário do sistema e a solução proposta para a arquitectura do sistema. 31 Modelo de Processo (opcional), define os mecanismos de concorrência e sincronização Modelo de implementação, especifica os componentes que constituem o sistema. Modelo de instalação, define a topologia do equipamento (hardware) Modelo de Teste, define os critérios para validação e verificação do sistema O Processo de Modelação Unificado (Unified Modelling Process) apresenta uma forma de organização destes modelos, em função das perspectivas complementares dos diversos intervenientes no processo de desenvolvimento. Esta forma de organização designa-se por arquitectura de modelação. Apresenta-se a seguir uma arquitectura de modelação adaptada de [BOOCH, 1999], que integra 5 visões o perspectivas complementares. Cada visão representa uma projecção na organização e estrutura do sistema, centrada num aspecto particular desse sistema. Utilizadores Vocabulário Requisitos Funcionais Construção do sistema Gestão da Configuração Visão Desenho Visão Implementação Programadores Adaptado de: Visão de Use Cases (Cenários) [BOOCH, 1999] Visão Instalação Visão Processo Integradores Requisitos não funcionais: Desempenho, escalabilidade, tolerância a falhas Engenheiros de sistemas Tipologia, Distribuição do Hw e Sw, Instalação e Comunicações Figura 3.15 – Arquitectura de Modelação 32 3.11 Ferramentas de Modelação em UML Existe no mercado, um vasto conjunto de aplicações informáticas para apoio ao processo de desenvolvimento de software e Sistemas de Informação. Estas ferramentas designam-se por C.A.S.E., que significa Computer Aided Systems Engineering ou Computer Software Engineering. No contexto do presente trabalho, importa referir um tipo particular destas aplicações que são editores gráficos especializados no apoio aos processos de modelação visual, em particular aquelas que utilizam UML. Dentro destes editores gráficos, saliento duas, o Rose da Rational e o Visio da Microsoft. A razão desta escolha prende-se com o facto do Rose ser considerado uma referência entre as ferramentas C.A.S.E compatíveis com o UML. Para além disso Rose foi desenvolvido pela Rational, a empresa considerada o berço do UML e onde actualmente trabalham Booch, Jacbson e Rumbaugh. O Visio da Microsoft (versão 2002) será a ferramenta que irei utilizar no desenvolvimento do sistema, por ser por um lado a ferramenta que tenho disponível, e por outro pela sua excelente capacidade de edição gráfica., especialmente no que diz respeito à edição de diagramas. Para além disso, o Visio inclui ainda outras funcionalidades, tais como a criação do modelo a partir de engenharia inversa de bases de dados, a integração de múltiplos diagramas num único repositório e a geração automática do esquema da base de dados. A figura seguinte ilustra a paleta de ferramentas disponibilizada pelo software MsVisio 2002 da Microsoft. Figura 3. 16 – Paleta de ferramentas UML no MS-Visio 2002 Adaptado de: [VISIO, 2002] 33 4. ESTUDO DE CASO – VW – AUTOEUROPA 4.1 Exemplos de casos semelhantes O SIT a desenvolver não é um caso isolado, existem sistemas semelhantes implementados noutras empresas. Por exemplo em Portugal, a EDP, adoptou um SIG orientado por objectos que possibilita que um objecto representado a um determinado nível geográfico (e.g. um posto de transformação) possa conter uma representação gráfica associada (e.g. exemplo um esquema) que por sua vez possui ligações a outros objectos geográficos. A figura seguinte ilustra um exemplo desta potencialidade do SIG da EDP. Figura 4.17 – Exemplo de um SIT baseado numa plataforma SIG, instalado na EDP Adaptado de: [MATOS, 2004] 34 Outro caso interessante na Europa, é o da empresa de electricidade NESA na Dinamarca. A rede de electricidade da NESA é uma das maiores da Dinamarca, abastecendo cerca de 550000 clientes, e fornecendo aproximadamente cerca de seis biliões de Kilowatts. A NESA adoptou desde à muito tempo a ferramenta ArcFM baseada na plataforma ArcInfo 8 da ESRI, para gestão da sua rede eléctrica. Através desta ferramenta, a NESA consegue não só gerir a sua rede eléctrica, como também conseguiu a integração da informação oriunda de bases de dados como o SAP, permitindo a execução de análises complexas de custos e de capacidade da rede, facilitando ainda o controlo e inventariação de material. A figura seguinte ilustra o aspecto do menu, da aplicação ArcFM. Figura 4. 18 – Ferramenta ArcFM da plataforma ArcInfo da Esri, instalada na NESA Adaptado de: [CASE_STUDIES, 2004] 35 Em [CASE_STUDIES, 2004], são descritos vários casos de sucesso na gestão de redes de energia eléctrica e de gás através de plataformas SIG. A maior parte dos estudos de caso citados no referido sítio da Internet, dizem respeito a empresas do Estados Unidos da América onde de facto existem várias empresas que adoptaram soluções com SIG's, que de forma análoga à empresa NESA, integram informação proveniente de vários sistemas de informação. É o caso da empresa AEP, o maior fornecedor de electricidade nos E.U.A. 4.2 Breve apresentação da empresa VW-Autoeuropa A VW Autoeuropa é uma fábrica de automóveis localizada no concelho de Palmela, na península de Setúbal ocupando uma área de cerca de 220 000 [m2], a norte da auto-estrada Lisboa / Algarve (A2) e a sul do troço ferroviário Pragal / Pinhal Novo. Figura 4.19 – Vista aérea da fábrica VW-Autoeuropa em Palmela Adaptado de: [AUTOEUROPA, 2004] Nesta fábrica produzem-se três modelos de mono volumes, o VW Sharan, o Ford Galaxy e o Seat Alhambra. O tipo de veículo produzido pela VW-Autoeuropa é vulgarmente designado de MPV ( Multi Purpose Vehicle, ou seja, veículo para múltiplos fins). Este conceito combina as vantagens de um automóvel de passageiros com as de um mini autocarro, 36 tentando eliminar as desvantagens de um e de outro. Graças à flexibilidade do seu conceito interior, o MPV responde às necessidades de transporte das famílias ou de pequenos grupos, adaptando-se na perfeição a situações muito diversas no quadro de utilizações, profissionais ou de lazer. A figura seguinte apresenta o expositor de produtos da VW-Autoeuropa, ilustrando, da esquerda para a direita respectivamente, os três modelos de monovolumes (MPV), VWSharan, Seat-Alhambra e Ford Galaxy. Figura 4.20 - VW- Sharan, Seat Alhambra e Ford Galaxy, os três produtos da fábrica de Palmela Adaptado de: [AUTOEUROPA, 2004] 37 A figura seguinte, ilustra o novo Golf Cabrio a produzir a partir de Outubro de 2005 na VWAutoeuropa. Este novo modelo, cujo nome de código é o EOS será colocado à venda no nosso país, em Fevereiro de 2006. Primeiro com o motor de 2.0 litros a gasolina com 200 CV. Ainda antes do Verão de 2006 estará disponível uma mais acessível versão de 1,6 litros. Embora receba a plataforma do Golf, o EOS será mais comprido e mais largo do que este, permitindo-lhe oferecer quatro verdadeiros lugares no interior. Esta é uma característica essencial para este coupé-cabriolet cujo tejadilho recolhe, em cerca de 25 segundos, para um compartimento na bagageira de uma forma totalmente automática. Figura 4.21 – VW Golf Cabrio, o futuro veículo a produzir pela VW-Autoeuropa a partir de Outubro de 2005 Adaptado de: [AUTOEUROPA, 2004] Apesar de se ter seleccionado a empresa VW-Autoeuropa para estudo de caso, a aplicação do modelo é extensível a outras empresas e indústrias, o que aliás se poderá constatar pela especificação do modelo do Sistema de Informação Técnica (SIT) a desenvolver, a apresentar já nas próximas páginas. Convém também realçar, que o que se apresenta é uma proposta para uma resolução possível, outras soluções alternativas seriam igualmente válidas, não se tendo esgotado todos os aspectos e potencialidades do SIT. 38 4.3 Descrição Sumária do Sistema de Informação a Implementar A VW-Autoeuropa é provavelmente a Empresa que em Portugal dispõe de mais tecnologia diversificada e de ponta, de facto, a indústria automóvel actual é talvez a mais competitiva, exigindo por isso elevados níveis de automação e um acompanhamento permanente das últimas novidades tecnológicas. Em virtude deste imperativo, a Autoeuropa dispõe de diversos sistemas de informação, desde bases dados (e.g. SAP) até a sofisticados sistemas de informação ligados à automação e logística. O SIT para gestão da rede eléctrica será mais um possível sistema de informação a integrar nesta Empresa. O SIT será suportado por um SGBD e por uma plataforma SIG ( ArcGis / ArcView 8.x), deverá não só permitir a localização dos equipamentos conectados à rede eléctrica, mas também realizar a gestão da rede eléctrica no que toca aos seguintes itens: Localização dos postos de transformação, permitindo ao mesmo tempo obter informação das cargas que lhes estão associadas. Localização e distribuição dos barramentos de energia, permitindo ao mesmo tempo obter informação sobre as cargas que lhes estão associadas. Localização dos quadros eléctricos conectados aos barramentos de energia. Desenhos e esquemas associados a cada quadro. Determinação dos melhores locais para a instalação de novas linhas de produção. Determinação de áreas da fábrica onde seja necessário proceder a correcções no factor de potência4, de forma a baixar o consumo de energia. Obtenção de informações relativas aos consumos de energia por quadro eléctrico, posto de transformação e área. Controlo de rotinas de manutenção. No anexo 1 da presente dissertação, é feita uma descrição sucinta dos conceitos e equipamentos, utilizados no âmbito da constituição de uma rede de distribuição de energia eléctrica. 4 Factor de potência é a relação entre a energia activa e a energia reactiva 39 4.4 Modelo de Negócio O Sistema de Informação Técnica a desenvolver será constituído por duas unidades organizativas: Uma unidade SIG destinada à manipulação da informação geográfica, e uma unidade baseada num SGBD relacional, destinada a realizar a gestão da informação associada aos equipamentos conectados à rede eléctrica. Figura 4.22 : Estrutura Organizativa do SIT 4.5 Modelo de Domínio Seguindo a orientação do modelo anterior, o SIT será constituído por dois subsistemas: Um subsistema baseado numa plataforma SIG, e um Subsistema baseado num SGBD relacional para gerir a informação associada aos equipamentos. Com esta arquitectura pretende-se que cada um dos subsistemas funcione com um elevado grau de autonomia, podendo continuar a funcionar mesmo que interrompa a comunicação com o outro subsistema. Daí que cada subsistema seja dotado de uma base de dados própria que lhes permita a realização das operações locais. Figura 4.23 – Modelo de domínio do SIT 40 4.5.1 Subsistema SIG A função principal deste subsistema é centralizar e gerir a informação geográfica integrada no SIT. Será suportado por uma plataforma SIG que integrará a seguinte informação: 1 Tema de polígonos com os vários edifícios, ilustrando a planta da fábrica. 1 Tema de pontos relativo aos postos de transformação. 1 Tema de pontos relativo aos equipamentos (normalmente quadros eléctricos) associadas aos barramentos de energia. 1 Tema de linhas relativo aos barramentos de energia de 400 [A]. 1 Tema de linhas relativo aos barramentos de energia de 2500 [A]. 4.5.2 Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos» O subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» terá como principal função a centralização e gestão da informação específica relativa aos componentes da rede eléctrica da VW-Autoeuropa, nomeadamente quadros eléctricos, barramentos de energia e postos de transformação. Existem três tipos de quadros eléctricos: • Quadros de iluminação – Destinados a suprirem os sistemas de iluminação geral e de emergência. • Quadros de Ar condicionado – Destinados a suprirem unidades de ar condicionado e de tratamento de ar (UTA). • Quadros de força – Destinados a suprirem tomadas de uso geral, motores, sistemas transportadores, linhas de produção, prensas, e de um modo geral todos os equipamentos que não estejam incluídos nos dois quadros anteriores (iluminação e ar condicionado). Os quadros eléctricos estão normalmente conectados aos barramentos de energia, conectando-se estes por sua vez aos postos de transformação, no entanto, em determinadas situações, especialmente quando a corrente nominal5 é elevada, os quadros eléctricos podem ser conectados directamente ao Posto de Transformação. O subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» disponibilizará ainda alguma informação relativa à potência e consumo de energia nos quadros eléctricos, que será obtida 5 Corrente nominal - Corrente para a qual foi definido o regime de funcionamento do quadro. 41 através de uma rede de analisadores de energia conectados em permanência ao servidor do SIT através de um interface RS 4856. Relativamente aos dados energéticos, o «SGBD para gestão de equipamentos» disponibilizará a seguinte informação: • • • Potência Eficaz [KWatt] Energia activa [KWh ] Factor de Potência [ Cosϕ ] A comunicação entre o subsistema SIG e o subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» será efectuada através de um interface, cuja descrição será feita no capítulo V da presente dissertação. 4.6 Modelo de Use Cases 4.6.1 Subsistema SIG O Sistema de Informação Técnica a desenvolver será integrado no Departamento De Eng.ª de Infra-Estruturas da empresa VW-Autoeuropa, onde se distinguem os seguintes actores: Engenheiro de Infra-Estruturas, que pode ser da especialidade Civil, Electrotécnica ou Mecânica. Este actor poderá operar e interagir com o SIT sem quaisquer restrições. Técnico de Infra-Estruturas, poderá operar e interagir com o sistema com algumas restrições. Para além destes actores humanos, existe ainda mais um actor não humano que é o subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos», uma vez que ele próprio tem a capacidade de interagir com o subsistema SIG. Convém salientar, que para ser possível a interacção entre os dois subsistemas, SIG e SGBD para gestão de equipamentos, têm de existir tabelas com atributos chave comuns a ambos os subsistemas, por exemplo os números de identificação dos equipamentos (PT’s, barramentos e quadros eléctricos) podem ser utilizados para este efeito. Aliás, diga-se de passagem, que esta característica do SIT poderá ser constatada ao logo do desenvolvimento do modelo. 