UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA DANIELA SIQUEIRA COELHO INFLUÊNCIA DA SALINIDADE NOS ASPECTOS NUTRICIONAIS E MORFOFISIOLÓGICOS DE GENÓTIPOS DE SORGO FORRAGEIRO JUAZEIRO/BA 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA DANIELA SIQUEIRA COELHO INFLUÊNCIA DA SALINIDADE NOS ASPECTOS NUTRICIONAIS E MORFOFISIOLÓGICOS DE GENÓTIPOS DE SORGO FORRAGEIRO Trabalho apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Vale do São Francisco, como requisito para a obtenção do título de mestre em Engenharia Agrícola. Orientadora: Profª. DSc. Monteiro Salviano Mendes Alessandra Co-orientador: DSc. Welson Lima Simões JUAZEIRO/BA 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA FOLHA DE APROVAÇÃO Daniela Siqueira Coelho INFLUÊNCIA DA SALINIDADE NOS ASPECTOS NUTRICIONAIS E MORFOFISIOLÓGICOS DE GENÓTIPOS DE SORGO FORRAGEIRO Trabalho apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Vale do São Francisco, como requisito para a obtenção do título de mestre em Engenharia Agrícola. Juazeiro, _25_ de __Julho__ de 2013 A663e Coelho, Daniela Siqueira Influência da salinidade nos aspectos nutricionais e morfofisiológico de genótipos de sorgo forrageiro / Daniela Siqueira Coelho. -- Juazeiro, 2013. 85f. il. ; 29 cm. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus, Juazeiro, 2013. Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Monteiro Salviano Mendes. Co-orientador: Welson Lima Simões. 1. Sorgo Forrageiro. 2. Solo - Salinidade. I. Título. II. Mendes, Alessandra Monteiro Salviano, orient. III. Simões, Welson Lima, coorient. IV. Universidade Federal do Vale do São Francisco. CDD 633.174 Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF Bibliotecário: Renato Marques Alves AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ter me guiado nessa caminhada. À minha família, em particular aos meus pais e irmão, pela paciência, apoio e dedicação. Aos amigos e colegas da pós-graduação da UNIVASF pela oportunidade de compartilhar momentos de alegria e dificuldades, e pelo apoio na execução dos trabalhos. Em especial, Russaika, Vanessa, Juliano, Hideo, Danilo, Marcos Alexandre, Francisco e Alberto. Aos amigos e colegas da Embrapa Semiárido, em especial, Jair, Moisés, Janderson e Ezequiel, pelo auxílio nas atividades, não deixando de lembrar de Alexsandra, Miguel e Mírian pelo imenso companheirismo. À equipe do laboratório de solos da Embrapa Semiárido, pelo auxílio nas análises. Ao grupo do laboratório de Fisiologia da UNEB, Jadson, Marlon, Gabiane e Daniela e Ao prof. Alessandro Mesquita por todo o auxílio. À equipe do Laboratório de Citologia e Fisiologia Vegetal da UNIVASF, Vanusia, Cayque, Iug, Brenda e Prof. Aliçandro. Aos amigos da graduação que nunca perderam o contato, em especial, Fabiana, Fernanda, Emanuelly, Carlos Henrique, Josenara, Tayron, Antunes, Sayonara e Uldérico, Ao corpo docente da Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UNIVASF, pelos ensinamentos ou por colaborarem de diversas formas na minha formação. À minha orientadora DSc. Alessandra Mendes, pelo incentivo, paciência, amizade, prestatividade, e por sempre ter se colocado à disposição para me auxiliar no que fosse necessário. Ao meu Co-Orientador DSc, Welson Simões por toda a atenção e auxílio, tornando possível a execução desse trabalho, não deixando de agradecer por seu companheirismo, amizade e por seu humor incomparável. Enfim, a todos que participaram de forma direta e indireta na minha vida durante esse período, muito Obrigada! COELHO, D.S. Influência da salinidade nos aspectos nutricionais e morfofisiológicos de genótipos de sorgo forrageiro. 2013. 85 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal do Vale do São Francisco- UNIVASF. RESUMO O aproveitamento de águas salinas em regiões áridas e semiáridas pode ser considerado uma alternativa viável para a produção agrícola, principalmente em áreas onde a escassez de água de boa qualidade é inevitável. No entanto, o excesso de sais acumulados no solo interfere diretamente no crescimento e produtividade das culturas, o que torna imprescindível a seleção de genótipos mais tolerantes a salinidade e que sejam adaptados a essa região, a exemplo do sorgo forrageiro. O objetivo desse trabalho foi avaliar a tolerância à salinidade de genótipos de sorgo forrageiro, visando a inclusão desses genótipos em sistemas de produção que utilizam água de baixa qualidade para irrigação. O trabalho foi conduzido em casa de vegetação localizada na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiárido, em Petrolina – PE. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados dispostos em esquema fatorial 10x6, considerando dez genótipos de sorgo forrageiro (‘F305’, ‘BRS 655’, ‘BRS 610’, ‘Volumax’, ‘1.015.045’, ‘1.016.005’, ‘1.016.009’, ‘1.016.013’, ‘1.016.015’ e ‘1.016.031’) e soluções salinas com seis valores de condutividade elétrica: 0,0; 2,5; 5,0; 7,5; 10 e 12,5 dS m-1, utilizando três repetições. As soluções salinas foram preparadas com os sais NaCl, CaCl2.2H2O e MgSO4.7H2O na proporção de 7:2:1. Os genótipos de sorgo foram cultivados em vasos plásticos de 8 litros, utilizando-se como substrato um ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico de textura média, cujas deficiências nutricionais foram corrigidas a partir da aplicação parcelada de soluções nutritivas. A aplicação das soluções salinas foi iniciada duas semanas após a semeadura, permanecendo até a colheita. Aos 60 dias após início de aplicação das soluções salinas foram avaliadas as variáveis altura da planta, diâmetro do colmo, área foliar, trocas gasosas e índices de clorofila a e b. Em seguida as plantas foram retiradas para posteriores determinações de massa fresca, massa seca e teor de água da parte aérea e raízes. A partir do material seco de folhas, colmos e raízes foi determinado o acúmulo de macronutrientes, Na e Cl nesses orgãos.Também foram coletadas folhas frescas e imediatamente congeladas em nitrogênio líquido para determinação posterior dos teores de açúcares totais, redutores, proteínas e aminoácidos. A partir dos resultados obtidos, observou-se que, no geral, os genótipos de sorgo forrageiro estudados apresentaram características semelhantes quanto às reduções no crescimento e produtividade, bem como no acúmulo e distribuição dos macronutrientes em folhas, colmos e raízes.Também se verifica uma moderada tolerância à salinidade desses genótipos, provavelmente associada a mecanismos como controle no acúmulo de sódio nas folhas, aumento da eficiência do uso da água, ajustamento osmótico associado ao acúmulo de açúcares solúveis, principalmente não redutores, manutenção na síntese e proteção de pigmentos como as clorofilas. Palavras-chave: soluções salinas, estresse salino, crescimento, trocas gasosas, solutos orgânicos COELHO, D.S. Influence of salinity on nutritional and morphophysiological aspects of forage sorghum genotypes. 2013. 85 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal do Vale do São Francisco- UNIVASF. ABSTRACT The use of saline water in arid and semiarid regions has been considered a viable alternative to agricultural production, especially in areas where water scarcity is inevitable. However, excess salts in the soil directly affect the growth and yield of crops, which necessitates the selection of genotypes tolerant to salinity and present adaptation to this region, such as the forage sorghum. The aim of this study was to evaluate the salt tolerance of forage sorghum genotypes, seeking the inclusion of these genotypes on production systems that use low quality water for irrigation. The study was conducted in a greenhouse located at Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiárido, in Petrolina - PE. The experimental design was randomized blocks in a factorial 10x6 considering ten cultivars of forage sorghum ('F305', 'BRS 655', 'BRS 610', 'Volumax', '1 .015.045 ', '1 .016.005' , '1 .016.009 ', '1 .016.013', '1 .016.015 'and '1 .016.031') and saline solutions with six electrical conductivity values: 0.0, 2.5, 5.0, 7.5 , 10 and 12.5 dS m-1 using three replicates. The salt solutions were prepared from the salts NaCl, CaCl2.2H2O and MgSO4.7H2O in the ratio of 7:2:1. Sorghum genotypes were grown in plastic pots of 8 liters, using as substrate soil of the middle texture, whose nutritional deficiencies were corrected from the split application of nutrient solutions. The application of saline was started two weeks after sowing, remaining until harvest. 60 days after the beginning of application of saline solutions were evaluated variables plant height, stem diameter, leaf area, leaf gas exchange rates and chlorophyll a and b. Then the plants were removed for subsequent determinations of fresh weight, dry weight and water content of shoots and roots. Also fresh leaves were collected and immediately frozen in liquid nitrogen for later determination of the levels of sugars, proteins and amino acids. In general, the forage sorghum genotypes studied showed similar characteristics related to reductions in growth and productivity, as well as the accumulation and distribution of macronutrients in leaves, stems and roots. The forage sorghum genotypes presented moderate salinity tolerance, probably associated with control mechanisms such as the accumulation of sodium in leaves, increased water use efficiency, osmotic adjustment associated with the accumulation of soluble sugars, mainly non reducing maintenance and protection in the synthesis of pigments like chlorophylls. Keywords: salt solutions, salt stress, growth, gas exchange, organic solutes. LISTA DE FIGURAS ARTIGO 1 pág. Figura 1. Redução percentual da altura, diâmetro do colmo, massas secas da parte aérea e raízes em plantas de sorgo forrageiro irrigadas com soluções salinas com diferentes valores de condutividade elétrica (**= p<0,01). ............................................................................................. 31 Figura 2.Teor de água da parte aérea (%) em plantas de sorgo forrageiro irrigadas com soluções salinas com diferentes valores de condutividade elétrica (**= p<0,01).......................................................... 34 Figura 3. Área foliar em sorgo forrageiro irrigado com soluções salinas com diferentes valores de condutividade elétrica (**= p<0,01). ....................... 33 ARTIGO 2 Figura 1-Taxa de fotossíntese (A), condutância estomática (gs), transpiração (E), temperatura foliar (Tf), eficiência instantânea do uso da água (A/E) e eficiência intrínseca do uso da água (A/gs) em plantas de sorgo forrageiro após 60 dias de irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. **Regressão significativa a 1% de probabilidade. ......................................................... 47 Figura 2- Índice de clorofila a e b em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro: ‘F305’ (G1), ‘BRS 655’ (G2), ‘BRS 610’ (G3), ‘Volumax’ (G4), ‘1.015.045’ (G5), ‘1.016.005’ (G6), ‘1.016.009’ (G7), ‘1.016.013’ (G8), ‘1.016.015’ (G9) e ‘1.016.031’(G10). Colunas de mesmas letras minúscula e maiúscula não diferem entre genótipos respectivamente para os índices de clorofila a e b, pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. ........................................................................................... 49 Figura 3- Índice de clorofila A e B em folhas de sorgo forrageiro submetidos à irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. Para regressão não significativa (p>0,05) adotou-se ŷ=ӯ. .......... 49 Figura 4- Açúcares redutores, açúcares solúveis totais, aminoácidos totais e proteínas solúveis. **Regressão significativa a 1% de probabilidade. Para regressão não significativa (p>0,05) adotou-se ŷ=ӯ. ........................ 51 ARTIGO 3 Figura 1. Acúmulo de macronutrientes nos colmos de sorgo forrageiro irrigados com águas de diferentes níveis de salinidade. **; * regressões significativas a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. ..................... 71 Figura 2. Acúmulo de N, P e K em folhas de sorgo forrageiro irrigados com águas de diferentes níveis de salinidade. **; * regressões significativas a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. ..................... 72 Figura 3. Acúmulo de N, P e Ca em raízes de sorgo forrageiro irrigados com águas de diferentes níveis de salinidade. **; * regressões significativas a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. ..................... 73 LISTA DE TABELAS ARTIGO 1 pág. Tabela 1. Características químicas e físicas do solo utilizado para o cultivo de genótipos de sorgo forrageiro sob diferentes níveis de salinidade. .......... 27 Tabela 3. Análise de variância (ANAVA) entre genótipos, condutividade elétrica (CEa) das soluções salinas e interação genótiposXCEa para as diferentes variáveis................................................................................... 29 Tabela 4. Variáveis altura da planta, diâmetro do colmo, massas seca da parte aérea e das raízes, aérea foliar e teor de água da parte aérea em genótipos de sorgo forrageiro. .................................................................. 30 Tabela 5. Teores foliares de Na+ em genótipos de sorgo forrageiro submetidos à irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. ..................................................................................................... 34 Tabela 6. Teores foliares de Cl- em genótipos de sorgo forrageiro submetidos à irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. ..................................................................................................... 35 ARTIGO 2 Tabela 1- Características químicas e físicas do solo utilizado para o cultivo de genótipos de sorgo forrageiro sob salinidade. .......................................... 43 Tabela 2- Resultado da Análise de variância (ANOVA) para trocas gasosas, teores de solutos orgânicos e índices de clorofila a e b entre genótipos, condutividade elétrica das soluções salinas (CEa) e interação genótiposXCEa.. ........................................................................ 45 Tabela 3- Trocas gasosas e teores de clorofila a e b em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro. .................................................................. 46 Tabela 4- Solutos orgânicos em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro. ........ 50 ARTIGO 3 Tabela 1. Características químicas e físicas do solo utilizado para o cultivo de genótipos de sorgo forrageiro sob salinidade. .......................................... 67 Tabela 2. Análise de variância (ANAVA) entre genótipos, condutividade elétrica (CEa) das soluções salinas e interação genótiposXCEa para acúmulo dos macronutrientes nas folhas, colmos e raízes de sorgo forrageiro...... 68 Tabela 3. Análise de variância (ANOVA) entre genótipos, condutividade elétrica (CEa) das soluções salinas e interação genótiposXCEa para acúmulo de Na e Cl nas folhas, colmos e raízes de sorgo forrageiro. .................... 69 Tabela 4. Acúmulo de macronutrientes (mg) nos colmos, de N, P e K nas folhas e N, P e Ca nas raízes de dez genótipos de sorgo forrageiro, independente dos níveis de salinidade avaliados..................................... 70 Tabela 5. Acúmulo de Ca, Mg e S em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. ....... 74 Tabela 6. Acúmulo de K, Mg e S nas raízes de dez genótipos de sorgo forrageiro irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. ....... 75 Tabela 7. Acúmulo de Na em folhas, colmo e raízes de dez genótipos de sorgo forrageiro irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. ....... 76 Tabela 8. Acúmulo de Cl em folhas, colmo e raízes de dez genótipos de sorgo forrageiro irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. ....... 77 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 13 2.1. Interferência da salinidade sobre o solo ....................................................... 14 2.2. Interferência da salinidade sobre as plantas ................................................ 16 2.3. Cultivo de sorgo em ambiente salino ............................................................ 20 2.4. Aproveitamento de águas Salinas ................................................................ 21 3. ARTIGO 1: Crescimento e teores foliares de Na+ e Cl- em genótipos de sorgo forrageiro irrigados com águas salinizadas .............................................. 24 Introdução ........................................................................................................... 25 Material e Métodos.............................................................................................. 26 Resultados e Discussão...................................................................................... 29 Conclusões ......................................................................................................... 36 Referências ......................................................................................................... 36 4. ARTIGO 2: Trocas gasosas e solutos orgânicos em genótipos de sorgo forrageiro sob salinidade........................................................................................ 40 Introdução ........................................................................................................... 41 Material e Métodos.............................................................................................. 42 Resultados e Discussão...................................................................................... 45 Conclusões ......................................................................................................... 52 Referências ......................................................................................................... 52 5. ARTIGO 3: Acúmulo e distribuição de nutrientes em genótipos de sorgo forrageiro sob salinidade............................................................................. 56 Introdução ........................................................................................................... 56 Material e Métodos.............................................................................................. 57 Resultados e Discussão...................................................................................... 59 Conclusões ......................................................................................................... 