Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares Teoria RRK (Rice, Ramsperger e Kassel) Considerando os graus de liberdade internos da molécula, que inicialmente eram negligenciados por Lindemann é necessário considerar: que uma reação unimolecular especificamente envolve uma forma particular de movimento molecular (ex.; uma rotação em torno de uma ligação dupla numa isomerização cis-trans). Esta etapa foi desenvolvida na teoria RRK QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP Isto pode ser trabalhado reconhecendo que uma mínima quantidade de energia deve estar localizada em modos específicos de movimento molecular para que a etapa unimolecular possa ocorrer. Assim, uma nova etapa é adicionada ao mecanismo de Lindemann, no qual a espécie excitada A* é convertida num específico “complexo ativado” excitado A≠: k1 A + ⇆ M A* + M k-1 A* k2a → k‡ A‡ → P QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP k‡ k2a A* → A‡ → P k≠ é da ordem de uma freqüência vibracional enquanto k2a é em geral bem menor. Significa que a conversão de A* em A≠ é uma etapa determinante da velocidade, e k2a é o coeficiente global de conversão de A* em produtos. Como k2a << k≠ , [A≠] é muito pequena e usando a aproximação do estado estacionário: QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP A teoria RRK assume que a energia pode fluir livremente de um modo vibracional a outro na molécula ( considerando o acoplamento energético entre os modos anarmônicos vibracionais ). Para uma molécula com s osciladores equivalentes a degenerescência do vth nível vibracional é . Se pelo menos devem ser alocados m quanta em um modo particular para a dissociação ocorrer (Eo = mhν), reduz a escolha do quanta para (v-m), e o número total de modos para arranjá-los é QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP Aprobabilidade Pmv de alocar pelo menos m quanta de v no modo de dissociação é a razão dessas duas quantidades: = Pmv = Como os numeros quanticos envolvidos são muito grandes (i.é., v e m >> s) resulta → (v-m)s-1 e De maneira que Pmv = (v-m)s-1 v –(s-1) = → v-(s-1) = (1-m/v)s-1 Tendo E = vhν e Eo=mh ν , reescreve-se em termos de energias, = (1 –Eo/E)s-1 i.é., a probabilidade de localizar uma mínima quantidade de energia Eo da energia total E no modo de dissociação. QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP Se a randomização de energia ocorre rapidamente para a energia vibracional ser distribuída estatísticamente, então = [A≠]E/[A*]E , de maneira que a constante de velocidade é k2(E) = k≠(1 - Eo/E)s-1 k2 aumenta com a energia, desde que a probabilidade de localizar uma dada quantidade de energia Eo em um modo particular aumente com a elevação de E. A probabilidade de localização decresce com o aumento de s, desde que existam mais modos de compartilhamento da energia. Assim, k2 diminui com a complexidade da molécula, em contraste com com o comportamento da constante de velocidade para ativação k1. QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP Teoria RRKM Com base nas teorias de Hinshelwood e RRK, o mecanismo de reação é reescrito levando em conta o fato que a velocidade de ativação colisional e a dissociação unimolecular são dependentes da energia. dk1(E) A + M ⇄ A(E*) + M k-1 k2(E) A* (E) → P QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP Aplicando o estado estacionário a [A*(E)] obtem-se a expressão de velocidade d[P(E)]/dt =k2(E)dk1(E)[A][M] / k-1[M] + k2(E) e a constante de velocidade unimolecular para o intervalo de energia E a E+dE fornece k(E) = k2(E)dk1(E)[M] / k-1[M] + k2(E) integrando sobre E de Eo a ∞ k= = Na RRKM a energia é particionada em componentes fixos e não fixos. Somente o componente não fixo E*, que flui livremente entre os vários modos de movimento da molécula, pode contribuir para a reação. Os vários termos da expressão de velocidade são obtidos usando a mecânica estatística. QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP 1) dk1(E*)/k-1 é a cte de equilíbrio para a energização da molécula A no intervalo de energia E* a E* + dE* , e pode ser calculada pela razão das funções de partição QA*(E*)/QA. 2) k2(E*) é obtida aplicando o estado estacionário ao complexo ativado A≠, considerando que a reação global é particionada em contribuições energéticas translacional e rotacional/vibracional. k≠ e a razão [A≠]/[A*] são obtidas a partir de funções de partição ( k≠ é tratada como uma translação ao longo da coordenada de reação). No limite de pressão elevada, RRKM é reduzida a teoria do estado de transição. De um modo geral, RRKM admite o equilíbrio entre A≠ e A*, mas não entre A* e A. Entretanto a pressões elevadas A* e A estão em equilíbrio. A teoria do estado de transição assume que o complexo ativado A≠ está em equilíbrio térmico com os reagentes. É o mesmo que assumir que a distribuição térmica de Boltzmann é mantida a todas as energias , o que é verdadeiro a pressões elevadas: a pressões elevadas o modelo RRKM é equivalente a teoria do estado de transição, e o resultado dessas duas teorias coincidem. QFL 5610 Aplicações da Teoria de Reações Unimoleculares IQ-USP