6 -RS485 – Um dos protocolos de comunicação criados pelo Instituto de Engenheiros Electrotécnicos dos E.UA. 42 Apresenta-se a seguir o modelo de Casos de Uso (Use Cases) para o subsistema SIG, onde se ilustram os principais casos de uso que é possível realizar neste subsistema. Em virtude das potencialidades da plataforma SIG, muitas mais acções seria possível representar, contudo nesta situação, o modelo dos Use Cases tornar-se-ia muito complexo o que comprometeria a sua funcionalidade como modelo. Figura 4.24 – Modelo de Use Cases para o subsistema SIG 43 À semelhança dos SIG, o SIT a desenvolver funcionará também como uma tecnologia integradora, tendo a capacidade de utilizar informação proveniente de sistemas de gestão de bases de dados como o SAP e de outros sistemas de informação baseados em bases de dados relacionais, como é caso do Sistema de Gestão Energia da fábrica (SGE). Os Use Cases números 13 e 14 do diagrama anterior, correspondem precisamente à integração de informação no subsistema SIG, oriunda dos sistemas SAP e SGE respectivamente. Por esta razão apresentam-se a seguir, os Use Cases a implementar nos sistemas SAP e SGE de forma a ser possível a exportação de informação para o SIT. Figura 4. 25 – Interacção do SIT com outros sistemas de Informação, SAP e Sistema de Gestão de Energia (SGE). 44 A inclusão de informação oriunda do SGE permitirá por exemplo obter informações sobre a energia activa, energia reactiva e factor de potência dos postos de transformação, ao passo que a informação oriunda do SAP permitirá obter informações sobre rotinas de manutenção e despesas de manutenção por edifício, PT, barramento e equipamento, e ainda outras operações de rotina. 4.6.2 Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos» Neste sistema os actores humanos são os mesmos do subsistema SIG, contudo, neste subsistema existe um outro actor não humano diferente, que é responsável por actualizar as tabelas com os dados energéticos dos quadros eléctricos. Este actor, não foi considerado mais um subsistema do SIT, por ser independente. De facto, trata-se de uma rede de analisadores de energia integrados nos quadros eléctricos, que comunica com o servidor do SIT através de um interface (RS485), actualizando tabelas, que são posteriormente importadas para o subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», por um dos actores humanos, podendo ainda em alternativa, serem linkadas em permanência com as tabelas correspondentes do subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos». Nestas tabelas ficarão disponíveis os valores das grandezas eléctricas, já citadas, i.e., Potência Eficaz [Kwatt], Energia activa [KWh ] e Factor de Potência [ Cosϕ ]. Apresenta-se a seguir um exemplo de analisador de energia, com possibilidade de comunicação em rede via protocolos ModBus / RS485. Em [RS485, 2005], disponibilizamse as características deste protocolo de comunicação. Figura 4. 26 – Analisador de energia electrex PLUS 485 Adaptado de: [ELECTREX, 2005] 45 Tendo em conta o que já foi dito relativamente ao subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», apresenta-se a seguir o respectivo diagrama de Casos de Uso. Figura 4. 27 – Modelo de Use Cases para o subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» 46 4.7 Diagramas de Sequência A fim de modelar os aspectos dinâmicos do SIT em termos de interacções entre objectos e suas relações, apresentam-se a seguir alguns digramas de sequência. [BOOCH et al, 1999] definiram interacção como um comportamento que consiste na troca de um conjunto de mensagens entre objectos, dentro de um contexto, para alcançar um dado fim. De forma a dominar a complexidade e a aumentar a compreensão das particularidades do sistema, é fundamental modelar a sua dinâmica. Os diagramas de sequência podem ser desenhados com vários níveis de detalhe e ao longo de diversas etapas de desenvolvimento do sistema. Também é costume utilizar diagramas de sequência em conjunto com a descrição textual dos Use Cases. A figura seguinte ilustra o diagrama de sequência relativo à localização de um PT. Figura 4. 28 – Diagrama de sequência relativo à localização de um PT 47 Através da figura anterior, constata-se que o Use Case relativo à localização e um PT começa por adicionar dois temas, um de polígonos (edifícios) e outro de pontos (PT’s), executando de seguida uma query condicionada pelo número do PT pretendido, devolvendo como resultado final um mapa com a localização do PT, num determinado edifício da fábrica. Os diagramas de sequência relativos à localização de barramentos, quadros eléctricos ou outros equipamentos são muito semelhantes a este diagrama de sequência. Apresenta-se a seguir o diagrama de sequência relativo à conversão de um ficheiro CAD para shapefile. Figura 4. 29 – Diagramas de sequência relativo à conversão de um ficheiro CAD para Shapefile Como se poderá constatar, o diagrama de sequência relativo à conversão de um ficheiro CAD para o formato nativo da plataforma SIG, shapefile, começa por converter o ficheiro CAD para o formato geodatabase e só depois faz a conversão de geodatabase para shapefile. Esta situação, apesar de parecer estranha é a que é permitida pela ferramenta ArcToolbox do pacote de software (Arcgis / Arcview 8.2). 48 A figura seguinte, ilustra o diagrama de sequência relativo à integração de informação oriunda do sistema SAP, nomeadamente informação relativa a equipamentos (quadros eléctricos, PT’s, barramentos e energia). Figura 4. 30 – Diagramas de sequência relativo à integração de uma tabela do sistema SAP no SIT Repare-se que neste caso, o diagrama de sequência envolve dois sistemas independentes, o SAP e o SIT, envolvendo-se também dois actores diferentes, em virtude dos utilizadores do SIT e SAP poderem ser actores distintos. Inicialmente, através do comando export, exportam-se do sistema SAP as tabelas pretendidas para um formato compatível com o SIT (normalmente dBaseIV), depois, através da ferramenta ArcMap é só adicionar a tabela exportada do SAP ao projecto, juntando-a de seguida com a tabela do tema em análise, utilizando para o efeito o comando do ArcMap, Join. Os diagramas de sequência relativos à integração de informação no SIT, oriunda de outros sistemas de informação, por exemplo do SGE, são semelhantes. 49 O diagrama de sequência apresentado a seguir, ilustra o processo de obtenção da informação relativa aos dados energéticos (Energia Activa, Potência Eficaz e Factor de Potência) de um determinado quadro eléctrico. Figura 4. 31 – Diagrama de Sequência relativo à obtenção dos dados energéticos para um determinado quadro eléctrico. Neste diagrama de sequência, o utilizador do SIT (Engenheiro ou Técnico) começa por exportar a tabela com os dados energéticos obtidos através da rede de analisadores de energia, para um formato compatível com a plataforma SIG (e.g., o dBaseIV), a seguir já em ambiente ArcMap, adiciona o tema quadros (shapefile) e a tabela com os dados energéticos. Finalmente, para obter os dados energéticos relativos a determinado quadro, basta executar uma query que contemple apenas o quadro que se pretende. 50 A figura seguinte, ilustra o processo relativo à determinação dos quadros eléctricos com rotinas de manutenção por concluir. Figura 4. 32 – Diagrama de Sequência relativo à determinação dos quadros eléctricos com rotinas de manutenção por concluir. O diagrama de sequência, neste caso, exige que um utilizador SAP, exporte previamente a informação relativa à execução das rotinas de manutenção para um formato compatível com o SIT (e.g., dBaseIV). A seguir, já em ambiente da plataforma SIG (ArcMap), um utilizador do SIT, junta a tabela do tema quadros (shapefile) com a tabela que disponibiliza a informação das rotinas de manutenção (Tab_Rotinas_Man.dbf) obtida a partir do sistema SAP. O diagrama conclui-se com a execução de uma query que selecciona apenas os quadros eléctricos com rotinas de manutenção por finalizar. 51 O diagrama de sequência apresentado a seguir, ilustra o processo relativo à determinação dos postos de transformação (PT) com Factor de Potência (FP) inferior a 0,9. Figura 4. 33 – Diagrama de Sequência relativo ao processo de determinação dos PT’s com FP<0,9. Neste diagrama de sequência, é necessário que um utilizador do SGE, exporte previamente para um formato compatível com o SIT as tabelas com os dados energéticos dos PT’s. Um utilizador do SIT, para determinar os PT’s com FP menor que 0,9, só tem que juntar a tabela do tema PT (shapefile) com a tabela oriunda do SGE que contém os dados energéticos, executando de seguida uma query condicionada por um FP menor que 0,9. Note-se que poderia ter-se incluído no diagrama de sequência anterior, o tema dos edifícios, o que permitiria obter um mapa com os locais onde o factor de potência seria menor que 0,9. Penso que os diagramas de sequência apresentados, são suficientes para clarificarem os aspectos dinâmicos do modelo do SIT, contudo, muitos mais se poderiam apresentar pois as possibilidades do modelo são enormes. 52 4.8 Modelo de Desenho 4.8.1 Diagramas de Classes do Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos» O Diagrama de classes faz a descrição formal dos objectos na estrutura do SIT, descrevendo para cada objecto a sua identidade, os seus relacionamentos com outros objectos, os seus atributos e as suas operações, ou seja descreve o modelo geral de informação de um sistema. Uma vez que o SIT é formado por dois subsistemas, para cada um será necessário desenhar o respectivo diagrama de classes. Apresenta-se a seguir o diagrama de classes relativo ao subsistema «SGBD para gestão de equipamentos». Figura 4. 34 – Diagrama de classes do subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos» 53 Este diagrama de classes acaba por representar uma parcela da rede eléctrica da VWAutoeuropa, ilustrando as relações entre os seus componentes e especificando ao mesmo tempo as suas características, que mais não são que os atributos dos objectos. Por se tratarem de objectos muito específicos, farei, no anexo 1 da presente dissertação, uma descrição mais detalhada dos termos e componentes utilizados no âmbito da constituição de uma rede eléctrica Seguidamente, é feita uma descrição resumida de cada uma das classes do diagrama anterior. Descrição das classes e suas relações. PT – Este objecto representa os postos de transformação, é caracterizado por um número que o identifica, possuindo coordenadas que o localizam num determinado local dentro do edifício. O atributo “notas” permite a inscrição de notas e comentários. As classes “Carga_PT” e “Barramento” estão agregadas à classe PT, contudo, a relação com a classe “Carga_PT” é mais forte e por isso é do tipo composição. A um PT podem estar ainda associados um ou mais desenhos ou esquemas que o descrevem. Barramento – Representa os barramentos de energia eléctrica, que mais não são do que linhas de distribuição de energia. Á semelhança do objecto PT, é identificado por um número, estando-lhe também atribuídas coordenadas que definem a sua localização. Como se poderá constatar através da relação de generalização que lhes está associada, podem ser de dois tipos, de 400[A] e de 2500[A]. Nos barramentos estão integradas as respectivas cargas, existindo por isso, uma relação muito forte do tipo composição com a classe “carga_barramento”. Quadro_Eléctrico – Este objecto, representa os quadros eléctricos que estão conectados aos barramentos de energia. Possuem um número que os identifica inequivocamente, e ainda uma série de atributos relacionados com as características eléctricas de cada quadro. A partir do atributo “coordenadas” é possível saber a localização dos quadros eléctricos na fábrica. Os quadros eléctricos, podem ser de três tipos, força, iluminação e ar condicionado, como e ilustrado pela respectiva generalização. A cada quadro eléctrico podem ser atribuídos um ou mais desenhos (esquemas eléctricos), e zero ou mais tabelas com dados energéticos, cuja informação será obtida a partir da rede de analisadores de energia. 54 Edifício – Esta classe representa os edifícios da fábrica, possuem uma designação e um número que os identifica inequivocamente. O atributo “coordenadas”, permite localizar os edifícios na fábrica. Cada edifício é composto por uma ou mais secções. Desenho – Representa os desenhos associados aos equipamentos da rede eléctrica. Cada desenho é identificado por um número. Os desenhos encontram-se guardados em armários adequados para o efeito. Carga_PT – Representa as cargas integradas em determinado PT, às quais estão normalmente associados disjuntores eléctricos7 cujas características correspondem aos atributos da classe. Como a carga está integrada numa determinada gaveta do PT a relação que existe com a classe “PT” é muito forte, sendo portanto do tipo “composição”. Carga_Barramento - Representa as cargas integradas em determinado barramento de energia, sendo normalmente caixas de barramento8 cujas características correspondem aos atributos da classe. Á semelhança da classe “Carga_PT”, também as cargas dos barramentos estão integradas no próprio barramento, existindo por isso uma relação muito forte com a classe Barramento, do tipo “composição”. Energia – Esta classe contém a informação relativa a dados energéticos dos quadros eléctricos, obtida através da rede de analisadores de energia conectados via protocolo RS485 / ModBus. A cada quadro eléctrico podem estar associadas zero ou mais tabelas com dados energéticos. A inclusão de um atributo de data, permite observar as variações de consumo de energia e factor de potência ao logo do tempo. No anexo 2 da presente dissertação, e feita uma descrição detalhada das tabelas respectivos atributos associadas a cada objecto, ilustrado pelo diagrama de classes. Convém salientar, que apesar da informação utilizada pelo subsistema SIG ser georeferenciada, achei por bem ainda assim, incluir o atributo “coordenadas” nas classes passíveis de serem representadas por um objecto geográfico, pois desta forma o SIT disponibilizará de um processo de localização alternativo ou complementar dos objectos, através dos pilares dos edifícios. 7 Disjuntor Eléctrico – No anexo 1, é apresentado a definição de disjuntor eléctrico. Caixa de barramento – Caixa que faz a conexão entre o barramento e a carga propriamente dita. Está normalmente equipada com fusíveis de protecção. 8 55 4.8.2 Diagrama de Classes do Subsistema SIG Apresenta-se a seguir o diagrama de classes relativo ao subsistema SIG. Neste subsistema, cada classe representa um objecto geográfico, que pode corresponder a um tema de polígonos, linhas ou pontos. Figura 4. 35 – Diagrama de classes do subsistema SIG Como se poderá constatar, no subsistema SIG existe um menor de número de classes do que no subsistema SGBD, isto deve-se ao facto, por uma lado, de determinadas entidades como por exemplo as tabelas de energia ou a entidade desenho, não poderem ser consideradas como objectos geográficos e por outro, porque o subsistema SIG tem a capacidade de integrar a informação do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» através da junção de tabelas «linkadas» pelos atributos considerados chave, como é o caso dos atributos, «Nr_PT», «Nr_Quadro», «Nr_Edificio» e «Nr_Barramento». Estes mesmos atributos serão também utilizados de forma semelhante para integrar informação oriunda do Sistema de Gestão de Energia (SGE). Convém salientar, que neste subsistema, incluiu-se nas classes, PT, Barramento e Quadro o atributo «Nr_SAP» que irá permitir a integração de informação a partir do sistema SAP. Relativamente ao tipo de relações entre objectos, mantiveram-se as relações entre objectos com a mesma denominação nos dois subsistemas. 