64 Referências ......................................................................................................... 64 6. CONCLUSÃO GERAL....................................................................................... 78 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 79 12 1. INTRODUÇÃO O semiárido brasileiro é caracterizado por apresentar predomínio de solos jovens e pouco profundos em áreas que possuem elevadas taxas de evapotranspiração superando os índices de precipitação. Essas condições favorecem a acumulação de sais na superfície do solo e ainda limitam a disponibilidade de água de boa qualidade, tornando fundamental o aproveitamento de águas salinas, encontradas em diversos açudes e poços perfurados nessa região. Devido às altas concentrações de sais, essas águas muitas vezes são consideradas impróprias para o consumo humano e dessedentação de animais, sendo necessária a adoção de medidas alternativas para seu aproveitamento, como na irrigação de plantas mais tolerantes à salinidade. Considerando a limitação de conhecimento sobre o potencial produtivo de espécies que se desenvolvem bem em ambientes salinos, é importante a realização de estudos que possibilitem a seleção de espécies com genótipos que favoreçam a produção satisfatória sob baixa qualidade de água para irrigação e que sejam adaptadas às condições edafoclimáticas do semiárido nordestino. O sorgo forrageiro [Sorghum bicolor (L.) Moench], por exemplo, tem sido apontado como uma cultura de alto potencial de uso em áreas salinizadas do semiárido devido ao seu alto valor energético na alimentação animal, além de sua adaptação a ambientes secos, salinos e quentes, os quais são limitantes para o cultivo de outras espécies forrageiras (BUSO et al., 2011). Trabalhos relacionados à avaliação de sorgo forrageiro submetido a diferentes níveis de salinidade tem identificado diversos genótipos que se apresentam satisfatoriamente tolerantes, o que vem reforçando a necessidade de realizar estudos mais detalhados para verificar o potencial de produção desses genótipos sob essas condições. Dessa forma, pretende-se com esse trabalho avaliar o efeito da salinidade sobre aspectos morfofisiológicos e nutricionais em diferentes genótipos de sorgo forrageiro visando a identificação de genótipos promissores para utilização em áreas que apresentam problemas com a salinização dos solos, ou que não dispõem de água com qualidade para irrigação. 13 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A salinidade é um problema que atinge cerca de 50% dos 250 milhões de hectares de área irrigada do globo terrestre, sendo que 10 milhões de hectares são abandonados anualmente em virtude desse problema (FAO, 2005). A presença de sais na água e no solo ocorre naturalmente, sendo que sua concentração varia principalmente conforme sua origem, presença de matéria orgânica, adubação, manejo e as próprias condições climáticas das regiões, diretamente relacionadas com o volume e a frequência de precipitação. Em regiões de clima úmido e semiúmido, a concentração salina nas águas é frequentemente expressa por uma pequena quantidade de espécies de íons (FERREIRA et al., 2010). Segundo Medeiros et al. (2010) não é comum ser observado nessas regiões a formação natural de solos salinos, pois os sais no perfil do solo são intensamente lixiviados pelas precipitações elevadas. Nas regiões áridas e semiáridas as concentrações de sais podem atingir valores elevados, prejudicando o solo e as plantas. Isso ocorre devido às características climáticas dessas regiões, com elevadas taxas evaporação e transpiração além da baixa precipitação, possibilitando a ascensão de sais pela superfície do solo (MEDEIROS et al., 2010). Quando o processo de salinização ocorre por aumento da concentração de sais na superfície por meio da ascensão por evaporação da água em regiões de baixa precipitação, ou em condições de acúmulo de sais através do intemperismo de minerais ou por serem transportados pelas águas de outros locais, esses fenômenos são denominados de salinização primária, ocorrendo sem a interferência do homem (RIBEIRO et al., 2009). No entanto, um dos maiores problemas da salinidade tem sido também ocasionado pelo processo conhecido como salinização secundária, que ocorre devido ao manejo inadequado da irrigação associado à drenagem deficiente e à presença de águas subsuperficiais ricas em sais solúveis localizadas em baixa profundidade. Esse processo ainda pode ser intensificado pela aplicação de fertilizantes de forma excessiva e pouco parcelada ao longo do ciclo cultural, o que induz as plantas a uma condição de estresse (OLIVEIRA et al, 2010). Dessa forma, o conhecimento da dinâmica de sais no solo se torna importante principalmente quando se considera sua interação com os diversos fatores 14 edafoclimáticos (permeabilidade do solo, nível do lençol freático, quantidade e distribuição das chuvas, umidade relativa do ar, temperatura, etc.) e com ação do homem (irrigação, práticas culturais, etc.), afetando diretamente as propriedades físicas e químicas do solo e consequentemente a produtividade das culturas (QUEIROZ et al., 2010). 2.1. Interferência da salinidade sobre o solo De um modo geral um solo é considerado salino quando a quantidade de sais existentes é capaz de prejudicar o desenvolvimento das plantas, devido a alterações na qualidade física e química desses solos. Para a maioria das culturas isso ocorre quando a condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes) é igual ou superior a 2 dS m-1 (HOLANDA et al., 2010). No entanto, quando se considera a classificação do “U.S. Salinity Laboratory”, os solos são caracterizados como salinos quando apresentam pH inferior a 8,5, CEes superior a 4 dS m-1 e percentagem de sódio trocável (PST) inferior a 15%. Já os solos salinos-sódicos possuem pH próximo de 8,5, CEes superior 4 dS m-1 e PST superior a 15% e os solos sódicos possuem pH, em geral, na faixa de 8,5 a 10, CEes inferior a 4 dS m-1 e PST superior a 15% (OLIVEIRA et al, 2010). O efeito dos sais sobre o solo depende basicamente da interação eletroquímica existente entre os sais e suas partículas constituintes, refletindo diretamente no grau de estabilização de seus agregados. Nesse caso, durante o processo de salinização, o acúmulo de cátions de menor valência sobre a superfície das partículas do solo (argilas), pode ocasionar a expansão das mesmas, enfraquecendo as forças de ligação entre elas a ponto de dispersá-las (LIMA, 1997). Após serem dispersas, as partículas de argila são eluviadas juntamente com a água de percolação, ocupando os espaços porosos e elevando a densidade do solo (SPERA et al., 2008). A redução da porosidade natural e o maior adensamento do solo podem ocasionar limitações na disponibilidade de ar e água para as plantas e aumentar a resistência para o crescimento das raízes, além de proporcionar maiores problemas para a infiltração da água no perfil, interferir na atividade biológica de microrganismos e facilitar o processo de erosão (SANTI et al., 2002). 15 Em outros casos a dispersão das argilas ocorre sobre a superfície do solo, formando uma camada delgada de elevada densidade global, pequena porosidade e baixa condutividade hidráulica, em um processo conhecido como selamento superficial (SILVA e KATO, 1997), dificultando a infiltração de água no solo e consequentemente interferindo na sua disponibilidade para as plantas. Esse processo é comum onde ocorre excesso de sódio (Na+), por apresentar maior capacidade de dispersar as argilas. Portanto a redução na qualidade física do solo está mais relacionada a formação de solos sódicos do que os propriamente salinos. O excesso de sais pode ainda afetar a qualidade química dos solos. As desordens nutricionais observadas em plantas cultivadas em solos salinos e sódicos estão diretamente relacionadas com a limitação do crescimento radicular; bem como pela redução da disponibilidade de nutrientes para as plantas. Nesse caso, pode-se observar a precipitação de sais menos solúveis após saturação da solução do solo com íons de alta solubilidade. Essa queda na disponibilidade é comum em íons cálcio (Ca++), magnésio (Mg++) e potássio (K+), em função do aumento da concentração de Na+ na solução do solo (FREIRE e FREIRE, 2007), causando um desbalanço na relação entre eles. A sodicidade dos solos também pode estar associada à presença de carbonatos, proporcionando altos valores de pH, o que interfere diretamente na disponibilidade de nutrientes para as plantas. Com o aumento do pH, os macronutrientes nitrogênio (N) e fósforo (P) tendem a se apresentar na forma de espécies mais disponíveis para as plantas, enquanto que potássio (K) e enxofre (S) são pouco influenciados (FREIRE e FREIRE, 2007). Já os micronutrientes, exceto o molibdênio (Mo) e o cloro (Cl), sofrem redução na solubilidade em meios de pH neutro a alcalino, tornando-se pouco disponíveis para as plantas e podendo gerar um estado de deficiência nutricional (FREIRE e FREIRE, 2007). Outros efeitos diretos da salinidade sobre a nutrição das plantas são os distúrbios na absorção ou distribuição dos nutrientes, provavelmente ocasionados pela absorção dos íons Na+ e Cl- em níveis tóxicos, causando alterações no metabolismo celular com conseqüente desequilíbrio nutricional (CRUZ et al., 2006). Em plantas que crescem em solos afetados por sais, por exemplo, observa-se a diminuição da concentração de K+ no citosol celular ocasionada pelo maior 16 aumento da concentração de Na+ (ZHU, 2003). Essa menor absorção de K+ tem sido atribuída à maior competição entre o Na+ e o K+ pelos sítios de adsorção ou a um maior efluxo de K+ das raízes (MARSCHNER, 1995). Nobre et al. (2010) verificaram que a absorção de N por plantas de girassol foi comprometida, provavelmente devido ao aumento da competição iônica nos sítios de adsorção à medida que os íons Cl- são acrescidos e acumulados no solo. Bosco et al. (2009) observaram decréscimo na concentração de N, K, Mg, Ca, Fe e Mn, em folhas de berinjela com o aumento da condutividade elétrica do solo sendo verificado o inverso para a concentrações de P, Zinco (Zn), Cobre (Cu), Na e Cl. Os mesmos autores atribuíram esses resultados tanto ao desequilíbrio na disponibilidade de nutrientes no solo, como pelo efeito dos elementos Na e Cl no metabolismo das plantas, alterando a dinâmica de absorção e redistribuição dos mesmos. 2.2. Interferência da salinidade sobre as plantas A inibição do crescimento das plantas sob condições salinas ocorre tanto devido ao déficit hídrico provocado pela redução do potencial osmótico do solo, quanto pelo efeito causado pelo acúmulo de determinados íons no protoplasma, podendo causar problemas de toxicidade iônica, deficiências nutricionais ou ambos (MUNNS, 2005). Em situações de estresse em um período de curta duração normalmente é observada a predominância do efeito osmótico dos sais, fazendo com que o potencial hídrico do ambiente radicular diminua e restrinja a absorção de água; já em estresses de longa duração, é possível que os íons se acumulem e provoquem toxidez, induzindo distúrbios nutricionais e metabólicos (MUNNS, 2002). Os íons Na+ e Cl- normalmente são predominantes em ambientes salinos. Seus efeitos tóxicos estão associados aos distúrbios em relação ao balanço iônico (K+ e Ca++ em relação ao Na+) e à absorção desbalanceada de elementos essenciais (MEDEIROS e GHEYI, 1997), bem como à ação específica desses íons sobre o funcionamento de enzimas e membranas (FLORES, 1990). Dentre as principais conseqüências observadas a partir do acúmulo de íons Na+ e Cl- nas folhas pode-se citar necrose nos tecidos foliares e a aceleração da senescência de folhas maduras, reduzindo assim a área destinada à fotossíntese 17 (MUNNS, 2002). Dessa forma, haverá limitação da atividade fotossintética não só a partir do fechamento estomático ocasionado pelo estresse osmótico, mas também pelo efeito dos sais sobre as folhas. Além do efeito iônico e osmótico ocasionado pela salinidade, as plantas podem sofrer por estresse oxidativo, que por razões pouco elucidadas, ocorre a partir do aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), tais como o peróxido de hidrogênio (H2O2), o radical superóxido (O2-•) e o radical hidroxil (HO•), os quais são altamente reativos e podem alterar o metabolismo celular, atuando, por exemplo, na inativação de proteínas, enzimas e DNA, além de desestruturar as membranas (ALSCHER et al., 1997). Segundo Santana et al. (2007) as culturas respondem diferentemente à salinidade, podendo se apresentar desde extremamente sensíveis em níveis de salinidade relativamente baixos ou até produzir rendimentos aceitáveis em condições altamente salinas. As plantas mais adaptadas aos ambientes salinos são conhecidas como halófitas; por outro lado, as plantas sensíveis à salinidade ou mais bem adaptadas aos ambientes não salinos, são chamadas de glicófitas (LARCHER, 2000). Os diferentes níveis de adaptação das espécies à salinidade permitem uma elevada variação quanto ao crescimento e desenvolvimento das plantas em resposta a essa condição. Expressando os níveis de salinidade a partir da CE, estudos confirmam que os valores limites de CEes para evitar efeitos generalizados no desenvolvimento das plantas, em dS m-1, é de 7,7 para o algodoeiro, 7,0 para beterraba açucareira, 6,8 para sorgo, 8,0 para grãos de cevada, 6,0 para trigo, 5,0 para soja e 4,0 para beterraba hortenses (SILVA, 1991), no entanto, plantas de feijão, milho, laranja, limão e maçã já apresentam problemas em solos com 2,0 dS m-1 de CE (DIAS e BLANCO, 2010). O grau de tolerância à salinidade das plantas depende da ativação de múltiplas vias bioquímicas que promovem a acumulação de água nas células, resguardando as funções fotossintéticas e conservando a homeostase iônica (ESTEVES e SUZUKI, 2008). Dentre as estratégias bioquímicas utilizadas pelas plantas pode-se citar a acumulação ou exclusão seletiva de íons, controle da entrada de íons pelas raízes e transporte para as folhas, compartimentalização de íons em nível celular (vacúolos) e estrutural (folhas), síntese de osmólitos, alterações nas vias fotossintéticas, 18 modificações na estrutura de membrana, indução de enzimas antioxidantes e hormônios (ESTEVES e SUZUKI, 2008). Dessa forma, o nível de tolerância de uma determinada espécie irá depender da adoção de um ou mais desses mecanismos e de sua eficiência na redução dos danos causados pelos sais em excesso. No caso das halófitas, observa-se uma compartimentalização eficiente de íons inorgânicos no vacúolo, acompanhada do acúmulo de solutos orgânicos compatíveis no citoplasma, os quais mantêm o equilíbrio osmótico entre os compartimentos celulares. Nas glicófitas, o ajustamento osmótico celular também ocorre, porém a compartimentalização dos íons não é tão eficiente como nas halófitas (HASEGAWA et al., 2000). Nobre et al. (2010) verificaram que plantas de girassol foram significativamente afetadas quando submetidas a irrigação com água salina (até 4,9 dS m-1) e Silva et al. (2009) estimaram a redução do crescimento de plantas de pinhão manso em até 50%, quando irrigadas com solução salina de 4,7 dS m-1, o que demonstra que plantas dessas espécies podem ser consideradas glicófitas, e portanto, não desenvolvem mecanismos eficientes de ajustamento osmótico e bioquímico para resistir a condições de salinidade. Cruz et al. (2006) observaram que o maracujazeiro-amarelo, quando submetido a salinidade de até 100 mM de NaCl, desenvolvem mecanismos de compartimentalização dos íons Na+ e Cl- nas folhas completamente expandidas e de Cl- nas raízes, protegendo assim os ápices foliares. Ghoulam et al. (2002), trabalhando com plantas de beterraba açucareira irrigadas com soluções de até 200 mM de NaCl, verificaram elevado acúmulo de Na+, Cl- e K+ nas folhas, o que possibilita a manutenção no seu potencial hídrico e consequentemente maior tolerância das plantas à salinidade. Já a planta halófita atriplex tem apresentado resultados satisfatórios quanto ao crescimento em condições de salinidade por apresentar mecanismos de extrusão de íons via vesículas especiais localizadas nas bordas foliares além da eficiente compartimentalização de íons em seu interior que possibilita o ajustamento osmótico da planta sem causar toxidez (ARAÚJO et al.; 2006). O controle do balanço iônico é um dos processos mais importantes na determinação da tolerância das plantas a ambientes salinos. Nesse processo, as plantas desenvolvem mecanismos para acumulação de solutos, através da absorção de íons do meio externo ou pela mobilização de seus próprios constituintes 19 orgânicos, tornando o potencial osmótico mais negativo (YAMAGUCHI e BLUMWALD, 2005). Esse processo também conhecido como osmorregulação ou regulação osmótica varia bastante em relação ao tipo de soluto utilizado, sendo que diversas espécies tem demonstrado eficiência no controle osmótico a partir do acúmulo de compostos orgânicos conhecidos como solutos compatíveis. Dentre os principais grupos de solutos compatíveis destacam-se: os aminoácidos (como a prolina), compostos amônio-quaternários (glicina betaína, alanina betaína, prolina betaína), polióis ou álcoois poliídricos, como pinitol e manitol, açúcares solúveis (frutose, sacarose, trealose, rafinose) ou poliméricos (frutanas), além de poliaminas (putrescina, espermidina e espermina) (HASEGAWA et al., 2000). As vantagens da utilização de solutos compatíveis se devem à menor interferência nas reações bioquímicas normais, pois têm efeito mínimo no pH e no balanço de cargas do citosol e compartimentos lumenais das organelas, além de possuírem a habilidade de manter a integridade das membranas celulares e prevenir a desnaturação das proteínas, o que não acontece com a utilização de íons absorvidos do meio externo (OLIVEIRA et al., 2010). Além da atuação desses mecanismos, as respostas das plantas à salinidade são muitas vezes acompanhadas por alterações morfológicas e anatômicas, como por exemplo, redução do crescimento e de sua área foliar, estando estes associados principalmente à redução da pressão de turgor, a qual interfere nos processos de alongamento e divisão celular (TAIZ e ZEIGER, 2013); aumento da espessura do mesófilo foliar devido ao aumento no número e comprimento das células paliçádicas e no número de camadas de células paliçádicas e esponjosas (PARIDA et al., 2004). Também se pode observar um aumento da suberização das células endodérmicas radiculares e da formação das estrias de Caspary em plantas salinizadas, como forma de reduzir o transporte de Na+ pela via apoplástica (OLIVEIRA et al., 2010), no entanto esse mecanismo pode limitar a absorção de água e nutrientes pelas raízes. Dessa forma, pode-se observar que a solução de grande parte dos problemas da salinidade na produção agrícola depende da compreensão dos aspectos fisiológicos e bioquímicos das plantas cultivadas sob essas condições, contribuindo para o esclarecimento dos mecanismos de tolerância e susceptibilidade à salinidade 20 e consequentemente para o desenvolvimento de cultivares que produzam economicamente sob condições de estresse (PRISCO e GOMES-FILHO, 2010). 