a literatura como instrumento de transformação do real: diferentes

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A LITERATURA COMO
INSTRUMENTO DE
TRANSFORMAÇÃO DO REAL:
DIFERENTES OLHARES SOBRE
A FICÇÃO
Autora: Janaina Alves Brasil Corrêa1 ,
Orientador: Fernando Muniz4
1
Universidade Federal Fluminense -UFF /
Instituto de Letras / Rua Visconde do Rio Branco
s/nº, Campus Gragoatá - Bloco C, Niterói –RJ,
[email protected]
4
Universidade Federal Fluminense -UFF /
Instituto de Letras / Rua Visconde do Rio Branco
s/nº, Campus Gragoatá - Bloco C, Niterói -RJ
Resumo – Este trabalho propõe uma reflexão
sobre a literatura como elemento de possível
transformação
do
real
sob
diferentes
perspectivas: a da filosofia, que pretende, entre
Introdução
Este trabalho propõe uma reflexão sobre a
literatura
como
elemento
de
possível
transformação do real sob duas perspectivas: a
da filosofia, que pretende, entre outros objetivos,
dar conta da realidade do mundo, sendo uma
interferência consciente nesta realidade; e, da
própria literatura, que mesmo que tenha como
escopo transformar, de alguma forma, esta
“ordem”, o faz através da ficção.
A ficção, álibi perfeito, não está atrelada a
conteúdos doutrinais, da mesma forma, não
funciona como instrumento de imitação de “fatos
verídicos”, uma vez que, ao menos a priori, o
objetivo da literatura não parece ser o de resolver
os problemas do mundo, tampouco registrar uma
dada realidade como se fosse um documento
histórico. Isto exige do leitor uma suspensão de
valores de verdade, pois a crença criada pela
ficção oscila entre o verdadeiro e o falso, sendo o
seu fim o próprio valor de criação. A maneira que
a literatura se apropria da realidade se faz de
modo muito específico, assim, a dita “realidade
real” é transformada por processos ficcionais,
assumindo sentidos outros. Faz-se mister dizer
que, quando a filosofia utiliza a ficção, o faz para
dar conta de seu discurso de verdade do mundo,
isto é, a ficção serve de instrumento para que se
atinja uma finalidade filosófica.
De acordo com Barthes, “a obra literária não é
mensagem, é fim em si própria”. Segundo ele, “a
linguagem nunca pode dizer o mundo, pois ao
dizê-lo está criando um outro mundo, um mundo
em segundo grau regido por leis próprias que são
outros objetivos, dar conta da realidade do
mundo, sendo uma interferência consciente nesta
realidade; e, da própria literatura, que mesmo que
tenha como escopo transformar, de alguma
forma, esta “ordem”, o faz através da ficção.
Retomaremos,
brevemente,
as
primeiras
investigações acerca da natureza da arte para
que a discussão que aqui se apresenta possa ser
melhor fundamentada. A partir daí, serão
abordados posicionamentos críticos distintos
acerca da ficção e suas implicações para a vida
humana. Assim, buscaremos atentar para uma
discussão teórica sobre a finalidade da literatura
que leve a um panorama crítico, no qual possam
ser observados diferentes olhares acerca da
importância desta manifestação artística.
Palavras-chave: Literatura, Arte, Ficção, Filosofia
Área do Conhecimento: VIII - Lingüística, Letras
e Artes
as da própria linguagem” [1]. Já sob o ponto de
vista de Sartre, a literatura pode ser um meio para
se atingir um dado objetivo. Segundo ele, “o
escritor engajado sabe que a palavra é ação:
sabe que desvendar é mudar e que não se pode
desvendar senão tencionando mudar” [2].
Dentro da ótica de Sartre, se a palavra é ação
e o escritor ao tirar as vendas que encobrem o
mundo está criando um novo mundo, tentando
modificá-lo, que mudanças efetivas a arte literária
pode provocar no homem? Seria correto afirmar
que tais mudanças seriam possíveis somente
através de uma literatura “engajada”? Não se
pretende aqui apontar uma resposta que defina o
lugar da literatura no mundo, e sim teorizar sobre
estas questões, atentando para a importância da
arte, em especial a literária, para o homem.