56 4.9 Modelo de Implementação Diagrama de componentes Apresenta-se a seguir o diagrama de componentes para o modelo do SIT. Um componente representa um módulo físico de código, sendo o resultado do desenvolvimento numa linguagem de programação ou outra técnica. O diagrama de componentes ilustra os diversos componentes que formam o sistema e as suas relações de dependência. Figura 4. 36 – Modelo de Implementação do SIT Como se poderá constatar, o SIT será constituído essencialmente por quatro componentes, dos quais, três correspondem aos aplicativos da plataforma SIG ( ArcGis Desktop / ArcView 8.x) a utilizar, e um corresponde a uma base de dados implementada em Ms-Access-2002 ou SQL, que contém a informação associada aos elementos do SIT. Como a base de dados irá possuir controlo de acesso por Password, e níveis de privilégios por utilizador, aparece ainda no modelo um quinto componente, “Controlo_Acesso.dll”, que pretende ilustrar esta funcionalidade do SIT. 57 4.10 Modelo de Instalação A figura seguinte, ilustra o modelo de instalação do Sistema de Informação Técnica (SIT). O objectivo deste diagrama é definir a arquitectura do sistema em termos de hardware e a sua relação com os diferentes componentes. De facto, os componentes necessitam ser executados em algum recurso computacional que contenha memória e processador. Figura 4. 37 – Modelo de Instalação do SIT O «SIT» poderá ficar instalado num servidor do tipo «HP Home Proliant» e será acessível a partir de um terminal ou de um computador pessoal, através de comunicação em protocolo TCP/IP 9. A comunicação entre o SIT e os servidores para os sistemas SAP e SGE será efectuada através de um protocolo de comunicação do tipo TCP/IP-ODBC.10 9 TCP/IP – Protocolo e comunicação ( Transmission Control Protocol / Internet Protocol) ODBC – Open database connectivity 10 58 Alternativamente, em vez da utilização de nós, a representação gráfica do diagrama de instalação pode representar canonicamente os diversos elementos físicos, utilizando ícones que representam servidores, computadores ou terminais. A figura seguinte ilustra a representação alternativa para o diagrama de instalação. Figura 4. 38 – Representação Alternativa para o Modelo de Instalação do SIT 59 4.11 Integração do SIT na VW-Autoeuropa Antes e avançar mais com o desenvolvimento do modelo do SIT propriamente dito, penso ser oportuno citar possíveis razões para a aquisição do SIT por parte de uma empresa como a VW-Autoeuropa, abordando ainda a metodologia mais adequada a utilizar no processo de especificação e integração do SIT numa organização. Apesar da VW-Autoeuropa, ser provavelmente a empresa que em Portugal possui mais tecnologia de ponta, empregando por isso um elevado número de técnicos e engenheiros, a aquisição de novas tecnologias e sistemas de Informação está essencialmente dependente do surgimento de uma necessidade real (o chamado puxar da procura) e não tanto do fascínio de mais uma tecnologia ( o chamado empurrar da tecnologia). Na VW- Autoeuropa, a estratégia da informação é dirigida pelo negócio, por esta razão, a aquisição de um sistema semelhante ao "SIT para gestão da rede eléctrica", só se concretizará em principio, se for possível demonstrar que a integração do sistema lhe traz vários benefícios, nomeadamente: • Benefícios de eficiência • Benefícios de eficácia • Benefícios de vantagens competitivas Ao nível dos benefícios da eficiência, a implementação deste sistema poderá possibilitar uma eficiência acrescida na gestão de energia, podendo vir a reduzir significativamente os consumos em energia eléctrica 11. Por outro lado, uma vez que o sistema irá permitir uma melhor gestão das rotinas de manutenção, poderá também reduzir o consumo de papel e até do n.º de efectivos necessários à realização da manutenção da rede eléctrica. Para além disso poderá ser ainda utilizado como um sistema de apoio à decisão no processo de implementação de novos projectos, facilitando a escolha dos novos locais. 11 Poderá também contribuir para a redução de consumos de água e electricidade, se o SIT for estendido às redes de água e de gás. 60 Para se ter uma ideia dos consumos de energia da VW - Autoeuropa, passo a citar alguns valores mensais que já foram pagos pela empresa: • • • Energia eléctrica - 500 000 € / mês Água - 60 000 € / mês Gás natural - 50 000 € / mês Ao nível dos benefícios da eficácia, a implementação do sistema poderá vir a aumentar a produtividade dos efectivos, fazendo com que cada técnico do Departamento de Manutenção, consiga fazer mais trabalhos de manutenção em menos tempo, permitindo ainda que a implementação das rotinas de manutenção seja mais fácil e mais rápida. Ao nível das vantagens competitivas, convém referir primeiro, que no grupo VW, a locação de produtos (automóveis) nas diversas fábricas, está dependente de parâmetros relacionados com índices de produtividade, qualidade e organização. As organizações rivais da VWAutoeuropa são outras fábricas do grupo. Quanto mais positivos forem os parâmetros e índices referidos, maiores possibilidades existem para determinada fábrica vir a produzir um produto (automóvel) com boa aceitação mercado. Como já foi referido o "SIT para gestão da rede eléctrica" poderá vir a reduzir os custos energéticos, permitindo consequentemente reduzir o custo de produção por automóvel. Desta forma, a VW-Autoeuropa poderá ganhar vantagens competitivas face às suas congéneres no grupo. Relativamente ao método a utilizar no processo de integração do SIT na estrutura da organização, convém salientar que deverá utilizar-se uma metodologia que não esteja centrada exclusivamente em assuntos técnicos, e que não negligencie aspectos humanos fundamentais. Em virtude das características, particulares da empresa, penso, que a Metodologia de Desenvolvimento SIG Composta, será a mais adequada. 61 A figura seguinte, ilustra as fases da Metodologia de Desenvolvimento SIG composta. Figura 4. 39 – Metodologia de desenvolvimento SIG composta Adaptado de: [REEVE et al., 1999] Relativamente à 1ª fase da metodologia, consciencialização inicial, a pressão inicial para o desenvolvimento do SIT deverá vir sobretudo, do topo. De facto, o sistema poderá contribuir para uma redução dos consumos energéticos contribuindo de forma indirecta para o decréscimo do indicador "custo de produção", que ainda é, diga-se de passagem, bastante 62 elevado na VW-Autoeuropa face outras fábricas rivais dentro do grupo, existindo por isso uma grande pressão vinda do topo da hierarquia para reduzir os custos de produção nas suas várias vertentes, uma delas os custos com consumos energéticos. No entanto, apesar da consciencialização inicial para o sistema, vir a ser em minha opinião, sobretudo do tipo "top-down", poderão também vir a existir, mas em menor grau, algumas pressões do tipo "botton-up" vindas sobretudo dos técnicos e engenheiros com algum fascínio por novas tecnologias, e que estejam envolvidos directa ou indirectamente em projectos e/ou manutenção da rede eléctrica. Como se poderá constatar, a 2ª fase da metodologia comporta duas etapas, a pesquisa do ambiente externo e a investigação interna. Na primeira etapa, pesquisa do ambiente externo, deverão ser realizadas algumas visitas a fábricas que possuam sistemas semelhantes já implementados ( por ex.º a NESA na Dinamarca e a EDP em Portugal, já referidas no início do presente capítulo), no sentido de recolher informações relativas aos custos, benefícios, software, hardware, capacidades do sistema e maturidade da tecnologia. Nesta etapa, deverão ainda elaborar-se pedidos de informação (RFI)12 para fornecedores de SIG's (e.g. ESRI e Intergraph) com o objectivo de extrair informação sobre os aspectos técnicos dos seus produtos, capacidade de suporte e grau de implantação no mercado. Relativamente à investigação interna há três actividades a considerar. • Análise das Necessidades do Utilizador • Análise Custo - Benefício • Análise de Risco Relativamente ao 1º item, é aconselhável realizar algumas reuniões com os diversos departamentos da organização envolvidos directa ou indirectamente, com o intuito de adquirir a percepção da necessidade do "SIT para gestão da rede eléctrica". Essas reuniões deverão abordar assuntos como a especificação preliminar das funcionalidades do sistema, a identificação dos departamentos da organização com necessidade de acesso ao SIT, e a eventual necessidade de realocação de pessoas. 12 RFI – Requeste For Information 63 No segundo item, Análise de Custo - Benefício deverão considerar-se os seguintes custos: Custos de Procura: Contabiliza os custos de trabalho do grupo de projecto, viagens a outras fábricas e ainda o custo adicional do estudo piloto a realizar. Custos de Arranque: Contabiliza os custos de aquisição de novo hardware e software, instalação da rede de comunicações, modificação de equipamentos e custos de formação. Custos de conversão de dados: Custos associados à conversão dos desenhos em formato CAD (extensão, «.dxf» ou outra) para um formato compatível com a plataforma SIG ( shapefile ou geodatabase). Custos de Manutenção: Custos associados à manutenção hardware e software do sistema. Quanto aos benefícios, deverão ser considerados apenas os quantificáveis, isto é previsões de poupanças em consumos energéticos. Convém no entanto salientar, que existem outros benefícios do SIT, mas cuja quantificação é difícil, por exemplo o sistema facilita o apoio à decisão através de uma melhor gestão da rede eléctrica e do fornecimento de informação adicional georeferenciada, que facilita a implementação de determinadas tarefas, nomeadamente rotinas de manutenção. No entanto, o benefício líquido só deverá ser obtido através da diferença entre os custos energéticos actuais e a previsão de custos energéticos futuros já com o "SIT p/ gestão da rede eléctrica" implementado, ou seja: Benefício Líquido = Custos actuais - Custos futuros (c/ "SIT implementado") De forma a contabilizar uma situação em que a implementação do sistema não corra da melhor maneira, deverá também realizar-se uma Análise de Risco. Nesta análise, em minha opinião, podem apenas ser tomadas em linha de conta as consequências do fracasso, isto é, se o "SIT para gestão da rede eléctrica" falhasse em absoluto, quais seriam as consequências para a empresa? Como este sistema não põe em causa a produção devido à existência de outros sistemas alternativos, penso que nesta situação, o maior risco será o do sistema não vir efectivamente a contribuir para a redução de consumos energéticos e portanto a Empresa, VW-Autoeuropa, vir a perder o dinheiro investido neste projecto. 64 De qualquer forma, para além da tecnologia ser completamente nova na VW-Autoeuropa, não vejo outras razões para que o sistema não venha a resultar, e portanto penso que o projecto é viável. Uma vez tomada a decisão de prosseguir com o projecto é necessário avançar com as restantes fases da Metodologia SIG Composta. Nos próximos capítulos, aprofundar-se-ão as restantes fases da metodologia, sempre que haja correspondência nas matérias a tratar. O próximo capítulo (5), aprofundará a fase de «Desenho e Análise Detalhada», e o capítulo 7 abordará as fases de implementação, manutenção e revisão do sistema. Como já foi referido, no processo de integração do SIT, é importante não negligenciar os aspectos humanos fundamentais, devendo por isso, logo durante as primeiras fases da metodologia SIG composta, reflectir-se e pensar-se na forma como o SIT poderá afectar as pessoas na organização. De facto, algumas tarefas rotineiras poderão deixar de fazer sentido ou ser necessárias, originado um processo de "deskilling" que obrigará a requalificar e a integrar vários técnicos noutros departamentos ou até proceder à sua dispensa, por outro lado, para o pessoal que ficar a operar com o novo sistema haverá necessidade de expandir as suas capacidades técnicas, o que conduzirá a um processo de "reskilling", a conseguir sobretudo, através de acções de formação e estágios em Portugal e no estrangeiro. 65 5. TRANSPOSIÇÃO DO MODELO PARA AS PLATAFORMAS SIG e SGBD 5.1 Regras de Transposição As regras de transposição, permitem efectuar a transição do modelo criado em UML para as plataformas SIG e SGBD relacional, que constituirão a base do Sistema de Informação Técnica a criar. De forma a facilitar a transposição, o diagrama de classes deverá ser elaborado com a perspectiva de se vir a implementar numa plataforma SIG e/ou numa estrutura de dados relacional. O modelo de dados do subsistema SIG obtém-se directamente a partir do diagrama de classes do respectivo modelo criado em UML a partir de uma regra bastante simples, que é a seguinte: A cada classe corresponde um tema de dados geográficos, que poderá ser de pontos, linhas ou edifícios, passando os atributos de cada classe a ser os atributos da tabela do respectivo tema. A mesma regra é aplicável a classes obtidas por associação, herança, generalização e agregação. Isto significa, que na maior dos projectos SIG, o diagrama de classes é coincidente com o modelo de dados. Note-se que, esta regra, apesar de muito simples, é independente do modelo de dados espaciais, «Raster» ou «Vectorial». Os restantes diagramas UML apresentados para o subsistema SIG, são aplicáveis às operações e problemas específicos a analisar com o SIT, cujo desenvolvimento será feito no próximo capítulo (VI). Relativamente à transposição do modelo para a plataforma «SGBD para gestão de equipamentos», existem um conjunto de regras específicas propostas por [BENNET et Al, 1999] Regra 1 - Todas as tabelas devem possuir uma chave primária. 66 Regra2 - Origem das tabelas - As tabelas derivam somente das classes do diagrama e das associações de "muitos para muitos”, incluindo os seus atributos. Regra 3 - Associação de "Um para Um" - Uma das tabelas deverá receber como chave estrangeira a chave primária da outra tabela. Regra 4- Associação de" Um para Muitos" - A tabela em que a informação será repetida é que recebe a chave estrangeira, i.e., a parte do "muitos" é que recebe a chave estrangeira. Regra5 - Associação de "Muitos para Muitos" - A transição dá origem a uma terceira tabela que representa a associação, cuja chave primária é composta pelas chaves das tabelas associadas. Regra 6 - Transposição de generalizações - Neste caso, a transposição varia conforme a natureza da identidade das subclasses. As tabelas que correspondem às subclasses podem ser obtidas exclusivamente com base nos próprios atributos, ou se as subclasses só têm identidade própria quando associadas à super classe, neste caso, as tabelas das subclasses herdam a chave primária da tabela da super classe. Para a transposição de agregações e composições aplica-se a regra n.