2.3. Cultivo de sorgo em ambiente salino O sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é uma gramínea de origem tropical que apresenta características xerófilas, desenvolvendo mecanismos eficientes de tolerância à seca. Por pertencer ao grupo de plantas C4, essa espécie suporta elevados níveis de radiação solar, respondendo com altas taxas fotossintéticas, mesmo em condições de limitação na disponibilidade de CO2, a partir do mecanismo de fechamento dos estômatos para minimização de perda de água (LANDAU e SANS, 2010). Devido às características de seu denso sistema radicular, capaz de descompactar o solo e movimentar os nutrientes nas diferentes camadas do solo, o sorgo é considerado uma cultura importante no sistema de rotação de culturas e para produção de biomassa no sistema de plantio direto (LANDAU e SANS, 2010). Segundo Silva (2003), para alcançar altas produtividades, o sorgo requer dias e noites quentes, com temperaturas médias acima de 25°C, atingindo a maturidade entre 90 e 140 dias. É uma espécie indicada para regiões que apresentam regime hídrico desfavorável com precipitações variando de 400 a 600 mm por ano ou menos. Essa cultura possibilita fermentação adequada e conseqüente armazenamento sob forma de silagem, apresentando altos teores de carboidratos solúveis e de proteína bruta em algumas variedades. Além de serem utilizadas para pastejo e seus grãos direcionados para produção de rações animais e para o consumo humano (OLIVEIRA et al., 2006). Quanto às características do solo, o sorgo é considerado tolerante a diversas condições, podendo ser cultivado satisfatoriamente em solos que variam de argilosos a ligeiramente arenosos. No entanto, apesar de bem adaptada a solos arenosos e de baixa fertilidade, o sorgo se desenvolve melhor em solos bem preparados, com acidez corrigida, ricos em matéria orgânica, pH entre 5,5 e 6,5, topografia plana e sem excesso de umidade (LANDAU e SANS, 2010). Além dessas características, o sorgo tem sido reconhecido por sua tolerância moderada ao estresse salino (VIEIRA et al., 2005), sendo baseada na classificação 21 de Ayers e Westcot (1999) para plantas que não são significativamente afetadas pela salinidade quando submetidas à salinidade correspondente ao nível de condutividade elétrica da pasta de saturação entre 3 e 6 dS m-1 . Essa capacidade de adaptação é muito útil e permite a utilização dessa espécie com rendimentos economicamente aceitáveis, principalmente quando o cultivo em condições salinas é inevitável, o que permite o aproveitamento de solo e água salinos (AQUINO et al, 2007). No entanto devido ao acúmulo diferencial de íons tóxicos, solutos orgânicos e nutrientes essenciais, observado entre diversos genótipos de sorgo, tem se verificado variações significativas quanto à tolerância dos mesmos à salinidade (LACERDA et al., 2001). Aquino et al. (2010) observaram diferenças acentuadas quanto as respostas fisiológicas entre dois genótipos de sorgo submetidas a salinidade. Oliveira et al. (2006) verificaram que a concentração de carboidratos solúveis, proteínas solúveis, aminoácidos livres totais e prolina no tecido foliar de sorgo forrageiro, foi proporcional ao teor de sal no meio de cultivo, no entanto, houve variações entre os genótipos estudados. Dessa forma, reforça-se a necessidade de realizar estudos para identificação de genótipos mais tolerantes à salinidade e que sejam adaptados às características edafoclimáticas específicas de cada região, para que seja possível estabelecer estratégias de manejo com essa espécie em áreas que apresentam problemas com a salinização, seja por processos naturais ou induzidos pela irrigação com águas que apresentam níveis elevados de sais. 2.4. Aproveitamento de águas Salinas No semiárido nordestino pode ser verificado que a disponibilidade de água de boa qualidade para irrigação está cada vez mais difícil. Devido à geologia dessa região é frequente a obtenção de água rica em sais, muitas vezes impróprias para o consumo (SOARES et al., 2010). Nas formações cristalinas que cobrem 52% do nordeste semiárido, as águas são relativamente novas com o tempo de residência de 30 a 300 anos, com máximo de até 2.000 anos. A salinidade dessas águas varia de 350 a 25.000 ppm de sólidos 22 totais dissolvidos, havendo predominância de cloretos de sódio e magnésio (REBOUÇAS e BRAGA, 2002). Nessa região, o aumento da demanda por água associado a sua baixa disponibilidade em determinados locais, principalmente em períodos de estiagem, vem obrigando a população a utilizar águas que apresentem níveis de salinidade mais elevados, principalmente na expansão de áreas irrigadas (MEDEIROS et al., 2003). A qualidade da água para irrigação é avaliada não apenas pelo seu conteúdo total de sais, mas também pela composição individual dos íons presentes. Alguns cátions e ânions, quando em excesso, podem trazer prejuízos ao solo (pelo efeito direto na sodificação) e às plantas cultivadas, dependendo do grau de tolerância destas aos sais (OLIVEIRA e MAIA, 1998). As águas salinas podem ser avaliadas a partir da determinação da concentração de cátions e ânions, do pH, da condutividade elétrica (CE) e da relação de adsorção de sódio (RAS). A condutividade elétrica (CE) é o parâmetro mais empregado para expressar a concentração de sais solúveis na água e corresponde à medida da capacidade de uma água em conduzir eletricidade, sendo crescente à medida que a concentração de sais aumenta, enquanto que a relação de adsorção de sódio (RAS) expressa a quantidade relativa de sódio que é adsorvida pelas partículas do solo quando a água é aplicada ao mesmo (LACERDA et al., 2010). No entanto, existem amplas evidências em todo o mundo que águas de alta salinidade, classificadas como inadequada para irrigação, podem ser utilizadas para diversas culturas (RHOADES et al, 2000). Por outro lado, sua utilização indiscriminada pode salinizar os solos, comprometendo a produção dessas culturas. Rhoades et al. (2000) sugerem que para utilização de águas de baixa qualidade para irrigação também se deve levar em consideração as condições gerais de uso, como clima, cultura utilizada, característica do solo, método de irrigação e prática de manejo para evitar que ocorra a elevação da salinidade do solo, em níveis não tolerantes para a planta cultivada. Esse processo é decorrente da evapotranspiração, que diminui a umidade do solo, porém praticamente não elimina os sais, de forma que a solução do solo tornase mais salina à medida que o solo seca. Dessa forma, uma água que apresenta inicialmente uma concentração salina aceitável pode alcançar valores elevados. 23 Como também, outros fenômenos podem acontecer a exemplo da precipitação de determinados sais da solução do solo, tornando-o indisponível para as plantas. Isso costuma ocorrer com alguns sais de Ca++ de baixa solubilidade, podendo promover um aumento da proporção de Na+ na solução do solo e do Percentual de Sódio Trocável (PST) do mesmo (ALMEIDA, 2010). Para contornar esse problema, deve-se permitir a utilização de lâminas excedentes de irrigação para percolar no perfil do solo e garantir um equilíbrio favorável dos sais na zona radicular da cultura. Essa lâmina de lixiviação pode ser aplicada intencionalmente ou pode ocorrer como conseqüência das perdas espontâneas proporcionadas pela irrigação (MEDEIROS et al., 2010). No caso de águas de baixa salinidade, de modo que não permita que a salinidade do solo não ultrapasse a salinidade limiar em todo o ciclo da cultura, não seria necessário realizar lixiviações constantes. Nesse caso, poderia ser realizada apenas uma lavagem de recuperação no final do ciclo da cultura (BLANCO e FOLEGATTI, 2002). Em todo caso, durante o manejo das culturas é requerida atenção especial principalmente quando se trata de uma área que apresenta um solo com problemas de salinidade ou quando a água de irrigação encontra-se rica em sais (FIGUEIRÊDO, 2008). 24 3. ARTIGO 1: 1 2 Crescimento e teores foliares de Na+ e Cl- em genótipos de sorgo forrageiro irrigados 3 com águas salinizadas1 4 5 6 RESUMO. A eficiência das plantas em desenvolver mecanismos específicos para 7 sobreviver ao estresse salino pode variar significativamente entre genótipos, implicando em 8 respostas diferenciadas no seu crescimento e produtividade. O objetivo do presente estudo foi 9 avaliar o crescimento e teores foliares de Na+ e Cl- em dez genótipos de sorgo forrageiro 10 submetidos a irrigações com águas salinizadas. O experimento foi conduzido em casa de 11 vegetação localizada na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – 12 Semiárido, em Petrolina – PE. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos 13 casualizados dispostos em esquema fatorial 10x6, considerando dez genótipos (‘F305’, ‘BRS 14 655’, ‘BRS 610’, ‘Volumax’, ‘1.015.045’, ‘1.016.005’, ‘1.016.009’, ‘1.016.013’, ‘1.016.015’ 15 e ‘1.016.031’) e soluções salinas com seis valores de condutividade elétrica (0; 2,5; 5,0; 7,5; 16 10 e 12,5 dS m-1) utilizando três repetições. As variáveis avaliadas foram massa seca e 17 conteúdo de água da parte aérea e raízes, altura da planta, diâmetro do colmo, área foliar e 18 teores foliares de Na+ e Cl-. A partir dos resultados obtidos, verificou-se que o crescimento 19 dos genótipos de sorgo forrageiro foram similarmente afetados pelo aumento da salinidade, 20 havendo certa relação com a elevação dos teores de íons Na+ e Cl- nas folhas. 21 22 Palavras-chave: área foliar, salinidade, massa seca, Sorghum bicolor (L.) Moench. 23 24 Growth and foliar Na+ and Cl- concentration in genotypes of forage sorghum irrigated 25 with salinity waters 26 27 ABSTRACT. The efficiency of the plants to develop specific mechanisms to survive under 28 salt stress can vary significantly between genotypes, implying different responses in growth 29 and productivity. The aim of this study was to evaluate the salt tolerance of forage sorghum 30 genotypes by analysis of growth variables correlated with the levels of Na+ and Cl- 31 accumulated in the leaves. Research was conducted in a greenhouse of the Empresa Brasileira 1 Artigo padronizado nas normas da Revista Acta Scientiarum Agronomy 25 32 de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiarid, in Petrolina-PE. The treatments were 33 arranged in a randomized block design according to a factorial arrangement 10x6 considering 34 ten genotypes (‘F305’, ‘BRS 655’, ‘BRS 610’, ‘Volumax’, ‘1,015,045’, ‘1,016,005’, 35 ‘1,016,009’, ‘1,016,013’, ‘1,016,015’ and ‘1,016. 031’) and salt solutions with six levels of: 36 electrical conductivity (0, 2.5, 5.0, 7.5, 10 and 12.5 dS m-1) using three replications. The 37 variables evaluated were dry matter and water content of the shoot and root, plant height, 38 stem diameter, leaf area and foliar concentration of Na+ and Cl-. From the results, it was found 39 that the growth of forage sorghum were also affected by increasing salinity. There is a certain 40 relationship with increasing concentrations of Na + and Cl- in the leaves. 41 42 Keywords: leaf area, salt stress, dry matter, Sorghum bicolor (L.) Moench. 43 44 45 Introdução 46 O aproveitamento de águas salinas vem sendo considerado uma alternativa viável para 47 a produção de culturas em geral, principalmente em áreas que não dispõem de água de boa 48 qualidade e os níveis de precipitação são insuficientes para manter uma agricultura 49 sustentável (OLIVEIRA et al, 2010). 50 No entanto, é inevitável a interferência dos sais sobre o crescimento e rendimento das 51 culturas devido ao estresse a que são submetidas. Segundo Tavakkoli et al. (2012) os 52 principais efeitos são o osmótico, no qual o acúmulo de sais no solo interfere diretamente na 53 absorção de água pelas plantas; os desequilíbrios nutricionais, com a redução da absorção de 54 nutrientes como Ca+2, K+ e NO3-, que competem com os íons que se encontram em excesso no 55 solo; e iônico, causado pela absorção em níveis tóxicos de íons como o Na+ e Cl-. 56 O excesso de Na+ e sobretudo de Cl- no protoplasma ocasionam distúrbios em relação 57 ao balanço iônico bem como alteram o funcionamento de enzimas e membranas (WU et al., 58 2005), o que irá refletir diretamente no crescimento e produtividade das culturas. 59 Em resposta a essas condições de estresse, mecanismos são ativados pelas plantas de 60 forma a promover a manutenção das funções celulares, como ajustamento osmótico 61 (TÜRKAN; DEMIRAL, 2009), compartimentação de íons nos vacúolos ou sua exclusão por 62 tecidos e orgãos (BAVEI et al., 2011), síntese de solutos compatíveis (MISRA; SAXENA, 63 2009), manutenção na síntese de antioxidantes (COSTA et al., 2005), entre outros. Plantas 26 64 que desenvolvem eficientemente um ou mais desses mecanismos, apresentam maior grau de 65 tolerância ao estresse salino. 66 Essas adaptações refletem diretamente no crescimento das plantas, podendo interferir 67 em sua altura (VIEIRA et al. 2005), em sua área foliar (ARAÚJO et al., 2010); nos teores de 68 água da planta (FERNANDES et al., 2011), como também pode ocasionar alterações na 69 acumulação e partição de matéria seca devido a sua influência sobre a assimilação de CO2, 70 produção e distribuição de fotoassimilados (AQUINO et al., 2007). 71 O sorgo [Sorghum bicolor (L.) Moench.] é uma cultura que vem sendo difundida no 72 mundo por sua importância na alimentação humana, nutrição animal e produção de açúcar e 73 etanol (MIRANDA et al., 2013). Para alimentação animal, o sorgo forrageiro destaca-se por 74 ser bastante energética, com alta digestibilidade e produtividade (BUSO et al., 2011). Essas 75 características associadas a sua maior adaptação a condições de estresse hídrico e salino tem 76 tornado o seu cultivo mais atraente em regiões secas e que não dispõem de água de alta 77 qualidade para irrigação. 78 No entanto, o grau de tolerância à salinidade pode se manifestar de forma diferenciada 79 entre genótipos, refletindo diretamente no seu crescimento e produtividade. Trindade et al. 80 (2006) verificaram que genótipos de sorgo forrageiro mais tolerantes à salinidade podem 81 apresentar mecanismos que restringem o transporte de íons Na+ e Cl- para as folhas. Lacerda 82 et al. (2001), por exemplo, verificaram maior acúmulo desses íons nas folhas fisiologicamente 83 ativas de um genótipo de sorgo forrageiro considerado mais sensível à salinidade, quando 84 comparadas com um genótipo mais tolerante. 85 Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a tolerância à salinidade de dez 86 genótipos de sorgo forrageiro a partir de respostas sobre o crescimento e os teores foliares de 87 Na+ e Cl-, quando irrigadas com soluções salinas de diferentes níveis de condutividade 88 elétrica. 89 90 Material e Métodos 91 O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na sede da Empresa 92 Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiárido, em Petrolina – PE. Foram 93 utilizados vasos plásticos com capacidade para 8 litros, perfurados e conectados a mangueiras 94 coletoras para condução da fração de água lixiviada, como forma de controle da irrigação. 95 Os vasos foram preenchidos com uma camada de brita de aproximadamente dois 96 centímetros, completando-se o volume com solo. O solo utilizado foi um ARGISSOLO 27 97 AMARELO Distrófico latossólico, de textura média, coletados na profundidade de 0 a 0,2 m, 98 cujas características químicas e físicas são apresentadas na tabela 1. 99 100 101 Tabela 1. Características químicas e físicas do solo utilizado para o cultivo de genótipos de sorgo forrageiro sob diferentes níveis de salinidade. M.O. -1 102 103 104 105 pH H2O g kg 4,14 (1:2,5) 5,7 P mg dm-3 7,2 V % 61 CEes -1 dS m 0,74 Ca+2 Mg+2 Na+ K+ Al+3 T -3 -------------------------------cmolc dm ----------------------------1,4 1,9 0,03 0,28 0,05 5,92 Cu Fe Mn Zn -------------------mg dm-3-----------------0,3 23,2 19,6 1,0 Areia Silte Argila -----------g kg-1------------846,4 135,1 17,9 CEES= condutividade elétrica do extrato de saturação; M.O.= matéria orgânica; P= fósforo disponível extraído por Mehlich-1; Ca2+= cálcio trocável; Mg2+= magnésio trocável; Na+= sódio trocável; K+= potássio trocável; Al+3: acidez trocável; T= capacidade de troca de cátions à pH 7,0; V=saturação por bases; Fe=ferro disponível; Mn= manganês disponível; Cu= cobre disponível; Zn= zinco disponível. Micronutrientes extraídos com Mehlich-1. 106 O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados dispostos em 107 esquema fatorial 10x6, considerando dez genótipos de sorgo forrageiro e água salina com seis 108 valores de condutividade elétrica (CEa), compostos por três repetições. 109 avaliados foram ‘F305’, ‘BRS 655’, ‘BRS 610’, ‘Volumax’, ‘1.015.045’, ‘1.016.005’, 110 ‘1.016.009’, ‘1.016.013’, ‘1.016.015’ e ‘1.016.031’, pertencentes ao banco de germoplasma 111 da Embrapa Milho e Sorgo. Os genótipos 112 A semeadura foi realizada colocando-se cinco sementes por vaso, a dois centímetros 113 de profundidade. Duas semanas após a semeadura foi realizado o desbaste, deixando duas 114 plantas por vaso, e iniciadas as irrigações com as soluções salinas com os seguintes valores de 115 CEa: 0; 2,5; 5,0; 7,5; 10 e 12,5 dS m-1. As soluções foram preparadas a partir dos sais NaCl, 116 CaCl2.2H2O e MgSO4.7H2O, de modo a se obter proporção equivalente entre Na:Ca:Mg de 117 7:2:1 (AQUINO et al., 2007). 118 Para correção da fertilidade do solo foram feitas aplicações de 500 mL de solução 119 nutritiva preparada segundo recomendação de Novais et al. (1991) para experimentos em casa 120 de vegetação (Tabela 2). A quantidade recomendada foi parcelada em três aplicações a cada 121 vinte dias, iniciada após o desbaste. 