A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II COLÉGIO SENES Disciplina: Emergência Profº: Daniel Pires Turma: ________ Dia: ___________________________________________________________ Horário: ________________________________________________________ Aluno: _________________________________________________________ Avaliação: ______/________/__________. COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Trabalho: ______/________/___________. ______/________/__________. Cronograma: Traumatismo de Crânio ................................................................................................................ 02 Traumatismo de Coluna ................................................................................................................ 03 Traumatismo de Tórax .................................................................................................................. 04 Traumatismo de Abdome .............................................................................................................. 05 Traumatismo Músculo-Esquelético ............................................................................................... 06 Choque ........................................................................................................................................... 08 Convulsões .................................................................................................................................... 09 Queimaduras ................................................................................................................................. 10 Regate & Transporte ..................................................................................................................... 10 Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 13 1 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Traumatismo de Crânio: São as principais causas de óbitos nas vítimas de acidentes automobilísticos. A maioria das vítimas está na faixa de 15 aos 24 anos. Os politraumatizados de crânio têm duas vezes a mortalidade dos pacientes que não tem. A maioria dos casos graves (75%) se deve a acidentes automobilísticos, as outras causas de TCE são a violência, os acidentes de trabalho e os desportivos. Os traumatismos de cabeça podem envolver, isoladamente ou em qualquer combinação, o couro cabeludo, crânio e encéfalo. Mesmo quando não causam a morte, podem deixar sequelas graves, incompatíveis com a vida produtiva. O tratamento adequado é eficaz para diminuir estas complicações. Anatomia: A cabeça (excluindo a fase) inclui as seguintes estruturas: 1. Couro Cabeludo. 2. Crânio. 3. Meninges (membranas fibrosas que recobrem o cérebro). 4. Líquido Cérebro-Espinhal. 5. Vasos Sanguíneos. O couro cabeludo é muito vascularizado e sangra bastante quando lesado. O crânio é como uma caixa fechada e a única abertura pela qual a pressão pode ser alividada é o forame magno na base onde o tronco cerebral se torna medula espinhal. O crânio é irregular e áspero e estas irregularidades podem lacerar o cérebro, quando este se movimenta. O cérebro é coberto por membranas: a exterior é chamada de dura-máter, cobre todo o cérebro, é espessa e inelástica. As artérias meníngeas ficam entre a dura-máter e os ossos do crânio. Uma lesão a estas artérias produz o chamado hematoma epidural. Lesão de Couro Cabeludo: Podem causar hemorragias importantes devido a sua intensa vascularização. Por vezes podem causar choque em lactentes mas nunca em adultos. Nos adultos os hematomas subdurais (galos) são úteis para determinar a força do traumatismo. Os sangramentos devem ser controlados com depressão. Na presença de fratura com depressão, efetuar a compressão na margem da lesão para evitar seu sangramento. Fraturas de Crânio: As fraturas de crânio não implicam, necessariamente, presença de lesão encefálica, mas indicam a severidade do trauma e maior probabilidade de ocorrer lesões intracraniana. Podem ser classificadas em: Fratura Linear ou Simples: Representam 80% das fraturas de crânio, são lineares e sem desvios. O diagnóstico pré-hospitalar é difícil. Fraturas Abertas: localizam-se sob lesões do couro cabeludo e tem maior potencial para infecção. Todos os traumatismos penetrantes são classificados como fraturas abertas. Fraturas Deprimidas: ocorrem geralmente após a lesão de baixa velocidade como