º4, i.e., a regra para a associação de "Um para Muitos". As regras descritas são as principais, existem no entanto outras, que por não se aplicarem ao modelo criado não foram apresentadas. Como já tive oportunidade de referir, o software a utilizar no desenvolvimento o do subsistema SIG, será o ArcGis Desktop / ArcView 8.2 da Esri, e no subsistema para gestão de equipamentos o Ms-Access 2002, obviamente que o modelo é compatível com quaisquer outras plataformas SIG existentes no mercado, por exemplo com o Geomedia da Intergraph e também com quaisquer outros sistemas de bases de dados relacionais (SGBDR), por exemplo o SQL ou o Oracle 67 5.2 Fontes de Informação A informação a obter para o subsistema SIG terá de disponibilizar as plantas de localização dos Edifícios, Postos de Transformação, Barramentos de energia e quadros eléctricos da empresa VW-Autoeuropa. Será obtida a partir de desenhos em formato "CAD.dxf" (extensão do software Autocad) a fornecer pela VW-Autoeuropa, que serão posteriormente convertidos para o formato shapefile, o formato nativo do ArcView, ou ainda para o formato geodatabase. Apresenta-se a seguir uma tabela com a informação em formato CAD, a obter na VWAutoeuropa. D Deesseennhhooss T Tiippoo D Deessccrriiççããoo FFoonnttee PT'S CAD (dxf) CAD (dxf) CAD (dxf) CAD (dxf) CAD (dxf) Planta da fábrica com a distribuição dos Postos de Transformação Planta da fábrica com a distribuição dos barramentos de energia de 2500 [A] Planta da fábrica com a distribuição dos barramentos de energia de 400 [A] Planta da fábrica VW-AE Planta da fábrica com a distribuição de alguns equipamentos VW-AE Barramentos de 2500[A] Barramentos de 400[A] Edifícios Equipamentos VW-AE VW-AE VW-AE Tabela 5. 1– Informação a obter em formato CAD Relativamente à informação para o subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», será obtida na VW-Autoeuropa directamente a partir dos equipamentos envolvidos, ou a partir de tabelas em formato Excel com as características e atributos de equipamentos, a disponibilizar pela VW-Autoeuropa. Esta informação ficará no subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» sob a forma de tabelas relacionadas segundo as regras do modelo EAR. 68 Seguidamente, apresenta-se, a título exemplificativo, uma tabela que disponibiliza a informação relativa às cargas de um determinado posto de transformação. Equipamento: 9KB0039 / 1000004912 Designação: 5/F-12.1 PAINEL GAVETA DESCRIÇÃO Protecção / Tipo CALIBRE Setting (A) (A) Ir (A) Regulação Io (A) Tr Tsd 1 1.2 Disjuntor Geral de Baixa Tensão Disjuntor IZM 3200 2220 - 30 - 2 2.2 BI 5F12.1 - 5F12.2 Interruptor IN 3200 0,9 0,7 8 0.2 Tabela 5. 2– Exemplo de uma tabela com a informação relativa às saídas de um PT Fonte: VW- Autoeuropa (2004) No anexo 1 da presente dissertação, são apresentadas as definições dos termos utilizados no âmbito da constituição de uma rede de distribuição de energia eléctrica, nomeadamente as definições de posto de transformação, barramento de energia, quadro eléctrico, potência eficaz, potência aparente, energia activa, energia reactiva e factor de potência. Figura 4. 40 – Posto de Transformação Fonte: VW-Autoeuropa (2005) 69 5.3 Caracterização e Documentação da Informação Como já foi mencionado a informação obtida a partir de desenhos em formato «CAD.dxf», terá de ser convertida para o formato shapefile e posteriormente georeferenciada. A ferramenta ArcToolBox da plataforma SIG ArcView8.x permite realizar estas duas operações. Figura 5. 41 – Conversão de ficheiros CAD para o formato Shapefile Como se poderá constatar, para realizar a conversão para shapefile, é necessário realizar primeiro a conversão para geodatabase e só depois é então possível a conversão para o formato shapefile. Esta situação apesar de parecer estranha é a que é permitida pela ferramenta ArcToolBox. Por uma questão de comodidade, a conversão dos três temas em CAD, aparece no fluxograma em simultâneo, contudo, convém salientar, que a conversão de cada desenho terá de ser feita isolada e independentemente. 70 O tema relativo aos quadros eléctricos, poderá igualmente ser obtido a partir de um desenho em formato CAD (.dxf) ou então pode mesmo ser obtido a partir da shapefile do tema dos edifícios utilizando para o efeito as respectivas coordenadas de localização, definidas pelos pilares dos edifícios e a simbologia adequada para a identificação de cada tipo de quadro eléctrico. Apresenta-se a seguir uma tabela, contendo os temas já em formato shapefile obtidos através de desenhos em formato CAD. Uma vez que os temas integram entidades discretas, o modelo de dados espaciais a utilizar será o Vectorial. L Laayyeerr N Noom mee Edifícios PT's Barramento de 2500[A] Barramento de 400[A] Quadros Eléctricos T Tiippoo D Deessccrriiççããoo Edificios..shp Shapefile PT's.shp Shapefile Barramentos2500.shp Shapefile Barramento400.shp Shapefile Quadros.shp Shapefile Planta da fábrica com a distribuição dos edifícios Distribuição de Postos de Transformação na VW-AE Distribuição de barramentos de energia de 2500[A] na VW-AE Distribuição de barramentos de energia de 400[A] na VW-AE Distribuição dos quadros eléctricos na VW-AE Tabela 5. 3– Temas a utilizar em formato Shapefile Relativamente aos temas dos barramentos, note-se que é possível criar posteriormente um único tema que contenha os dois tipo de barramentos, de 400[A] e de 2500[A]. O tema dos quadros diferenciará os diferentes tipos de quadros (Iluminação, Força e Ar condicionado) através de simbologia adequada, contudo, também neste caso seria possível criar para cada tipo de quadro uma shapefile. Após a conversão de cada tema para shapefile é ainda necessário proceder à georeferenciação de cada um dos temas convertidos. A possibilidade de manipulação de informação georeferenciada, é de facto, umas das grandes mais valias do Sistema de Informação Técnica, face a outros com propósitos semelhantes. 71 Apresenta-se a seguir, o fluxograma relativo ao processo de georeferenciação da shapefile edifícios para o sistema de coordenadas «Datum 73, Hayford Gauss» utilizando-se para o efeito a ferramenta ArcToolBox. Figura 5. 42 – Processo de georeferenciação da shapefile edifícios, através da ferramenta ArcToolBox A georeferenciação dos restantes temas será efectuada de modo semelhante, e integrará exactamente os mesmos passos referidos no fluxograma anterior. Uma vez terminado o processo de conversão e georeferenciação da informação, é conveniente também documentá-la o que pode ser feito através da ferramenta ArcCatalog. 72 Esta ferramenta integrada no pacote de software «ArcGis Desktop / ArcView 8.x», permite a edição dos temas obtidos, possibilitando acrescentar-lhes informação descritiva sobre os dados, isto é, permite editar e / ou adicionar os chamados Metadados.13 Esta informação ficará armazenada num ficheiro em formato XML14 e é muito útil especialmente quando existe uma grande quantidade de dados para armazenar. 5.4 Modelo de Dados 5.4.1 Subsistema SIG Como já foi referido, o modelo de dados do subsistema SIG transparece directamente do diagrama classes do correspondente diagrama de classes em UML. Figura 5. 43 – Modelo de dados em UML do subsistema SIG Note-se que nesta representação adaptada da UML, a identificação de cada um dos temas aparece na cela superior, e na cela do meio aparecem os atributos da tabela associada ao respectivo tema. 13 14 Metadados - Informação descritiva sobre os dados XML – Extensible Markup Language 73 Uma vez que as entidades que transparecem do modelo são do tipo discreto, é recomendável, como já foi referido, a aplicação do modelo de dados espaciais do tipo vectorial, contudo, também é possível a aplicação do modelo raster, apesar deste ser mais adequado na representação de superfícies contínuas, como por exemplo, altitudes, temperaturas, declives, etc. Tanto no caso da generalização do tema barramentos, como no caso da generalização do tema quadros, será possível conjugar os vários temas utilizados na diferenciação do tipo de barramentos ou do tipo de quadros, num único tema para cada generalização, distinguindo-se os diferentes tipos (de barramentos ou quadros ) através de simbologia adequada. 5.4.2 Subsistema «SGBD para Gestão de Equipamentos» O modelo de dados do subsistema SGBD transparece também do diagrama de classes em UML, contudo, neste caso, a obtenção do modelo não é tão directa e exige ainda a aplicação das regras de [BENNET et Al, 1999] e do modelo entidade - atributo - relação de [CHEN, 1976], já abordado no capítulo 2 da presente dissertação. A transposição para o modelo EAR, será iniciada por uma primeira aproximação onde se identificam as entidades, atributos das entidades, relações entre entidades, aplicando-se ainda a regra n.º 6 de [BENNET et Al, 1999] relativa à transposição de generalizações. Tendo em conta estes pressupostos, apresenta-se na página seguinte uma primeira aproximação ao modelo entidade-atributo-relação (EAR), utilizando-se para o efeito o grafismo prescrito por [CHEN, 1976]. Numa primeira aproximação ao modelo EAR, ilustrada pela figura da página seguinte, a cada classe do diagrama de classes em UML corresponde uma entidade no modelo EAR. No entanto, deverá notar-se, que existem duas relações de “muitos para muitos”, entre as entidades «”PT” / “Desenho”», e «”Quadro_Electrico” / “Desenho”», que segundo a regra n.º 5 de [BENNET et Al, 1999], relativa à transição de associações “muitos para muitos”, obrigará ainda à criação de mais duas tabelas, uma para cada associação. De facto, O modelo EAR com total derivação de tabelas, será obtido através da aplicação das regras de transposição [BENNET et Al, 1999] às relações de muitos para muitos, que obrigarão a criação de uma tabela adicional por cada relação do tipo «muitos para muitos». 74 A figura seguinte ilustra uma primeira aproximação ao modelo EAR, não se tendo contemplado ainda a transposição das relações do tipo «muitos para muitos». Figura 5. 44 – Aproximação do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» ao Modelo Entidade - Atributo - Relação ( EAR) É de notar ainda, que às entidades “Barramento” e “Quadro_Electrico”, foi adicionado o atributo “Tipo” que serve para identificar os tipos de barramentos de energia ou os tipos de quadros eléctricos, consoante o caso, e é o resultado da aplicação directa da regra n.º 6 de [BENNET et Al, 1999], relativa à transposição de generalizações. A página seguinte, ilustra o modelo EAR do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», incluindo já todas as tabelas exigidas pelo comportamento relacional deste subsistema. 75 Deverá notar-se, que neste caso, as semelhanças entre o modelo de dados e o respectivo diagrama de classes já não são tão grandes como no modelo de dados SIG, principalmente em virtude da existência de relações do tipo «muitos para muitos» entre tabelas, cuja transposição, segundo as regras de [BENNET et Al, 1999], obrigou à criação de uma terceira tabela que representa a associação, e cuja chave primária é composta pelas chaves das tabelas associadas. Figura 5. 45 – Modelo EAR do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», com derivação total de tabelas A partir dos dois modelos de dados, relativos aos subsistemas «SGBD para gestão de equipamentos» e SIG, será possível simular a maior parte das funcionalidades e problemas a resolver com o Sistema de Informação Técnica (SIT), cujo modelo me propus construir, permitindo ao mesmo tempo obter a percepção da possibilidade de integração de informação a partir de outras estruturas de dados relacionais como o SAP e o Sistema de Gestão de Energia (SGE) já implementados na VW-Autoeuropa. 76 5.5 Interfaces SIG Neste ponto, pretende-se ilustrar o processo de transferência de dados (normalmente tabelas) entre os intervenientes referidos no diagrama de instalação. 5.5.1 Interface entre os subsistemas SIG e «SGBD para Gestão de Equipamentos» Considerando que o subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» será suportado por uma plataforma SQL ou MS-Access (e.g. a versão 2002) e que o subsistema SIG será suportado pela plataforma ArcGis Desktop / ArcView 8.x, o interface SIG será realizado com recurso aos comandos das duas plataformas referidas, que passo seguidamente a citar. Export – Este comando do Ms-Access 2002, permite exportar as tabelas e/ou os resultados das “queries ou views” para um formato compatível com a plataforma SIG, por exemplo para o formato dBASE IV15. Get External Data – Link Tables – Através deste comando do Ms-Access 2002 o sistema de gestão de base de dados em Ms-Access 2002 pode ler tabelas de outros SGBD, nomeadamente em formato dBASE IV, que como já foi referido, é um formato compatível com a plataforma SIG utilizada. Join – Este comando da plataforma SIG, ArcView 8.x, permite realizar a junção de tabelas com campos comuns. As tabelas poderão fazer parte do tema de uma entidade geográfica (polígonos, linhas, pontos) ou serem simplesmente tabelas em formato dBASE. Através dos comandos referidos, é possível aceder à informação de tabelas em formato dBASE IV, quer a partir do interface em Ms-Access 2002 através do comando «Get External Data - Link Tables», quer através do interface em Arcview suportado pelo comando Join, no subsistema SIG. Convém no entanto salientar, que o acesso às tabelas do SIT através deste tipo de interface, exige que as relações inicialmente estabelecidas e apresentadas no modelo EAR sejam mantidas. Os comandos relativos ao SGBD Ms-Access 2002, têm também equivalência no SQL, e portanto poder-se-ia ter utilizado em alternativa o SQL. Faço esta referência ao SQL, por ser a linguagem padrão dos SGBD’s relacionais. 15 dBASE – Sistema de Gestão de Bases de Dados inicialmente desenvolvido para trabalhar ambiente Ms-DOS. A versão 4 é denominada dBASEIV. 77 5.5.2 Interface entre os subsistemas SGBD e a Rede de Analisadores de Energia Como se poderá constatar a partir do modelo de instalação, a rede de analisadores de energia comunicará com o servidor do SIT através de um interface RS485. Esta interface corresponde a um dos protocolos de comunicação de dados criados pelo Instituto e Engenheiros Electrotécnicos dos Estados Unidos da América. Através da interface RS485 e do aplicativo associado à rede de analisadores de energia, a informação relativa aos dados energéticos é passada ao servidor do SIT sob a forma de uma tabela em formato dBASE. Através do comando Get external data / Link tables, a tabela energia do subsistema SGBD para gestão de equipamentos fica linkada com a tabela oriunda da rede de analisadores de energia, desta forma, a informação na tabela energia é praticamente actualizada em tempo real. Em [RS485, 2005], são disponibilizadas as características do protocolo de comunicação RS485. A figura seguinte ilustra uma rede de analisadores de energia conectados através de um protocolo de comunicação ModBus, e comunicando com um PC via interface RS485. Figura 5. 