122 Com o objetivo de corrigir eventuais carências nutricionais do solo foram feitas 123 aplicações de 500 mL de solução nutritiva, preparada a partir de valores recomendados por 124 Novais et al. (1991) para experimento em casa de vegetação. Foram utilizados 5,4; 4,4 e 4,5 g 125 por vaso de NaH2PO4, KH2PO4 e (NH4)2SO4, e 28,0; 31,5; 1,6; 67,5; 10,6; 3,0 e 4,0 mg por 126 vaso 127 FeSO4.7H2O e Na2EDTA, respectivamente. A quantidade de nutrientes foi parcelada em três 128 aplicações a cada vinte dias, iniciada após o desbaste. de H3BO3, CuSO4.5H2O, (NH4)6Mo7O24.4H2O, MnSO4.H2O, ZnSO4.7H2O, 28 129 As irrigações foram realizadas de forma a manter a umidade do solo próximo à 130 capacidade de campo e evitar o acúmulo de sais. Para isso, os vasos foram irrigados a cada 131 dois dias, mantendo-se uma fração de lixiviação de aproximadamente 15%. 132 Aos 60 dias após o início das aplicações das soluções salinas foram feitas medidas de 133 altura da planta, diâmetro do colmo, comprimento (C) e largura (L) da folha +3. A área foliar 134 (AF) foi estimada segundo modelo proposto por Sans e Pellegrin (1998) em que AF= 135 0,7811xCxL-14,964 (R²=0,98). 136 A colheita foi iniciada no dia seguinte, ocorrendo de forma parcelada por um período 137 de dez dias, sendo as plantas retiradas à medida que os grãos da porção central das panículas 138 adquiriam aspecto pastoso a farináceo. 139 Após a colheita, as plantas foram separadas em parte aérea (PA) e raízes (R) e pesadas 140 para obtenção da massa fresca. Posteriormente o material foi colocado em estufa para secar a 141 60ºC por 72 horas para determinação da massa seca. A partir dos dados de massa seca e fresca 142 foram estimados os teores de água (TA) da parte aérea e das raízes considerando a relação TA 143 = (massa fresca-massa seca)x100/massa fresca. 144 As folhas secas foram trituradas em moinho para determinação dos teores de Na+ e Cl-, 145 sendo os teores de Na+ determinados em fotômetro de chama após o material ser submetido à 146 digestão nítrico-perclórica (1:3 v/v). A determinação dos teores de Cl- foi realizada após 147 extração em água e da titulação com AgNO3, na presença do indicador K2Cr2O7. 148 Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando o programa 149 Sisvar 5.0 (FERREIRA, 2003). Para as situações em que houve interação significativa entre 150 genótipos e níveis de salinidade foi realizado o desdobramento das variáveis dentro de cada 151 fator, caso contrário, considerou-se o efeito independente dos fatores para as variáveis 152 estudadas. 153 Para comparação entre os níveis de salinidade foram avaliados modelos de regressão 154 de primeiro e segundo grau quando significativos ao nível de 1% ou 5% de probabilidade. O 155 teste de Tukey, a 5% de probabilidade, foi adotado para os casos de regressões não 156 significativas (p>0,05). Para comparação entre os genótipos foi realizado o teste de Scott 157 Knott a 5% de probabilidade. 158 159 160 161 29 162 163 Resultados e Discussão 164 Os resultados da análise de variância demonstraram que as variáveis altura da planta, 165 diâmetro do colmo, área foliar e massas secas da parte aérea e raízes apresentaram efeito 166 independente entre genótipos e entre os níveis de salinidade (Tabela 3). 167 168 169 Tabela 2. Análise de variância (ANAVA) entre genótipos, condutividade elétrica (CEa) das soluções salinas e interação genótiposXCEa para as diferentes variáveis. Quadrado Médio Fatores de Variação Cl- Ǿ MSPA MSRA TA-PA TA-R AF 1334,9** 13,5** 183,6** 362,6** 8,9ns 90,6ns 70.649,8** 82,4** 839,3** 43.905,5** 44,4** 119,6** 44,5ns 33.942,4** 1.038** 17.541** Genótipos X CEa 239,5ns 1,9ns 37,1ns 138,9ns 16,9ns 68,7ns 3.000,3ns 33,3* 293,3* Resíduo C.V. (%) 164,5 13,7 2,9 16 44,9 23,6 132,3 58,8 18,4 6 86,8 12,4 2.818,4 32,3 22,8 64,4 187,1 33.7 Genótipos CEa 170 171 172 Na+ ALT 6.650,6** 6.034,9** **= p<0,01 e ns= não significativo. ALT= Altura da planta; Ǿ= Diâmetro do colmo; MSPA e MSRA= massas secas da parte aérea e raízes; TA-PA e TA-RA= Teores de água na parte aérea e nas raízes; AF:=Área foliar. 173 Para os teores de água da parte aérea foram verificadas diferenças significativas 174 apenas entre os valores de CEa, sendo que nas raízes, essa variável não foi influenciada pela 175 salinidade ou pelos genótipos. Entretanto, para os teores de Na+ e Cl- nas folhas, a interação 176 entre os fatores foi significativa. 177 As diferenças apresentadas entre as variáveis de crescimento desses genótipos, 178 independente dos níveis de salinidade avaliados (Tabela 4), revelam características 179 morfológicas distintas que podem favorecer maior adaptação a condições de estresse salino. 180 Os genótipos ‘BRS 655’, ‘Volumax’, ‘1.016.009’, ‘1.016.013’ e ‘1.016.031’ 181 apresentaram altura superior aos demais, não havendo diferenças significativas entre si 182 (Tabela 4), enquanto que em ‘BRS 610’ e ‘1.015.045’ a altura das plantas foi inferior aos 183 demais genótipos. 184 Albuquerque et al. (2009), trabalhando com ‘F305’, ‘BRS 610’ e ‘BRS 655’, 185 verificaram que ‘F305’ e ‘BRS 610’ foram respectivamente os genótipos que apresentaram 186 maior e menor altura durante dois ciclos consecutivos, corroborando com os resultados 187 encontrados. 188 189 190 191 30 192 193 194 Tabela 3. Variáveis altura da planta, diâmetro do colmo, massas seca da parte aérea e das raízes, aérea foliar e teor de água da parte aérea em genótipos de sorgo forrageiro. ALT Ǿ MSPA MSRA AF TA-PA (cm) (mm) (g) (g) (cm2) (%) F305 91,3 b 11,3 a 33,2 a 13,7 a 321,8 a 71,5 a BRS 655 97,8 a 9,8 b 28,4 a 7,7 b 119,0 c 71,0 a BRS 610 75,5 d 10,3 b 22,9 b 6,1 b 121,7 c 72,0 a Volumax 96,7 a 10,3 b 29,8 a 10,2 b 172,0 b 70,8 a 1.015.045 84,4 c 11,7 a 28,8 a 11,2 b 140,3 c 72,4 a 1.016.005 92,1 b 11,6 a 30,8 a 9,0 b 187,6 b 72,2 a 1.016.009 98,2 a 11,1a 28,1 a 12,8 a 181,8 b 72,0 a 1.016.013 104,7 a 10,2 b 29,5 a 8,6 b 110,1 c 71,3 a 1.016.015 91,4 b 10,8 a 29,4 a 9,4 b 171,1 b 70,9 a 1.016.031 102,0 a 8,9 b 23,0 b 9,0 b 117,9 c 72,9 a 195 196 197 198 199 200 ALT= altura da planta; Ǿ=diâmetro; MSPA= massa seca da parte aérea; MSRA= massa seca das raízes; AF=área foliar; TA-PA= teor de água da parte aérea (TA). Colunas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott Knott à 5% de probabilidade. Cunha e Lima (2010) afirmam que a altura das plantas de sorgo forrageiro pode 201 representar maior rendimento na produção de massa verde, tendo em vista que é um dos 202 indicativos de crescimento e desenvolvimento vegetativo. No entanto, deve-se levar em 203 consideração outras variáveis, como diâmetro, área foliar, acúmulo de massa seca, os quais 204 variaram significativamente entre os genótipos. 205 Os maiores diâmetros de colmo foram apresentados por ‘F305’, ‘1.015.045’, 206 ‘1.016.005’, ‘1.016.009’ e ‘1.016.015’. Enquanto que, para a maioria dos genótipos não 207 foram verificadas diferenças significativas em relação à massa seca da parte aérea, com 208 exceção de ‘BRS 610’ e ‘1.016.031’, que foram inferiores aos demais. 209 Em relação à massa seca das raízes, ‘F305’ e ‘1.016.009’ foram superiores, o que pode 210 significar uma característica importante na adaptação a condições de estresse salino. Segundo 211 Sadeghi e Shourijeh (2012), a massa das raízes está relacionada diretamente com seu 212 crescimento e distribuição no solo, portanto, valores superiores podem representar maior 213 capacidade de suporte ao desenvolvimento da parte aérea em condições de salinidade, 214 minimizando problemas como limitações na absorção de água e nutrientes devido a um maior 215 volume de solo explorado. 216 O genótipo ‘F305’ também apresentou maior área foliar quando comparado aos 217 demais genótipos (Tabela 4), o que sugere uma possível relação com o maior crescimento 218 radicular ao considerar uma maior área destinada a fotossíntese e consequentemente maior 219 produção e translocação de fotoassimilados para as raízes. 31 220 Já os teores de água da parte aérea não apresentaram diferenças significativas entre os 221 genótipos (Tabela 4), demonstrando que os mecanismos utilizados para regulação do estado 222 hídrico das plantas foram ativados de forma semelhantes entre genótipos. Esses mecanismos 223 podem estar relacionados com o fechamento estomático, à acumulação de íons nos vacúolos e 224 de solutos orgânicos no protoplasma (ESTEVES; SUZUKI, 2008). 225 Os níveis de salinidade influenciaram significativamente na redução das variáveis de 226 crescimento. Reduções da altura da planta e massa seca das raízes foram representados por 227 equações de segundo grau, enquanto que os decréscimos no diâmetro do colmo e na massa 228 seca da parte aérea foram lineares (Figura 1). 120 Diâmetro do Colmo (%) Altura da planta (%) 120 100 80 60 40 ŷ = 0,18x2 - 7,68x + 99,9 R² = 0,99** 20 0 2,5 5 100 7,5 10 12,5 Massa Seca das Raizes (%) Massa Seca da PA (%) 120 0 ŷ = -6,86x + 105,7 R² = 0,96** 80 60 40 20 0 0 2,5 5 7,5 CEa (dS m-1) 10 12,5 100 80 60 ŷ = -2,02x + 101,2 R² = 0,95** 40 20 0 120 0 2,5 5 100 7,5 ŷ= 80 10 12,5 0,52x2 - 12,66x + 100,4 R² = 0,99** 60 40 20 0 0 2,5 5 7,5 10 12,5 CEa (dS m-1) 229 230 231 232 Figura 1. Redução percentual da altura, diâmetro do colmo, massas secas da parte aérea e raízes em plantas de sorgo forrageiro irrigadas com soluções salinas com diferentes valores de condutividade elétrica (**= p<0,01). 233 A altura das plantas foi diretamente afetada pela salinidade, sendo observado uma 234 redução de 50% para valores de 8,0 dS m-1. O efeito da salinidade na altura das plantas está 235 relacionada à redução do potencial hídrico do solo, o qual limita a absorção de água pelas 236 raízes, interferindo diretamente em processos de alongamento, divisão celular e 237 consequentemente no crescimento das plantas (TAIZ; ZEIGER, 2013). Silva et al. (2011) 238 ainda sugerem que essa redução também se deve aos efeitos tóxicos dos íons Na+ e Cl- sobre o 239 metabolismo celular. 240 A influência da salinidade sobre a altura das plantas de sorgo forrageiro foi constatada 241 em diversos trabalhos. Lacerda et al. (2001) observaram reduções de 18 e 46% no 242 crescimento inicial da parte aérea de genótipos de sorgo forrageiro CSF 20 e CSF 18, quando 32 243 submetidos a soluções com 100 mM de NaCl. Vieira et al. (2005), trabalhando com os 244 genótipos CSF 20 e CSF 18, verificaram reduções de 6 e 10% na altura das plantas quando 245 irrigadas com soluções salinas de até 5,8 dS m-1. Miranda et al. (2008) verificaram reduções 246 entre 9 e 72% na altura de plantas de sorgo sudão cultivadas em solos salino-sódicos com 247 CEes de 10 dS m-1, sob aplicação diferenciada de CaCl2. 248 Essas diferenças demonstram que a influência da salinidade sobre o crescimento das 249 plantas não depende somente do genótipo, como também do método de cultivo, como a 250 composição e a forma de aplicação das soluções salinas, propriedades químicas e físicas dos 251 solos, como também do manejo e dos métodos de correção de sua fertilidade. 252 O diâmetro do colmo, quando comparado às demais variáveis, foi considerada menos 253 sensível à salinidade, ocorrendo redução de apenas 25% para CEa correspondente a 12,5 dS 254 m-1. Essa característica foi semelhante em diversas culturas submetidas ao estresse salino, 255 como pinhão manso (VERAS et al., 2011), mamoneira (CAVALCANTI et al. 2005), 256 maracujazeiro (FREIRE et al., 2012) e feijão caupi (LIMA et al., 2007). 257 Similar ao que ocorreu com a altura das plantas, a massa seca da parte aérea 258 apresentou redução linear com aumento da salinidade, atingindo 50% para valores de 8,0 dS 259 m-1. Essa característica linear no decréscimo da massa seca da parte aérea demonstra que os 260 níveis de salinidade avaliados não permitiu a definição do ponto onde ocorre a salinidade 261 limiar (SL) dos genótipos, a qual é caracterizada pelo valor que a CEa pode atingir sem reduzir 262 o seu rendimento potencial. Segundo Maggio et al. (2007), após o ponto de SL ocorre o 263 declínio gradativo no rendimento da cultura com o aumento da salinidade, sendo comum a 264 apresentação de uma regressão linear para explicar esse comportamento. 265 Redução na produção de massa seca da parte aérea também foram observadas por 266 Aquino et al. (2007) em dois genótipos de sorgo forrageiro com o aumento da salinidade, 267 havendo decréscimos de 29 e 40% respectivamente nos genótipos CSF 18 e CSF 20 quando 268 submetidos a irrigação com soluções de até 8 dS m-1. 269 Santana et al. (2007) também observaram decréscimos em massa seca para cana-de- 270 açúcar cultivada em solos com diferentes texturas e irrigadas com soluções salinas de até 8 dS 271 m-1. Culturas como o milho apresentaram redução de massa seca da parte aérea superior a 272 50% (WILLADINO et al., 1999), o sorgo sudão foi acima de 60% (FEIJÃO et al, 2011) e 273 maracujá-amarelo em torno de 30% (CRUZ et al., 2006) quando submetidos a soluções de 274 100 mM de NaCl. 33 275 Segundo Araújo et al. (2010) a redução da produção de massa seca está associada 276 principalmente ao efeito tóxico de íons como o Na+ e Cl- sobre a fixação líquida de carbono e 277 consequente produção de fotoassimilados. 278 Considerando a massa seca das raízes, verificou-se que essa variável foi mais afetada 279 pela salinidade do que a parte aérea, apresentando redução correspondente a 50% para CEa de 280 5,0 dS m-1. Respostas diferentes foram observadas por Lacerda et al. (2004), os quais 281 verificaram redução de 14% da massa seca das raízes de genótipo de sorgo forrageiro CSF 18, 282 enquanto que o genótipo CSF 20 apresentou redução de apenas 8% quando submetidos a 75 283 mM de NaCl. Para os mesmos dois genótipos de sorgo forrageiro, Aquino et al. (2007) 284 verificaram que as massas secas das raízes foram igualmente afetadas quando submetidas a 285 soluções de até 8 dS m-1. 286 287 Reduções lineares na área foliar também foram observadas com o aumento da salinidade, sendo correspondente a 27% para a CEa de 12,5 dS m-1 (Figura 3). 120 Área foliar (%) 100 80 ŷ = -3,04x + 110,9 R² = 0,79** 60 40 20 0 0 288 289 290 291 292 2,5 5 7,5 10 12,5 CEa(dS m-1) Figura 2. Área foliar em sorgo forrageiro irrigado com soluções salinas com diferentes valores de condutividade elétrica (**= p<0,01). 293 Decréscimos na área foliar provavelmente estão associados a mecanismos de defesa 294 das plantas sob condições de estresse salino com o objetivo de reduzir as perdas de água por 295 transpiração (TAIZ; ZEIGER, 2013). Araújo et al. (2010) afirmam que a redução da área 296 foliar com consequente diminuição no volume das células contribuem para o ajuste osmótico, 297 admitindo-se que a quantidade de soluto absorvido é concentrada em menor volume de suco 298 celular. Entretanto, também representa alterações na partição de fotoassimilados e redução na 299 área destinada ao processo fotossintético (GOMES et al.,2011), o que pode estar relacionado 300 com a redução da produção de massa seca. 301 Em relação aos teores de água (TA) da parte aérea e raízes, observou-se que houve 302 incremento no TA da parte aérea com o aumento da salinidade (Figura 2), enquanto que o TA 34 303 das raízes não foi afetado significativamente devido a essas condições (dados não 304 apresentados). TA da Parte Aérea 75 73 71 ŷ = 0,41x + 69,2 R² = 0,90** 69 67 65 0 305 306 307 308 309 310 2,5 5 7,5 10 12,5 CEa (dS m-1) Figura 3.Teor de água da parte aérea (%) em plantas de sorgo forrageiro irrigadas com soluções salinas com diferentes valores de condutividade elétrica (**= p<0,01). 311 Essa característica pode estar relacionada com o efeito da absorção e transporte de 312 íons como Na+ e Cl- para a parte aérea, associado à indução do fechamento parcial dos 313 estômatos, os quais favorecem a manutenção do estado hídrico da planta (MUNNS, 2005). 314 Como foi observado incremento nos teores de água da planta, provavelmente os 315 efeitos negativos do estresse osmótico causados pelo excesso de sais na solução do solo não 316 foram os principais responsáveis pela redução no crescimento das plantas, devendo estar mais 317 relacionado com o efeito tóxico dos íons Na+ e Cl- acumulados em excesso nas células, como 318 observado nas folhas de sorgo forrageiro (Tabelas 5 e 6). 319 320 321 322 323 Tabela 4. Teores foliares de Na+ em genótipos de sorgo forrageiro submetidos à irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. CEa (dS m-1) Na (g.kg-1) 0 2,5 5,0 7,5 10 12,5 F305 0,5 bA 0,6 bA 5,4 abA 10,6 abA 18,8 aB 14,8 aB BRS 655 0,5 aA 1,2 aA 8,8 aA 4,3 aB 6,8 aB 9,2 aB BRS 610 0,5 cA 0,6 cA 6,8 bcA 15,6 bA 13,1 bA 28,9 aA 17,4 aB Volumax 1,3 bA 1,5 bA 7,4 abA 11,5 abA 17,2 aA 1.015.045 0,8 bA 0,5 bA 2,5 abA 4,5 abA 10,3 aA 12,3 aB 1.016.005 1,1 bA 1,1 bA 7,6 abA 14,8 aA 12,7 aA 10,8 abB 1.016.009 0,4 cA 0,7 cA 2,4 bA 10,9 aA 18,2 aA 16,1 aB 1.016.013 0,6 cA 1,5 cA 9,0 abA 13,0 aA 6,1 bB 15,7 aB 1.016.015 0,7 cA 2,2 bcA 8,5 abA 8,6 abB 13,0 abA 19,1 aB 1.016.031 0,4 cA 0,8 cA 3,3 bA 4,4 bB 1,6 bcB 11,1 aB Colunas de mesma letra maiúscula e linhas com mesma letra minúscula não diferem entre si respectivamente pelos testes de Tukey e Scott Knott à 5% de probabilidade. 324 325 De maneira geral, os teores de Na+ nas folhas dos genótipos de sorgo forrageiro se 326 elevaram com o aumento da salinidade (Tabela 5), no entanto, diferenças entre os genótipos 35 327 somente foram observadas a partir dos valores de CEa de 7,5 dS m-1. Nesse caso, ‘BRS 610’ 328 esteve entre os genótipos com maiores teores de Na+ para CEa de 7,5 e 10 dS m-1 e foi o que 329 apresentou maiores teores foliares de Na+ para CEa de 12,5 dS m-1. 330 Os teores foliares de Cl- também apresentaram tendência de acréscimos com o 331 aumento dos níveis de salinidade, sendo possível observar característica linear crescente para 332 os genótipos ‘BRS 655’, ‘Volumax’ e ‘1.015.045’ (Tabela 6). 333 334 335 336 337 338 339 340 Tabela 5. Teores foliares de Cl- em genótipos de sorgo forrageiro submetidos à irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. 