Materiais e Métodos
Retomaremos as primeiras investigações
acerca da natureza da arte e da ficção para que a
discussão que aqui se apresenta possa ser
melhor fundamentada.
Freqüentemente, fala-se da “arte” grega –
referindo-se às esculturas, às pinturas, às obras
literárias desta época – contudo, tal noção não
existia na Grécia Antiga. Se hoje, relacionamos o
belo à arte, conferindo-lhe valores estéticos,
devemos lembrar que, para os gregos, a beleza
era elemento fundamental em todas as áreas de
conhecimento, pois se concebia tal característica
como sendo intrínseca para as produções da
época. Desta maneira, o conceito de arte não
existia, tendo sido, provavelmente, iniciado pela
Poética de Aristóteles.
Este filósofo percebeu que o teatro, a poesia,
a tragédia eram capazes de produzir efeitos
transformadores nos espectadores, ou seja,
através da arte o sujeito poderia construir, e até
vivenciar, um dado conhecimento através da
experiência estética. Neste sentido, pode-se
levantar a hipótese de que a Poética foi a primeira
tentativa de esboçar a idéia de arte, através da
idéia de que a poesia nos informa ou esclarece
acerca do mundo real.
De acordo com Santaella, foi a Poética de
Aristóteles:
“o primeiro estudo minucioso dos princípios
estruturais das obras de arte, o primeiro tratado
sistemático a lidar com a arte poética como um
fazer genuíno do qual se origina um todo
orgânico, idéia matriz na concepção da obra de
arte que tem perdurado por mais de vinte
séculos” [3]
Dentro desta perspectiva, a Poética de
Aristóteles é um bom ponto de partida para
analisarmos a afirmação de que a literatura nos
informa ou esclarece acerca do mundo real.
Segundo este filósofo, a tragédia é mais filosófica
e mais importante que a história, porque aquela
faz afirmações universais, em vez de afirmações
sobre acontecimentos particulares. Observemos
suas palavras acerca deste aspecto:
“(...) não é ofício de poeta narrar o que
aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia
acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a
verossimilhança e a necessidade. Com efeito,
não diferem o historiador e o poeta, por
escreverem verso ou prosa (...) – diferem, sim,
em que diz um as coisas que sucederam, e outro
as que poderiam suceder. Por isso a poesia é
algo mais filosófico e mais sério do que a história,
pois refere aquela principalmente o universal, e
esta, o particular” [4].
Para Aristóteles, a tragédia é uma forma de
conhecimento pois o homem que vai ao teatro
compreenderá, pelas próprias sensações, o que
há de mais profundo na ação humana. Neste
sentido, a aquisição de dado conhecimento se dá
através de vários níveis: intelectual, cognitivo e
emocional. Assim, este tipo de compreensão é
diferente da intelecção, onde a aquisição de dado
conhecimento se dá de maneira puramente
racional.
Discussão
A partir dos pressupostos apresentados
anteriormente, podemos dizer que a literatura é
capaz de gerar transformações de natureza
intelectual, cognitiva e sociocultural no indivíduo,
uma vez que possibilita interação com mundos
outros. Segundo Umberto Eco, a literatura exerce
uma série de funções para a vida do homem,
tanto individual quanto socialmente, para este
autor, “a literatura mantém em exercício, antes de
tudo, a língua como patrimônio coletivo, cria
identidade e comunidade, mantendo em exercício
também a nossa língua individual” [5]. Embora
Eco apresente clara consciência de que esta
manifestação artística atinja apenas uma minoria
dos habitantes do planeta, não apresentando
tampouco o “poder” de saciar a fome ou de curar
enfermidades físicas, o autor afirma que a
literatura é um instrumento capaz de gerar
significativas mudanças para o homem:
“(...) nem eu seria idealista a ponto de pensar que
às imensas multidões, às quais faltam pão e
remédios, a literatura poderia trazer alívio. Mas
uma observação eu gostaria de fazer: aqueles
desgraçados que, reunidos em bandos sem
objetivos, matam jogando pedras dos viadutos ou
ateando fogo a uma menina, sejam eles quem
forem afinal, não se transformaram no que são
porque foram corrompidos pelo ‘newspeak’ do
computador (nem ao computador eles têm
acesso), mas porque restam excluídos do
universo do livro e dos lugares onde, através da
educação e da discussão, poderiam chegar até
eles os ecos de um mundo de valores que chega
de e remete a livros” [6].