46 – Rede de analisadores de energia Electrex Plus 485 Adaptado de: [ELECTREX, 2005] 78 5.5.3 Interface entre o SIT e os Sistemas SAP E SGE Os sistemas SAP e SGE são SGBD’s relacionais que permitem a exportação de tabelas para um formato compatível com a plataforma SIG, nomeadamente o formato dBase. Contudo, neste caso, como transparece dos respectivos modelos de Use Cases, é necessária a intervenção de um utilizador do SAP ou do SGE, conforme o caso, para realizar a respectiva exportação através do comando export. Uma vez que, quer as tabelas do subsistema SIG, quer as tabelas do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» possuem campos comuns com as tabelas oriundas do SAP e do SGE, é possível, através do comando Join da ferramenta ArcaMap, fazer a junção das tabelas do SAP e do SGE com tabelas de temas geográficos no subsistema SIG. A figura seguinte, ilustra o menu principal do Sistema de Gestão de Energia da VWAutoeuropa. Figura 5. 47 – Menu Principal do SGE da VW-Autoeuropa Fonte: VW-Autoeuropa - (2005) A conversão da planta da fábrica, para um tema de polígonos em formato Shapefile, originará uma imagem muito semelhante à anterior, onde será possível discernir os diferentes edifícios já no formato de uma entidade geográfica do tipo polígono. 79 6. ANÁLISE E SIMULAÇÃO DE PROBLEMAS ESPACIAIS COM RECURSO AO MODELO Apresentam-se nas páginas seguintes, os fluxogramas da análise dos três tipos principais de problemas que será possível resolver com o SIT. O primeiro tipo de problemas, envolve essencialmente operações de rotina, como é o caso da localização de um determinado equipamento (PT, quadro eléctrico e barramento de energia), o segundo tipo de problemas ilustrado pelo 2.º fluxograma, apresenta o SIT como um sistema integrador, capaz de integrar a informação de outros sistemas de informação, nomeadamente do Sistema de Gestão de Energia (SGE) e do Sistema SAP, e finalmente o 3.º e último tipo de problemas envolve também operações de geoprocessamento e pretende apresentar funcionalidades do SIT no apoio às tomadas de decisão. A análise e simulação destes problemas será feita com recurso à plataforma SIG «ArcGis Desktop / ArcView 8.x» da ESRI, e será aplicada à empresa VW-Autoeuropa, contudo, como já tive oportunidade de referir no capítulo introdutório da presente dissertação, por motivos de confidencialidade, não serão apresentados quer os desenhos que serviram de base à análise quer os respectivos resultados, embora estes, sejam em minha opinião, perfeitamente dispensáveis em virtude da conjugação do modelo criado em UML com os fluxogramas das simulações, serem por si só totalmente esclarecedores. Figura 6. 48 – Mapa com planta do Parque Industrial da VW-Autoeuropa Fonte: [AUTOEUROPA, 2004] 80 6.1 Simulação de Problemas com Operações De Localização Figura 6. 49 – Fluxograma das operações a realizar na análise de problemas de localização 81 O fluxograma anterior ilustra essencialmente operações rotineiras de localização (PT's, barramentos, edifícios e quadros eléctricos), permitido ao mesmo tempo disponibilizar diversa informação associada ao subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», através do comando Join Tables da ferramenta ArcMap. De facto, como se poderá constatar pela informação colectada, consideraram-se não só os temas (shapefiles) necessários à determinação da localização de uma determinada entidade (Edifício, PT, Barramento e Quadro_Eléctrico), mas também tabelas e Querys do subsistema SGBD para gestão de equipamentos, obtidas e convertidas ao formato dBASE IV(*.dbf), através do comando Export do Ms-Access 2002. Como as tabelas do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» possuem os atributos chave comuns a um dos atributos do respectivo tema no subsistema SIG, é possível, através do comando Join Tables da ferramenta ArcMap da plataforma SIG, inclui-las na análise. Assim, nos ramais 1 e 2 do fluxograma anterior, para além de se obter a localização de determinado PT, é possível ficar ainda a saber, que cargas estão associadas a esse PT, uma vez que foi executado o comando Join, que permitiu juntar a informação da tabela “QryPT.dbf” à respectiva tabela do tema. Por sua vez, a tabela “QryPT.dbf” foi obtida através de uma Query16 entre as tabelas “PT” e “Carga_PT” no subsistema «SGBD para gestão de equipamentos». No Anexo2 da presente dissertação, serão apresentados os procedimentos em SQL relativos à criação das queries e das tabelas do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», em virtude do SQL ser a linguagem padrão no universo das bases de dados relacionais. De forma análoga, nos ramais 3 e 4 do fluxograma anterior, para além de se determinar a localização de determinado edifício, fica-se também a saber o nome das secções desse edifício. A análise nos restantes ramais é análoga à efectuada nos ramais (1 e 2) e (3 e 4). Assim, nos ramais 5 e 6 determina-se a localização de determinado barramento, sendo possível também saber quais as cargas que lhe estão associadas. Nos ramais 7 e 8 obtém-se a localização de determinado quadro eléctrico, obtendo-se ainda a informação relativa as dados energéticos do quadro em questão, nomeadamente Potência Eficaz [KWatt], energia activa [KWh] e factor de potência. Volto mais uma vez a salientar, que esta informação é previamente obtida através de um sistema composto por uma rede de analisadores de energia, conforme prescrito pelo modelo inicial apresentado em UML. 16 Query – No anexo 2 é apresentada uma definição de query. 82 A interface entre as tabelas provenientes da rede de analisadores de energia e o subsistema SGBD para gestão de equipamentos é conseguido através dos comandos Get external data e Link tables do Access 2002. Como a tabela de energia do subsistema SGBD fica "linkada" com a tabela de energia obtida por intermédio da rede de analisadores de energia, a informação é praticamente actualizada em tempo real, sendo a diferença resultante do tempo de refrescamento («refresh») da rede. Por fim, nos ramais 9 e 10, a análise é obtida a informação relativa aos desenhos ou esquemas associados a determinado PT, ficando-se também a saber a localização do PT seleccionado. Apresenta-se a seguir uma planta que ilustra os principais edifícios da empresa VWAutoeuropa. Figura 6. 50 – Planta da VW-Autoeuropa Fonte: VW – Autoeuropa (2004) 83 6.2. Simulação do SIT Como Tecnologia Integradora Figura 6. 51 – Fluxograma das operações a implementar, de forma a integrar no SIT informação proveniente de outros sistemas de informação 84 O fluxograma anterior ilustra o SIT como uma tecnologia integradora capaz de integrar informação de outros sistemas de informação, como o SAP 17 e o sistema de gestão de energia (SGE). Esta funcionalidade do SIT só é possível porque a plataforma SIG utilizada, (ArcGis Desktop / ArcView 8.x), permite por uma lado, a junção das tabelas dos temas a outras tabelas em formato “dBASE 18 ”, e por outro, porque os sistemas SAP e SGE à semelhança do subsistema SGBD para gestão de equipamentos, são relacionais e permitem a exportação de tabelas para o formato “dBASE ” através do comando export. Como se poderá constatar, neste segundo fluxograma da análise, a informação colectada contempla os 4 temas do subsistema SIG, contemplando ainda tabelas oriundas do sistema SAP e do sistema de gestão de energia (SGE). Nos ramais 1 e 2 do fluxograma anterior, é possível obter a informação relativa aos dados energéticos associados a determinado PT. Esta informação foi obtida através da junção da tabela do tema “PT” com uma tabela proveniente do SGE, que neste caso considerou-se contemplar a informação relativa à energia activa, energia reactiva e factor e potência, no entanto, seria igualmente possível contemplar outras grandezas desde que a respectiva informação estivesse disponível no SGE. Nos ramais 3 e 4, é feita junção da tabela do tema edifício com uma tabela do SAP, o que permite por exemplo ficar a saber, que rotinas de manutenção associadas a determinado Edifício, foram executadas e o valor das despesas despendidas em manutenção nesse edifício. A análise efectuada nos ramais 5 e 6 é análoga à efectuada nos ramais 3 e 4 , só que neste caso a junção da tabela SAP é feita com a tabela do tema “Barramentos”. Finalmente nos ramais 7, 8 e 9, efectua-se a junção de uma tabela SAP e de uma tabela do SGE, ao tema “Barramento”, o que permite não só disponibilizar a informação do barramento a localizar, como também obter a informação contida nos sistemas SAP e SGE para esse barramento. Assim por exemplo, com esta análise é possível obter a informação relativa aos dados energéticos do barramento em questão e ainda ficar a par do estado das respectivas rotinas de manutenção, no que respeita quer à execução quer às despesas. 17 18 SAP - Software Application Product dBASE - Formato específico de tabelas do SGBD relacional «dBase» 85 6.3 Simulação do SIT Como Sistema De Apoio À Decisão Figura 6. 52 – Fluxograma das operações que ilustram o SIT como um sistema de apoio à decisão 86 O terceiro e último fluxograma, pretende apresentar o SIT como um sistema de apoio à decisão, capaz de auxiliar na escolha da melhor de decisão e na análise de problemas mais complexos. Nos ramais 1e 2, o SIT pretende auxiliar a escolha do melhor local para a instalação de uma nova linha de produção num determinado edifício. Neste caso, o problema começa por seleccionar o edifício onde se pretende instalar a nova linha, fazendo a seguir um recorte no tema edifícios a partir do tema barramento de 2500[A], e criando-se também uma zona tampão em torno do referido barramento. A identificação das zonas no interior da zona tampão («buffer») auxiliarão na decisão da escolha do melhor local para instalação de uma nova linha no edifício seleccionado, i.e., o edifício 4. Nos ramais 3 e 4 pretende-se determinar as zonas da fábrica onde é necessário proceder a correcções do factor de potência19, isto porque a EDP cobra taxas adicionais para factores de potências inferiores a 0,9. A análise dos ramais 3 e 4, inicia-se com a junção da tabela do SGE, contendo informação relativa a dados energéticos, com a tabela do tema PT. A seguir executa-se uma query que selecciona apenas os PT's com um FP inferior a 0,9. A intercepção do tema resultante com o tema dos edifícios permite obter o mapa com as zonas da fábrica onde é necessário proceder a correcções do factor de potência. Finalmente os ramais 6, 7 e 8 pretendem ilustrar uma possível forma de controlo da execução das rotinas de manutenção. Neste caso a análise inicia-se com a junção dos dados das tabelas provenientes do SAP e do SGE, como a tabela do tema quadros. De seguida é executada uma query que permite seleccionar os quadros eléctricos com rotinas de manutenção pendentes, resultando esta possibilidade da junção da tabela do tema quadros com a tabela do SAP. Finalmente, realiza-se uma intercepção do tema resultante com o tema edifícios, o que permite obter um mapa com os locais onde existem quadros com rotinas de manutenção por concluir. A tabela do mapa resultante, permite ainda obter informações sobre os consumos energéticos dos quadros eléctricos seleccionados, o que permite a atribuição de prioridades e uma melhor organização das rotinas de manutenção preventiva. 19 Factor de Potência (FP) - É a relação entre a energia activa e a energia aparente ou total. 87 Para além das análises e operações ilustradas nos fluxogramas anteriores, o SIT irá permitir a implementação de muitas mais, permitindo ao mesmo tempo aproveitar as potencialidades da plataforma SIG no que concerne à execução de operações estatísticas e de cálculo combinadas com a possibilidade de execução de gráficos. Á semelhança do SIT implementado na EDP, também este sistema de informação irá permitir a associação de uma imagem ou outro tipo de ficheiro (por exemplo um desenho) a um atributo de um determinado tema, através da ferramenta hiperlink disponibilizada na ferramenta ArcMap. Esta funcionalidade da plataforma SIG possibilitará a visualização dos esquemas eléctricos associados aos PT’s e Quadros Eléctricos. As simulações apresentadas, revelam que o SIT permitirá a colaboração de várias tecnologias integradas com o objectivo da partilha de informação geográfica. 88 7. IMPLEMENTAÇÃO E EXPANSÃO DO MODELO 7.1 Implementação do Modelo Como já foi referido no capítulo IV da presente dissertação, a implementação do modelo deverá ser feita de acordo com a Metodologia de Desenvolvimento SIG Composta cujo fluxograma descritivo, apesar de já ter sido apresentado no capítulo IV, volta a ser ilustrado, por uma questão de comodidade. Figura 7. 53 – Metodologia de Desenvolvimento SIG Composta Adaptado de: [REEVE et al., 1999] 89 A descrição da Metodologia de Desenvolvimento SIG Composta tem sido feita em sintonia com a evolução da presente dissertação e consequentemente do modelo do SIT, tendo-se por isso abordado no capítulo IV as duas primeiras fases desta metodologia («Consciencialização inicial» e «Ambiente externo / Investigação interna» ). No capítulo V foram apresentados os modelos de dados e seleccionou-se também o hardware e software a utilizar, acções estas que fazem parte da terceira fase da metodologia SIG composta, denominada de “Desenho e Análise Detalhada”. Nesta fase, como se poderá constatar pela figura anterior, aconselha-se ainda a realização de um estudo piloto o que para este caso é perfeitamente ajustado já que o modelo criado é expansível e retrata apenas aquilo que poderíamos considerar um módulo do SIT, mais precisamente o da rede eléctrica. Este módulo retratado pelo modelo, pode perfeitamente ser utilizado num estudo piloto a efectuar num determinado período, efectuando-se ao mesmo tempo alguns testes de bench-marking ao sistema. A realização de um estudo piloto é aconselhável e reduz muito os riscos associados à implementação, no caso do SIT falhar por não corresponder às expectativas iniciais. A quarta fase corresponde precisamente à implementação do sistema e envolve várias acções, nomeadamente as que passo seguidamente a citar: Gestão de projecto – Convém realizar um plano de implementação onde se discriminem na forma de diagrama de Gant as principais tarefas da implementação do sistema, os recursos e os custos. Para este efeito poderá utilizar-se diverso software existente no mercado. Pela facilidade de utilização, sugiro o Ms-Project 2003. Criação da base de dados e documentação – é durante a fase de implementação que se introduzem os dados e metadados nas tabelas do sistema, referindo-me eu quer ao subsistema SIG quer ao subsistema «SGBD para gestão de equipamentos». Formação – Será necessário expandir as capacidades técnicas (reskilling) do pessoal que fica a operar o sistema o que poderá ser conseguido através de acções de formação sobre Sistemas de Informação Geográfica, bases de dados relacionais e sobre o Sistema de Informação Técnica (SIT) propriamente dito. Se o controle de custos o permitir, poderão também realizar-se estágios em Portugal ou no estrangeiro, no sentido de observar sistemas semelhantes já a funcionar. 