Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira INTOLERÂNCIA ALIMENTAR Perguntas e respostas O que é a intolerância alimentar? A intolerância alimentar é um tipo de reação adversa aos alimentos, sendo representada por qualquer reação do organismo contra determinado alimento, que não seja originada de uma resposta do sistema imunológico a esse alimento. Além disso, essas reações não apresentam causa psicológica, podendo assim resultar de diversos outros processos. Quais os outros tipos de reações adversas aos alimentos? As reações adversas aos alimentos compreendem um grupo de reações indesejáveis que ocorrem após a ingestão de determinado alimento que, normalmente, é bem tolerado pela maioria das outras pessoas. Essas reações podem ser secundárias à alergia alimentar ou à intolerância alimentar, incluindo uma ampla variedade de sinais e sintomas distintos. O termo reação adversa não define nenhum tipo de mecanismo de desenvolvimento da reação, englobando processos imunológicos, metabólicos, farmacológicos e desconhecidos. Existe realmente uma "Alergia alimentar" ou "hipersensibilidade aos alimentos" ? Sim, esse tipo de reação adversa caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma reação do sistema imune, a determinado componente de algum tipo de alimento, que por si só não causa mal algum. O que causa a intolerância alimentar? Digamos que, em dado momento, corpo e elemento externo (o alimento) se encontrem em uma fase de "incompatibilidade de gênio". Ou seja, a partir de um dado instante, o nosso organismo não mais se entende com um determinado alimento. Ele o rejeita. Na verdade, o organismo apresenta uma rejeição por algum componente que se encontra 1 naquele alimento. Descobrir qual é esse componente não é tarefa fácil para o médico, mas é fundamental que sejam feitos testes para que a pessoa não venha a ingerir outro alimento em que o mesmo componente esteja presente, pois sofrerá novamente a mesma indisposição. Em que fase da vida a intolerância alimentar é mais freqüente? Qualquer indivíduo, em qualquer fase da vida, pode ser surpreendido com uma repentina intolerância ou alergia a um dado alimento. Em geral, os sintomas se iniciam na infância – e isso pode acontecer desde os primeiros dias de vida. Quais tipos de reações podem ocorrer? As manifestações de intolerância alimentar podem ser de diversos tipos, envolvendo qualquer sistema do nosso organismo. Entretanto, as mais comuns são: - respiratórias: rinite, tosse, crises de asma, otite. - gastrointestinais: cólicas, diarréia, vômitos. - cutâneas: urticária, dermatite, coceira. - neurológicas: enxaqueca, vertigem, distúrbios visuais, por exemplo. - diversos: febre, irregularidade menstrual. A mudança repentina do padrão alimentar pode favorecer a ocorrência de intolerância alimentar? Pode sim. Principalmente se a mudança for de uma dieta mais leve para outra mais forte ou completamente estranha ao organismo. Em casos de súbita mudança de hábitos alimentares, as condições físicas gerais, o fator emocional e as condições imunológicas da pessoa se encontram alteradas e isso pode desencadear uma reação. Quais tipos de alimentos são recomendados para consumo no inverno e no verão? Durante o verão, o calor predispõe à maior perda de água do nosso organismo, através do suor e da respiração. Por isso, além da ingestão de quantidades adequadas de líquido, recomenda-se o consumo de frutas e vegetais frescos. Além disso, carnes mais leves e grelhadas, com a menor quantidade de gordura possível. Nessa época, também, 2 precisamos de uma dieta de mais fácil digestão, por isso, quanto mais naturais forem os alimentos, melhor. No inverno, as baixas temperaturas exigem o consumo de alimentos quentes e bem energéticos, como caldos e sopas nutritivas. No entanto, nada de abusar de carnes gordurosas e outros alimentos preparados com maior quantidade de gordura. Nesse período, também, é importante evitar o consumo exagerado de colesterol e gorduras saturadas. Assim, em qualquer época do ano, é preferível escolher sempre os alimentos mais naturais, sem grande concentração de gorduras, açucares e aditivos químicos. Nosso corpo sabe quais alimentos deve escolher? Nosso corpo, de alguma maneira e até certo ponto, ‘sabe’ que alimentos escolher em cada época do ano, mas o problema é que nossa vontade nem sempre acompanha essa escolha. Isso porque escolhemos o que comer mais pela aparência e pelo aroma, sem levar em conta se aquele alimento é saudável ou não. Esse é um problema que ocorre o ano inteiro, não estando restrito a determinada estação. Interessante notar que, em alguns centros de ioga, os iogues são ensinados a ficar ‘desapegados do sabor’, buscando mais o valor dos nutrientes do organismo e não a satisfação do apetite por um apelo visual, de sabor ou de cheiros. Quais os principais alimentos envolvidos na intolerância alimentar? Entre os principais vilões da intolerância alimentar, o principal é o leite, tanto para adultos quanto para crianças (como os bebês que começam a consumir leite de vaca muito precocemente). Um número grande de pessoas simplesmente não possui enzimas para metabolizar a lactose, o açúcar do leite, podendo desenvolver diversos sintomas após a ingestão de leite: cólicas, excesso de gases ou diarréia. Alguns especialistas suspeitam que, a partir de uma certa idade (por volta de 3 anos), todo organismo tem dificuldade em lidar com o açúcar (intolerância) ou a proteína (alergia) do leite, em maior ou menor grau. Os outros inimigos são os aditivos químicos presentes nos alimentos, com destaque para os nitritos, usados em larga escala nos enlatados e mesmo na carne fresca (usados com o objetivo de realçar a aparência da carne). Junto ao leite, essas substâncias costumam ser personagens freqüentes nos episódios de intolerância e 3 alergias alimentares. O consumo exagerado de carboidratos (especialmente quando combinados com proteínas) também pode causar intolerância. Nesse caso, o agente irritante costuma ser a fibra, conhecida por causar mal-estar gastrintestinal. Outros acionadores de intolerância, mesmo em quantidades pequenas, são os adoçantes usados em produtos dietéticos (principalmente o sorbitol). E é bom ficar de olho nas frutas secas, que comumente hospedam fungos. Como é feito o tratamento? Embora os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento da alergia e intolerância alimentar sejam diferentes, a abordagem terapêutica é quase sempre a mesma. Nos dois casos, o fator gerador ou precipitador do problema está intimamente relacionado com a digestão e a absorção, e o órgão primariamente envolvido é o intestino. A condição da mucosa intestinal, onde ocorre a absorção dos nutrientes, é o fundamento para a triagem dos nutrientes do corpo, a seleção do que é útil ou inútil ao organismo. Maus hábitos dietéticos, combinações impróprias, uso prolongado de antibióticos e outras drogas, acabam por tornar a mucosa intestinal mais permeável. Em decorrência, substâncias indesejáveis como metais pesados, aditivos químicos e agrotóxicos, toxina de bactérias patogênicas e componentes alimentares não digeridos passam para a corrente sangüínea e desencadeiam sérios efeitos na saúde, incluindo as alergias e intolerância alimentares. No tratamento, além das correções dietéticas específicas, é essencial repensar a dieta e incluir na alimentação diária alimentos de ação compensadora: maçã, agrião, espinafre, salsa, gengibre, aipo, raiz de bardana, cenoura, mamão, abóbora, feijão japonês (azuki), lima-da-pérsia, limão, melão, repolho. Como última dica, todos os dias, em jejum, abuse do elemento regenerador maior do sistema: suco de vegetais. Copyright © 2007 Bibliomed, Inc. 29 Janeiro de 2007 4