RELATÓRIO DE GEOGRAFIA 1º Semestre/2016 Turma: 9º ano Professora: Ludmila Santos Coordenação pedagógica: Maria Aparecida de Lima Leme Tem dias que a gente se sente/ Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente/ Ou foi o mundo então que cresceu A gente quer ter voz ativa/ No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda-viva/ E carrega o destino pra lá Roda mundo, roda-gigante... Roda Viva – Chico Buarque. Inicio o relato da turma do nono ano com a fala de um aluno no estudo que fizemos no Memorial da Resistência em São Paulo e que falará dos trabalhos que desenvolvemos nas aulas de Geografia. A questão dizia algo parecido com: - A censura dos governos ditatoriais no Brasil era displicente, pois as músicas, altamente críticas, eram cantadas e disseminadas nos meios resistentes, nas rodas contrárias ao militarismo, nas casas daqueles que confessavam a violência social, em surdina dos lares. Expliquei que foi um período rico na composição dessas percepções, mas que a censura proibia essas expressividades e que atualmente existem meios mais sutis, mas que esse boicote à cultura acontece. Lembrei-o que em nossas aulas havíamos falado disso. O mundo inteiro passa por uma fase de intolerância das liberdades, que hoje se manifestam de diversas maneiras. Candidatos aos governos de países em destaque econômico, discursando e conclamando a população para intolerância seja a respeito das migrações, das relações homoafetivas, das prerrogativas cooperativas e colaborativas das microeconomias. As discussões se polarizaram e perderam o sentido do diálogo. A crise internacional, que passamos não é só sobre os recursos que os países dispõem. Trata-se também dos valores que deveriam estar consolidados sobre a aceitação do outro e o apoio dos deslocamentos humanos. Essa turma em particular surpreendeu nesse estudo, pois ao longo do semestre tivemos conflitos acentuados a respeito desses assuntos que versavam sobre a temática europeia e se desmembravam na política brasileira. Muitas vezes os debates precisaram ser interrompidos, pois os alunos não conseguiam lidar com as diferenças e retomados com acordos de respeito à opinião alheia. Há ainda que se aprender/amadurecer sobre esse ponto! A parte argumentativa se ampliou na formalização dos conceitos, porém ainda com resquícios da intransigência das opiniões, transgrediu pouco, e como concreto, cimentou os diálogos em monólogos.