90 Periodicamente, deverão realizar-se auditorias de revisão e/ou manutenção do sistema, como aliás é sugerido pela quinta e última fase da Metodologia de Desenvolvimento SIG Composta. Sempre que o sistema seja expandido, ou sejam simplesmente feitas actualizações de software ou hardware, a metodologia aconselha a que seja novamente percorrido o caminho entre a segunda e última fase da metodologia. Para finalizar, quero ainda realçar que o sucesso da implementação do sistema, dependerá também em grande medida da persistência e entusiasmo dos seus percutores (lideres de projectos e técnicos envolvidos, os paladinos) e também dos apoios que receber da estrutura hierárquica superior (Padrinhos). 7.2 Expansão do Modelo Apesar do caris académico deste trabalho, o processo de criação o modelo não se aliou da realidade, permitindo facilmente visualizar o sistema, na situação descrita, numa situação futura, numa organização diferente a VW-Autoeuropa e ainda noutro tipo de infra-estruturas. De facto, a partir do modelo temos facilmente a percepção da capacidade de expansão do modelo a outro tipo de organizações e infra-estruturas. Por exemplo, no caso da VWAutoeuropa, o SIT pode ser expandido à rede de águas e saneamento, bastando para isso criar os temas adequados a partir de desenhos CAD, e seguindo o processo prescrito pelo modelo. Nesta situação bastaria criar mais quatro temas de linhas e alguns temas de pontos para as redes de água industrial, potável, esgoto doméstico e esgoto industrial. De forma análoga o modelo pode ser expandido para as redes de gás, de ar comprimido, e de informática, bastando para o efeito criar os temas adequados (pontos, linhas e polígonos) e «inputar» a restante informação nas tabelas do sistema. A VW-Autoeuropa possui também uma rede de luminárias de emergência conectadas a um sistema de bases de dados relacional que disponibiliza informação sobre as luminárias. A adopção do modelo do SIT seria uma grande mais valia, uma vez que seria possível integrar a informação deste sistema de gestão iluminação de emergência no SIT, possibilitando não só localizar cada luminária da rede através da utilização de informação georeferenciada mas também obter as informações fornecidas pelo actual sistema de gestão de iluminação de emergência para essa luminária, por exemplo a informação relativa aos estados da respectiva lâmpada e bateria. Também nesta situação a expansão do modelo não seria complicada, bastaria criar no subsistema SIG um tema de pontos para as luminárias, e um tema de linhas 91 para cada anel da rede de luminárias, introduzindo ao mesmo tempo o código das luminárias e dos anéis nas tabelas dos temas respectivos. Uma vez criados os temas e introduzidos os códigos nas tabelas, bastaria fazer a junção das tabelas do subsistema SIG com as tabelas do sistema de gestão da rede de luminárias, utilizando-se nesta caso a capacidade que o subsistema SIG tem para integrar tabelas em formato dBASE ou outro. Actualmente a VW-Autoeuropa está a remodelar a iluminação de emergência no sentido de possibilitar a sua expansão à iluminação de substituição e anti-pânico. Para esta situação o SIT, tornar-se-ia um verdadeiro sistema de apoio ao conhecimento e decisão permitindo de uma forma mais rápida e fácil detectar os locais onde seria necessário instalar estes tipos de iluminação de emergência. Como já foi referido, a VW-Autoeuropa é uma empresa que dispõe de uma enorme diversidade de equipamentos, portanto, é natural que uma vez integrado o SIT na estrutura da empresa viesse a ser expandido a outro tipo de equipamentos. De facto transparece do modelo que para que tal fosse possível, bastaria criar mais temas de pontos (em principio um tema de pontos por cada tipo de equipamentos), introduzindo ao mesmo tempo a informação descritiva dos respectivos equipamentos no subsistema «SGBD para gestão de equipamentos». Transparece também do modelo do SIT criado, a sua aplicação a outras organizações. De facto, a aplicação do modelo a outras organizações diferentes da VW-Autoeuropa utilizada como estudo de caso na presente dissertação, exige apenas a criação dos temas geográficos adequados a cada organização, variando a magnitude de expansão do modelo, em função da variedade de infra-estruturas e equipamentos disponíveis em cada organização. Tudo o resto, incluindo a metodologia a seguir na integração do modelo SIT, deverá manter-se. Por outro lado, através do recurso a outras ferramentas e extensões do pacote de software «ArcGis Desktop / ArcView 8.x» podem-se também aumentar as capacidades de análise e exposição da informação do modelo. Através do recurso à extensão 3D Analyst é possível representar as coberturas vectoriais em 3D, podendo-se desta forma criar modelos finais em 3D, que poderão facilitar a análise de determinados problemas. 92 Recorrendo à ferramenta ArcIms é possível criar um Web Site, podendo-se desta forma disponibilizar na Intranet da VW-Autoeuropa, a informação já analisada e tratada pelo SIT sob a forma de mapas. 8. CONCLUSÕES 8.1 Resumo O presente trabalho teve como objectivo principal o desenvolvimento de um modelo conceptual de um sistema de informação técnica (SIT) baseado numa plataforma SIG, aplicado à Industria, mais especificamente à rede eléctrica de uma fábrica, apresentando ao mesmo tempo a metodologia a seguir na integração do modelo numa organização, e as vantagens que uma ferramenta como esta poderá proporcionar aos departamentos de manutenção e engenharia de grandes fábricas, sem no entanto, esgotar todas as suas possibilidades de aplicação neste ramo de negócios. O modelo conceptual do SIT começou por ser especificado e documentado em linguagem UML, tendo-se identificado dois subsistemas na sua constituição, um baseado numa plataforma SIG e outro baseado num SGBD relacional. A modelação dos dois subsistemas seguiu o processo preconizado pela UML, contudo, a modelação do subsistema SIG, exigiu ainda a identificação das entidades de interesse do mundo real (Polígonos – tema dos Edifícios, Linhas – tema dos Barramentos, pontos – temas dos PT’s e Quadros eléctricos). Paralelamente, apresentaram-se ainda as vantagens da aplicação da UML na especificação e documentação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Nesta fase seleccionou-se também o tipo de software a utilizar para as plataformas SIG e SGBD, uma vez que os modelos físicos da UML (diagrama de componentes e de instalação) assim o exigem. O software seleccionado para o subsistema SIG foi o pacote «ArcGis Desktop / ArcView 8.2» da Esri e para o subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» o Ms-Access 2002. Uma vez concluído o processo de especificação do modelo conceptual do SIT em UML, foi necessário proceder à sua transposição para as plataformas SIG e SGBD. Nesta fase começou por se seleccionar para modelo de dados espaciais o modelo vectorial, fez-se a descrição e documentação da informação necessária, fazendo-se ainda referência às 93 respectivas fontes. Por fim, e de forma a tornar possível a transposição, foi necessário ainda recorrer ao modelo entidade-atributo-relação (EAR) de [CHEN, 1976] e às regras de transposição de [BENNET et Al, (1999)]. Concluída a transposição do modelo para as plataformas SIG e SGBD, realizaram-se simulações da sua aplicabilidade a uma grande organização, mais concretamente à VWAutoeuropa, empresa seleccionada para o estudo de caso. As simulações contemplaram os três tipos de análise suportados pelo SIT, nomeadamente: Análise de problemas rotineiros de localização de equipamentos Análise de problemas com recurso à informação de outros sistemas de informação, como o SAP e o Sistema de Gestão de Energia (SGE) Análise de problemas complexos com recurso a operações de geoprocessamento No primeiro tipo de simulação, apresentaram-se os fluxogramas com as respectivas instruções da plataforma SIG utilizada, ilustrando problemas relativos à localização dos diversos equipamentos que fazem parte da rede de distribuição de energia eléctrica, nomeadamente, postos de transformação (PT’s), barramentos de energia e quadros eléctricos, permitindo ao mesmo tempo disponibilizar a respectiva informação associada, disponível quer no subsistema SIG quer no subsistema «SGBD para gestão de equipamentos». No segundo tipo de simulação, pretendeu-se ilustrar o SIT como uma tecnologia integradora, capaz de realizar análises que envolvam informação proveniente de outros sistemas de informação, como é o caso do SAP e do SGE. Esta característica do modelo, permitiu por exemplo, obter a informação, quer dos dados energéticos associados a determinado PT (energia activa, energia reactiva e factor de potência), disponíveis no SGE, quer das rotinas de manutenção associadas a determinado equipamento, disponíveis no sistema SAP. No terceiro tipo de simulação, conjugaram-se as potencialidades do modelo do SIT como tecnologia integradora às capacidades de utilização de operações de geoprocessamento, acabando por ilustrar o SIT como um sistema de apoio à decisão, tendo-se exemplificado as tomadas de decisão relativas à escolha do melhor local para instalação de uma nova linha de produção em determinado edifício e à determinação das zonas da fábrica onde seria necessário proceder a eventuais correcções do factor de potência. 94 No fundo, o modelo do SIT conseguiu reproduzir a realidade em vários domínios, nomeadamente: Especificou a estrutura e comportamento do SIT Permitiu controlar e guiar o processo de construção do sistema Permite visualizar o sistema, na situação descrita, numa situação futura, numa organização diferente da VW-Autoeuropa e ainda noutro tipo e infra-estruturas. Para concluir, convém salientar que o tipo de abordagem que foi feita ao longo da presente dissertação, através da inclusão de vários tipos de modelos, tornam esta dissertação numa espécie de Guideline a utilizar na integração de SIG’s ou outros sistemas de informação em organizações. 8.2 Vantagens do Modelo O modelo do SIT criado possui grandes potencialidades, permitindo a manipulação de informação georeferenciada, a integração e manipulação de informação proveniente de outros sistemas de informação relacionais (SAP, SGE, ORACLE, etc.), a realização de gráficos e cálculos estatísticos à semelhança de uma folha de cálculo, sendo ainda possível a sua utilização como sistema de apoio à decisão na análise de problemas mais complexos. No fundo, o SIT combina as potencialidades de manipulação de dados de um SGBD relacional com as potencialidades de manipulação de dados espaciais de um programa de CAD, permitindo ainda a integração de informação proveniente de outras tecnologias e/ou sistemas de informação. Estas características do SIT fazem dele um sistema com grandes vantagens naturais face a outros sistemas de informação que não possuem esta dualidade na manipulação de dados alfanuméricos e espaciais, como é o caso de um sistema CAD convencional ou de um sistema de gestão de base de dados relacional como o SAP ou o Oracle. 95 8.3 Limitações do Modelo e da Dissertação Uma vez que as fontes de informação do SIT, são essencialmente desenhos em formato CAD, a integração do modelo do SIT numa organização, exige a existência e disponibilização dos desenhos das diferentes infra-estruturas da organização, que após a sua adequada conversão e georeferenciação serão integrados no SIT. Isto significa, que nas organizações onde se pretenda integrar o SIT, deverá existir pelo menos uma estação de CAD, que permita actualizar e/ou conceber os desenhos relativos às infra-estruturas. Em alternativa, os desenhos poderão ser adquiridos no mercado, a empresas da especialidade, ou ainda existir um outsourcing deste serviço. Esta é talvez a maior limitação do modelo, porém, em organizações em contínua mudança, como é o caso da VW-Autoeuropa, deverá existir também uma contínua actualização dos desenhos e consequentemente da informação do SIT, sem o que, o SIT perde a fiabilidade. Por outro lado, uma vez que o SIT integra para além das plataforma SIG e SGBD relacional, informação proveniente de várias bases de dados relacionais e diversa informação das infraestruturas da organização, é necessário que os operadores do SIT (técnicos e engenheiros) possuam um bom "Know-How" não só sobre sistemas de informação, mas também sobre as infra-estruturas da organização que no fundo corresponde à informação a gerir pelo SIT. Os efeitos desta limitação podem ser muito atenuados através da realização de acções de formação e estágios em Portugal e no Estrangeiro. Outra grande limitação do modelo do SIT, é a plataforma SIG não estar preparada para comunicar directamente através de um protocolo de comunicação universal, como por exemplo os protocolos (LON ®) 20e (EIB ® 21 ) , ambos protocolos de comunicação universais para redes em Bus. Se o subsistema SIG tivesse esta possibilidade, as potencialidades do SIT seriam enormes uma vez que a informação descritiva de grande parte dos equipamentos seria actualizada em tempo real. Neste caso o SIT, para além das potencialidades que já foram referidas poderia ele próprio também, ser utilizado como sistema de gestão de energia, substituindo com largas vantagens os actuais sistemas de informação utilizados com este propósito. Penso que no futuro, algumas plataformas SIG poderão vir já preparadas para 20 21 LON - Local Operating Nework (Rede de Operação Local) EIB - European Installation Bus - Bus de instalação europeia 96 comunicar com outros equipamentos, utilizando inclusivamente as tecnologias de comunicação móveis mais recentes, como é o caso do GSM e GPRS. A elaboração da presente dissertação foi também bastante limitada pelo facto da empresa seleccionada para estudo de caso, VW-Autoeuropa, se encontrar em fase de lançamento de um novo produto (Volkswagen – EOS), tendo por isso, sido obrigado a assinar um termo e confidencialidade que me impediu a divulgação de qualquer informação considerada confidencial, como por exemplo desenhos e documentos de trabalho. Foi precisamente esta a razão, que me impediu também de apresentar os resultados das simulações efectuadas com o modelo concebido. Por outro lado, o facto da grande prioridade da VW-Autoeuropa, ser por esta altura, o lançamento de um novo produto, desviou um pouco a atenção e até o interesse pela integração de um novo sistema de informação como o SIT, na organização. Uma vez que o presente trabalho foi desenvolvido sem qualquer apoio financeiro, a concepção do modelo ficou muito limitada economicamente, o que impediu não só uma dedicação maior, já que não foi possível realizar qualquer interrupção, ainda que temporária, na minha actual ocupação, mas também a concretização de alguns desenvolvimentos que em minha opinião poderiam ser muito interessantes, como por exemplo o desenvolvimento de uma interface que permitisse uma integração fácil do SIT em redes universais de comunicação em BUS, (LON ®) e / ou (EIB ® ). 