Através da literatura, parece ser possível a
apreensão da idéia daquilo que se poderia sentir
numa dada situação, se esta fosse real. Assim,
apresenta-se como um instrumento útil para
explorar, através da imaginação, os méritos de
diferentes estilos de vida e tipos de sociedade
alternativos. Dentro desta perspectiva, a literatura
é
compreendida
como
possibilidade
de
transformar, através da reflexão, a consciência do
homem. Seria correto, no entanto, afirmar que
toda obra literária propõe este tipo de mudança?
De que transformações estamos falando?
Daquelas que um dado indivíduo toma para si,
imitando,
exemplos
de
conduta
e/ou
comportamento? Ou de todas as metamorfoses
geradas em nossa visão de mundo? Se
aceitarmos esta última indagação como uma
hipótese assertiva de transformação mais
profunda, podemos ser levados a crer que não é
o arquétipo do personagem – se é vilão ou herói,
bom ou mau – que nos indica o caminho a ser
seguido, isto se aproxima mais dos inúmeros
títulos de auto-ajuda, que prometem ensinar
sobre como conquistar o sucesso, ter amigos,
vencer na vida e ser uma pessoa do bem. Ao
contrário, quando se percebe em uma leitura, não
fórmulas prontas, mas traços híbridos, intensos
paradoxos ao longo do texto, seja na voz do
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V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
1971
personagem, do narrador (ou na própria voz do
leitor que se mescla ao escrito do autor), é
possível até reconhecer a si mesmo, através de
fragmentos, da linguagem que, também, e talvez
sobretudo, no “não-dizer”, é capaz de elucidar
porque provoca dados estados de alma.
Assim, os vários momentos estéticos que uma
obra pode propiciar não estão ligados somente à
“boa” construção de um escrito – há textos que
embora sejam indefectíveis são enfadonhos, não
capazes de criar qualquer afetividade com o
leitor. Quando, porém, uma obra é capaz de gerar
um certo abandono do “eu”, uma espécie de
transe capaz de desestruturar o sujeito, que
percebe esta desestruturação como benéfica,
pode-se dizer que o leitor vivenciou um momento
estético, pois ele, após esta experiência, pôde ter
uma melhor afecção de si e do mundo. É um
estado impactante de mudanças que uma dada
obra pode gerar. Cabe ressaltar que tais
mudanças são sempre positivas pois a arte
estética é capaz de criar novos processos
cognitivos. Porém, para que isso aconteça é
necessário que o sujeito seja capaz de entrar
neste jogo. Desta maneira, partindo da premissa
de que a literatura é capaz de transformar o ser
humano, mostrando-lhe que outros “mundos são
possíveis” [7], poderíamos, então, atribuir a ela
uma finalidade que não esta mesma: a do
conhecimento através do prazer estético?
Neste sentido, as posições de Barthes e
Sartre
se
afastam,
aproximando-se,
provavelmente apenas, no que tange à
importância do leitor e à própria importância da
literatura na vida humana. Para ambos, o leitor é
também um co-autor, uma vez que suas
experiências e expectativas se mesclam à obra, o
que faz com que sejam atribuídos diferentes
valores e assimiladas questões em graus
distintos, pois há relativa liberdade para isto. No
que se refere à importância da literatura, os
autores analisam de perspectivas, naturalmente,
distintas, porém é inegável que tanto este como
aquele atribuem um valor incomensurável à
produção literária.
No livro Que é a literatura? Sartre analisa a
dialética da relação entre o aspecto produtivo e o
receptivo da atividade literária, entre a escritura e
a leitura. Segundo ele, o escritor deve solicitar um
pacto com o leitor para que este colabore em
transformar o mundo. De acordo com esta
perspectiva, a literatura deve criar algo que reflita
uma dada realidade, podendo ser exibida no
mundo real e capaz de modificar as estruturas da
sociedade humana. Segundo Sartre, escrever é
uma ação de desnudamento: “o escritor revela ao
escrever, revela o mundo, e em especial o
Homem, aos outros homens, para que estes
tomem, em face ao objetivo assim revelado, a sua
inteira responsabilidade” [8].
