agro e ponto 7 - 2

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Informativo do Grupo Facholi
Ano II - Julho/Agosto/Setembro de 2009 - Nº 7
www.grupofacholi.com.br
O uso de probióticos na alimentação
animal
SUPLEMENTAÇÃO
Por: Prof. Dr. Antonio Ferriani Branco
Consultor Técnico da Potensal
Ao falar de probióticos, vamos destacar as leveduras, que são fungos extremamente benéficos para a humanidade pela
ampla utilização na produção de alimentos. O Saccharomyces cerevisiae, é a
principal levedura pesquisada, sendo utilizado na produção de cerveja, vinho,
pão, combustível, além de uma variedade
de agentes bioquímicos e terapêuticos.
Na nutrição animal, as leveduras
constituem um produto com alto número
de células de S. cerevisiae vivas e sem a
adição do meio de cultura. Por ser uma
excelente fonte de nutrientes, essas leveduras têm sido utilizadas há anos na nutrição animal, fornecendo proteínas, carboidratos e vitaminas do complexo B. As
leveduras podem ser utilizadas também
como “cultura de levedura”, que é um
produto que contém células vivas e mortas de S. cerevisiae, além do meio utilizado para seu desenvolvimento, recebendo nesse caso, o nome de probiótico.
Os resultados científicos mais recentes sobre a suplementação animal com
leveduras ou culturas de leveduras relatam aumento na ingestão de matéria seca,
na produção de leite e alterações na composição do leite de vacas leiteiras alimentadas com culturas de leveduras. Em animais confinados os resultados tem mostrado que as leveduras podem controlar a
redução de pH ruminal em dietas com alta
inclusão de grãos. É importante destacar
que outros fatores como a fase do ciclo de
lactação, o tipo de forragem fornecida, a
estratégia de alimentação e a proporção
de volumoso e concentrado da dieta podem afetar a resposta.
Entre as diversas ações atribuídas às
culturas de leveduras, umas das principais é que as leveduras teriam um papel
importante na remoção do oxigênio do
rúmen, o que implicaria no aumento da
viabilidade bacteriana, pois apesar de ser
considerado um meio totalmente anaeróbio, o gás produzido no rúmen contém
de 0,5 a 1% de oxigênio. Por ser tóxico
para as bactérias ruminais, o oxigênio inibe o crescimento bacteriano e a adesão
das bactérias celulolíticas à fibra, o que
diminui a eficiência do processo diges-
tivo. Assim, quando culturas de S. cerevisiae são adicionadas à dieta de ruminantes, o número de bactérias no rúmen
é aumentado, provavelmente devido à
atividade das leveduras, que protegem
as bactérias anaeróbias contra danos
causados pelo oxigênio e proporciona
uma melhor fermentação ruminal. Outra forma de ação das leveduras sugerida pelos pesquisadores é a redução da
concentração de ácido lático no rúmen,
o que promoveria melhor manutenção
do pH e ambiente ruminal mais estável.
Outro aspecto que precisa ser destacado é o papel das bactérias intestinais,
que são componentes do sistema imune
do intestino, promovendo o equilíbrio
entre absorção, secreção e controlando
agentes patogênicos. Uma microflora
intestinal normal é essencial para manter a saúde do animal. Quando ocorre
um desequilíbrio entre a flora benéfica
e a prejudicial, os animais podem apresentar inflamações, infecções, diarréia
e outras doenças. Os principais mecanismos de defesa contra infecções causadas por microrganismos patogênicos
no intestino são a mucosa intestinal intacta e o sistema imunológico eficiente.
Um dos mecanismos mais comuns
de danos ao trato digestivo causados
por microrganismos ocorre por meio da
fixação das bactérias nas células epiteliais da parede do intestino, muito utilizado pelas bactérias gram-negativo,
como as Salmonellas. Essas bactérias
possuem estruturas denominadas de
fímbrias, que facilitam a ligação entre
as lecitinas, presentes na sua superfície,
e o receptor, presente na célula do epitélio do intestino. Para muitos microrganismos, a habilidade de aderir ao epitélio intestinal é essencial para sua permanência e desenvolvimento, evitando
serem removidos com os movimentos
peristálticos. Portanto, um método para
prevenir a colonização do intestino por
agentes patogênicos é saturar os receptores do epitélio. Os oligossacarídeos,
mananoligossacarídeos (MOS) e βglucanos (BG), apresentam uma alta
afinidade ligante e podem aderir às
fímbrias bacterianas, bloqueando a adesão das bactérias à superfície intestinal.