10 12,5 equação de regressão 52,6 abA 71,6 aA 70,5 aA ŷ= ӯ = 41,6 38,8 A 32,2 A 49,9 B 44,4 B CEa (dS m-1) 5 7,5 Cl (g.kg-1) 0 2,5 F305 3,4 cA 16,5 cA 35,1 bcA BRS 655 2,5 A 18,4 A R2 -- ŷ= 3,4x + 9,78 0,80* BRS 610 2,7 cA 17,0 cA 28,5 bcA 77,5 aA 75,7 abA 81,7 aA Volumax 4,8 A 22,2 A 54,6 A 71,7 A 78,5 A 79,9 A ŷ= 6,4x + 11,8 0,90* ŷ= ӯ = 47,2 -- 1.015.045 4,0 A 14,9 A 49,9 A 45,2 A 61,4 A 68,0 A ŷ= 5,2x + 8,1 0,90* 1.016.005 5,7 cA 17,5 bcA 38,8 abA 58,0 aA 66,0 aA 66,1 aA ŷ= ӯ =42,0 -- 1.016.009 1,9 cA 17,1bcA 29,1 bcA 49,2 abA 67,3 aA 67,2 aA ŷ=ӯ = 38,6 -- 1.016.013 1,6 cA 22,0 bcA 41,5 abA 50,3 abA 57,6 bB 72,7 aA ŷ= ӯ =40,9 -- 1.016.015 5,4 dA 19,7 cdA 43,4 bcA 50,4 abcA 71,6 abA 77,9 aA ŷ= ӯ = 44,7 -- 1.016.031 2,4 bA 19,6 bA 29,7 abA 22,0 bB 28,5 bB 62,1 aA ŷ= ӯ = 27,4 -Colunas de mesma letra maiúscula e linhas com mesma letra minúscula não diferem entre si respectivamente pelos testes de Tukey e Scott Knott à 5% de probabilidade. *genótipos com modelos de regressão significativos de acordo com o teste t para os níveis de salinidade avaliados. . Notadamente, esses valores foram bem superiores aos teores Na+ encontrados nas 341 folhas de todos os genótipos.Essa característica pode estar relacionada com o fato de o sorgo 342 forrageiro apresentar prováveis mecanismos de retenção de íons, principalmente de Na+, que 343 minimizam os efeitos causados pela sua acumulação nas folhas (TRINDADE et al. 2006; 344 BAVEI et al., 2011). Além disso, o Cl- 345 adsorvido pelas partículas do solo, o que possibilita sua maior absorção pelas plantas (DIAS; 346 BLANCO, 2010). apresenta menor afinidade para ser retido ou 347 Ainda considerando os teores de Cl- nas folhas, verificou-se que as diferenças entre os 348 genótipos também foram observadas a partir dos valores de CEa de 7,5 dS m-1, sendo que os 349 menores teores foliares foram apresentados por ‘1.016.031’ para CEa de 7,5 dS m-1, por 350 ‘1.016.031’ e ‘1.016.013’ e BRS 655 para 10 dS m-1 e por BRS 655 para 12,5 dS m-1. 351 352 36 353 354 Conclusões 355 O crescimento dos genótipos de sorgo forrageiro são similarmente afetados com o 356 aumento da salinidade, estando relacionado principalmente ao efeito tóxico dos íons Na+ e Cl- 357 . 358 359 360 Referências 361 ALBUQUERQUE, C.J.B.; PINHO, R.G.V.; BRANT, R.S.; MENDES, M.C. REZENDE, 362 P.M. Composição da matéria seca do sorgo forrageiro em diferentes arranjos de plantas no 363 Semiárido de Minas Gerais. 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O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na sede da 13 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiárido, em Petrolina – PE. 14 Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados dispostos em esquema 15 fatorial 10x6, considerando dez genótipos: ‘F305’, ‘BRS 655’, ‘BRS 610’, ‘Volumax’, 16 ‘1.015.045’, ‘1.016.005’, ‘1.016.009’, ‘1.016.013’, ‘1.016.015’ e ‘1.016.031’; e soluções 17 salinas com seis níveis de salinidade definidos por valores de condutividade elétrica (CEa): 0; 18 2,5; 5,0; 7,5; 10 e 12,5 dS m-1,utilizando três repetições. Foram avaliados as trocas gasosas, os 19 índices de clorofila a e b, teores de açúcares solúveis totais e redutores, aminoácidos livres e 20 proteínas solúveis. Com o aumento da salinidade foram observadas reduções nas taxas de 21 fotossíntese, condutância estomática e transpiração e concomitante aumento na eficiência do 22 uso da água. Os índices de clorofila e teores de proteínas não foram afetados com a 23 salinidade, enquanto que os teores de açúcares totais, redutores e aminoácidos foram 24 crescentes com o aumento da CEa. Devido a sua concentração nas folhas, os açúcares solúveis 25 devem exercer papel predominante na osmorregulação dos genótipos de sorgo forrageiro. 26 Palavras-chave: salinidade, fotossíntese, clorofila, Sorghum bicolor (L.) Moench. 27 28 ABSTRACT - To resist salt stress, plants develop mechanisms that minimize the toxic effects 29 of ions on vital processes like photosynthesis.However, this ability to adapt to saline 30 environments may vary significantly between genotypes. The aim of this study was to 31 evaluate gas exchange, the contents of chlorophyll and organic solutes in ten genotypes of 32 sorghum irrigated with solutions of different salinity levels. Research was conducted in a 1Artigo nas normas da revista Ciência Agronômica 41 33 greenhouse of the Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiarid, in 34 Petrolina-PE. The treatments were arranged in a randomized block design according to a 35 factorial arrangement 10x6 considering ten genotypes: ‘F305’, ‘BRS 655’, ‘BRS 610’, 36 ‘Volumax’, ‘1,015,045’, ‘1,016,005’, ‘1,016,009’, ‘1,016,013’, ‘1,016,015’ and ‘1,016. 031’; 37 and salt solutions with six levels of: electrical conductivity (CEa): 0, 2.5, 5.0, 7.5, 10 and 12.5 38 dS m-1, using three replications. We evaluated gas exchange rates of chlorophyll a and b, 39 carbohydrates, amino acids and soluble proteins contents. With increasing salinity were 40 observed reductions in the photosynthesis rate, stomatal conductance and transpiration and 41 concomitant increase in the efficiency of water use. The contents of chlorophyll and proteins 42 were not affected by salinity, whereas carbohydrates and amino acids contents were increased 43 with increasing CEa. Due to its concentration in the leaves, soluble carbohydrates must 44 exercise a predominant role in osmoregulation of forage sorghum genotypes. 45 Key words: salt stress, photosynthesis, chlorophyll, Sorghum bicolor (L.) Moench. 46 INTRODUÇÃO 47 48 As regiões áridas e semiáridas apresentam características edafoclimáticas tais como 49 baixa precipitação, altas taxas de evapotranspiração e ocorrência de solos rasos e mal 50 drenados, os quais favorecem a acumulação de sais no solo e nas fontes hídricas disponíveis 51 (MEDEIROS et al., 2010). 52 Nessas regiões, a utilização de espécies tolerantes a salinidade pode ser considerada 53 uma alternativa viável para produção agrícola, onde muitas vezes esse problema é inevitável. 54 A capacidade das plantas em tolerar o excesso de sais está relacionada aos diferentes 55 mecanismos que são desenvolvidos para minimizar seus efeitos negativos sobre o 56 metabolismo (PARVAIZ; SATYAWATI, 2008). 57 Esses efeitos são atribuídos principalmente aos íons Na+ e Cl- sobre processos 58 fisiológicos importantes das plantas e à redução do potencial osmótico do solo, a qual pode 59 induzir condições de estresse hídrico (CRUZ et al, 2009), além do desequilíbrio nutricional 60 causado pela redução na absorção e transporte de nutrientes essenciais à planta, ao competir 61 com os íons que se encontram em excesso no solo (BOSCO et al., 2009). 62 Como consequência, as plantas podem reduzir a sua taxa fotossintética devido à redução 63 da condutância estomática, limitando a disponibilidade de CO2 ou por interferir na síntese de 64 pigmentos fotossintéticos, como as clorofilas (JAMIL et al., 2007); além de apresentar 42 65 perturbações no sistema enzimático responsável pela produção e distribuição de 66 fotoassimilados (MUNNS; TESTER, 2008), 67 Para lidar com os efeitos nocivos do estresse salino, as plantas tolerantes desenvolvem 68 mecanismos bioquímicos e moleculares, como a acumulação seletiva de sal ou sua exclusão 69 da célula, controle da absorção de íons pelas raízes e transporte em folhas e/ou 70 compartimentalização desses íons nos vacúolos, além da síntese e acumulação de compostos 71 orgânicos mais conhecidos como solutos compatíveis (PARIDA; DAS, 2005). 72 O acúmulo de solutos compatíveis varia com o organismo e mesmo entre espécies de 73 plantas sendo principalmente agrupados em açúcares simples (principalmente frutose e 74 glicose), álcoois de açúcar (glicerol e inositóis metilados), açúcares complexos (trealose, 75 rafinose e frutanos) e quaternários derivados de aminoácidos (prolina, glicina betaína, betaína 76 β-alanina) (OLIVEIRA et al., 2010). 77 De modo geral, o conjunto dos aminoácidos livres totais e dos açúcares solúveis 78 representam quantitativamente os solutos orgânicos mais importantes no ajustamento 79 osmótico para manutenção do estado hídrico em níveis aceitáveis durante o estresse salino, 80 além de conferir proteção às estruturas celulares (SILVEIRA et al, 2010). 81 O sorgo [Sorghum bicolor (L) Moench.] é uma gramínea que apresenta mecanismo C4, 82 sendo considerada uma das espécies mais versáteis e eficientes do ponto de vista 83 fotossintético (BERENGUER; FACI, 2001), o que contribui para sua maior resistência à 84 salinidade. 85 No entanto, tem sido verificada a ocorrência de variabilidade genética no sorgo 86 forrageiro em relação à tolerância ao estresse salino, o que tem refletido em respostas 87 fisiológicas contrastantes entre esses genótipos. 88 Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da salinidade sobre as trocas 89 gasosas e os teores de solutos orgânicos em dez genótipos de sorgo forrageiro irrigadas com 90 soluções de diferentes níveis de salinidade. 91 92 MATERIAL E MÉTODOS 93 O experimento foi realizado em casa de vegetação localizada na sede da Empresa 94 Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiárido, em Petrolina – PE (9º9’ S; 95 40º22’ W). Foram selecionados dez genótipos de sorgo forrageiro ‘F305’, ‘BRS 655’, ‘BRS 43 96 610’, ‘Volumax’, ‘1.015.045’, ‘1.016.005’, ‘1.016.009’, ‘1.016.013’, ‘1.016.015’ e 97 ‘1.016.031’, pertencentes ao banco de germoplasma da Embrapa Milho e Sorgo. 98 As sementes desses genótipos foram semeadas em vasos plásticos com capacidade para 99 8 litros, preenchidos com solo peneirado em malha de 4 mm, classificado como ARGISSOLO 100 AMARELO Distrófico latossólico. A coleta do solo foi realizada na camada de 0 a 0,2 m, 101 sendo suas características químicas e físicas apresentadas na tabela 1 a seguir. 102 103 104 Tabela 1-Características químicas e físicas do solo utilizado para o cultivo de genótipos de sorgo forrageiro sob salinidade. M.O -1 105 106 107 108 pH H2O g kg 4,14 (1:2,5) 5,7 P mg dm-3 7,2 V % 61 C.E. Ca+2 -1 dS m 0,74 Mg+2 Na+ K+ Al+3 T -3 1,4 -------------------------------cmolc dm ----------------------------1,9 0,03 0,28 0,05 5,92 Cu Fe Mn Zn -------------------mg dm-3-----------------0,3 23,2 19,6 1,0 Areia Silte Argila -----------g kg-1------------846,4 135,1 17,9 CE: condutividade elétrica do extrato de saturação; MO: matéria orgânica; P: fósforo disponível extraído por Mehlich-1; Ca2+: cálcio trocável; Mg2+: Magnésio trocável; Na+: sódio trocável; K+: potássio trocável;Al+3: acidez trocável; T: capacidade de troca de cátions à pH 7,0; V: saturação por bases; Fe: ferro disponível; Mn: manganês disponível; Cu: cobre disponível; Zn: zinco disponível. Micronutrientes extraídos com Mehlich-1 109 110 111 Para controle da drenagem, foi colocada uma camada de brita de aproximadamente dois centímetros no fundo dos vasos, sendo estes perfurados e conectados a mangueiras coletoras. 112 Duas semanas após a semeadura foi realizado o desbaste, deixando-se duas plantas por 113 vaso, e iniciadas as irrigações com as soluções salinas com os seguintes valores de CEa: 0; 114 2,5; 5,0; 7,5; 10 e 12,5 dS m-1. As soluções foram preparadas a partir dos sais NaCl, 115 CaCl2.2H2O e MgSO4.7H2O, de modo a se obter proporção equivalente entre Na:Ca:Mg de 116 7:2:1 (AQUINO et al., 2007). 117 O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados dispostos em 118 esquema fatorial 10x6, considerando dez genótipos de sorgo forrageiro e água salina com seis 119 valores de condutividade elétrica (CEa), compostos por três repetições. 120 Para corrigir eventuais carências nutricionais do solo foram feitas aplicações de solução 121 nutritiva preparada a partir de valores recomendados por Novais et al. (1991) para 122 experimento em casa de vegetação. Foram utilizados 5,4; 4,4 e 4,5 g por vaso de NaH2PO4, 123 KH2PO4 e (NH4)2SO4, e 28; 31,5; 1,6; 67,5; 10,6; 3,0 e 4,0 mg por vaso de H3BO3, 124 CuSO4.5H2O, (NH4)6Mo7O24.4H2O, MnSO4.H2O, ZnSO4.7H2O, FeSO4.7H2O e Na2EDTA, 125 respectivamente. A quantidade de nutrientes foi parcelada em três aplicações a cada vinte 126 dias, iniciada após o desbaste. 44 127 As irrigações foram realizadas de forma a manter a umidade do solo próximo à 128 capacidade de campo e evitar o acúmulo de sais. Os vasos foram irrigados a cada dois dias, de 129 forma a manter uma fração de lixiviação de aproximadamente 15%. 130 Após 60 dias de estresse salino foram determinadas as trocas gasosas e os índices de 131 clorofila a e b, sendo posteriormente coletadas e congeladas em nitrogênio líquido as folhas 132 +3 das plantas para posterior análise dos teores de açúcares solúveis totais, açúcares 133 redutores, aminoácidos totais e proteínas solúveis. 134 As trocas gasosas foram avaliadas a partir do Analisador Portátil de Gás Infravermelho 135 (IRGA), modelo Li-6400, utilizando luz artificial fixada em 2500 µmol m-2 s-1. As variáveis 136 analisadas foram: taxa de fotossíntese (A), condutância estomática (gs), transpiração (E) e 137 temperatura foliar (Tf), eficiência instantânea do uso da água (A/E) e eficiência intrínseca do 138 uso da água(A/gs). Os índices de clorofila a e b foram determinados a partir de leituras 139 realizadas em três pontos da folha +3, utilizando o ClorofiLOG CFL 1030. 140 Para extração de solutos orgânicos foi realizada a maceração das folhas frescas na 141 presença de tampão fosfato (1,0 M) ajustado para pH 7,0. Em seguida o material foi 142 centrifugado a 2.000g, coletando-se o sobrenadante para as posteriores análises. 143 Os açúcares solúveis totais (AST) foram determinados de acordo com o método da 144 Antrona (YEMM; WILLIS, 1954) e os açúcares redutores (AR) quantificados a partir da 145 utilização do ácido 3,5 dinitrossalicílico (MILLER, 1959). As curvas padrões foram obtidas 146 com soluções de glicose, sendo posteriormente realizadas leituras em espectrofotômetro UV 147 nos comprimentos de onda de 620 e 540 nm para AST e AR, respectivamente. 148 Os aminoácidos livres totais (AA) foram determinados através do ensaio da ninhidrina 149 (YEMM; COCCKING, 1955), utilizando glicina como padrão de referência. As proteínas 150 solúveis (PRO) foram quantificadas a partir de curva padrão preparada com soluções de 151 Albumina Sérica Bovina (BSA), como descrito por Bradford (1976). As curvas foram 152 ajustadas a partir de leituras espectrofotométricas nos comprimentos de onda de 570 e 595 nm 153 para AA e PRO, respectivamente. 154 Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando o programa Sisvar 155 5.0 (FERREIRA, 2003). Para os casos em que o fator CEa foi significativo foram selecionados 156 modelos de regressão testados a 1% de probabilidade que apresentaram maior coeficiente de 157 determinação (R2). Para comparação entre os genótipos foi realizado o teste de Scott Knott a 158 5% de probabilidade. 45 RESULTADOS E DISCUSSÃO 159 160 Os resultados da análise de variância demonstraram que as variáveis não apresentaram 161 interação significativa entre os fatores (Tabela 2), o que possibilita uma análise independente 162 entre os genótipos e entre os níveis de salinidade (CEa). Nesse caso, foi observado que os 163 valores de CEa proporcionaram efeitos significativos sobre as trocas gasosas e os teores 164 foliares de solutos orgânicos, não influenciando os teores de clorofila a e b dos genótipos de 165 sorgo forrageiro. 166 Considerando as trocas gasosas entre os genótipos de sorgo forrageiro (Tabela 3), 167 verificou-se que não houve diferença nas taxas de fotossíntese apresentadas pelos mesmos, 168 com exceção de ‘F305’ que se mostrou inferior aos demais. 169 170 171 172 Tabela 2-Resultado da análise de variância (ANAVA) para trocas gasosas, teores de solutos orgânicos e índices de clorofila a e b entre genótipos, condutividade elétrica das soluções salinas (CEa) e interação genótipos X CEa.. Quadrado Médio A Genótipos 0,021 ** 6,01 Tf ** 0,49 A/E * 34,5 ns A/gs 35.414ns 1.506,9** 0,106** 30,27** 2,57** 128,4* 119.192** Genótipos X CEa 64,6ns 0,004ns 0,76ns 0,35ns 38,3ns 33.537ns Resíduo 73,9 0,005 1,27 0,21 38,9 33.874 C.V. (%) 34,7 58,5 41,5 1,45 60,6 72,7 AST AR PRO AA clorofila a clorofila b Genótipos 1.051,4* 6,67** 27,8** 6,61** 117,8** 59,5** CEa 1.785,6** 1,28ns 72,2* 41,1** 37,7ns 4,28ns Genótipos X CEa 577,1ns 2,38ns 8,7ns 2,52ns 22,6ns 7,93ns Resíduo 546,6 1,92 8,5 1,04 19,0 7,46 CEa 173 174 175 176 177 265,6 E gs ** CV (%) 62,6 44,8 45,4 41,0 16,1 28,4 A= taxa de fotossíntese; gs= condutância estomática; E= transpiração; Tf= temperatura foliar; A/E= eficiência instantânea do uso da água; A/gs= eficiência intrínseca do uso da água; AST=teores de açúcares solúveis totais; AR=açúcares redutores; PRO=proteínas solúveis; AA=aminoácidos totais. ** p<0,01; * p<0,05 e ns= não significativo. 178 As menores taxas de fotossíntese do genótipo F305 podem estar relacionadas a uma 179 limitação na abertura dos estômatos, evidenciada pela menor condutância estomática, o que 180 ocasionou menores perdas de água por transpiração. 181 O fechamento estomático é um mecanismo adaptativo das plantas para evitar perdas 182 excessivas de água principalmente sob condições de estresse. No entanto, ao interferir na 46 183 atividade fotossintética, limitando a entrada de CO2 pelo poro estomático, esse mecanismo 184 pode ocasionar redução na produção de fotoassimilados, refletindo no crescimento e 185 produtividade, como observado em culturas de sorgo sudão (FEIJÃO et al., 2011), bananeira- 186 prata (NEVES et al., 2002) e feijão-de-corda (NEVES et al., 2009). 187 188 Tabela 3-Trocas gasosas em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro. A gs -2 -1 E -2 -1 (µmol m s ) (mol m s ) 189 190 191 Tf -2 -1 (mmol m s ) (°C) A/E A/gs F305 16,0 b 0,061b 1,57 c 31,8 a 9,7 a 258,6 a BRS 655 27,8 a 0,158 a 3,41 a 31,5 b 8,8 a 202,2 a BRS 610 29,3 a 0,150 a 3,18 a 31,3 b 9,2 a 207,0 a Volumax 25,0 a 0,116 b 2,64 b 31,6 a 10,8 a 264,1 a 1.015.045 28,1 a 0,179 a 3,56 a 31,3 b 8,3 a 186,5 a 1.016.005 22,0 a 0,097 b 2,21 b 31,6 a 12,3 a 315,8 a 1.016.009 23,8 a 0,111 b 2,53 b 31,8 a 9,7 a 240,9 a 1.016.013 26,5 a 0,136 b 2,88 b 31,6 a 10,7 a 262,7 a 1.016.015 23,9 a 0,110 b 2,46 b 31,7 a 11,1 a 280,6 a 1.016.031 26,3 a 0,127 b 2,81 b 31,7 a 12,3 a 312 ,1 a A= taxa de fotossíntese; gs= condutância estomática; E= transpiração; Tf= temperatura foliar; A/E= eficiência instantânea do uso da água; A/gs= eficiência intrínseca do uso da água. Colunas de mesma letra não diferem entre os genótipos pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. 192 193 Porém, esse fato não foi observado em F305 provavelmente devido a sua maior área 194 foliar (dados não apresentados) que pode ter promovido um efeito compensatório na produção 195 de fotoassimilados, pela maior área destinada à fotossíntese. 