97 8.4 Trabalhos Futuros Uma vez adoptado o modelo por parte de uma organização, deverá progressivamente expandir-se a outras infra-estruturas da mesma, já que o modelo tem potencialmente essa possibilidade. No caso da VW-Autoeuropa, o SIT poderá iniciar-se com o modelo proposto na presente dissertação, expandindo-o de seguida a todos os equipamentos da rede eléctrica da empresa. Com tempo e progressivamente, o SIT deverá ser expandido às redes de águas (industrial e potável), de saneamento (esgoto doméstico e Industrial), rede informática (dados e voz) e rede de iluminação de emergência. É provável que existam ainda na fábrica, outros equipamentos e redes cuja aplicação do modelo também seria também possível, contudo, por não os conhecer suficientemente, não me atrevo a sugerir a sua aplicação. É o caso de equipamentos e redes ligadas à área da logística. De qualquer forma, será obrigação dos responsáveis pelo projecto, a rentabilização máxima do SIT, devendo-se promover a sua expansão a todas as infra-estruturas onde se prevejam vantagens com a sua aplicação. Como a VW-Autoeuropa possui uma Intranet, seria também vantajoso disponibilizar algumas das funcionalidades do SIT na Intranet, já que a plataforma SIG utilizada, «ArcGis DeskTop / ArcView», tem esta possibilidade através da utilização dos aplicativos adequados, como é o caso do «ArcIms» da ESRI. Seria também desejável, que no futuro se fizessem os desenvolvimentos necessários, por forma a que as plataformas SIG tivessem a opção de integrar o hardware e as extensões de software necessárias, que possibilitassem a comunicação com diversos tipos de equipamentos, sobretudo com aqueles que utilizam protocolos universais de comunicação, nomeadamente, equipamentos com capacidade de integração em redes (LON ®), (EIB ®) e (RS485). Esta potencialidade acarretaria grandes benefícios ao nível das vantagens competitivas para os SIG, face outros sistemas e informação utilizados na indústria sem capacidade de processamento de informação georeferenciada. 98 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A., 2003, Sistema de Gestão de Equipamentos. Projecto Final da Disciplina de Bases de Dados, ISEGI-UNL, Lisboa. ALTER, S., 1996, Information Systems: A Management Prespective. (Addison - Wesley Pub. Co.). 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(Addison Wesley). 99 DECRETO-LEI n.º 740/74. D.R. I Série, 1º Suplemento, 265 (26-12-1974), Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de Energia Eléctrica (RSIUEE), 1622(1) - 1622(108). DECRETO-REGULAMENTAR n.º 90/84. D.R. I Série, 297 (26-12-1984), Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de Energia Eléctrica em Baixa Tensão (RSRDEEBT), 3871 - 3924. DECRETO-REGULAMENTAR n.º 1/92. D.R. I Série, B, 41 (18-02-1992), Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão (RSLEAT), 960 - 984. ELECTREX, 2005, The Energy Saving Technology (URL: http://www.electrex.it/en/catalogo/?liv=1&fam=1, consulta: 12-01-2005). ENTERPRISE, I., 1999, Thirty Years of Relational: The First Three Normal Forms (URL: http://www.intelligententerprise.com/db_area/archives/1999/992004/online2.jhtml consulta em 16-04-05). ESRI, 2004, GIS and Mapping Software (URL: http://www.esri.com/, consulta em 10-052004). GIS.COM, ESRI, 2004, What is GIS? 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A1.1 Rede de Transporte e Distribuição de Energia Eléctrica Uma rede de transporte e distribuição de energia eléctrica subdivide-se em dois grandes subsistemas, que são: Subsistema de transporte e Subsistema de Distribuição. O Subsistema de Transporte é composto essencialmente pelos seguintes elementos: • Subestações Transformadoras de Elevação • Linhas de Transporte de Energia e Interligação • Subestações Distribuidoras e de Interligação • Subestações Transformadoras Redutoras O Subsistema de Distribuição é composto essencialmente por: Redes Primárias de distribuição Subestações Transformadoras de Distribuição Redes Secundárias de Distribuição Redes de Distribuição em Baixa Tensão (B.T) Apesar do modelo do SIT poder facilmente ser aplicado à totalidade de uma rede de transporte e distribuição de energia eléctrica, o desenvolvimento do modelo, no âmbito da presente dissertação, foi feito apenas para uma rede de distribuição em baixa tensão (BT), mais concretamente a rede de distribuição em B.T. da empresa VW-Autoeuropa, seleccionada para o estudo de caso. 104 A figura seguinte ilustra o esquema eléctrico geral de uma rede de transporte e distribuição de energia eléctrica. Figura A1. 54 – Rede de Transporte e Distribuição de Energia Eléctrica Adaptação de: [ISEL, 1985] O modelo do SIT, contempla apenas a rede de distribuição em baixa tensão da empresa VWAutoeuropa. 105 A1.1 Normalização de Tensões Os valores normalizados das tensões, constantes do artigo 7 do Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão (RSLEAT) são os seguintes: 1.ª Classe –0,5 [KV] 2.ª Classe – 3, 6, 10, 15, 20, 30 e 45 [KV] 3.ª Classe – 60, 80, 100, 150, 220, 275, 380 [KV] Na prática, identifica-se como Baixa Tensão (BT). a primeira classe de tensões, Média Tensão (MT) a segunda e como Alta Tensão (AT) a terceira. A1.2 Rede de Distribuição em BT Segundo [D.R. 90/84],, rede de distribuição em BT ou simplesmente rede de distribuição, é a instalação de baixa tensão destinada à transmissão de energia a partir de um Posto de Transformação (PT) ou e uma central geradora constituída por canalizações principais, e troços comuns de partidas e chegadas. A1.3 Posto de Transformação (PT) Um posto de transformação é uma instalação eléctrica de alta tensão, destinada à redução da tensão par valores directamente utilizáveis pelos consumidores domésticos e industriais. Figura A1. 55 – Posto de Transformação Fonte: VW- Autoeuropa - (2005) 106 A1.4 Barramento de Energia Conjunto constituído por um ou mais condutores eléctricos e pelos elementos que asseguram o seu isolamento eléctrico, as suas protecções mecânicas, químicas e eléctricas e a sua fixação, devidamente agrupados e com aparelhos de ligação comuns. Na VW-Autoeuropa, os barramentos de energia podem ser de 400 [A] ou 2500 [A]. Figura A1. 56 – Troço de Barramento de Energia Fonte: VW-Autoeuropa- (2005) A1.5 Quadro Eléctrico Segundo o [D.L. 740/74], quadro eléctrico é o conjunto de aparelhos, convenientemente agrupados, incluindo as suas ligações, estruturas de suporte ou invólucro, destinado a proteger, comandar ou controlar instalações eléctricas. A1.6 Disjuntor Eléctrico Aparelho de corte ou de comando, que deverá poder ligar e desligar a potência aparente de corte nominal, à tensão e factor de potência nominais, em boas condições de segurança e no número de vezes adequado às condições normais de serviço. Apresentam-se a seguir, as definições das grandezas eléctricas utilizadas, segundo [HAYT, 1975] 107 A1.7 Potência [Watt] Potência é o trabalho realizado por unidade de tempo. A unidade SI de potência é o [Watt] e representa-se pelo símbolo W. Watt é a potência de uma máquina que produz o trabalho de um Joule em cada segundo, isto é W=J/s. A1.7.1 Potência Instantânea [Watt] Potência instantânea de um dispositivo é dada pelo produto da tensão instantânea no dispositivo pela corrente instantânea através de dele, no caso do dispositivo ser uma resistência a potência pode ser expressa por: p – Potência instantânea [Watt] v – Tensão instantânea[Volt] i – corrente instantânea [A] R- Resistência [Ohm] v2 p = vi = i R = R 2 A1.7.2 Potência Média [Watt] Suponhamos uma rede alternada de regime sinusoidal, a tensão é dada por: v = V m cos( wt + α ) Vm – Tensão máxima[Volt] Im – Corrente máxima [A] E a corrente sinusoidal resultante é i = I m cos( wt + β ) ϕ = α − β - ângulo de fase entre tensão e corrente. w = 2πf - frequência angular Então a Potência média entregue é dada por: P = 1 V m I m cos ϕ 2 108 A1.7.3 Potência Eficaz ou Activa [Watt] 1 Pef = Vef I ef cos ϕ 2 Vef = Vm I ef = Im 2 2 - Tensão eficaz [Volt] - Corrente eficaz [Volt] A potência eficaz ou activa corresponde à potência real, i.e., corresponde à potência directamente explorada pelo receptor, ou seja, transformada, por exemplo, em potência mecânica ou térmica. A potência activa pode também ser expressa em termos de Potência Aparente, isto é: 1 Pef = Vef I ef cosϕ =( Potência Aparente) ×cosϕ 2 Para os receptores puramente resistivos, cosϕ = 1 , e portanto a Potência Activa é igual à Potência Aparente. A1.7.4 Potência Reactiva - Q[VAR] 1 Q = Vef I ef sin ϕ = Potência Aparente × sin ϕ 2 Esta potência não é transformável, mas é necessária ao funcionamento do receptor, nomeadamente, para assegurar a excitação magnética dos transformadores ou dos motores. Exprime-se em [VAr] (Voltampere reactivo). Devido à natureza da potência reactiva, é geralmente a potência activa que é conhecida. Para se obter a potência aparente, bastará dividir a potência activa pelo cosϕ . 109 A1.7.5 Factor de Potência (FP) FP = Vef I ef cos ϕ Potência Activa = = cos ϕ Potência Aparente Vef I ef ϕ : Ângulo de avanço de fase, da tensão em relação à corrente. Factor de potência, é a razão entre a potência activa ( ou eficaz) e a potência aparente. É simbolizado por FP. O factor de potência é uma grandeza adimensional. Para uma carga puramente resistiva, a corrente e a tensão estão em fase e portanto o ângulo de avanço de fase da tensão em relação à corrente é zero sendo por isso o FP igual à unidade. Uma carga puramente reactiva, isto é, não contendo resistência alguma, gera uma diferença de fase entre tensão e corrente de mais ou menos noventa graus, sendo portanto o FP nulo. Entre estes dois casos extremos, existem redes gerais para as quais o FP pode variar de zero até à unidade. Quando a potência eléctrica é fornecida a grandes empresas, como é o caso da VWAutoeuropa, a empresa fornecedora de electricidade atribui normalmente uma cláusula ao FP nas tabelas de preços. A clausula corresponde normalmente ao pagamento de uma taxa adicional sempre que o FP cai abaixo de um determinado valor, normalmente cerca de 0,85 em atraso. Daí que, nas grandes empresas, exista um grande interesse em identificar os PT’s e zonas onde é necessário proceder a um correcção do factor de potência, de forma a evitar o pagamento de uma taxa adicional. A1.8 Energia Eléctrica [KWh] A energia eléctrica corresponde ao movimento orientado das cargas eléctrica. É simbolizada pela letra “W” Num determinado instante, a energia representa-se pela seguinte expressão: W = pt = vit = i 2 Rt = v2 t R W – Energia instantânea [KWt] p – Potência instantânea [Watt] v – Tensão instantânea[Volt] i – corrente instantânea [A] R- Resistência [Ohm] 110 O factor de potência pode também ser obtido, pelo quociente entre a Energia Activa e a Energia Aparente ou total. FP = Vef I ef t cos ϕ Energia Activa = = cos ϕ Energia Aparente Vef I ef t A1.9 Corrente Alternada Trifásica No caso de se estar a trabalhar numa rede trifásica de corrente alternada a 4 fios (3 fases + condutor de Neutro) é necessários considerar duas relações de tensões: Entre fases e Neutro ou tensão simples 220 [V] Entre fases ou composta de A1.10 3 × 220 = 380[V ] Potências Trifásicas Potência Activa Trifásica [Watt] 1 P = 3 V I cos ϕ ef 2 ef ef Potência Aparente Trifásica [VA] 1 S= 3 V I 2 ef ef Potência Reactiva Trifásica [VAR] 1 Q = 3 V I senϕ 2 ef ef 111 ANEXO 2 – Modelo de Dados Físico do Subsistema SGBD para Gestão de Equipamentos No presente anexo, é feita a descrição completa do modelo e dados físico do subsistema SGBD para gestão e equipamentos. A implementação do modelo foi feita através do recurso ao Ms-Access 2002, no entanto, como o SQL é a linguagem padrão dos Sistemas de Bases de Dados Relacionais, a descrição do modelo de dados físico do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos» a apresentar no presente anexo, é feita através do recurso ao SQL. Figura A2. 57 – Modelo EAR do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos», com derivação total de tabelas 112 A2.1 Criação das Tabelas do Subsistema SGBD para Gestão de Equipamentos Através de SQL Apesar do subsistema do SIT, «SGBD para gestão de equipamento», ter por base o pacote de software Ms_Access 2002, existe uma linguagem padrão para inquirição de bases de dados, denominada SQL (Structured Query Language) compatível com a generalidade dos Sistemas de Gestão de Bases de Dados Relacionais. Por este motivo, apresentam-se neste capítulo as instruções SQL que permitiriam a criação das tabelas e das Queries do modelo de dados do subsistema SGBD apresentado. A Criação e de tabelas é feita com a instrução CREATE TABLE cuja sintaxe é a seguinte: CREATE TABLE <nome_tabela) (<definição de colunas e restrições de integridade>) Os tipos de dados utilizados paras as colunas são os seguintes: INTEGER, SMALLINT, DECIMAL, DOUBLE PRECISION, CHAR, VARCHAR, LONGCHAR, BIT, DATE, TIME, entre outros. Para alterar tabelas utiliza-se a instrução ALTER TABLE. Assim por exemplo, para adicionar ou remover uma coluna numa tabela, utiliza-se a instrução ALTER TABLE conjugada com as instruções ADD COLUMN ou DROP COLUMN, conforme o caso. Por exemplo, se for necessário omitir o atributo Nr_SAP na tabela PT, deverá utilizar-se a seguinte sequência de instruções: ALTER TABLE PT DROP COLUMN Nr_SAP Apresentam-se a seguir as instruções SQL que possibilitariam a criação das tabelas do subsistema «SGBD para gestão de equipamentos». 113 A2.1.1 Tabela “Edifício” Nome Data Type Nr_Edificio Nome Coordenadas VARCHAR(50) VARCHAR(80) VARCHAR(30) Required Index PK FK Tabela A2. 4– Especificação da Tabela “Edifício” Código SQL CREATE TABLE Edificio ( Nr_Edificio varchar(50) not null primary key, Nome varchar(80) not null, Coordenadas varchar(30) not null, ) A2.1.2 Tabela “Secção” Nome Data Type Id Nome Nr_Edificio COUNTER VARCHAR(80) VARCHAR(50) Required Index PK FK Tabela A2. 5 – Especificação da Tabela “Secção” Código SQL CREATE TABLE Seccao ( Id Counter not null primary key, Nome varchar(80) not null, Nr_Edificio varchar(50) not null references Edificio(Nr_Edificio), ) Significado dos qualificadores dos atributos: PK (Primary Key) – Chave Primária; FK (Foreingn Key) – Chave Estrangeira; I – Atributo indexado com duplicações; U – Atributo indexado sem duplicações; Required – Obrigatoriedade de Preenchimento; Data Type – Tipo de dados 114 A2.1.3 Tabela “PT” Nome Data Type Nr_PT Designacao Nr_Edificio Nr_SAP Coordenadas Notas VARCHAR(50) VARCHAR(80) VARCHAR(50) VARCHAR(20) VARCHAR(30) LONGCHAR Required Index PK FK Tabela A2. 