impactos de pequenos objetos. Tem maior potencial para causar lesão cerebral, pois fragmentos ósseos penetram na massa encefálica. Fratura de Base de Crânio: a presença de sangramento pelo nariz (rinorragia) ou pelo ouvido (otorragia) indica a possibilidade desta lesão. A equimose periorbitária (olhos de guaxinim / olho de panda) surge algumas horas após o trauma, este sinal também pode ser visto com trauma direto a órbita. A equimose mastoidiana é um sinal tardio (mais de 24 horas após a lesão) seu surgimento precoce sugere trauma direto. Tipos de Lesão Cerebral: O TCE inclui um amplo espectro de alterações patológicas com graus variáveis de severidade, que podem ser difusas ou localizadas. 2 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: CONCUSSÃO: Episódio de alterações do nível de consciência após um violento choque, com retorno rápido e normal. Não há lesão cerebral definitiva. O quadro clínico é perda de consciência por alguns segundos ou minutos ou surgimento de outos distúrbios como confusão, amnésia e vômitos na ausência de perda da consciência. CONTUSÃO CEREBRAL: Ocorre geralmente em áreas onde o cérebro entra em contato com protuberância ósseas, caracteriza-se por áreas de hemorragias no cérebro. Pode causar déficits permanente ou se resolver totalmente. As lacerações cerebrais podem ocorrer nas mesmas situações das constusões cerebrais. Complicações: Convulsões: podem ocorrer especialmente em paciente hipoxêmico. Vômitos: são muito comuns no paciente com traumatismo de crânio. Traumatismo de Coluna: Lesão de coluna vertebral mal conduzidas podem ocasionar a morte ou a incapacidade permanente. Aproximadamente 10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de trauma por socorristas ou pessoal hospitalar. A proteção da coluna cervical deve ser uma das prioridades do tratamento pré-hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco iminente. Anatomia e Fisiologia: A coluna vertebral tem 33 ossos, chamados vértebras, que se estendem da base do crânio até o topo do cóccix. As vértebras são separadas entre si por discos de cartilagens e mantidas coesas por ligamentos. Existem sete vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais e 4 vértebras cocígeas. As articulações da coluna vertebral tem capacidades de movimentos, especialmente no segmento cervical e na transição toracolombar. A coluna vertebral tem a função de sustentar o corpo e proteger no interior do forame vertebral a medula espinhal, que liga através de nervos o cérebro aos órgãos, permitindo que este receba sensações e envie comandos. A interrupção da medula causa isolamento do segmento corporal no nível e abaixo da lesão, desaparecem a sensibilidade e a capacidade de movimento. CAUSAS: o Acidentes automobilísticos o PAF o Quedas o Acidentes esportivos o Acidentes de trabalho Mecanismos da Lesão: Frequentemente os mecanismos de lesão tendem a ocorrer em associação. § Sobrecarga Axial: se deve à compressão da coluna. Ocorre após impactos frontais da cabeça contra um objeto fixo, quedas de alturas elevadas e mergulho em águas rasas. § Flexão, Lateralização, Extensão ou Rotação: a coluna é mais suscetível à flexão lateral, sendo necessário um menor grau de movimento para produzir lesão do que na extensão e flexão ânteroposterior. Um choque lateral causa danos mais facilmente que um impacto anterior ou posterior. § Estiramento: a cabeça é mantida em uma posição fixa enquanto o movimento do tronco tende a separá-los. Este é o mecanismo de lesão dos enforcamentos. 3 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Imobilização da Coluna: Cabeça, pescoço, tórax, abdome e pelve devem ser imobilizados em bloco. Os pacientes com indicações de cuidados especiais devem ter a coluna imobilizada, quer se encontrem de pé, sentados ou deitados no momento do socorro. A posição mais estável para o transporte é o decúbito dorsal, que permite fácil acesso a todos os seguimentos corporais. Traumatismo de Tórax: Causam aproximadamente 25% das mortes nos pacientes politraumatizados. Cerca de 60% dos politraumatizados que evoluem para o óbito apresentam lesões torácicas. Os politraumatizados fechados causados por acidentes automobilísticos são mais comuns. Anatomia: A cavidade torácica onde os pulmões se localizam está delimitada anteriormente pelo esterno, músculos e pelos 12 pares de arcos costais; posteriormente pela coluna