196 Com exceção de F305, os valores médios de taxa de fotossíntese apresentados pelos 197 genótipos foram próximos ao comumente encontrados para sorgo forrageiro. Miranda et al. 198 (2013) observaram que as taxas de fotossíntese em sorgo forrageiro estiveram entre 25 e 35 199 µmol m2s-1, não havendo alterações significativas nesses valores após aplicação de soluções 200 salinas de 75 mM por três e sete dias. 201 Kakani et al. (2011) verificaram que plantas de sorgo granífero, quando não submetidas 202 a estresses ambientais, podem apresentar taxas de fotossínteses variando entre 35 e 45 µmol 203 m2s-1. Intervalo similar foi observado em trabalho de Xie e Su (2012) com folhas de sorgo 204 sacarino nos horários de maior pico de radiação, sem estresse evidente. 205 Os genótipos ‘BRS 655’, ‘BRS 610’ e ‘1.015.045’ apresentaram maiores valores de 206 condutância estomática, o que proporcionou maiores taxas de transpiração e 207 consequentemente menor temperatura foliar. No entanto, valores mais elevados da 47 208 condutância estomática desses genótipos não foram acompanhados por incremento 209 significativo nas taxas de fotossíntese. 210 Apesar de haver diferenças nos valores de A, gs e E entre genótipos, não foram 211 verificadas diferenças entre eles quanto às eficiências instantânea (A/E) e intrínseca (A/gs) do 212 uso da água. 213 Considerando o efeito da salinidade sobre as trocas gasosas, verificou-se a ocorrência de 214 reduções lineares na taxa de fotossíntese (A), condutância estomática (gs) e transpiração (E) 215 com o aumento da CEa (Figura 1). 216 217 218 219 220 Figura 1-Taxa de fotossíntese (A), condutância estomática (gs), transpiração (E), temperatura foliar (Tf), eficiência instantânea do uso da água (A/E) e eficiência intrínseca do uso da água (A/gs) em plantas de sorgo forrageiro após 60 dias de irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. **Regressão significativa a 1% de probabilidade. 0,3 0,25 40 gs (mol m-2 s-1) A(µmol CO2 m-2 s-1) 50 30 0,2 0,15 20 ŷ = -1,49x + 34,0 R² = 0,95** 10 0,1 0 0 0 2,5 5 7,5 10 0 12,5 5 33 4 Tf (ºC) E (mol H2O m-2 s-1) 2,5 5 7,5 10 12,5 7,5 10 12,5 7,5 10 34 6 3 2 ŷ = -0,21x + 4,0 R² = 0,94** 1 ŷ = 0,061x + 31,2 R² = 0,95** 32 31 30 0 0 2,5 5 7,5 10 0 12,5 2,5 5 400 16 320 A/gs 12 A/E ŷ = -0,01x + 0,20 R² = 0,93** 0,05 8 ŷ = 0,30x + 8,4 R² = 0,90** 4 240 160 ŷ = 13x + 172,2 R² = 0,92** 80 0 0 0 2,5 5 7,5 CEa (dS m-1 ) 10 12,5 0 2,5 5 12,5 CEa (dS m-1 ) 221 222 223 Segundo Silva et al. (2011) a exposição prolongada aos sais acarreta não somente 224 alterações no status hídrico das plantas, induzindo o fechamento estomático e 225 consequentemente a limitação na entrada de CO2, mas também, altas concentrações de íons 48 226 como o Na+ e Cl- tem sido apontadas como principais causadoras de danos às estruturas de 227 enzimas e membranas, interferindo diretamente na fotossíntese. 228 Reduções na condutância estomática, com consequente queda nas taxas de fotossíntese 229 e transpiração também foram verificadas em pinhão manso (SOUSA et al., 2012), videira 230 (VIANA et al., 2001), feijão (SOUZA et al. 2011). 231 Ainda na Figura 1, verificou-se que apesar de haver redução de A, gs e E com a 232 salinidade, houve um aumento gradativo nas eficiências instantânea (A/E) e intrínseca do uso 233 da água (A/gs) com o aumento da CEa, o que demonstra uma capacidade de adaptação ao 234 estresse salino para tentar manter uma taxa de fotossíntese favorável, mesmo em situações em 235 que há limitações na absorção de água. 236 Esse fato pode estar relacionado ao metabolismo C4 desenvolvido pelas plantas de sorgo 237 forrageiro, o que confere altas taxas de fotossíntese em condições onde há redução temporária 238 na disponibilização de CO2 com o fechamento estomático (TAIZ; ZEIGER, 2013). 239 Fernandes et al. (2010) afirmam que plantas que apresentam maior eficiência do uso da 240 água podem apresentar maior tolerância à salinidade não somente devido à maior regulação 241 das perdas de água, como também por haver o retardamento na acumulação de sais nas folhas 242 ao limitar o fluxo de sais para a parte aérea devido a menor taxa transpiratória. 243 Em relação aos índices de clorofila a e b, apenas foram verificadas diferenças entre 244 genótipos, demonstrando ser uma característica intrínseca dos mesmos e não relacionada com 245 o efeito de sais sobre as plantas (Figura 2). 246 Nesse caso, os genótipos ‘BRS 655’, ‘BRS 610’, ‘1.016.013’ e ‘1.016.031’ 247 apresentaram os maiores índices de clorofila a e b, enquanto que os menores valores foram 248 apresentados pelo genótipo ‘F305’, o qual obteve a menor taxa de fotossíntese. Essa relação 249 direta entre os teores de clorofila e atividade fotossintética foi constatada por Priori et al. 250 (2003). 251 Segundo Morais (2007), as clorofilas a e b formam complexos de clorofila-proteína, os 252 quais são importantes para regulação e organização dos fotossistemas, essenciais na produção 253 de energia química utilizada na síntese de fotoassimilados. 254 255 256 257 49 258 259 260 261 262 263 Figura 2- Índice de clorofila a e b em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro: ‘F305’ (G1), ‘BRS 655’ (G2), ‘BRS 610’ (G3), ‘Volumax’ (G4), ‘1.015.045’ (G5), ‘1.016.005’ (G6), ‘1.016.009’ (G7), ‘1.016.013’ (G8), ‘1.016.015’ (G9) e ‘1.016.031’(G10). Colunas de mesmas letras minúscula e maiúscula não diferem entre genótipos respectivamente para os índices de clorofila a e b, pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Índice de clorofila 35 clorofila a a 30 a b b 25 clorofila b b a a b b c 20 15 A 10 A C 5 B B G5 G6 Genótipos G7 B B A A B 0 G1 G2 G3 G4 G8 G9 G10 264 265 266 Como os índices de clorofila a e b não foram influenciados pelos níveis de salinidade 267 (Figura 3), pode-se pressupor a existência de um mecanismo adaptativo dessa espécie para 268 evitar a degradação desses pigmentos a partir do efeito de íons tóxicos como o Na+ e Cl-. 269 Jamil et al. (2007) afirmam que normalmente ocorre redução nos teores de clorofila em 270 plantas sensíveis à salinidade, enquanto que ocorre o inverso em plantas mais tolerantes. 271 Graciano et al. (2011) verificaram que houve incremento nos índices de clorofila de 272 folhas de amendoim com o aumento da salinidade, sendo relacionado como um mecanismo 273 compensatório para manter o crescimento e produção ao possibilitar o aumento da eficiência 274 fotossintética. 275 276 277 278 Figura 3- Índice de clorofila a e b em folhas de sorgo forrageiro submetidos à irrigação com águas salinas com diferentes valores de condutividade elétrica. Para regressão não significativa (p>0,05) adotou-se ŷ=ӯ. 15 ŷ=ӯ= 27,1 30 Índice de clorofila b Índice de clorofila a 35 25 20 9 6 3 0 15 0 279 280 281 ŷ =ӯ= 9,6 12 2,5 5 7,5 CEa(dS m-1 ) 10 12,5 0 2,5 5 7,5 CEa (dS m-1 ) 10 12,5 50 282 Com exceção dos açúcares solúveis totais (AST), os teores de solutos orgânicos nas 283 folhas variaram com o genótipo, independente dos níveis de salinidade (Tabela 4), 284 provavelmente associada à diferenciação genética dos mesmos. 285 Nesse caso, os teores de açúcares redutores (AR) dos genótipos ‘F305’, ‘Volumax’, 286 1.015.045’, ‘1.016.009’ e ‘1.016.015’ foram superiores aos demais, enquanto que os maiores 287 teores de aminoácidos foram verificados nos genótipos ‘BRS 610’, ‘1.015.045’, ‘1.016.005’, 288 ‘1.016.013’, ‘1.016.015’ e ‘1.016.031’. Já os genótipos ‘BRS 610’, ‘1.016.013’ e ‘1.016.031’ 289 foram os que apresentaram os maiores teores de proteínas totais. 290 291 Tabela 4- Solutos orgânicos em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro. AR AST AA PRO ------------------------------------mg g-1------------------------------F305 BRS 655 BRS 610 Volumax 1.015.045 1.016.005 1.016.009 1.016.013 1.016.015 1.016.031 292 293 8,0 a 4,1 b 5,5 b 8,3 a 6,8 a 6,2 b 7,0 a 6,0 b 6,7 a 5,4 b 57,5 a 30,5 a 32,5 a 37,1 a 31,8 a 36,3 a 38,8 a 39,0 a 34,2 a 35,6 a 2,1 b 2,6 b 3,4 a 2,7 b 3,4 a 3,4 a 2,8 b 4,0 a 3,4 a 3,9 a 2,7 b 2,9 b 3,4 a 2,5 b 2,2 b 2,9 b 3,1 b 4,0 a 2,9 b 4,1 a AR= açúcares redutores; AST= açúcares solúveis totais; AA= aminoácidos totais; PRO= proteínas solúveis. Colunas de mesma letra não diferem entre os genótipos pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. 294 295 Com o aumento da salinidade foi observado que houve aumento gradativo nos teores de 296 AST, AR e AA, independente do genótipo (Figura 4), não sendo verificadas alterações nos 297 teores de proteínas solúveis para essas mesmas condições. 298 Os incrementos observados foram de 106% para AR, 67% para AST e 129% para AA 299 quando comparou-se o maior nível de salinidade com o tratamento não salino. No entanto, 300 quando se observou os valores brutos dos teores desses solutos nas folhas, verificou-se o 301 predomínio de AST em relação aos demais. 302 Os teores mais elevados de AST corroboram com os resultados encontrados por 303 Lacerda et al. (2001) em genótipos de sorgo forrageiro expostos à salinidade, respaldando o 304 papel predominante dos açúcares solúveis no ajustamento osmótico de células foliares dessa 305 espécie. 51 Figura 4- Açúcares redutores, açúcares solúveis totais, aminoácidos totais e proteínas solúveis. **Regressão significativa a 1% de probabilidade. Para regressão não significativa (p>0,05) adotou-se ŷ=ӯ. 10 60 ŷ = 0,33x + 4,38 Açúcares totais (mg.g -1) Açúcares redutores (mg.g-1) 306 307 308 R² = 0,97** 8 6 4 2 30 20 10 0 2,5 5 7,5 10 0 12,5 2,5 5 7,5 10 12,5 5 6 ŷ = 0,24x + 1,65 5 Proteínas (mg.g -1) Aminoácidos (mg.g-1) R² = 0,50** 40 0 0 R² = 0,94** 4 3 2 1 ŷ=ӯ = 3,1 4 3 2 1 0 0 0 309 310 ŷ = 1,17x + 30,0 50 2,5 5 CEa 7,5 10 12,5 (dS m-1 ) 0 2,5 5 7,5 10 12,5 CEa (dS m-1) 311 Nesse caso, verifica-se que os açúcares não redutores provavelmente são os que 312 exercem maior função osmorreguladora, tendo em vista que os valores de AR fazem parte de 313 uma pequena parcela nos teores de AST. 314 O aumento dos teores de açúcares pode estar relacionado a diversos fatores. Bezerra et 315 al. (2003) afirmam que a atividade fotossintética é menos sensível ao estresse salino do que o 316 crescimento (BEZERRA et al., 2003), o que promove uma produção de fotoassimilados extra, 317 que não é prontamente utilizada pela planta e consequentemente se acumula como soluto 318 compatível. Paul e Foyer (2001) afirmam que também ocorre indução na quebra de 319 macromoléculas como o amido, devido à intensificação da atividade de amilases nas células 320 foliares, o que ocasiona a liberação de açúcares. 321 Apesar de apresentar um aumento percentual superior aos demais solutos orgânicos com 322 a salinidade, os acréscimos nos teores dos aminoácidos totais não foram suficientes para 323 representar seu papel na osmorregulação das células foliares como ocorreu com os açúcares 324 solúveis, o que demonstra que sua função pode estar mais relacionada com a proteção de 325 estruturas celulares (MUNNS, 2005). 52 326 O aumento dos teores foliares de aminoácidos com a salinidade também foram 327 verificados por Feijão et al. (2011) para sorgo sudão e por Lacerda et al. (2001) para dois 328 genótipos de sorgo forrageiro. 329 Por outro lado, o efeito da salinidade sobre os teores de proteínas solúveis em folhas de 330 sorgo forrageiro difere dos encontrados por Sadeghi e Shourijeh (2012), os quais observaram 331 acréscimos significativos com o aumento das concentrações das soluções salinas. 332 Essas diferenças podem estar relacionadas a características intrínsecas dos genótipos, 333 podendo ocasionar respostas diferenciadas entre os teores de açúcares, aminoácidos e 334 proteínas com o aumento da salinidade, como observado por Oliveira et al. (2006), 335 trabalhando com dez genótipos de sorgo forrageiro. 336 CONCLUSÕES 337 1. O aumento da salinidade influencia diretamente a redução na atividade fotossintética de 338 339 340 genótipos de sorgo forrageiro. 2. O aumento da eficiência do uso da água representa um dos mecanismos de adaptação às condições de estresse salino nos genótipos de sorgo forrageiro. 341 3. Os teores de clorofila em folhas de sorgo forrageiro não são afetados pela salinidade. 342 4. O acúmulo de açúcares solúveis, principalmente os não redutores, exercem papel 343 predominante na osmorregulação em folhas de sorgo forrageiro. 344 REFERÊNCIAS 345 AQUINO, A.J.S.; LACERDA, C.F.; GOMES-FILHO, E. Crescimento, partição de matéria 346 seca e retenção de Na+, K+ e Cl- em dois genótipos de sorgo irrigados com águas salinas. 347 Revista Brasileira de Ciência do Solo. v.31, n.5, p.961-971, 2007. 348 BERENGUER, M.J.; FACI, J.M. Sorghum (Sorghum bicolor L. Moench) yield compensation 349 processes under different plant densities and variable water supply. European Journal of 350 Agronomy. v.15, p.43-55, 2001. 351 BEZERRA, M.A. et al. Fotossíntese de plantas de cajueiro-anão precoce submetidas ao 352 estresse salino. Proceedings of the Interamerican Society for Tropical Horticulture, v.47, 353 n._, p.149-152, 2003. 354 BOSCO, M.R.O. et al. 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ARTIGO 3: 1 2 Acúmulo e distribuição de nutrientes em genótipos de sorgo forrageiro sob salinidade1 3 4 RESUMO – O controle na absorção e distribuição de íons Na+ e Cl- nos tecidos das plantas 5 está diretamente relacionado com o grau de tolerância das plantas à salinidade, podendo 6 minimizar possíveis distúrbios nutricionais devido a competição desses íons com elementos 7 como N, P, K, Ca, Mg e S. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da salinidade sobre o 8 acúmulo e distribuição de Na, Cl e macronutrientes em dez genótipos de sorgo forrageiro. O 9 experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na sede da Empresa Brasileira de 10 Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – Semiárido, em Petrolina – PE. Utilizou-se o 11 delineamento experimental em blocos casualizados dispostos em esquema fatorial 10x6, 12 considerando dez genótipos de sorgo forrageiro, seis níveis de salinidade e três repetições. 13 Após a colheita, as plantas foram separadas em folhas, colmos e raízes, colocadas para secar e 14 trituradas para posterior determinação dos elementos N, P, K, Ca, Mg, S, Na e Cl. Verificou- 15 se que o aumento da salinidade influenciou na redução da quantidade de macronutrientes 16 acumulada em folhas, colmos e raízes de sorgo forrageiro, estando diretamente relacionado 17 com as perdas de matéria seca e com efeito competitivo de íons Na+ e Cl- que se encontram 18 em excesso na solução do solo. 19 20 Palavras-chave: extração, estresse salino, sódio, cloro, macronutrientes. 21 22 INTRODUÇÃO 23 24 O semiárido brasileiro é caracterizado por apresentar predomínio de solos jovens e 25 pouco profundos em áreas que possuem elevadas taxas de evapotranspiração superando os 26 índices de precipitação. Essas condições favorecem o processo de salinização dos solos e 27 ainda limitam o armazenamento de água de boa qualidade devido aos altos teores de sais 28 acumulados (Medeiros et al., 2010). 29 Nessa região, a utilização de espécies tolerantes à salinidade torna-se viável, 30 principalmente quando se obtém rendimentos aceitáveis em áreas muitas vezes impróprias 31 para a implantação de diversas culturas. 1Artigo nas normas da revista Journal of Soil Science and Plant Nutrition 57 32 A salinidade afeta o crescimento e produtividade das plantas devido a seus efeitos 33 osmóticos, tóxicos e nutricionais. O estresse osmótico está relacionado com a dificuldade das 34 plantas em absorver água; com o acúmulo de íons tóxicos como o Na+ e Cl- que causam uma 35 série de problemas ao metabolismo (Munns, 2005). 36 O excesso de íons como Na+ e Cl-, ainda proporcionam desequilíbrios nutricionais ao 37 interferir na absorção de nutrientes essenciais à planta (Parida e Das, 2005), além de haver 38 alterações estruturais na membrana e inibição da atividade de várias enzimas que participam 39 do transporte e assimilação desses nutrientes (Mansour e Salama, 2004). 40 O mecanismo de absorção e o modelo de acumulação de íons em diferentes órgãos da 41 planta são processos de significativa importância na distinção entre genótipos sensíveis e 42 tolerantes à salinidade (Ashraf e Ahmad, 2000), pois podem representar uma adaptação das 43 plantas para minimizar o efeito tóxico dos íons Na+ e Cl- (Tavakkoli et al., 2012) e evitar 44 eventuais carências nutricionais devido ao efeito antagônico de NaCl sobre elementos como 45 N, P, K, Ca, Mg e S (Farias et al. 2009). 46 O sorgo [Sorghum bicolor (L) Moench.] é considerado uma cultura moderadamente 47 tolerante à salinidade que vem sendo amplamente produzida em todo o mundo (Sadeghi e 48 Shourijeh, 2012). Devido ao seu alto potencial de produção em regiões secas e que 49 apresentam problemas com salinidade, vários estudos vem sendo desenvolvidos para seleção 50 de genótipos mais tolerantes a salinidade, bem como para identificação dos mecanismos 51 desenvolvidos por esses genótipos para adaptar-se a essas condições. 52 Considerando, que o controle na absorção e distribuição de íons Na+ e Cl- nos tecidos 53 das plantas é um dos mecanismos mais eficientes desenvolvidos por plantas tolerantes a 54 salinidade, minimizando distúrbios nutricionais, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito 55 da salinidade sobre o acúmulo e distribuição de Na+, Cl- e macronutrientes em dez genótipos 56 de sorgo forrageiro. 57 58 MATERIAL E MÉTODOS 59 60 O experimento foi realizado em casa de vegetação, localizado no município de Petrolina 61 – PE (9º9’ S; 40º22’ W). Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é tropical 62 Semiárido, tipo BshW, caracterizado por escassez e irregularidade das precipitações. 63 O delineamento experimental foi em blocos casualizados dispostos em esquema fatorial 64 10x6, considerando dez genótipos de sorgo forrageiro e água salina com seis valores de 58 65 condutividade elétrica (CEa), utilizando três repetições. Os genótipos avaliados foram ‘F305’, 66 ‘BRS 655’, ‘BRS 610’, ‘Volumax’, ‘1.015.045’, ‘1.016.005’, ‘1.016.009’, ‘1.016.013’, 67 ‘1.016.015’ e ‘1.016.031’, pertencentes ao banco de germoplasma da Embrapa Milho e Sorgo. 68 Os vasos foram preenchidos com uma camada de brita e completado com solo 69 caracterizado como ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, de textura média, 70 coletado na profundidade de 0 a 20 cm (Tabela 1). (Tabela 1) 71 72 A semeadura foi realizada colocando-se cinco sementes por vaso, a dois centímetros 73 de profundidade. Após quatorze dias, foi realizado o desbaste, deixando-se duas plantas por 74 vaso, e iniciadas as irrigações com as soluções salinas com os seguintes valores de CEa: 0; 75 2,5; 5,0; 7,5; 10 e 12,5 dS m-1. 