Com isso, além da menor incidência
de infecções tem-se a mucosa inteiramente apta às suas funções de secreção,
digestão e absorção de nutrientes. O princípio de funcionamento desse mecanismo consiste na ocupação física dos sítios
de ligação do epitélio intestinal pelas
bactérias benéficas, formando uma barreira física contra as bactérias patogênicas. Estas bactérias, ao se ligarem aos
MOS, não se ligam a sítios de ligação dos
enterócitos e movem-se com o bolo fecal,
o que impede a colonização do trato intestinal.
Ainda, os oligossacarídeos, principalmente os BG, agem como estimuladores
da imunidade, por terem a habilidade de
estimular células do sistema imune, como
os neutrófilos e os macrófagos. Ao influenciarem diferentes funções de macrófagos e outras funções celulares, os oligossacarídeos promovem uma rápida resposta de defesa. Portanto, estes componentes da parede celular da levedura podem beneficiar a resposta imune local ou
sistêmica, modulando o sistema imune e
resultando em aumento na resposta de
neutrófilos e células T.
Desta forma, a inclusão de cultura de
levedura ou extratos de parede celular na
dieta animal poderá alterar a flora intestinal, aumentando o número de microrganismos benéficos e diminuindo as bactérias patogênicas, modulando o sistema
imune e melhorando a saúde do animal.
Sendo assim, pode-se ver que há
grandes possibilidades de melhoria na
produção animal com o uso de microrganismos benéficos como as leveduras,
também denominados probióticos, nas
rações e suplementos destinados a alimentação dos animais domésticos. No
entanto, é fundamental ter conhecimento
da procedência destes probióticos, pois
como se tratam de microrganismos, a
tecnologia de produção é complexa e
poucas são as empresas que realmente
conseguem produzi-los com controle de
qualidade.
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A Cara Inchada em bovinos
SANIDADE
Após o advento das tecnologias nas áreas de mineralização do rebanho e
melhoramento das pastagens, atualmente só estarão sujeitos a
ocorrência e prejuízo causado pela C.I os amadores em
pecuária e não os profissionais do ramo
Por: João Osmar de Oliveira
Médico Veterinário
Consultor Técnico Comercial da Potensal
Pobreza da pelagem e abaulamento
simétrico do maxilar.
Bovino de quatorze meses.
cio e Ponto
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Editor: Fernando Bomfim Facholi
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Jornalista responsável: Michele Felippe
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Design gráfico e diagramação: Jorge Puríssimo
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Colaboradores: Fábio José Maia, Antonio Ferriani
Branco, Dione Lopes de Souza, Sandra Regina Dias
Ferreira, Odinir Liberati Vieira, João Osmar de Oliveira.
Tiragem: 5.000
AGRONEGÓCIO E PONTO é um publicação trimestral do Grupo
Facholi, Rua Arnaldo Lozano Gonçalves, s/nº - Fone: (18) 32639000 - Vila Adorinda - Santo Anastácio - SP, CEP 19360-000.
Jornalista responsável: Michele Felippe - MTB 46.078/SP. Os
textos assinados são responsabilidade do autor e não refletem,
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reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por
qualquer meio, sem autorização.
A “Cara Inchada” em bovinos é uma
doença metabólica de etiologia complexa que só aparece espontaneamente
em regiões endêmicas que possuem todos os fatores desencadeantes do mal.
Inicialmente ocorre comprometimento
e desvitalização dos tecidos de fixação
dos dentes, deixando os animais vulneráveis à ocorrência do problema. Na
ingestão de alimentos sólidos e fibrosos, a mastigação destes provoca o desgarramento da gengiva dos dentes,
principalmente ao nível dos pré-molares 2 e 3 (maior pressão) e embolsamento de detritos alimentares. O
traumatismo provocado pela mastigação dos alimentos dilacera os tecidos
ao redor das raízes dos dentes e abre
porta para instalação de infecções
oportunistas que, embora não sejam a
causa primária, pegam carona no
processo e aceleram e intensificam seu
agravamento. Daí em diante ocorre a
remodelação óssea e consequente
abaulamento do maxilar que caracteriza classicamente a “Cara Inchada”.