vertebral, músculos, escápula e arcos costais; superiormente pelas clavículas e pescoço e inferiormente pelo diafragma. O feixe neurovascular corre abaixo da fase inferior de cada arco costal. Os pulmões e o interior da parede torácica são recobertos pela pleura, que tem duas camadas. Os pulmões estão envolvidos pela pleura visceral, uma membrana que está em contato com a pleura parietal que fica aderida à parede do tórax. Este espaço entre as duas camadas da pleura pode, em condições anormais, conter ar ou líquido (até 3 litros). Durante a respiração estas duas membranas que estão em íntimo contato deslizam entre si. Os pulmões são dois órgãos cônicos formados pelos brônquios, bronquíolos e alvéolos. Cada pulmão é dividido em lobos, o pulmão direito possui três lobos e o esquerdo dois lobos. Os pulmões estão separados pelo mediastino que é o espaço ocupado pelo coração, grande vasos, traquéia, esôfago e nervos. Os órgãos abdominais superiores: fígado, baço, rins, pâncreas e estômago são protegidos pelas costelas inferiores, desta maneira qualquer paciente com lesão penetrante do quarto espaço intercostal para baixo deve ser considerado como tendo um lesão abdominal associada até que prove o contrário. Tipos de Lesão: Os traumatismos podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da integridade da parede torácica. Os traumatismo fechados podem ser por compressão dos órgãos torácicos ou por aceleração-desaceleração e são mais frequêntes que os penetrantes. Os traumatismos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de fogo. São mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada, levando o profissional a suspeitar da lesão de determinados órgãos. Porém, levar em conta que lesões torácicas baixas podem atingir órgãos do abdome, pois o diafragma se eleva até o quarto espaço intercostal durante a expiração. Lesões Específicas: FRATURA DE ARCOS COSTAIS: Diagnóstico: é efetuado no pré-hospitalar através de palpação do tórax, que reproduz a dor e as vezes crepitações. Complicações: mesmo uma fratura isolada pode comprometer a ventilação, devido à dor intensa que ocorre durante o movimento respiratório. FRATURAS DE ESTERNO: Estão se tornando mais frequentes devido ao aumento de incidência dos acidentes automobilísticos. Diagnóstico: inspeção e palpação do tórax. 4 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Complicações: isoladamente são causas raras de comprometimento ventilatório mas produzem dor intensa. Sua presença deve alertar o profissional para possível existência de contusão miocárdica e sangramento intratorácico. CONTUSÃO PULMONAR: É o resultado comum de traumatismos torácicos fechados e ferimentos penetrantes com prójeteis de alta velocidade. Na área da parênquima pulmonar contundido, os alvéolos e o interstício se enchem de líquidos e de sangue, impedindo a troca gasosa. O grau de hipóxia depende da extensão da área de contusão pulmonar. Pneumotórax: É a presença de ar no espaço pleural, entre a pleura parietal e a visceral. A pressão negativa neste espaço é que possibilita a aderência entre os pulmões e a parede torácica. O pneumotórax impede a expansão completa do pulmão, e quanto maior mais grave será o problema respiratório. Pode ser classificado em simples, aberto e hipertensivo. PNEUMOTÓRAX SIMPLES: Pode ser secundário a punção do parênquima pulmonar por uma costela fraturada ou compressão do pulmão contra a glote fechada. Na maioria das vítimas o pneumotórax unilateral simples, mesmo com o colapso pulmonar total, pode ser tolerado. PNEUMOTÓRAX ABERTO: É produzido quando um ferimento penetrante conecta o espaço pleural com a atmosfera. Conduta: cobrir o ferimento com um curativo de três pontas. Este permite que o ar deixa a cavidade torácica durante a expiração sendo impedido de retornar na inspiração. PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: A lesão permite que o ar entre na inspiração mas impede sua saída na expiração. A pressão no espaço pleural se eleva rapidamente causando um grave distúrbio repiratório. Traumatismo de Abdome: Ocorrem em 20% a 40% dos politraumatizados, causando 50% das mortes evitáveis por trauma. A mortalidade elevada é explicada pelo fato de que, frequentemente, o paciente não é diagnósticado na avaliação inicial da sala de emergência. Tipos de Lesão: Os traumatismo podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da