76 77 As soluções foram preparadas a partir dos sais NaCl, CaCl2.2H2O e MgSO4.7H2O, de modo a se obter proporção equivalente entre Na:Ca:Mg de 7:2:1 (Aquino et al., 2007). 78 Para evitar possíveis problemas com deficiência nutricional foram feitas aplicações de 79 solução nutritiva preparada a partir de valores recomendados por Novais et al. (1991) para 80 experimento em casa de vegetação. Foram utilizados 5,4; 4,4 e 4,5 g por vaso de NaH2PO4, 81 KH2PO4 e (NH4)2SO4, e 28; 31,5; 1,6; 67,5; 10,6; 3,0 e 4,0 mg por vaso de H3BO3, 82 CuSO4.5H2O, (NH4)6Mo7O24.4H2O, MnSO4.H2O, ZnSO4.7H2O, FeSO4.7H2O e Na2EDTA, 83 respectivamente. A quantidade de nutrientes foi parcelada em três aplicações a cada vinte 84 dias, iniciada após o desbaste. 85 As irrigações foram realizadas de forma a manter a umidade do solo próximo à 86 capacidade de campo e evitar o acúmulo de sais. Para isso, os vasos foram irrigados a cada 87 dois dias, mantendo-se uma fração de lixiviação de aproximadamente 15%. 88 Aos 60 dias após o início das aplicações das soluções salinas iniciou-se a retirada das 89 plantas à medida que atingiam o ponto de colheita, correspondente ao momento em que os 90 grãos da porção central da panícula adquiriam aspecto pastoso a farináceo. A colheita durou 91 um período de dez dias. 92 Após a colheita, as plantas foram separadas em folhas, colmos e raízes.e colocadas 93 para secar em estufa à 60ºC por 72 horas, sendo posteriormente pesadas para determinação da 94 massa seca. 95 determinação dos teores de macronutrientes, Na e Cl. Em seguida as partes vegetais foram trituradas em moinho para posterior 96 Para determinação dos teores de P, K, Ca, Mg, S e Na, 0.5 g de do material seco e 97 triturado foi submetido à digestão nítrico-perclórica, sendo K e Na determinados 59 98 posteriormente por fotometria de chama, Ca e Mg por espectrofotometria de absorção 99 atômica; S por turbidimetria do sulfato e P por espectrofotometria UV-VIS (EMBRAPA, 100 1997). Para determinação de N, amostras foram submetidas à digestão sulfúrica e posterior 101 quantificação pelo método de Kjeldahl (Miazawa et al., 2009). Os teores de Cl- foram 102 determinados após extração em água e titulação com AgNO3, na presença do indicador 103 K2Cr2O7 (Malavolta et al., 1989). 104 105 O acúmulo desses minerais em folhas, colmos e raízes foi determinado a partir do produto entre os teores dos elementos e a massa seca correspondente a cada parte da planta. 106 Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) utilizando o 107 programa Sisvar 5.0. Para as situações em que houve interação significativa entre genótipos e 108 níveis de salinidade foi realizado o desdobramento das variáveis dentro de cada fator, caso 109 contrário, considerou-se o efeito independente dos fatores para as variáveis estudadas. 110 Para comparação entre os níveis de salinidade foram avaliados modelos de regressão 111 de primeiro e segundo grau quando significativos ao nível de 1% ou 5% de probabilidade. O 112 teste de Tukey, a 5% de probabilidade, foi adotado para os casos de regressões não 113 significativas (p>0,05). Para comparação entre os genótipos foi realizado o teste de Scott 114 Knott a 5% de probabilidade. 115 116 RESULTADOS E DISCUSSÃO 117 118 Verificou-se com a análise de variância (Tabela 2) que não houve interação entre os 119 fatores para o acúmulo de N, P e K nas folhas, para todos os macronutrientes no colmo, e para 120 N, P e Ca nas raízes. Nesses casos, as diferenças entre genótipos e entre os níveis de 121 salinidade foram avaliados de forma independente. 122 (Tabela 2) 123 Para Ca, Mg e S nas folhas, K, Mg e S nas raízes (Tabela 2) e para o acúmulo Na e 124 Cl nas três partes da planta (Tabela 3) foi observado que houve efeito diferenciado entre os 125 níveis de salinidade para cada genótipo avaliado. 126 (Tabela 3) 127 Considerando o acúmulo dos elementos N, P, K, Ca, Mg e S nos colmos, folhas e 128 raízes dos genótipos de sorgo forrageiro (Tabela 4), verificou-se que o padrão de distribuição 129 dos nutrientes nesses orgãos foi diferenciado entre os genótipos, no entanto, os resultados 60 130 refletem a quantidade de nutrientes extraídos na seguinte ordem K>N>Ca>P>Mg>S, similar 131 ao encontrado por Pitta et al. (2001) e Fribourg et al. (1976). 132 Comparando o acúmulo dos macronutrientes entre os dez genótipos, independente 133 dos níveis de salinidade (Tabela 4), foi verificado que ‘BRS 655’, ‘BRS 610’ e ‘1.016.031’ 134 estão entre os genótipos que apresentaram simultaneamente os menores valores de N, P e K 135 nas folhas, enquanto que o mesmo ocorreu para os valores de N, P e Ca nas raízes de 136 ‘1.016.031’. Para esse último, o acúmulo de N foi inferior a todos os genótipos. 137 Nos colmos, com exceção de P, foram verificadas diferenças significativas entre os 138 genótipos quanto ao acúmulo de macronutrientes. Nesse caso, ‘F305’ e ‘1.016.015’ 139 apresentaram valores iguais ou superiores aos demais genótipos em todos os elementos, 140 enquanto que ‘BRS 655’ e ‘BRS 610’ apresentaram os menores resultados. 141 Essas diferenças verificadas no acúmulo de nutrientes em colmos, folhas e raízes dos 142 genótipos de sorgo forrageiro podem estar relacionadas com a diversidade genética dos 143 mesmos, os quais refletem na suas características bromatológicas (Santos et al., 2013) e 144 consequentemente nas suas exigências nutricionais. 145 Em relação ao efeito da salinidade sobre o acúmulo de macronutrientes nos colmos, 146 independente do genótipo (Figura 1), verificou-se que N foi o único elemento que não foi 147 afetado com o aumento dos valores CEa nesse órgão, enquanto que P, K, Ca e S apresentaram 148 decréscimos lineares com o aumento nos níveis de salinidade. (Figura 1) 149 150 Decréscimos na acumulação de nutrientes nas diversas partes da planta tem sido 151 justificadas pelo efeito do excesso de NaCl no meio, que competem pelos sítios de absorção 152 nas raízes (Marschner,1995), como ocorreu com N, P, K e Ca em plantas de feijoeiro (Neves 153 et al. 2009), N, P, K, Ca, Mg e S em gliricídia (Farias et al., 2009), P, K, Ca e Mg em milho 154 (Sousa et al., 2010). 155 Farias et al. (2009) ainda afirmam que a redução do acúmulo de nutrientes também 156 correlaciona-se com o efeito depressivo da salinidade sobre a produção de massa seca das 157 plantas, sendo a principal causa nos decrécismos de N e S em plantas de gliricídia. 158 Como a quantidade de N acumulada nos colmos das plantas de sorgo forrageiro não 159 foi afetada pela salinidade, pressupõe-se a existência de mecanismos que realizam a 160 manutenção no acúmulo de N nesse órgão, como sugerido por Cruz et al. (2006) em 161 maracujazeiro-amarelo sob estresse salino. 61 162 Já o acúmulo de Mg nos colmos foi representado por regressão de segundo grau 163 (Figura 1), onde ocorreu um aumento significativo do mesmo com a elevação da CEa até 5,7 164 dS m-1, e posterior decréscimo com o incremento da salinidade. Esse fato, pode estar 165 relacionado com a presença de Mg nas soluções salinas, que em níveis mais baixos de 166 salinidade possibilitou maior absorção desse elemento já que a solução nutritiva aplicada não 167 apresentava Mg em sua composição. Por outro lado, os descrécimos no acúmulo de Mg foram 168 devidos aos efeitos do estresse salino mais severo, assim como ocorreu com os demais 169 nutrientes. 170 Com o aumento da salinidade, os acúmulos de N, P e K nas folhas (Figura 2) e N, P e 171 Ca nas raízes (Figura 3) sofreram decréscimos. Para N, reduções nas folhas e raízes foram 172 lineares, no entanto, os decréscimos foram mais acentuados nas raízes. (Figuras 2 e 3) 173 174 A redução na absorção de N pode ter sido afetada pela competição de NH4+ 175 fornecido na solução nutritiva com íons Na+, apesar de Zonghua et al. (2011) afirmarem que a 176 absorção de N na forma de NH4+ contribui para melhores respostas ao estresse salino devido à 177 maior economia de energia durante sua assimilação quando comparada a forma nítrica. No 178 entanto, pelas boas condições de drenagem do solo ainda é possível pressupor a ocorrência da 179 oxidação de NH4+ (Cantarella, 2007), formando NO3-, que por sua vez, também compete com 180 o Cl- em excesso na solução do solo. 181 As reduções de N nas raízes provavelmente tiveram maior relação com os 182 decréscimos em massa seca desse órgão, os quais foram mais acentuados que a parte aérea 183 (dados não apresentados), concordando com os resultados observados por Farias et al. (2009). 184 Decréscimos na acumulação de P em folhas, colmos e raízes tem demonstrado a 185 influência da salinidade sobre a absorção desse nutriente. Lacerda et al. (2006) observaram 186 que o sorgo quando cultivado sob salinidade aplicando-se doses crescentes de P foi menos 187 exigente nesse nutriente, sendo que as doses mais elevadas de P podem ter contribuído de 188 alguma forma na inibição do crescimento das plantas. 189 Em relação ao K+ acumulado nas folhas, os decréscimos ocorridos com o aumento da 190 salinidade tem sido relacionados principalmente ao efeito antagônico existente entre esse íon 191 e o Na+ (Fernandes et al., 2002). Nesse caso, a redução da quantidade de K+ nas células é um 192 fator agravante do estresse salino devido a sua elevada participação na regulação do potencial 193 osmótico, necessária à absorção de água nessas circunstâncias (Marschner,1995). 62 194 O acúmulo de Ca nas folhas foi diferenciado entre genótipos para cada nível de 195 salinidade (Tabela 6). Para ‘F305’, ‘1.016.005’, ‘1.016.013’ e ‘1.016.015’, a quantidade de 196 Ca acumulada nas folhas com o aumento da salinidade foi representada por regressões de 197 segundo grau, demonstrando acréscimos até os valores de CEa de 7,3; 6,5; 5,8 e 4,8 dS m-1, 198 respectivamente. Acima desses valores de CEa houve decréscimos provavelmente 199 ocasionados pelos efeitos mais severos do estresse salino. Já os demais genótipos 200 apresentaram pouca ou nenhuma diferença significativa entre os níveis de salinidade. (Tabela 5) 201 202 Os acrécismos de Ca em folhas de alguns genótipos até certo nível de salinidade 203 podem ser explicados pela contribuição desse elemento na água salina para a nutrição das 204 plantas. Tem-se verificado que a maior acumulação de Ca pode contribuir na tolerância ao 205 estresse salino, devido ao seu papel na manutenção da integridade das membranas, haja vista 206 a importância da seletividade das membranas nos processos de absorção e compartimentação 207 iônica (Azevedo Neto e Tabosa, 2000). 208 Em relação ao Mg acumulado nas folhas (Tabela 5), foi observada elevada variação 209 nesses valores, o que não resultou em diferenças significativas entre os níveis de salinidade 210 para cada genótipo, exceto ‘F305’. Este último apresentou características semelhantes ao Ca, 211 havendo máxima acumulação de Mg em 2,7 dS m-1, o que demonstra que o aumento da 212 salinidade afetou de forma mais intensa a absorção e acumulação de Mg do que Ca nas folhas 213 desse genótipo. 214 Esse fato pode estar relacionado à maior concentração de Ca em relação ao Mg na 215 água salina, os quais possibilitam maior disponibilização de Ca às plantas quando comparado 216 ao Mg (Meurer, 2006). 217 Ainda nas folhas, o acúmulo de S foi diferenciado entre os níveis de salinidade 218 apenas para ‘F305’ e ‘1.016.015’. Nas raízes, devido aos altos valores de C.V. obtidos a partir 219 da análise de K acumulado nesse órgão, não foi possível observar diferenças significativas 220 entre os níveis de salinidade para a maioria dos genótipos (Tabela 6). No entanto, para ‘F305’, 221 ‘1.016.009’, ‘1.016.015’ e ‘1.016.031’ foram verificados decréscimos no acúmulo K com o 222 aumento da CEa, ocorrendo de forma linear para os três primeiros genótipos e seguindo 223 modelo polinomial de 2º grau para este último. 224 (Tabela 6) 225 Esse fato pode ser explicado pela influência direta do aumento da concentração de 226 Na no meio radicular, o qual pode inibir o influxo de K nas células das raízes e/ou promover o 63 227 efluxo citossólico de K, induzido por canais no plasmalema ou pelo aumento da fluidez da 228 membrana devido à redução de Ca (Azevedo Neto e Tabosa, 2000). 229 Devido aos altos valores de C.V., não foi possível verificar diferenças significativas 230 na quantidade de Mg acumulada nas raízes para a maioria dos genótipos, com exceção de 231 ‘BRS 655’ e ‘1.016.009’ que apresentaram redução com o aumento da salinidade. Para 232 ‘F305’, ‘1.015.045’, ‘1.016.009’ e ‘1.016.013’, também foram observadas reduções de S nas 233 raízes com o aumento da salinidade. 234 Como mencionado anteriormente, o efeito da competição dos íons Na+ e Cl- foi o que 235 provavelmente contribuiu para a redução no acúmulo dos macronutrientes nas folhas, colmos 236 e raízes das plantas de sorgo forrageiro, o que pode ser confirmado pelos acréscimos 237 consideráveis desses íons nos órgãos das plantas com o aumento da salinidade (Tabelas 8 e 9). 238 No geral, a quantidade de Na+ acumulada nas folhas, colmo e raízes foi crescente, 239 apresentando característica linear em folhas de ‘Volumax’ e ‘1.016.015’, e nos colmos de 240 ‘F305’, ‘Volumax’, ‘1.015.045’ e ‘1.016.005’, enquanto que nos colmos de ‘1.016.013’ e em 241 raízes de ‘Volumax’ (Tabela 7) o acúmulo de Na+ foi crescente até os níveis de CEa de 9,0 e 242 6,1 dS m-1, respectivamente, decrescendo a partir disso com o aumento da CEa. (Tabela 7) 243 244 Observou-se que comparado à quantidade de Na+ nas raízes e colmos, o acúmulo de 245 Na+ nas folhas foi inferior, o que pode representar um mecanismo de adaptação dessas plantas 246 para evitar o efeito tóxico do Na+ diretamente sobre atividades metabólicas nesse órgão. Esse 247 fato foi também observado para sorgo (Trindade et al., 2006), para milho (Azevedo Neto e 248 Tabosa, 2000) e gliricídia (Farias et al., 2009). 249 Tavakkoli et al. (2012) afirmam que os mecanismos desenvolvidos para minimizar 250 os efeitos tóxicos de Na+ sobre as plantas são os que mais contribuem no grau de tolerância à 251 salinidade; e envolvem o controle na absorção desse íon, seu bloqueio no carregamento do 252 xilema, extrusão a partir da raiz e compartimentação intracelular de Na+ nos vacúolos. 253 Em relação ao Cl- acumulado em folhas, colmos e raízes, apesar de não serem 254 observadas diferenças significativas entre níveis de salinidade para vários genótipos, 255 justificados pelos altos valores de C.V., foi verificada uma tendência de aumento desse 256 elemento nas diversas partes da planta, sendo suas quantidades muito superiores às 257 encontradas para Na+ (Tabela 8). 258 (Tabela 8) 64 259 Esse fato está relacionado a característica de Cl- como ânion livre na planta, o que 260 lhe confere mobilidade e transporte elevados (Marschner, 1995). Além disso, o Cl- apresenta 261 menor afinidade para ser retido ou adsorvido pelas partículas do solo, o que possibilita sua 262 maior absorção pelas plantas (Dias e Blanco, 2010). 263 264 CONCLUSÕES 265 266 A salinidade influencia na redução da quantidade de macronutrientes acumulada em 267 folhas, colmos e raízes de sorgo forrageiro, estando diretamente relacionado com as perdas de 268 matéria seca e com efeito competitivo de íons Na+ e Cl- que se encontram em excesso na 269 solução do solo. 270 271 REFERÊNCIAS 272 273 Ashraf, M., Ahmad, S. 2000. Influence of sodium on ion accumulation, yield components and 274 fiber characteristics in salt-tolerant and salt-sensitive lines of cotton (Gossypium hirsutum 275 L.). Field Crops Research, Oxford 66, 115-127. 276 Aquino, A.J.S., Lacerda, C.F., Gomes-Filho, E. 2007. Crescimento, partição de matéria seca e 277 retenção de Na+, K+ e Cl- em dois genótipos de sorgo irrigados com águas salinas. 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The combined effects of salinity 349 and nitrogen forms on Catharanthus roseus:The role of internal ammonium and free amino 350 acids during salt stress, Journal of Plant Nutrition and Soil Science 174, 135-144. 351 352 353 354 67 355 Tabela 1. Características químicas e físicas do solo utilizado para o cultivo de genótipos 356 de sorgo forrageiro sob salinidade. M.O. pH H2O -1 dS m 4,14 5,7 0,74 1,4 V Cu Fe 362 363 364 365 366 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 mg dm % 7,2 61 Mg+2 Na+ Al+3 T -------------------------------cmolc dm ----------------------------1,9 0,03 0,28 0,05 5,92 Mn Zn Areia Silte Argila -3 -------------------mg dm -----------------0,3 K+ -3 (1:2,5) -3 361 Ca+2 -1 g kg P 357 358 359 360 CEes 23,2 19,6 1,0 -1 -----------g kg ------------846,4 135,1 17,9 CEES= condutividade elétrica do extrato de saturação; M.O.= matéria orgânica; P= fósforo disponível extraído por Mehlich-1; Ca2+= cálcio trocável; Mg2+= magnésio trocável; Na+= sódio trocável; K+= potássio trocável; Al+3= Alumínio trocável; T= capacidade de troca de cátions à pH 7,0; V=saturação por bases; Fe=ferro disponível; Mn= manganês disponível; Cu= cobre disponível; Zn= zinco disponível. Micronutrientes extraídos com Mehlich-1. 68 377 Tabela 2. Análise de variância (ANAVA) entre genótipos, condutividade elétrica (CEa) 378 das soluções salinas e interação genótiposXCEa para acúmulo dos macronutrientes nas 379 folhas, colmos e raízes de sorgo forrageiro. Fatores de Variação -------------------------------------- Quadrado Médio -------------------------------N P K Ca Mg S ------------------------------------------------ folhas ----------------------------------------------Genótipos 4,17** 1821,6** 31534,1** 13529** 21891,7** 190,66** C.E. 2,33** 5884,0** 7894,5** 4249,5** 4748,3** 49,39ns Genótipos X CEa 0,25ns 225,4ns 2155,6ns 1701,7** 1273,3** 35,41* Resíduo 0,28 179,5 1620,2 844,4 423,7 23,68 C.V. (%) 60,7 35,5 35,5 37,3 51,9 50,6 ------------------------------------------------ colmo ----------------------------------------------Genótipos 24,2** 364,7ns 19526** 10030** 1187** 606,3** C.E. 39,4ns 19816** 275518** 4489** 3164** 1301,5** Genótipos X CEa 9,83ns 280,3ns 9118ns 797,4ns 203,1ns 161,0ns Resíduo 7,9 299,1 6780,3 722,5 154,6 174,6 C.V. (%) 69,6 33,1 40,6 45,4 42,3 55,4 ----------------------------------------------- raízes ------------------------------------------------ 380 381 382 383 384 385 386 387 388 389 390 391 392 393 Genótipos 297** 4544,3** 254084** 8874,1** 531,32** 1609,7* C.E. 1060** 9566,2** 216816** 6856,0** 791,87** 4532,2** Genótipos X CEa 119,4ns 1039,3ns 35328* 1396,4ns 274,07* 1017,9* Resíduo 102,8 893,7 22532 1271,5 173,13 649 C.V. (%) 81,3 93,1 86,31 54,1 74,6 94,3 **= p<0,01, *= p<0,05 e ns= não significativo. 