Este filósofo recebeu muitas críticas pelo seu
posicionamento em relação à finalidade da
literatura, no entanto, o livro Que é a literatura?
talvez forneça um sutil indício de que o autor não
pretendia “engajar” ou “politizar” a literatura, e sim
constatar que a literatura já era engajada e
política por natureza, pois ele mostra que o único
tema em que todos os autores são engajados é o
da liberdade:
“ninguém ousaria supor, nem por um só
momento, que se possa escrever um bom
romance em louvor do anti-semitismo. Pois não
se pode exigir de mim, no momento em que
percebo
que
minha
liberdade
está
indissoluvelmente ligada a de todos os outros
homens, que eu a empregue para aprovar a
servidão de alguns deles. Assim quer seja
ensaísta, panfletário, satirista ou romancista, quer
fale somente das paixões individuais ou se lance
contra o regime social, o escritor, homem livre
que se dirige a homens livres, tem apenas o único
tema: a liberdade” [9].
Através de suas palavras, pode-se perceber
que Sartre utiliza o vocábulo “liberdade”
atrelando, indissociavelmente, à consciência e à
responsabilidade em relação ao outro: “a
liberdade de escrever implica a liberdade do
cidadão. Não se escreve para escravos. A arte da
prosa é solidária com um único regime onde a
prosa conserva um sentido: a democracia.
Quando uma é ameaçada, a outra também é”
[10].
Segundo Barthes, as forças de liberdade que
residem na literatura não dependem do
engajamento político do escritor, nem mesmo do
conteúdo doutrinal de sua obra, mas do trabalho
de deslocamento que ele exerce sobre a
linguagem. Para ele, a literatura joga com a
densidade das palavras e das expressões de que
uma língua é feita, pois a literatura torna flexível e
maleável as zonas mais rígidas, os estereótipos
mais sedimentados, os significados mais
intransigentes. Desta maneira, a linguagem se
torna zona de combate e prazer, sendo este
combate e este prazer o jogo próprio da literatura.
Barthes atribuiu à língua uma função maior
que a simplesmente a de comunicar, para ele, tal
código é símbolo do poder e objeto de alienação
humana. Assim, a literatura é a única forma de
trapacear o “fascismo da língua”. Vejamos o que
o escritor entende por literatura:
“Entendo por literatura não um corpo ou uma
seqüência de obras, nem mesmo um setor de
comércio ou de ensino, mas o grafo complexo
das pegadas de uma prática de escrever. Nela
viso, portanto, essencialmente, o texto, isto é, o
IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
1972
tecido dos significantes que constitui a obra,
porque o texto é o próprio aflorar da língua, e
porque é no interior da língua que a língua deve
ser combatida, desviada: não pela mensagem de
que ela é o instrumento, mas pelo jogo das
palavras de que ela é o teatro. Posso portanto
dizer, indiferentemente: literatura, escritura ou
texto” [11].
A partir deste trecho, percebe-se que Barthes
encontra na literatura a liberdade necessária para
a reinvenção da linguagem, uma vez que a
literatura é transgressão e o texto literário é
aquele que transgride a barreira do linear, do
formal. Barthes, em sua reflexão, tenta retirar da
língua seu caráter normativo e atentar para a
liberdade de criação de quem escreve.
De fato, não se pode negar que a literatura é
capaz de fecundar neologismos, signos,
símbolos; misturar prosa e poesia para gerar
idéias de forma autêntica, seduzindo e dando
prazer não só a quem escreve como àquele que
lê, e isto, para Roland Barthes é a finalidade da
literatura: ela mesma através do próprio processo
consciente de construção.
Conclusão
No início deste trabalho discorreu-se,
brevemente, sobre a questão da literatura como
manifestação artística. Neste sentido, coube a
Poética de Aristóteles o importante papel de dar
início a discussões referentes à arte poética.