integridade da parede abdominal. Os traumatismo fechados podem ser por compressão abdominais ou por aceleração-desaceleração, e são cinco vezes mais frequentes que os penetrantes. Os pacientes podem não ter dor ou evidências de trauma ao exame. Os traumatismos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de fogo. São mais evidentes, e a trajetória do prójétil ou da lâmina pode ser imaginada, levando o profissional a suspeitar da lesão de determinados órgãos. Porém, deve-se levar em conta que lesões torácicas baixas podem atingir órgãos do abdome, pois o diafragma se eleva até o quarto espaço intercostal durante a expiração. A mortalidade é bem mais elevada em ferimentos por arma de fogo pois as lesões aos órgãos abdominais são bem mais frequentes. Anatomia: O abdome contém os principais órgãos do sistema disgestivo, endócrino e urogenital e os grandes vasos do sistema circulatório. A cavidade abdominal fica abaixo do diafragma e seus limites são: na frente, a parede anterior; inferiormente, os ossos pélvicos; posteriormente, a coluna vertebral e lateralmente os músculos abdominais e flancos. Esta cavidade se divide em dois espaços: 1) espaço retroperitonial, que contém os rins, 5 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: ureteres, órgãos reprodutivos, veia cava, aorta abdominal, uma parte do duodeno, cólon e reto; 2) cavidade peritonial, que contém os intestinos, baço, fígado, estômago e vesícula. Na porção superior do abdome ficam o fígado e o baço, órgãos estes protegidos anteriormente pelos arcos costais e posteriormente pela coluna vertebral. As fraturas de arcos costais inferiores se associam a lesão a estes órgãos. A porção inferior dos intestinos é protegida pela pelve e a hemorragia pela fratura de pelve, é um problema nestes casos. Os órgãos do abdome podem ser divididos em três grupos: o Órgãos Sólidos: fígado, baço, pâncreas e rins. Estas estruturas se caracterizam por possuir suprimento sanguíneo importante. As lesões a estes órgãos produzem hemorragia e choque hipovolêmico. o Órgãos Ocos: estômago, vesícula biliar, intestino delgado e grosso. A lesão a qualquer um destes órgãos causa vazamento de secreções para a cavidade abdominal e peritonite. o Vasos Sanguíneos: os mais importantes são a aorta e a veia cava inferior. A lesão destas estruturas causa hemorragia volumosa e choque hipovolêmico. A complicação pré-hospitalar que deve ser mais temida pelo profissional é a hemorragia interna, que pode causar o choque hipovolêmico. A perfuração de vísceras ocas e perda de função dos órgãos também são graves, podendo causar a morte, porém são manifestações tardias e ocorrem no hospital. Lesões Específicas: 1) Objeto Penetrante Parcialmente Exteriorizado. o Não remover os objetos que penetram o abdome, pois existe risco significativo de precipitar hemorragia o Expor a lesão o Estabilizar o objeto com um curativo o Não tentar quebrar ou mobilizar o objeto, exceto nos casos em que isto seja essencial para o transporte. 2) Evisceração: o Não tentar reintroduzir no abdome os órgãos eviscerados o Cobrir as vísceras com compressas estéreis úmidas (solução salina) o Envolver o curativo com bandagem o Transportar o paciente em posição supina e com os joelhos fletidos (se não houver trauma de MMII que contra-indiquem essa posição). Traumatismo Músculo-Esquelético: São mais frequentemente encontradas no dia-a-dia. Geralmente são de pequena gravidade mas podem causar choque, danos a vasos sanguíneos e nervos. As causas mais comuns são acidentes automobilísticos, quedas e acidentes esportivos. Anatomia: OSSOS: Estruturas firmes que dão suporte e proteção ao corpo. Os músculos se ligam ao sistema esquelético para permitir a movimentação de uma parte em relação à outra. Cerca de 206 ossos com tamanhos variáveis compõem o esqueleto humano, que divide em: Esqueleto Axial: crânio, fase, coluna vertebral e arcos costais. Tem função de suporte e proteção. Esqueleto Apendicular: formado pelas extremidades, ombros e pelve. Tem função de suporte e movimento. 