Extravasamento de Citotóxicos.

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EXTRAVASAMENTO
DE
CITOTÓXICOS NA ADMINISTRAÇÃO
Cecília Mimoso
6 de Dezembro de 2013
Extravasamento de citotóxicos

Uma
das
complicações
mais
graves
da
administração de citotóxicos EV é o extravasamento,
especialmente quando ocorre com fármacos
irritantes ou vesicantes.

Segundo alguns dados publicados a incidência de
extravasamento de citotóxicos situa-se entre os 0,16%.
Definições
Extravasamento
Infiltração acidental ou inapropriada de quimioterapia no tecido
subcutâneo ou subdérmico adjacente ao local de administração

Agentes Irritantes
Podem causar dor, ardor ou flebite no local do extravasamento sem
destruição tecidual

Agentes Vesicantes
Causam destruição tecidual no local do extravasamento

Reação alérgica local
Geralmente placas ou pápulas eritematosas no trajeto da veia, sem dor.
Os sintomas cessam após 30´ com ou sem tratamento

Factores de risco
Veia periférica
 Crianças e idosos
 Sitio do acesso e integridade
do vaso
 Obesidade
 Doença de pele disseminada
 Duração da exposição e
quantidade de infiltração
 Tipos de cateteres
 Catéteres de menor calibre
permitem
melhor
fluxo
sanguíneo ao redor do canhão
 Incapacidade de comunicação
Veia central
 Crianças e idosos
 Atividade aumentada ou
posição
inadequada
durante o sono
 Formação de feixes de
fibrina no tambor do
cateter
 Fluxo inadequado pelo
cateter
 Dispositivos inadequados
Sinais e sintomas de extravasamento

Diminuição ou paragem total do fluxo de soro

Dor tipo agulhada ou pontada

Queixa de queimadura em volta da punção

Hiperpigmentação

Edema no local da punção

Formação de vesículas ou ulceração

Descamação da pele no local da injeção

Cessação do retorno venoso
Sinais e sintomas de extravasamento
O efeito tóxico local provocado pelo extravasamento
depende:

Natureza do fármaco;

Quantidade e concentração do fármaco;

Tempo de exposição;

Local onde ocorre o extravasamento
(evitar as zonas de flexão e do dorso da mão).
Classificação dos agentes citotóxicos
Segundo a sua capacidade agressiva para os tecidos:
 Vesicantes;
 Irritantes;
 Não agressivos
Classificação dos agentes citotóxicos
Amsacrina
VESICANTES
Agentes capazes de provocar ulceração
local quando há extravasamento sendo
frequentemente associado a necrose
Cisplatina
Clorometina
Dactinomicina
Daunorrubicina
Doxorrubicina
Epirrubicina
Estreptozocina
Idarrubicina
Mercaptopurina
Mitomicina
Mitoxantrona
Oxaliplatina
Classificação dos agentes citotóxicos
Bleomicina
IRRITANTES
Causam dor ou irritação local
Carboplatina
Carmustina
Ciclofosfamida
Dacarbazina
Docetaxel
Etopósido
Floxuridina
Fludarabina
Fluorouracilo
Ifosfamida
Mitoguazona
Teniposido
Tiotepa
Classificação dos agentes citotóxicos
Asparginase
NÃO AGRESSIVOS
Azacitidina
Citarabina
Cladribina
Geralmente não causam problemas quando
extravasam
Fludarabina
Gencitabina
Irinotecano
Melfalano
Metotrexato
Topotecano
Fisiopatologia da lesão _Agentes Vesicantes
A extravasão deve ser tratada imediatamente, sob pena de ulceração
severa, necrose e dor, resultante da atrofia tecidular no local da
administração
Medidas preventivas

Conhecer os fármacos com potencial vesicante
Ter
habilidade na administração do medicamento

Evitar administração de fármacos vesicantes por veia
periférica puncionada com escalpe

Observar permeabilidade e presença de sinais
flogísticos em veias puncionadas há mais de 24 horas

Evitar punções em veias dos membros inferiores,
membros de aplicação de radioterapia, do mesmo lado
de mastectomia ou lesões metastáticas, veias com
múltiplas punções e em articulações
Medidas preventivas

Evitar a fossa anticubital
Fixar
a punção de maneira que permita a visualização
do local da punção
 Administrar
primeiro os fármacos com menor poder
vesicante