6 – Especificação da Tabela “PT” Código SQL CREATE TABLE PT ( Nr_PT varchar(50) not null primary key, Designacao varchar(80) not null, Nr_Edificio varchar(50) not null references Edificio(Nr_Edificio), Nr_SAP varchar(20) not null, Coordenadas varchar(30), Notas longchar ) A2.1.4 Tabela “Cargas_PT” Nome Data Type Index Nr_Gaveta Nr_Painel Descricao_Carga Tipo_Proteccao Calibre[A] Ir[A] Nr_PT COUNTER VARCHAR(20) VARCHAR(20) VARCHAR(50) VARCHAR(20) DECIMAL DECIMAL VARCHAR(50) Req. Index PK FK Tabela A2. 7 – Especificação da Tabela “Cargas_PT” 115 Código SQL CREATE TABLE Cargas_PT ( Index Counter not null primary key, Nr_Gaveta varchar(20) not null, Nr_Painel varchar(20) not null, Descricao_Carga varchar(80) not null, Tipo_Proteccao varchar(20) not null, Calibre(A) decimal not null, Ir(A) decimal not null, Nr_PT varchar(50) not null references PT(Nr_PT), ) A2.1.5 Tabela “Barramento” Nome Data Type Nr_Barramento Designacao Tipo Nr_PT Coordenadas Notas VARCHAR(50) VARCHAR(80) VARCHAR(20) VARCHAR(50) VARCHAR(30) LONGCHAR Req. Index PK FK Tabela A2. 8 – Especificação da Tabela “Barramento” Código SQL CREATE TABLE Barramento ( Nr_Barramento varchar(50) not null primary key, Designacao varchar(80) not null, Tipo varchar(20) not null, Nr_PT varchar(50) not null references PT(Nr_PT), Coordenadas varchar(30), Notas longchar ) 116 A2.1.6 Tabela “Cargas_Barramento” Nome Data Type Index Descricao Mod_Caixa Nr_Caixa Calibre_Fus(A) Tamanho Tipo_Fusivel Coordenadas Nr_Barramento COUNTER VARCHAR(80) VARCHAR(20) VARCHAR(20) DECIMAL DECIMAL VARCHAR(20) VARCHAR(30) VARCHAR(50) Req. Index PK FK Tabela A2. 9 – Especificação da Tabela “Cargas_Barramento” Código SQL CREATE TABLE Cargas_Barramento ( Index counter not null primary key, Descricao varchar(80) not null, Mod_Caixa varchar(20) not null, Nr_Caixa varchar(20) not null, Calibre_Fus decimal not null, Tamanho decimal not null, Tipo_Fusivel varchar(20) not null, Coordenadas varchar(30) not null, Nr_Barramento varchar(50) not null references Barramento(Nr_Barramento), ) A2.1.7 Tabela “Desenho” Nome Data Type Nr_Desenho Armario Prateleira VARCHAR(80) VARCHAR(10) VARCHAR(10) Req. Index PK FK Tabela A2. 10 – Especificação da Tabela “Desenho” 117 Código SQL CREATE TABLE Desenho ( Nr_Desenho varchar(80) not null primary key, Armário varchar(10) not null, Pratleira varchar(10) not null, ) A2.1.8 Tabela “Quadro” Nome Data Type Nr_Quadro Ref_Quadro Un(Volt) In(A) Icc(A) Tipo Coordenadas Nr_Barramento VARCHAR(50) VARCHAR(30) DECIMAL DECIMAL DECIMAL VARCHAR(30) VARCHAR(30) VARCHAR(50) Req. Index PK FK Figura A2. 11– Especificação da Tabela “Quadro” Código SQL CREATE TABLE Quadro_Electrico ( Nr_Quadro varchar(50) not null primary key, Ref_Quadro varchar(30) not null, Un(Volt) decimal not null, In(A) decimal not null, Icc(A) decimal not null, Tipo_Fusivel varchar(20) not null, Coordenadas varchar(30) not null, Nr_Barramento varchar(50) not null references Barramento(Nr_Barramento), ) 118 A2.1.9 Tabela “Energia” Nome Data Type Req. Index PK FK COUNTER Id Potencia_Activa DECIMAL Energia_Activa DECIMAL Energia_Reactiva DECIMAL Factor_Potencia DECIMAL Nr_Quadro VARCHAR(50) Data DATETIME Tabela A2. 12 – Especificação da Tabela “Energia” Código SQL CREATE TABLE Energia ( Id counter not null primary key, Potencia_Activa decimal not null, Energia_Activa decimal not null, Energia_Reactiva decimal not null, Factor_Poatencia decimal not null, Nr_Quadro varchar(50) not null references Quadro_Electrico(Nr_Quadro), Data datetime not null, ) A2.1.10 Tabela “RefQuadroDesenho” Nome Data Type Nr_Quadro VARCHAR(50) Nr_Desenho VARCHAR(50) Data datetime Req. Index PK FK Tabela A2. 13– Especificação da Tabela “RefQuadroDesenho” 119 Código SQL CREATE TABLE RefQuadroDesenho ( Nr_Quadro varchar(50) not null references Quadro_Electrico(Nr_Quadro), Nr_Desenho varchar(50) not null references Desenho(Nr_Desenho), Data datetime not null, CONSTRAINT pk_RefQuadroDesenho PRIMARY KEY (Nr_Quadro,Nr_Desenho) ) A2.1.11 Tabela “RefPTDesenho” Nome Data Type Required Index PK FK VARCHAR(50) Nr_PT Nr_Desenho VARCHAR(50) Data datetime Tabela A2. 14– Especificação da Tabela “RefPTDesenho” Código SQL CREATE TABLE RefPTDesenho ( Nr_PT varchar(50) not null references PT(Nr_PT), Nr_Desenho varchar(50) not null references Desenho(Nr_Desenho), Data datetime not null, CONSTRAINT pk_RefPTDesenho PRIMARY KEY (Nr_PT,Nr_Desenho) ) Note-se que nas duas últimas tabelas, a chave primária é formada pela combinação das duas chaves estrangeiras, daí que o procedimento SQL para criação da tabela recorra à instrução Constraint. A Criação dos campos indexados (índices), é feita a partir de duas instruções SQL. A instrução CREATE INDEX, que cria um índice que suporta repetições, e a instrução CREATE UNIQUE INDEX, que cria um índice que não aceita repetições. 120 A sintaxe é a seguinte: CREATE INDEX nome_índice ON nome_tabela (nome_coluna) CREATE UNIQUE INDEX nome_índice ON nome_tabela (nome_coluna) Exemplos CREATE UNIQUE INDEX U1 ON Edifício (Nome) CREATE UNIQUE INDEX U2 ON PT (Designacao) CREATE INDEX I4 ON Cargas_PT (Nr_Gaveta) CREATE INDEX I1 ON Desenho (Armario) 121 A2.2 Definição de Query (VIEW) Antes de apresentar o código em SQL, das query’s utilizadas no subsistema do modelo SIT, começarei por apresentar uma definição de query e algumas das instruções do SQL mais utilizadas na execução e construção de query’s. Uma Query, também denominada em SQL de VIEW, é uma inquirição de informação a uma base de dados. Existem três métodos para a construção de Queries. 1.º - Através da escolha de parâmetros a partir de um menu. Neste método, o sistema de base de dados apresenta uma lista de parâmetros que é possível escolher. Este é talvez a maneira mais fácil de inquirir a partir de uma query, uma vez que o processo é orientado por menus, contudo, este é também o método menos flexível. 2.º - Através do chamado método da «Query By example(QBE)», que permite especificar os campos e respectivos valores em cada registo da query. 3.º - Através de uma linguagem de inquirição de bases de dados como é o caso o SQL. Este é provavelmente o método mais complexo, em virtude de exigir o prévio conhecimento da linguagem de inquirição da base de dados, no entanto, é também o método mais potente e versátil. O SGBD Access 2002 aceita a inquirição de bases de dados pelos três métodos citados. A definição de query apresentada, foi adaptada de [WEBOPEDIA, 2005]. É feita a seguir uma descrição sucinta das instruções SQL mais utilizadas, adaptada de [W3SCHOOLS, 2005], onde se disponibilizam vários tutoriais dedicados ao SQL. 122 A2.3 Algumas Instruções do SQL Instrução Select A instrução Select é a interrogação fundamental do SQL. Sintaxe: SELECT <colunas a seleccionar> FROM <tabela que contém as colunas> WHERE <condição a ser satisfeita pelas colunas a seleccionar> Order By <ordena a apresentação pela coluna seleccionada> Condições de Selecção As condições e selecção incluem os seguintes operadores: =: igualdade >, <: ordenação aritmética BETWEEN: intervalo de valores LIKE: condição para cadeia de caracteres AND: conjunção lógica OR: disjunção lógica NOT: negação Operadores Aritméticos MAX: máximo de um conjunto de valores; MIN: mínimo de um conjunto de valores; SUM: somatório de um conjunto de valores; AVE: média de um conjunto de valores; COUNT: número de linhas numa selecção; 123 A Clausula Group By Esta clausula permite o agrupamento de um conjunto de linhas, segundo um determinado critério. Alteração de Valores A alteração de valores é realizada através da instrução UPDATE, cuja sintaxe é a seguinte: UPDATE <tabela> SET <coluna> = <expressão> [WHERE <condição>] Junção de Tabelas Embora seja possível fazer junções de tabelas, utilizando apenas as cláusulas FROM e WHERE, existe em SQL a cláusula JOIN que permite fazer a junção de duas ou mais tabelas através das respectivas chaves estrangeiras. Este comando tem a vantagem de separar as cláusulas de selecção das que fazem a junção de tabelas tornando o código mais legível. A tabela da página seguinte, apresenta o conjunto completo de instruções do SQL, fazendo uma descrição resumida de cada instrução. 124 A2.4 Resumo das Instruções em SQL Instrução AND / OR ALTER TABLE (add column) ALTER TABLE (drop column) AS (alias for column) BETWEEN CREATE DATABASE CREATE INDEX CREATE TABLE CREATE UNIQUE INDEX Sintaxe SELECT column_name(s) FROM table_name WHERE condition AND|OR condition ALTER TABLE table_name ADD column_name datatype ALTER TABLE table_name DROP COLUMN column_name SELECT column_name AS column_alias FROM table_name SELECT column_name(s) FROM table_name WHERE column_name BETWEEN value1 AND value2 CREATE DATABASE database_name CREATE INDEX index_name ON table_name (column_name) CREATE TABLE table_name ( column_name1 data_type, column_name2 data_type, ....... ) CREATE UNIQUE INDEX index_name ON table_name (column_name) CREATE VIEW CREATE VIEW view_name AS SELECT column_name(s) FROM table_name WHERE condition DELETE FROM DELETE FROM table_name (Note: Deletes the entire table!!) or DELETE FROM table_name WHERE condition DROP DATABASE database_name DROP INDEX table_name.index_name DROP TABLE table_name SELECT column_name1,SUM(column_name2) FROM table_name GROUP BY column_name1 SELECT column_name1,SUM(column_name2) FROM table_name GROUP BY column_name1 HAVING SUM(column_name2) condition value DROP DATABASE DROP INDEX DROP TABLE GROUP BY HAVING 125 Instrução IN INSERT INTO JOIN EQUI-JOIN INNER JOIN NATURAL-JOIN OUTER-JOIN LEFT JOIN RIGHT JOIN LIKE ORDER BY SELECT SELECT * SELECT DISTINCT SELECT INTO (used to create backup copies of tables) TRUNCATE TABLE Sintaxe SELECT column_name(s) FROM table_name WHERE column_name IN (value1,value2,..) INSERT INTO table_name VALUES (value1, value2,....) or INSERT INTO table_name (column_name1, column_name2,...) VALUES (value1, value2,....) SELECT field1, field2, field3 FROM first_table INNER JOIN second_table ON first_table.keyfield = second_table.foreign_keyfield SELECT column_name(s) FROM table_name WHERE column_name LIKE pattern SELECT column_name(s) FROM table_name ORDER BY column_name [ASC|DESC] SELECT column_name(s) FROM table_name SELECT * FROM table_name SELECT DISTINCT column_name(s) FROM table_name SELECT * INTO new_table_name FROM original_table_name or SELECT column_name(s) INTO new_table_name FROM original_table_name TRUNCATE TABLE table_name (deletes only the data inside the table) UPDATE WHERE UPDATE table_name SET column_name=new_value [, column_name=new_value] WHERE column_name=some_value SELECT column_name(s) FROM table_name WHERE condition Tabela A2. 15 – Resumo das Instruções SQL Adaptado de: [W3SCHOOLS, 2005] 126 A2.5 Código SQL das Query’S Query_PT Esta Query permite juntar informação das tabelas, PT, Edifício e Cargas_PT, possibilitando obter informações sobre as características do PT’S, cargas que lhes estão associadas e ainda saber o nome dos edifícios onde se encontra instalado cada PT. SELECT PT.Nr_PT, PT.Nr_Edificio, Edificio.Nome, Cargas_PT.Nr_Gaveta, Cargas_PT.Nr_Painel, Cargas_PT.Descricao_carga, Cargas_PT.Tipo_Proteccao, Cargas_PT.[Calibre(A)], Cargas_PT.[Ir(A)] FROM Edificio INNER JOIN (PT INNER JOIN Cargas_PT ON PT.Nr_PT = Cargas_PT.Nr_PT) ON Edificio.Nr_Edificio = PT.Nr_Edificio ORDER BY PT.Nr_Edificio; A clausula INNER JOIN permite fazer a união das tabelas a partir dos atributos chave comuns. Query_Barramento Esta query permite obter informações sobre as características de cada barramento e das respectivas cargas que lhe estão associadas. SELECT Barramento.Nr_Barramento, Barramento.Designação, Barramento.Tipo, Cargas_Barramento.Descrição, Cargas_Barramento.Mod_Caixa, Cargas_Barramento.Nr_Caixa, Cargas_Barramento.[Calibre_Fus(A)], Cargas_Barramento.Tamanho, Cargas_Barramento.Tipo_Fusivel FROM Barramento INNER JOIN Cargas_Barramento ON Barramento.Nr_Barramento = Cargas_Barramento.Nr_Barramento ORDER BY Barramento.Designação; 127 Query_Edificios Esta query permite obter informações sobre cada edifício e respectivas secções. SELECT Edificio.Nr_Edificio, Edificio.Nome, Secção.Nome FROM Edificio INNER JOIN Secção ON Edificio.Nr_Edificio = Secção.Nr_Edificio Query_Desenhos ORDER BY Edificio.Nome; Query_Desenhos Esta query permite obter informações sobre os desenhos associados aos postos de transformação (PT). SELECT PT.Nr_PT, PT.Designacao, RefPTDesenho.Nr_Desenho, Desenho.Armário, Desenho.Prateleira FROM PT INNER JOIN (Desenho INNER JOIN RefPTDesenho ON Desenho.Nr_Desenho = RefPTDesenho.Nr_Desenho) ON PT.Nr_PT = RefPTDesenho.Nr_PT ORDER BY PT.Designacao; Query_Energia Esta query permite identificar os quadros cujo factor de potência (FP) é superior a 0,9, apresentando ainda a informação relativa aos dados energéticos, afecta aos quadros seleccionados. SELECT Quadro_Electrico.Nr_Quadro, Energia.Factor_Potencia, Energia.Energia_Reactiva, Energia.Energia_Activa, Quadro_Electrico.Tipo FROM Quadro_Electrico INNER JOIN Energia ON Quadro_Electrico.Nr_Quadro = Energia.Nr_Quadro WHERE (((Energia.Factor_Potencia)>0.9)) ORDER BY Quadro_Electrico.Nr_Quadro; 128 Query_Quadros Esta query permite obter a informação relativa aos quadros eléctricos e aos dados energéticos disponibilizados pela tabela Energia. SELECT Quadro_Electrico.Nr_Quadro, Quadro_Electrico.Ref_Quadro, Quadro_Electrico.[Un (Volt)], Quadro_Electrico.[In (A)], Quadro_Electrico.[Icc (A)], Quadro_Electrico.Tipo, Energia.Potência_Activa, Energia.Energia_Activa, Energia.Energia_Reactiva, Energia.Data FROM Quadro_Electrico INNER JOIN Energia ON Quadro_Electrico.Nr_Quadro = Energia.Nr_Quadro ORDER BY Quadro_Electrico.Nr_Quadro; 129 ANEXO 3 – Recursos On-Line Relevantes Título DEA Model URL http://www.utexas.edu/its/windows/database/d atamodeling/dm/erintro.html http://www.esri.com/industries/electric/su ESRI – Case Studies ESRI Home Page ccess-stories/case-studies.html http://www.esri.com ESRI- Virtual Campus http://campus.esri.com/courses/geodata/ GIS Definition http://www.gis.com/whatisgis/index.html GIS Services http://www.esri.com/services.html , 2004 Home Page of Peter Chen IBM - Rational Software http://bit.csc.lsu.edu/~chen/display.html www.rational.com/um/resources/documentati on/index.jsp ,www.intelligententerprise.com/db_area/archives/1 Normalization ideas; By C.J.Date 999/992004/online2.jhtml Protocolos de Comunicação de Dados http://www.rs485.com/rs485spec.html Query Definition http://www.webopedia.com/TERM/Q/query.h tml SQL TUTORIAL http://www.w3schools.com/sql/default.asp Unified Modelling Language OMG – Object Management Group www.uml.org. Tabela A2. 16 – Recursos On-Line Relevantes 130