6 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: LIGAMENTOS: Feixes de tecido conjuntivo resistentes, que ligam um osso a outro nas articulações. As lesões aos ligamentos são chamadas entorses. TENDÕES: Feixes de tecido conjuntivo resistentes que ligam um músculo a um osso, premitindo o movimento. MÚSCULO: Tecidos capazes de se contrair, seu encurtamento possibilita os movimentos do corpo. O corpo humano tem 600 músculos. Existem três tipos de músculos: Esquelético: liga-se aos osos pelos tendões, está sob o controle do indivíduo. Sua função é permitir o movimento. Liso: tem como função permitir determinadas funções automáticas como as contrações do intestino e dos vasos sanguíneos. Cardíaco: assemelha-se em aparência ao músculo-esquelético mas não está sob controle voluntário. Tipos de Lesão: FRATURAS: São uma interrupção na continuidade do osso. Classificam-se em: Fechadas: a pele sobre a lesão está intacta. Abertas: ocorre solução de continuidade da pele sobre a lesão, que pode ser produzida pelos próprios fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes. O envelhecimento e determinadas doenças ósseas aumentam o risco de fraturas, que podem ocorrer mesmo após traumatismo banais. Estas lesões são chamadas fraturas patológicas. LUXAÇÕES: São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma articulação é deslocada de seu lugar. O dano a tecidos moles pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos, nervos e a cápsula articular. ENTORSES: Lesões aos ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou grave, causando ruptura completa do ligamento. As formas graves produzem perda da estabilidade da articulação às vezes acompanhada por luxações. DISTENSÕES: Lesões aos músculos ou seus tendões, geralmente são causadas por hiperextensão ou por contrações violentas. Em casos graves pode haver ruptura do tendão. AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS: As amputações são lesões em que há separação de um membro ou uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por objetos cortantes, esmagamento ou tracionamento. As causas por acidentes industriais e automobilísticos são mais comuns em jovens. Devido às características elásticas dos vasos sanguíneos, há uma tendência natural à contração e retração dos mesmos, deste modo as amputações completas sangram menos que as parciais. O tratamento inicial deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a morte por hemorragia, e pela possibilidade de reimplante do membro amputado. O controle do ABC é crucial na primeira fase do tratamento. O membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém a maior prioridade é a manutenção da vida. 7 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Para cuidar do membro amputado deve: limpar sem imersão em líquido; envolvê-lo em gaze seca ou compressa limpa; proteger o membro amputado com dois sacos plásticos; colocar o saco plástico em recipiente com gelo ou água gelada. Complicações: LESÕES DE VASOS SANGUÍNEOS: As grandes artérias das extremidades ficam junto aos ossos, especialmente próximo a articulações. Algumas fraturas como as do fêmur e da região pélvica podem produzir hemorragias graves, levando ao choque hipovolêmico ou à perda do membro pela interrupção de sua circulação. LESÃO NERVOSA: Pode complicar as fraturas e as luxações. Os locais mais frequentes são clavícula, úmero, cotovelo, joelho e coluna vertebral. Os sintomas são dor, sensação anormal (anestesia completa em alguns casos) e paralisia. INFECÇÃO: Em fraturas abertas a contaminação é uma complicação frequente. A infecção é uma complicação temida, pois em alguns casos pode causar graves sequelas. O profissional não deve tentar efetuar a limpeza da superfície de ossos expostos, e qualquer lesão de pele próxima à fratura deve ser considerada como em comunicação com o osso até que prove o contrário. LESÃO VISCERAL: Complica às vezes lesões de arcos costais que podem causar lesões de pulmão ou de vísceras abdominais (fígado e baço). Choque: É o quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular de prover circulação sanguínea suficiente para os órgãos. A chegada de sangue rico em oxigênio aos órgãos é denominada perfusão. Anatomia e Fisiologia: Todas as célula do corpo humano necessitam de oxigênio para produzir energia através de queima da glicose – metabolismo aeróbico. A queima da glicose produz o gás carbônico. O oxigênio é extraído da atmosfera pelos pulmões e transportado ligado as hemácias pela circulação do sangue aos tecidos onde é utilizado. A função do sistema circulatório é transportar as hemácias para abastecerem de oxigênio nos pulmões e depois transportá-las aos tecidos. Na ausência de oxigênio as células