Porém, esse abaulamento retrata uma
sequela e não a causa primária da
doença.
Animais jovens em fase de crescimento são os mais acometidos e manifestam com facilidade a sequela clássica da C.I. (Cara Inchada), abaulamento maxilar; porém, os bovinos
adultos apresentam o mal, principalmente sob a forma de diarréia crônica e
acentuada, pelagem feia, caquexia e
mostram pouco ou nenhum abaulamento maxilar, e quando ocorre tem
menor índice de simetria, em relação
aos jovens, e se localiza um pouco mais
para trás.
A “Cara Inchada” em bovinos ocorre
principalmente em terras férteis, mas
aparece também em manchas de terras
com baixa fertilidade que sempre apresentam vegetação característica que
consideramos ser indicadora da ocorrência do problema.
É primário dizer que a C.I. tem como
causa este ou aquele elemento isoladamente; não tendo, portanto, uma identidade única, e sua manifestação depende
de uma série de fatores, que interferem
direta ou indiretamente na nutrição. Entre
eles o fundamental é a característica e
composição do solo e, consequentemente, do pasto que vegeta nesse solo constituindo uma alimentação básica desajustada em elementos nutricionais, com flutuações de uns e carências normais ou
induzidas de outros. Existem elementos
que em excesso interferem na assimilação de outros e na fisiologia animal. A
doença nada tem a ver com carência
primária de cálcio ou fósforo como muitos imaginam. Raramente, ocorre em pastagens nativas, mesmo em regiões endêmicas, onde os animais possuem uma diversificação alimentar farta, ingerindo diversas variedades de capins nativos e até
completando com outras plantas o seu
equilíbrio nutricional. O plantio de cultivar única, especialmente panicum, em regiões endêmicas de terras férteis, após a
derrubada e queima, bem como o desmatamento e mecanização das áreas de terras problemas com menor fertilidade, seguida do plantio de cultivar única, sem
opções para os animais autobalancearem
sua alimentação, constitui fator agravante
que facilita o aparecimento da C.I. Quanto mais fibroso for o pasto, maior será o
aparecimento e agravamento da doença.
Dizer que a C.I. é uma doença de
etiologia infecciosa é improcedente, por
várias razões. As lesões são em sua grande totalidade simétricas, o que já
evidencia a sua causa nutricional e não
infecciosa. Quando transportamos animais doentes para regiões indenes, desde
que ainda possuam escore corporal
adequado, eles se recuperam espontaneamente, mesmo sem aplicação de
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Sulfas e / ou Antibióticos e, além disso,
não transmitem a doença para animais
saudáveis que vivem nestas regiões. Ao
contrário, se levarmos animais sadios,
mesmo que jovens, de região indene para
áreas endêmicas, eles demoram muito
tempo para adoecerem, ou nem adoecem;
apresentando sempre alta resistência ao
mal, quando comparados àqueles que foram gerados, nascidos e criados nas áreas
problemas. Se levarmos animais novos
predisponentes à C.I. para regiões sadias
e tratarmos somente com capins e água
procedentes de região endêmicas, podemos provocar a doença.
O diagnóstico da C.I. é baseado nos
sintomas e lesões que vão desde alteração
da pelagem, diarréia, desidratação, anorexia, lesões peridentais, boca fétida,
abaulamento do maxilar, emagrecimento
progressivo, queda de dentes e morte, se
não forem cuidados a tempo. A sua incidência pode chegar a 50% ou mais da
bezerrada.
A prevenção da doença é feita através
de mineralização equilibrada e ofertada
corretamente aos bovinos 365 dias por
ano, fornecimento de pastagens boas e
bem manejadas; permitindo aos animais
realizarem seu balanceamento nutricional e ajustarem seu pleno bem-estar.