Desta forma, buscou-se mostrar que a
Poética, ao apontar para a questão da aquisição
de uma certa compreensão do mundo e da vida
através da tragédia, inaugurou questionamentos
acerca do conhecimento por meio do plano da
emoção. A referida obra mostra que o ato de
despertar terror e piedade pode fazer com que se
reflita sobre as próprias concepções acerca
destas emoções. O que se deve temer? De quem
se deve ter compaixão? Se a ação trágica pode
acontecer com personagens cujas virtudes são
ampliadas – e que por conseguinte grandiosas
em relação ao homem simples – o que poderia,
então, acontecer a ‘simples mortais’ cujo
desconhecimento e ignorância podem afastar a
felicidade, finalidade de qualquer ser humano?
Teria visto Aristóteles na literatura uma finalidade
ética?
Em relação à finalidade literária, vimos que
Umberto Eco atribui à leitura a capacidade de
transformar o indivíduo, pois a partir do contato
com outros mundos, a compreensão do homem
pode se alargar. Observamos, ainda, que se para
Sartre a Literatura deve estar atrelada à liberdade
de todos os homens, para Barthes a literatura é
liberdade em si mesma pois ela se desvincula da
rigidez da língua através da própria linguagem
utilizada.
Talvez não seja exagero afirmar que Sartre
pretendia conjugar filosofia e literatura, uma vez
que a primeira pretende, efetivamente, dar conta
da realidade do mundo, ao passo que a segunda,
através dos seus próprios mecanismos, pode ser
um caminho mais largo, no qual mais pessoas
seriam capazes de ‘se aventurar’.
Já Barthes partiu do princípio de que tudo é
linguagem, atrelando a lingüística aos estudos
literários. Desta forma, sua perspectiva sobre a
literatura dirige-se à matéria-prima da qual é feita.
Sua compreensão percebe que é no interior da
língua que se pode redimensionar o processo de
re-significação, de construção de sentidos, de
“inexprimir o exprimível” [12], assim, todos estes
movimentos seriam a própria finalidade literária: a
de representar o mundo, não através de
respostas, mas por meio de perguntas.
Desta maneira, a conclusão deste trabalho
aponta não para este ou aquele posicionamento
crítico como o mais adequado ou correto, mas
sim para a articulação entre diferentes
pensadores, já que, mesmo sob diferentes
olhares, cada um compreende essa expressão
estética como fundamental para a vida humana.
Então, parece ser possível conjugar tais
pensamentos, sem a obrigatoriedade de um
embate.
Assim, chega-se ao final deste trabalho sem
que se tenha tido a pretensão de responder afinal
o que é a literatura, para que serve e qual
perspectiva teórica seria a correta. E é José
Saramago quem faz com que esta inquietação
seja minimizada, diz ele que certas perguntas são
feitas apenas para tornar mais explícita a
ausência de resposta.
Agradecimentos
Órgão Financiador: CAPES
Referências
[1] BARTHES, Roland. Crítica e Verdade.
Coleção Debates, Perspectiva: São Paulo, 1999,
p. 09.
[2] SARTRE, Jean-Paul. Que é a literatura?
Tradução de Carlos Felipe Moisés. Ática, São
Paulo, 3 ed., 1999, p.20.
[3] SANTAELLA, Lúcia. Estética: de Platão a
Peirce. São Paulo, Experimento, 1994, p.29.
[4] ARISTÓTELES. Poética. Tradução, prefácio,
introdução, comentário e apêndices de Eudoro de
Souza. Estudos Gerais Série Universitária,
IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
1973
Clássicos da Filosofia, Imprensa Nacional – Casa
da Moeda, 5 ed., 1998, p. 115.
[5] ECO, Umberto. Sobre a Literatura. Rio de
Janeiro: Record, 2003, p. 10, 11.
[6] ECO, Umberto. idem, p.12.
[7] ECO, Umberto. Lector in fabula. São Paulo:
Perspectiva, 2004.
[8] SARTRE, Jean-Paul. Idem, p. 21.
[9] SARTRE, Jean-Paul. Idem, p. 52.
[10] SARTRE, Jean-Paul. Idem, p. 53.
[11] BARTHES, Roland. Idem, p.16, 17.
[12] BARTHES, Roland. Idem, p.22.
IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
1974
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