do corpo possuem uma fonte alternativa de produção de energia que é o metabolismo aeróbico, que produz menos energia e gera o acúmulo de ácido lático. Os órgãos mais sensíveis à deficiência de oxigênio são cérebro, coração e pulmões, sobrevivendo poucos minutos em metabolismo anaeróbico. A pele e os músculos podem sobreviver de quatro a seis horas em metabolismo anaeróbico e os órgãos abdominais podem sobreviver de 45 a 90 minutos. O sistema circulatório é composto pelo coração, vasos sanguíneos e pelo sangue, que é o fluido movimentado sob pressão. A pressão necessária á movimentação do sangue é gerada pela força de contração do coração. Existem três tipos de vasos: as artérias, os capilares e as veias. As artérias transportam o sangue para fora do coração, dando origem a múltiplas ramificações, que diminuem de tamanho, até formarem vasos sanguíneos microscópicos denominados capilares, onde ocorrem as trocas entre o sangue e as células. Os capilares dão origem a pequenas veias, que são os vasos sanguíneos que transportam o sangue em direção ao coração; as veias vão-se unindo e aumentando de tamanho até chegar ao coração. A pressão arterial (PA) depende da quantidade de sangue ejetado pelo coração e do grau de contração das artérias ou resistência vascular periférica que é regulada pelo sistema nervoso. Os vasos sanguíneos são capazes de se contrair ou se dilatar de acordo com as necessidades do corpo. 8 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Compensação do Choque: O estado de choque pode ser classificado de acordo com sua causa em quatro grupos principais: Hipovolemia: causado pela perda de fluido em quantidade suficiente para evitar o enchimento do sistema cardiovascular. Cardiogênico: incapacidade do coração de bombear o sangue com eficiência. Distributivo: produzido pela dilatação dos vasos sanguíneos, que torne o volume sanguíneo insuficiente para encher o sistema circulatório, mesmo que este volume em termos absolutos seja normal. Obstrutivo: devido à obstrução do retorno venoso ao coração ou do bombeamento cardíaco. A ocorrência de um ou mais destes fatores pode causar o estado de choque. Causas de Estado de Choque: Hipovolêmico: hemorragias internas e externas, perda de plasma em queimaduras graves ou por situações clínicas acompanhadas por desidratação intensa. Choque Cardiogênico: é causada principalmente pelo infarto agudo do miocárdio com destruição do músculo cardíaco. Choque Neurogênico: desenvolve-se quando o controle autonômico dos vasos sanguíneos falha. Normalmente o sistema nervoso controla a contração e dilatação dos vasos sanguíneos, regulando a pressão arterial. Choque Séptico: ocorre em infecções graves devidas à liberação de toxinas pelos agentes causadores de infecção com efeito vasodilatador. Choque Anafilático: resulta de reação alérgica grave, que produz liberação de substâncias vasodilatadoras como a histamina. Choque Obstrutivo: é produzido por obstruções ao enchimento e/ou ao bombeamento cardíaco. As principais causas são o pneumotórax hipertensivo e o tamponamento cardíaco. Convulsões: A principal causa de convulsão é a epilepsia, porém existem tipos de epilepsia que não estão associados a convulsões, e existem convulsões causadas por outras condições diferentes da epilepsia. Epilepsia Não Convulsiva: Crises de Ausência: mais comuns em crianças. A vítima perde o contato com o meio ambiente por alguns segundos e parece estar fitando o vazio. Epilepsia Complexa Parcial: ataques de confusão e perda de relação com o meio. A epilepsia não convulsiva não tem tratamento de primeiros socorros além da observação e proteção do paciente. Definição de Convulsão: Atividade muscular anormal, associada a alterações de comportamento ou inconsciência causada por atividade anormal do cérebro. Causas de Crises Convulsivas: o o o o o o o o Epilepsia Hipoglicemia Overdose Abstinência alcoólica Meningite Lesões cerebrais: tumores, derrame e TCE Eclâmpsia Febre alta. 9 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Queimaduras: A maior parte das queimaduras que ocorre nas residências é de pequena gravidade. Somente 3% a 65% dos casos são graves. As queimaduras tem o pontencial de desfigurar, causar incapacitações temporárias ou permanente ou mesmo a morte. Origem das Queimaduras: As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou radioativa. TÉRMICAS: Causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos, gases quentes e do calor de chamas. ELÉTRICAS: Produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou baixa voltagem. Na realidade o dano é ocasionado pela produção de calor que ocorre à medida que a corrente elétrica atravessa o tecido. São difícéis de avaliar, e mesmo as lesões que parecem superficiais podem ter danos profundos a músculos, nervos e vasos. A eletricidade, principalmente a corrente alternada, pode causar PCR e lesão do sistema nervoso. QUÍMICAS: Provocadas pelo contato de substâncias corrosivas, líquidas ou sólidas, com a pele. RADIAÇÃO: Resulta da exposição à luz solar ou fontes nucleares. Extensão da Lesão em Queimaduras Térmicas e Químicas: É estimada pela regra dos nove. Regra dos Nove: estima-se que a cabeça e cada membro superior representem 9% da superfície corporal, cada membro inferior 18% da superfície corporal e o tronco 36%. Regate & Transporte: O conhecimento das várias técnicas de resgate incluindo sua indicações e contra-indicações é muito importante para a prática do atendimento. O emprego técnico incorreto pela equipe de resgate é arriscado para a vítima, que pode desenvolver um segundo trauma, e para o próprio profisisonal, que pode desenvolver lesões musculares ou de coluna vertebral. A escolha da estratégia de transporte varia com a situação, risco no local, número de resgatistas e estabilidade do paciente. Noções de Mecânica: Os músculos que devem ser utilizados quando se deseja elevar um objeto pesado são os da coxa, pois são os mais fortes do corpo humano. A musculatura das costas é fraca e mais propensa a lesões secundárias a esforços. TÉCNICA DE ELEVAR UM PESO: o Manter sempre a coluna ereta antes de elevar um peso o Dobrar os joelhos o Posicionar-se de cócoras para elevar um paciente do solo o Ficar bem próximo a vítima 10 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: o Movimentar-se sempre em conjunto com o outro profissional Extricação: Palavra derivada do termo em inglês extrication. Significa um conjunto de manobras que tem por objetivo retirar o indivíduo de um local de onde ele não pode ou não deve sair por seus próprios meios. Estes conceito é mais abrangente que o desencarceramento. Transporte de Emergência: Em situações de risco iminente no local é necessário remover o paciente rapidamente. O transporte de emergência é empregado em incêndios, desabamentos, tiroteios, etc. A manobra a ser utilizada depende do peso do paciente, tipo de terreno, equipamentos e número de profissionais. Pode haver segundo trauma, pois existe movimentação significativa da coluna. Técnicas de Transporte: APOIO LATERAL SIMPLES: Utilizado para pacientes que esteja capaz de andar. Passe o braço da vítima sobre seus ombros atrás do pescoço; segure firme o braço da vítima; envolver com seu outro braço a cintura da vítima. TRANSPORTE PELAS EXTREMIDADES: o um profissional se posiciona junto a cabeça do paciente, e o outro do lado do paciente no nível de seus joelhos o enquanto um profissional levanta a vítima o outro profissional puxa pelos braços em sua direção. o o profissional um apoia o tronco da vítima passando seus braços sob a axila. o o profissional dois segura a vítima pelos membros inferiores passando suas mãos pela região poplítea o o paciente é elevado em um movimento sincronizado dois dois profissionais o o transporte da vítima é realizado em direção aos pés. Equipamentos de Extricação e Transporte: O transporte do paciente politraumatizado deve ser efetuado em imobilizador, que mantenha a estabilidade de toda a coluna cervical. O decúbito dorsal é a posição preferida pois permite estabilização da coluna e início das medidas de suporte de vida. O paciente deve permanecer estabilizado manualmente até estar fixado no imobilizador, o colar cervical isoladamente não é bom imobilizador, pois não impede totalmente os movimentos da coluna. PRANCHA LONGA. ROLAMENTO DE 90º/180º: ELEVAÇÃO A CAVALHEIRA: CHAVE DE RAUTECK: 11 COLÉGIO SENES – São Gonçalo / Mutondo / Itaboraí. Profº Daniel Pires ([email protected]) Site: enf.danielpires.googlepages.com A ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II: Referências Bibliográficas: Santos RR, Canetti MD, Jr CR, Alvarez FS. Manual do Socorro de Emergência. Atheneu Editora – SP, 2003 CVB-Filial Rio de Janeiro – Curso Básico de Formação de Socorristas. CVB – RJ. 12