Quanto ao tratamento, esse pode ser
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preventivo ou curativo. Quando o
animal está em acentuado grau de
comprometimento da doença, mesmo
que seja introduzida uma mineralização adequada, devemos tratar com
Sulfas e/ou Antibióticos as infecções
secundárias, sejam aquelas instaladas
ao nível das lesões dentárias ou aquelas
instaladas no trato gastrointestinal provocando diarréia. O período de medicação deve ser o suficiente para o
controle da diarréia e recuperação das
lesões. O tratamento é sempre viável
economicamente, desde que não deixe
as lesões e o escore corporal ultrapassarem o nível de reversibilidade. Se
tiver uma área indene para colocar os
animais tratados, o sucesso da recuperação é praticamente total; porém, serão sempre animais comprometidos
parcialmente em sua capacidade de
desempenho, e por isso seus destinos
corretos deve ser o frigorífico e não
mais a reprodução.
Quanto à distribuição de ocorrências
da C.I., podemos dizer que ela ocorre
em toda a região Amazônica e Centro
Oeste, principalmente, existindo inúmeras áreas endêmicas distribuídas por
todo este território. Com menor incidência existem áreas de C.I. em muitas
outras regiões do país. Chegamos a
diagnosticar a ocorrência da doença até
no Paraguai, nosso país vizinho.
Com referência às perdas causadas pela
C.I., elas são de grande impacto econômico, tanto em relação às baixas que a
doença causa no rebanho, mas
principalmente pelos prejuízos subclínicos que ela provoca.
Após o advento das tecnologias nas
áreas de mineralização do rebanho e melhoramento das pastagens, atualmente só
estarão sujeitos à ocorrência e prejuízo
causado pela C.I. os amadores em pecuária e não os profissionais do ramo.
Fechando os comentários sobre C.I.,
achamos importante mencionar que,
além do advento das tecnologias agregadas à mineralização correta dos rebanhos, melhoria e diversificação das pastagens, também o envelhecimento das
áreas de pastoreio contribuiu muito para o
controle baixando a incidência do problema. À medida que passa o tempo de
uso do solo com pastagens, as flutuações
de determinados elementos que facilitam
a ocorrência do mal vão esgotando seus
estoques e permitindo com maior
facilidade a normalização automática do
equilíbrio nutricional, mesmo nas regiões
mais endêmicas.
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O profissionalismo acompanhando
o crescimento do setor
OVINOCULTURA
Atualmente, extrair informações de assuntos relacionados à criação animal não é
fator limitante, pois são disponibilizadas a
todo instante nos diversos meios de comunicação. Basta procurar e selecioná-los.
Porém, mesmo com tantas informações e
tecnologias dispostas, é extremamente necessário frisar a importância de uma assistência técnica dentro da propriedade. O
acompanhamento e/ou gerenciamento é
imprescindível para determinar o êxito de
qualquer atividade. Essa realidade não se
faz diferente com a ovinocultura. Sabe-se
que o profissionalismo nas propriedades
está avançando passo a passo acompanhando o crescimento do setor, mas ainda há
muito que aprimorar.
Segundo a zootecnista, Ângela Ferreira,
o principal desafio dos ovinocultores é
gerenciar a alimentação do seu rebanho de
forma correta, para que este não se torne
uma limitação na produção. Ferreira ressalta a importância desse conhecimento por
meio de uma assistência técnica capacitada.
“É importante que os produtores saibam,
por meio de consultoria técnica, quais métodos devem ser empregados no manejo
nutricional e na formulação de rações para
os ovinos, de forma a atender as necessidades específicas de cada categoria animal
e utilizando ingredientes que minimizem os
custos com alimentação, sem afetar o desempenho e a eficiência produtiva do sistema”, explica.
Machos adultos, fora da estação de monta e ovelhas sem crias ao pé, até a parição,
em sistema de um parto por ano têm suas
exigências nutricionais plenamente atendidas se alimentados exclusivamente com
volumosos (pasto, silagem, feno) de bom
valor nutricional. “Contudo, animais em
crescimento acentuado ou em atividade reprodutiva intensificada, necessitam de suplementação alimentar com ração concentrada, devido à sua elevada exigência
nutricional”, diz Ferreira.