Observar constantemente a área puncionada
Informar o doente para observar e
acontecimentos diferentes que poderão surgir

relatar
Perfundir com 20mL de SF 0,9% a veia puncionada,
após término da administração do fármaco
Extravasamento por Antraciclinas
Diagnóstico diferencial
Parâmetro
Sinais imediatos
de extravasamento
Sinais tardios de
extravasamento
Irritação da veia
Reação alérgica
DOR
Dor ou queimadura
intensa que duram
minutos ou horas.
Pode persistir por
dias após a infusão
Dor e rigidez ao
longo do trajeto da
veia
Sem dor
ERITEMA
Mancha eritematosa
ao redor do sítio do
cateter. Nem sempre
está presente no
momento do
extravasamento
24-48 horas após a
infusão
Todo o trajeto da
veia pode estar
avermelhado ou
escurecido
Placas eritematosas
ou pápulas ao redor
da veia que
melhoram após 30
minutos a
suspensão com ou
sem tratamento
ULCERAÇÃO
Geralmente 48-96
horas após o
extravasamento
Ocorre tardiamente
Rara
Rara
EDEMA
Geralmente imediato
e intenso
Rara
Rara
RETORNO
VENOSO
Difícil
Geralmente
presente
Geralmente
presente
OUTROS
Formigueiro e
déficits sensitivos
Urticária
Tratamento – Acesso periférico
 Interromper a administração do medicamento
imediatamente, sem retirar a agulha (é muito
importante manter a agulha no local)
 Notificar enfermeio ou médico
 Remover a seringa com o agente vesicante do
canhão e deixar a o cateter inserido
 Aspirar com seringa de 1-3 mL qualquer conteúdo
residual do cateter ou borboleta
 Administrar o antídoto adequado
 Instilar volume apropriado dentro do cateter e retirálo em seguida
Tratamento – Acesso periférico
 Evitar pressão excessiva no local
 Para admininstração SC de antídoto, retirar o cateter
sem pressionar excessivamente o sítio. Utilizar agulha
de 25G para injetar o antídoto no tecido SC ao redor do
local de extravasamento
 Aplicar gelo ou calor no local conforme o tipo de
quimioterápico
 Instruir os cuidadores a manter o membro afetado
em repouso por 48 horas
 Se surgirem bolhas, informar o paciente e a família a
não romperem
Tratamento – Cuidados locais
Quimioterápico
Cuidado Local
Antracíclinas
Aplicar gelo por 15 min. com intervalos de 15
min. nas primeiras 4 h. Após as primeiras 4 h,
15 min. a cada 3 h. Elevar a extremidade
afetada e manter repouso da mesma por 48 h
Agentes Alquilantes
Aplicar gelo por 15 min. 4 x dia por 3 dias
Alcalóides da Vinca
Aplicar compressas mornas por 15 min. 4 x dia
por 3 dias
Actinomicina D
Elevar o membro e aplicar gelo por 15 min. 4 x
dia por 3 dias
Mitomicina C
Aplicar gelo por 15 min. 4 x dia por 24 h
Tratamento – Antídotos específicos
Tratamento – Antídotos específicos
 Dimetilsulfóxido 99%: uso tópico em redor da área
afectada, numa área alargada cerca de 2x maior, deixar
secar ao ar. Não cobrir nem pressionar. Utilizado em
extravasamentos com doxorrubicina, daunorrubicina,
epirrubicina, idarrubicina e mitomicina.
 Tiossulfato de sódio 1/6M: se for possível extrair o
citotóxico através do cateter, administrar por esta via,
quando não for possível, administrar por via SC o
antídoto em redor da zona extravasada. Utilizado nos
casos de extravasamento de vimblastina, vincristina,
vindesina, vinorelbina, etopósido e tenipósido
Tratamento – Antídotos específicos
 Mucopolissacaridase: administrado por via SC em
seis punções de 0,5 mL em redor da área afectada. Se
for possível aspirar o citotóxico administrar 2-3 mL
através do cateter. Indicado nos casos de
extravasamento de vimblastina, vincristina, vindesina e
vinorrelbina.
 Hialuridase: injectar a solução através do cateter se
for possível aspirar o citotóxico, se tal não for possível
administrar por via SC o antídoto na zona lesada.
Indicada no extravasamento da vimblastina, vincristina,
vindesina e vinorrelbina.
Tratamento – Antídotos específicos
DEXRAZOXANE
Extravasamento de citotóxicos
O extravasamento pode ser muito doloroso, pelo que
convêm instaurar uma terapêutica analgésica
adequada. Em caso de descamação cutânea importante
ou ulceração, existe o risco de infecção, pelo que se
recomenda controlo da lesão e terapêutica antibiótica
em caso de infecção.
Obrigado!
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