69 394 Tabela 3. Análise de variância (ANOVA) entre genótipos, condutividade elétrica (CEa) 395 das soluções salinas e interação genótiposXCEa para acúmulo de Na e Cl nas folhas, 396 colmos e raízes de sorgo forrageiro. Fatores de Variação 397 398 399 400 401 402 403 404 405 406 407 408 409 410 411 412 413 414 415 416 417 418 419 Quadrado Médio ----------------- Na --------------folhas ** colmo ------------------- Cl ------------------- raízes ** folhas ** colmo ** raízes ** 49.454,2* Genótipos 6.011,4 C.E. 42.676,4** 16.939,2** 36.653,8** 443.464,2** 869.046,9** 175.579,7** Genótipos X CEa 2.200,3** 65.784,0** 27.143,4* 22.967,2* 58.129,7* 59.071,7* Resíduo 610,0 1.912,8 4.790,2 13,417,7 27.368,2 14.443,1 C.V. (%) 44,5 33,4 56,7 46,4 41,2 51,9 70.064,8 **= p<0,01, *= p<0,05 e ns= não significativo. 118.646,0 178.484,4 169.755,1 70 420 Tabela 4. Acúmulo de macronutrientes (mg) nos colmos, de N, P e K nas folhas e N, P e 421 Ca nas raízes de dez genótipos de sorgo forrageiro, independente dos níveis de salinidade 422 avaliados. F305 BRS 655 BRS 610 Volumax 1.015.045 1.016.005 1.016.009 1.016.013 1.016.015 1.016.031 F305 BRS 655 BRS 610 Volumax 1.015.045 1.016.005 1.016.009 1.016.013 1.016.015 1.016.031 423 424 425 426 427 428 429 ------------- N ------------- -------------- P ------------- ------------- K ------------- folhas folhas folhas colmos raízes colmos raízes colmos Raízes* 134,2 a 142,4 a 142,6 a 90,8 b 74,3 b 76,2 b 67,4 b 74,9 b 75,3 b 107,9 a 121,2 a 128,6 b 92,4 b 97,3 b 106,1 b 117,1 a 121,5 a 76,1 b 99,9 b 92,6 b 107,7 b 89,9 b 116,4 a 97,5 b 108,1 a 125,3 a 83 b 81,2 b 113,3 a 58,5 c ------------- Ca ------------- 36,7 c 55,5 a 69,4 a 27,7 c 50,1 a 17,4 c 20,1 d 42,9 a 19,6 c 31,2 c 53,7 a 43,6 b 41,6 b 50,1 a 36,0 b 43,8 b 55,7 a 21,5 c 50,3 a 49,8 a 32,9 b 43,0 b 59,6 a 23,1 c 51,3 a 53,2 a 37,2 b 31,9 c 51,6 a 20,3 c ------------- Mg ------------- 134,1 b 216,1 a 158,2 54,9 d 134,1 b 34,7 84,8 c 183,8 b 63,1 191,7 a 207,2 a 61,7 113,3 b 217,3 a 90,5 129,1 b 254,1 a 65,6 132,4 b 178,7 b 140,6 108,2 b 207,8 a 150,0 134,9 b 233,7 a 442,0 51,2 d 193,9 b 205,5 ------------- S ------------- folhas* colmos 111,3 75,6 a 39,5 29,3 c 49,7 30,0 c 104,0 45,4 b 70,7 59,7 b 85,4 84,0 a 94,6 42,6 b 86,2 47,2 b 101,2 90,5 a 36,7 87,4 a folhas* colmos raízes* 136,2 41,6 a 27,0 19,5 19,4 b 21,5 19,4 17,4 b 11,8 41,2 36,4 a 21,3 29,8 25,5 b 16,3 32,1 28,1 b 15,7 37,7 23,1 b 24,1 26,7 31,0 a 11,9 36,2 38,2 a 12,9 18,3 33,3 a 14,0 folhas* 13,5 4,1 6,5 12,0 9,6 10,1 10,7 8,7 14,5 6,6 raízes 95,6 a 63,3 b 41,1 c 99,5 a 83,8 a 68,2 b 67,9 b 36,4 c 61,3 b 41,7 c colmos 28,1 a 13,8 b 15,8 b 28,1 a 22,2 b 31,2 a 23,1 b 29,0 a 26,6 a 20,8 b Colunas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott Knott à 5% de probabilidade. *Interação genótiposXCEa significativa. raízes* 21,1 18,8 17,1 47,1 31,4 22,6 37,6 28,7 25,5 20,1 71 150 80 60 90 Ca (mg) N (mg) 120 60 0 0 2,5 5 7,5 10 0 12,5 100 50 80 40 Mg (mg) P (mg) 0 60 40 ŷ = -5,48x + 86,5 R² = 0,99** 20 0 2,5 5 7,5 10 2,5 5 7,5 10 12,5 7,5 10 12,5 7,5 10 12,5 30 20 ŷ = -0,44x2 +4,98x + 23,5 R² = 0,60** 10 0 0 12,5 0 2,5 5 40 350 300 30 S (mg) 250 K (mg) ŷ = -2,35x + 73,8 R² = 0,81** 20 ŷ=ȳ 30 40 200 150 ŷ = - 20,2x + 328,9 R² = 0,97** 100 50 20 ŷ = -1,27x + 31,8 R² = 0,81** 10 0 0 0 2,5 5 CEa(dS 430 7,5 m-1) 10 12,5 0 2,5 5 CEa(dS m-1) 431 Figura 1. Acúmulo de macronutrientes nos colmos de sorgo forrageiro irrigados com águas 432 de diferentes níveis de salinidade. **; * regressões significativas a 1 e 5% de probabilidade, 433 respectivamente. 434 435 436 437 72 80 50 60 ŷ = -2,33x + 106,3 R² = 0,69* 40 20 150 120 K (mg) 60 P (mg) 70 100 N (mg) 120 40 30 ŷ = -2,97x + 56,3 R² = 0,99** 20 0 2,5 5 CEa(dS 438 7,5 m-1) 10 12,5 60 ŷ = -2,79x + 130,9 R² = 0,65** 30 10 0 90 0 0 0 2,5 5 7,5 CEa(dS m-1) 10 12,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 CEa(dS m-1) 439 Figura 2. Acúmulo de N, P e K em folhas de sorgo forrageiro irrigados com águas de 440 diferentes níveis de salinidade. **; * regressões significativas a 1 e 5% de probabilidade, 441 respectivamente. 442 443 444 445 446 447 448 449 450 451 452 453 454 455 456 457 458 459 460 461 462 73 250 ŷ = -13,1x + 197,0 R² = 0,92* 80 100 Ca (mg) 150 40 30 20 50 ŷ = -0,30x2 -7,35+ 61,1 R² = 0,99** 10 0 2,5 5 7,5 CEa(dS m-1) 10 12,5 60 40 ŷ = -3,15x + 85,6 R² = 0,95** 20 0 0 0 463 100 60 50 P (mg) N (mg) 200 70 0 2,5 5 7,5 CEa(dS m-1) 10 12,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 CEa(dS m-1) 464 Figura 3. Acúmulo de N, P e Ca em raízes de sorgo forrageiro irrigados com águas de 465 diferentes níveis de salinidade. **; * regressões significativas a 1 e 5% de probabilidade, 466 respectivamente. 467 468 469 470 471 472 473 474 475 476 477 478 479 480 481 482 483 484 485 74 486 Tabela 5. Acúmulo de Ca, Mg e S em folhas de dez genótipos de sorgo forrageiro 487 irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. --------------------------------dS m-1----------------------------0 2,5 5 7,5 10 12,5 equação de regressão R2 --------------------------------------------------------- Ca (mg) -------------------------------------------------------------F305 84,9 A 98,9 A 107,6 B 149,8 A 131,6 A 94,8 A ŷ= -1,03x2+15,1x+76,2 0,68* BRS 655 46,1 aA 37,8 aB 42,8 aC 53,8 aB 29,7 aC 26,7 aB ŷ= ȳ -- BRS 610 43,8 aA 69,3 aB 50,5 aC 41,7 aB 46,4 aC Volumax 74,2 bA 102,4 abA 119,5 abB 93,1 abA 1.015.045 57,4 aA 87,8 aA 1.016.005 55,3 A 1.016.009 80,4 aA 119,3 aA 1.016.013 61,8 A 77,0 B 102,2 A 80,5 aC 72,6 aB 116,1 B 120,5 A 86,5 aC 61,6 aB 114,0 B 121,0 A 46,9 aB ŷ= ȳ -- 145,4 aA 89,7 abA ŷ= ȳ -- 62,6 aC ŷ= ȳ -- 81,7 B 63,5 aB 61,6 B 127,6 aA 92,4 aA 37,1 C 81,1 A 2 ŷ= -1,48x +19,2x+50,8 0,87** ŷ= ȳ -- 2 0,32* 2 ŷ= -1,04x +12,0x+71,0 1.016.015 87,7 A 138,9 A 171,8 A 82,4 B 92,8 B 33,7 B ŷ= -1,83x +17,2x+98,6 0,73** 1.016.031 33,9 aA 37,2 aB 34,1 aC 31,4 aB 29,8 aC 63,7 aB ŷ= ȳ -- -------------------------------------------------------- Mg (mg) -----------------------------------------------------------F305 165,9 A 203,7 A 182,3 A 163,5 A 59,8 A 42,4 A ŷ= -1,72x2+9,4x+176,5 0,90* BRS 655 18,1 aB 22,4 aB 26,8 aB 27,2 aB 10,2 aB 12,2 aA ŷ= ȳ -- BRS 610 17,0 aB 35,8 aB 21,8 aB 13,4 aB 14,4 aB 13,9 aA ŷ= ȳ -- Volumax 33,6 aB 52,5 aB 50,4 aB 33,0 aB 50,3 aA 27,3 aA ŷ= ȳ -- 1.015.045 28,5 aB 42,4 aB 34,0 aB 27,5 aB 23,2 aB 23,1 aA ŷ= ȳ -- 1.016.005 22,5 aB 40,5 aB 41,7 aB 42,9 aB 26,4 aB 18,5 aA ŷ= ȳ -- 1.016.009 27,0 aB 53,7 aB 33,8 aB 44,5 aB 38,5 aA 28,4 aA ŷ= ȳ -- 1.016.013 19,1 aB 43,2 aB 35,3 aB 32,9 aB 10,7 aB 19,1 aA ŷ= ȳ -- 1.016.015 21,4 aB 45,3 aB 46,5 aB 38,4 aB 37,9 aA 27,4 aA ŷ= ȳ -- 1.016.031 16,2 aB 25,4 aB 18,9 aB 16,6 aB 8,3 aB 24,5 aA ŷ= ȳ -- ---------------------------------------------------------S (mg) -----------------------------------------------------------F305 9,0 A 11,5 A 19,1 A 16,2 A 16,8 A 8,6 A ŷ= -0,23x2+3,04x+7,84 0,82** BRS 655 5,9 aA 4,3 aA 3,0 aB 5,0 aB 3,3 aB 3,3 aA ŷ= ȳ -- BRS 610 7,2 aA 7,3 aA 5,2 aB 5,5 aB 5,8 aB 8,0 aA ŷ= ȳ -- Volumax 7,7 aA 5,3 aA 14,0 aB 13,7 aA 20,4 aA 10,6 aA ŷ= ȳ -- 1.015.045 10,0 aA 13,9 aA 8,0 aB 9,1 aB 7,3 aB 8,2 aA ŷ= ȳ -- 1.016.005 12,3 aA 9,0 aA 12,3 aB 11,0 aA 10,1 aA 5,6 aA ŷ= ȳ -- 1.016.009 13,1 aA 8,2 aA 7,6 aB 12,4 aA 13,0 aA 9,9 aA ŷ= ȳ -- 1.016.013 8,3 aA 8,3 aA 10,8 aB 13,6 aA 3,9 aB 7,3 aA ŷ= ȳ -- 2 1.016.015 12,5 A 13,0 A 25,9 A 14,7 A 11,6 A 9,0 A ŷ= -0,23x +2,44x+12,1 0,52* 1.016.031 10,9 aA 6,1 aA 6,3 aB 6,7 aB 5,1 aB 7,3 aA ŷ= ȳ -- 488 Mesma letra maiúscula entre genótipos e mesma letra minúscula entre níveis de salinidade não 489 diferem entre si respectivamente pelos testes de Scott Knott (p<0,05) e Tukey (p<0,05). **; * 490 regressões significativas a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. 491 492 75 493 Tabela 6. Acúmulo de K, Mg e S nas raízes de dez genótipos de sorgo forrageiro 494 irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. ------------------------dS m-1---------------------0 2,5 5 7,5 10 12,5 equação de regressão R2 ------------------------------------------------------------------ K (mg)-----------------------------------------------------------F305 345,6 B 192,6 B 136,0 B 111,5 A 77,5 A 85,7 A ŷ= -19,1x+277 0,78* BRS 655 66,0 aC 37,7 aB 28,7 aB 31,6 aA 36,1 aA 8,2 aA ŷ= ȳ -- BRS 610 147,1 aC 64,7 aB 65,2 aB 48,5 aA 28,5 aA 24,8 aA ŷ= ȳ -- Volumax 136,5 aC 45,8 aB 31,0 aB 85,8 aA 53,2 aA 18,0 aA ŷ= ȳ -- 1.015.045 138,1 aC 148,2 aB 159,5 aB 37,0 aA 50,8 aA 9,5 aA ŷ= ȳ -- 1.016.005 70,5 aC 99,3 aB 84,6 aB 44,0 aA 72,8 aA 22,2 aA ŷ= ȳ -- 1.016.009 362,3 B 139,7 B 180,0 B 73,1 A 48,1 A 40,5 A ŷ= -22,7x+283 0,78* 1.016.013 144,6 aC 81,4 aB 240,9 aB 223,0 aA 51,9 aA 158,1 aA ŷ= ȳ -- 1.016.015 856,5 A 427,3 A 637,5 A 339,7 A 223,2 A ŷ= -44,6x+720 0,63** 1.016.031 609,7 A 472,7 A 59,3 B 167,9 A 51,5 A 24,7 A 15,4 A 2 ŷ= 6,24x -127,4x+644 0,93** ---------------------------------------------------------------- Mg (mg)----------------------------------------------------------F305 28,6 aB 28,1 aA 43,3 aA 25,3 aA 21,8 aA 14,9 aA ŷ= ȳ -- BRS 655 25,9 B 39,0 A 15,9 A 17,9 A 22,0 A 8,0 A ŷ= -1,59x+31,4 0,50* BRS 610 15,1 aB 11,5 aB 12,5 aA 13,3 aA 12,0 aA 6,2 aA ŷ= ȳ -- Volumax 18,8 aB 27,5 aA 18,8 aA 20,7 aA 23,8 aA 18,2 aA ŷ= ȳ -- 1.015.045 15,2 aB 35,0 aA 15,5 aA 9,7 aA 12,4 aA 10,3 aA ŷ= ȳ -- 1.016.005 9,4 aB 21,1 aB 21,6 aA 14,1 aA 15,1 aA 12,9 aA ŷ= ȳ -- 2 1.016.009 75,7 A 17,6 B 15,4 A 12,9 A 11,8 A 11,5 A ŷ= 0,83x -14,4x+66,0 0,83** 1.016.013 16,2 aB 8,7 aB 19,3 aA 11,4 aA 6,4 aA 9,3 aA ŷ= ȳ -- 1.016.015 11,7 aB 15,6 aB 19,3 aA 12,7 aA 9,5 aA 9,2 aA ŷ= ȳ -- 1.016.031 30,8 aB 11,7 aB 19,3 aA 9,2 aA 12,2 aA 8,1 aA ŷ= ȳ -- ----------------------------------------------------------------- S (mg)------------------------------------------------------------F305 37,3 B 35,3 B 31,0 A 7,0 A 9,2 A 6,9 A ŷ= -2,91x+39,3 0,84* BRS 655 20,2 aB 32,2 aB 12,9 aA 17,3 aA 26,0 aA 4,5 aA ŷ= ȳ -- BRS 610 38,5 aB 16,0 aB 20,1 aA 12,9 aA 6,3 aA 9,0 aA ŷ= ȳ -- Volumax 40,8 aB 83,4 aA 28,5 aA 48,5 aA 28,8 aA 52,6 aA ŷ= ȳ -- 1.015.045 27,7 B 64,6 A 51,5 A 10,7 A 23,1 A 11,0 A ŷ= -2,84x+49,2 0,36* 1.016.005 16,5 aB 21,2 aB 36,5 aA 22,0 aA 25,7 aA 14,0 aA ŷ= ȳ -- 1.016.009 120,5 A 27,5 B 26,7 A 29,6 A 17,5 A 3,8 A ŷ= 1,0x2-19,5x+102 0,78* 1.016.013 96,8 A 12,3 B 10,3 A 27,5 A 5,7 A 19,6 A ŷ= 1,17x2-19,6x+81,0 0,71* 1.016.015 36,7 aB 29,8 aB 25,6 aA 19,4 aA 24,8 aA 16,5 aA ŷ= ȳ -- 1.016.031 47,3 aB 17,0 aB 11,6 aA 15,7 aA 18,2 aA 11,0 aA ŷ= ȳ -- 495 Mesma letra maiúscula entre genótipos e mesma letra minúscula entre níveis de salinidade não diferem 496 entre si respectivamente pelos testes de Scott Knott (p<0,05) e Tukey (p<0,05). **; * regressões 497 significativas a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. 498 499 76 500 Tabela 7. Acúmulo de Na em folhas, colmo e raízes de dez genótipos de sorgo 501 forrageiro irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. -------------------------------dS m-1-------------------------------Na (mg) 0 2,5 5 7,5 10 12,5 equação de regressão R2 -------------------------------------------------------------- folhas --------------------------------------------------------------F305 6,7 bA 7,3 bA 60,4 bA 131,6 aA 185,5 aA 129,2 aA ŷ= ȳ -- BRS 655 3,2 cA 5,2 cA 63,2 aA 23,3 bC 39,0 bC 29,8 bB ŷ= ȳ -- BRS 610 3,0 cA 3,9 cA 39,7 bB 40,5 bC 35,2 bC 109,5 aA ŷ= ȳ -- Volumax 14,1 A 17,8 A 77,4 A 122,6 A 132,7 B 83,6 B ŷ= 8,4x +22,0 0,61* 1.015.045 4,3 bA 5,6 bA 53,0 abB 76,9 aB 53,0 abC 71,8 aB ŷ= ȳ -- 1.016.005 3,9 cA 23,6 bA 107,3 aA 123,4 aA 93,3 aB 55,9 abB ŷ= ȳ -- 1.016.009 3,7 cA 8,1 cA 40,9 bB 128,5 aA 113,1 aB 77,9 abB ŷ= ȳ -- 1.016.013 3,9 cA 32,6 bA 65,4 abA 122,0 aA 19,7 cC 59,7 bB ŷ= ȳ -- 1.016.015 6,3 A 23,0 A 80,7 A 91,2 A 93,1 B 76,4 B ŷ= 6,5x +21,0 0,66* 1.016.031 3,3 cA 5,1 cA 16,6 bB 80,0 aB 97,2 aB 48,8 abB ŷ= ȳ -- ------------------------------------------------------------- colmo ---------------------------------------------------------------F305 17,7 A 98,2 A 198,7 A 295,8 A 209,3 A 209,9 A ŷ= 15,8x +72,2 0,57** BRS 655 9,5 bA 49,0 aB 99,5 aB 93,9 aB 82,4 aB 46,1 aC ŷ= ȳ -- BRS 610 10,3 bA 66,7 abB 148,1 aA 105,2 abB 92,6 abB 63,2 abC ŷ= ȳ -- Volumax 11,0 A 128,5 A 195,8 A 142,4 B 274,6 A 152,3 B ŷ= 12,5x + 72,8 0,45** 1.015.045 17,6 A 128,9 A 117,9 B 94,2 B 138,4 B 144,8 B ŷ= 7,3x + 61,2 0,53** 1.016.005 11,2 A 101,5 A 211,9 A 213,7 B 117,0 B 219,2 A ŷ= 12,4x +68,0 0,48** 1.016.009 7,4 bA 36,9 bcB 94,5 abcB 193,9 aB ŷ= ȳ -- 1.016.013 19,9 A 59,9 B 189,6 A 266,5 A 1.016.015 1.016.031 12,0 bA 143,6 aA 174,5 aA 9,8 bA 102,4 abA 65,1 bB 137,7 abB 138,6 abB 2 39,3 B 54,5 C ŷ= -10,7x +192x + 87,0 0,67** 92,4 abB 144,9 aB 109,0 abC ŷ= ȳ -- 85,4 bB 109,5 abB 202,6 aA ŷ= ȳ -- -------------------------------------------------------------- raízes ---------------------------------------------------------------F305 62,2 aA 129,3 aA 215,1 aB 150,9 aB 104,3 aA 83,8 aB ŷ= ȳ -- BRS 655 58,6 aA 168,9 aA 70,2 aC 151,2 aB 124,9 aA 57,9 aB ŷ= ȳ -- BRS 610 44,5 aA 63,0 aB 65,7 aC 63,3 aB 163,8 aA 176,8 aA ŷ= ȳ -- 2 Volumax 124,9 A 227,2 A 699,0 A 655,5 A 148,3 A 100,9 B ŷ= -13,3x +162x + 77,0 0,69* 1.015.045 65,5 aA 139,5 aA 99,3 aC 104,4 aB 58,1 aA 100,6 aB ŷ= ȳ -- 139,8 aB 1.016.005 105,6 aA 142,6 aA 140,4 aB 148,0 aA 94,3 aB ŷ= ȳ -- 1.016.009 66,7 bA 245,6 aA 140,4 abB 120,1 abB 92,1 abA 83,2 abB ŷ= ȳ -- 1.016.013 51,5 aA 63,6 aB 51,6 aC 102,8 aB 52,5 aA 96,1 aB ŷ= ȳ -- 1.016.015 86,9 aA 164,1 aA 85,0 aC 98,9 aB 166,9 aA 223,2 aA ŷ= ȳ -- 1.016.031 37,6 aA 49,7 aB 69,4 aC 66,9 aB 100,9 aA 88,7 aB ŷ= ȳ -- 502 Mesma letra maiúscula entre genótipos e mesma letra minúscula entre níveis de salinidade não diferem 503 entre si respectivamente pelos testes de Scott Knott (p<0,05) e Tukey (p<0,05). **; * regressões 504 significativas a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. 505 506 77 507 Tabela 8. Acúmulo de Cl em folhas, colmo e raízes de dez genótipos de sorgo forrageiro 508 irrigados com águas com diferentes níveis de salinidade. -1 ----------------------------------- dS m --------------------------------Cl (mg) 0 2,5 5 7,5 10 12,5 equação de regressão R2 ---------------------------------------------------------------------------- folhas -----------------------------------------------------------------F305 48,2 A 212,8 A 385,2 A 625,1 A 715,9 A 468,6 A ŷ= 44,0x+134,2 0,68** BRS 655 15,4 bA 72,5 aA 181,3 aB 178,4 aB 172,8 aC 111,6 aA ŷ= ȳ -- BRS 610 15,5 bA 104,9 aA 125,2 aB 181,2 aB 159,0 aC 212,5 aA ŷ= ȳ -- Volumax 48,7 A 206,7 A 440,5 A 437,3 A 600,4 A 385,8 A ŷ= 32,7x +149 0,61** 1.015.045 34,1 A 151,4 A 368,2 A 277,2 B 269,5 C 332,2 A ŷ= 20,0x+113,5 0,57* 1.016.005 52,6 A 163,2 A 364,6 A 483,9 A 367,6 B 273,2 A ŷ= 21,0x+153,1 0,40* 1.016.009 18,1 cA 188,1 bA 198,7 bB 392,3 aA 418,2 aB 329,3 aA ŷ= ȳ -- 1.016.013 11,1 A 179,9 A 228,0 B 314,1 B 142,6 C 279,0 A ŷ= 15,0x+98,6 0,42* 1.016.015 49,3 A 183,4 A 330,0 A 366,4 A 500,2 B 286,6 A ŷ= 24,8x+130,8 0,56** 1.016.031 17,7 aA 121,1 aA 100,1 aB 97,6 aB 73,3 aC 276,8 aA ŷ= ȳ -- -------------------------------------------------------------------------- colmo -------------------------------------------------------------------F305 45,8 A 487,4 A 752,6 A 976,0 A 645,2 A 550,1 A ŷ= 36,8x +346,3 0,30** BRS 655 70,8 bA 427,9 aA 380,0 aB 414,5 aC 253,1 aB 296,2 aA ŷ= ȳ -- BRS 610 53,7 bA 487,6 aA 297,0abB 235,0 abC 205,6 abB 200,0 abA ŷ= ȳ -- 2 Volumax 31,9 A 631,5 A 675,9 A 412,1 C 664,9 A 442,3 A ŷ= -9,4x +138x+146 0,59* 1.015.045 67,2 bA 431,5 aA 470,2 aB 363,4 aC 428,5 aA 359,1 aA ŷ= ȳ -- 1.016.005 80,7 bA 462,7 aA 589,1 aA 722,6 aB 484,1 aA 355,5 aA ŷ= ȳ -- 1.016.009 129,2 bA 561,0 aA 428,7 abA ŷ= ȳ -- 1.016.013 53,5 cA 552,2 abA 577,4 abA 683,3 aB 371,9 abB 499,9 abC 455,1 abA 240,1 bB 403,8 abA ŷ= ȳ -- 1.016.015 55,8 bA 509,0 aA 627,0 aA 346,8 aC 532,2 aA 397,6 aA ŷ= ȳ -- 1.016.031 49,1 aA 432,0 aA 307,6 aC 221,4 aB 379,2 aA ŷ= ȳ -- 380,6 aB -------------------------------------------------------------------------- raízes -------------------------------------------------------------------F305 40,3 bB 263,4 abB 381,0 aA 220,1 abB 134,4 abA 152,9 abA ŷ= ȳ -- BRS 655 37,8 bB 296,4 aA 148,8 aA 198,6 aB 294,8 aA 215,7 aA ŷ= ȳ -- BRS 610 18,9 aB 154,2 aB 142,1 aB 154,0 aA 143,3 aA ŷ= ȳ -- Volumax 57,8 bB 411,9 aA 295,5 abA 225,5 abB 265,4 abA 256,9 abA ŷ= ȳ -- 1.015.045 37,7 bB 452,8 aA 202,4 abA 143,3 bB 186,5 abA 238,9 aA ŷ= ȳ -- 1.016.005 53,5 bB 204,8 aB 272,8 aA 199,0 aB 206,7 aA 167,4 aA ŷ= ȳ -- 1.016.009 122,4 A 213,1 B 342,7 A 211,9 B 169,0 A 131,1 A ŷ= -3,8x2+45,1x+134,7 0,67* 1.016.013 53,4 bB 134,5 B 260,8 abA 519,9 aA 76,6 bA 163,7 bA ŷ= ȳ -- 1.016.015 38,1 B 1.016.031 123,1 aA 127,0 aA 2 324,7 A 360,0 A 196,7 B 145,5 A 166,9 A ŷ= -4,8x +59,1x+109,8 0,47* 193,7 aB 230,9 aA 145,5 aB 185,9 aA 123,0 aA ŷ= ȳ -- 509 Mesma letra maiúscula entre genótipos e mesma letra minúscula entre níveis de salinidade não diferem 510 entre si respectivamente pelos testes de Scott Knott (p<0,05) e Tukey (p<0,05). **; * regressões 511 significativas a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. 512 78 6. CONCLUSÃO GERAL Os genótipos de sorgo forrageiro estudados são similarmente afetados pelo aumento da salinidade, o que refletiu em um padrão semelhante quanto às reduções no crescimento e produtividade, bem como no acúmulo e distribuição dos macronutrientes em folhas, colmos e raízes. Devido a sua modera tolerância a salinidade, pode-se recomendar o uso dos genótipos de sorgo forrageiro estudados para serem cultivados em áreas que apresentam problemas de salinidade moderada ou para utilização de águas de baixa qualidade para irrigação. Verifica-se também que a moderada tolerância a salinidade do sorgo forrageiro provavelmente está associada a ativação de mecanismos como restrição no acúmulo de sódio nas folhas, aumento da eficiência do uso da água, ajustamento osmótico, com acúmulo predominante de açúcares solúveis, principalmente não redutores, e manutenção na síntese e proteção de pigmentos como as clorofilas. 79 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, O.A. 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