A importância de se conhecer as exigências nutricionais das diferentes categorias animais está relacionada à maneira
que as dietas serão formuladas, sendo estas
adequadas; permitindo que os animais expressem todo seu potencial genético para
produção e evitem desperdícios de nutrientes. “As exigências nutricionais variam de acordo com peso vivo e nível de
produção do animal. No caso, um repro-
É importante frisar que o ganho do produtor do ponto de vista
econômico depende, de um lado, da maior disponibilidade
de produtos para comercialização
dutor ovino com peso vivo de 60 kg deverá consumir uma dieta (volumoso +
concentrado) contendo pelo menos 16%
PB e 65% NDT”, explica a zootecnista.
Para escolher as forrageiras que serão
utilizadas nos pastos, o clima e solo da
região são fatores que servem de base. O
uso de uma ou mais espécies para pastejo
é interessante, pois isso garante maior
variedade de nutrientes oferecidos, além
de representar uma garantia adicional
quanto á diminuição da ocorrência de
pragas, doenças, intempéries climáticas,
já que diversas forrageiras se comportam
de maneira diferente diante das condições ambientais. Ferreira diz ser importante ressaltar que o consórcio gramínea/leguminosa em pastagem para ovinos é um procedimento aconselhável,
não só no âmbito da nutrição; o que eleva
o nível de proteína da dieta; como também a melhora na produtividade da pastagem, devido à capacidade das leguminosas, em fixar Nitrogênio atmosférico pelas bactérias que vivem em simbiose com suas raízes. Lembrando que os
ovinos são animais que por hábito preferem um pastejo rasteiro.
A implantação de um banco de proteína (cultivo de alguma leguminosa:
leucena, estilosantes campo grande,
feijão guandu, gliricidia, entre outras)
contribui para elevar o teor de proteína da
dieta com baixo custo. “No caso, a
leguminosa deve ser fornecida no cocho
aos animais, ou que esses tenham acesso
a essa pastagem de 2 a 3 horas/dia, o
contrário, implica em riscos de intoxicação”, salienta Ferreira.
De acordo com a zootecnista, o uso da
uréia na alimentação ovina também reduz os custos protéicos, porém bem administrados.
Machos adultos devem ser alimentados preferencialmente à base de volumosos de boa qualidade à vontade com pequenas quantidades de ração concentrada, contendo de 14 a 16% de proteína
bruta, constituída normalmente de milho
e farelo de soja. “Outros subprodutos
agroindustriais também podem ser utilizados, desde que não diminuam o desempenho dos animais e proporcione
economia nos custos com a dieta”, alerta.
Recomenda-se que a quantidade máxima
de concentrado se mantenha em torno dos
0,5 kg/animal/dia (dividido em duas vezes)
dependendo da idade e do peso dos animais. “Dietas com excesso de ração concentrada e pouco alimento volumoso levam
ao aparecimento de urolitíase obstrutiva
(cálculos na uretra) em razão da formação
de cristais de fosfato no sistema urinário, levando à sua obstrução. Caracteriza-se por
dificuldade para urinar ou obstrução total
da urina, inviabilizando o reprodutor”, diz a
zootecnista. Ela salienta que o excesso de
fósforo é eliminado pela urina que, por ser
alcalina, favorece a formação de cálculos ricos em fósforo, que se acumulam e bloqueiam o fluxo de urina pela uretra, ocasionando
dificuldade para urinar e cólicas, sendo que
muitas vezes a obstrução é total. Frequentemente o problema leva o animal à morte.
O tratamento para a doença é preventivo.
Deve-se evitar a alta ingestão de ração concentrada e sal mineral conjuntamente pelos
animais, pois são dois alimentos ricos em
fósforo. A zootecnista ressalta que a doença
pode ser agravada pela pequena ingestão de
alimento volumoso. “O consumo de alimento volumoso estimula a salivação, que
está ligada ao processo de excreção de fósforo. Por isso, é importante a suplementação mineral apropriada para cada espécie
e/ou categoria animal.”
Segundo Ferreira, a restrição na ingestão
de água, por aumentar a concentração de
sais na urina, também é fator predisponente
da urolitíase. Sendo importante destacar
que a disponibilidade de água limpa, fresca
e à vontade aos animais é fundamental. O
excesso de peso também é problema para
reprodutores adultos. “Atender adequadamente as necessidades nutricionais do rebanho, explorando ao máximo o potencial genético dos animais e evitando desperdícios
de alimentos, promove aumentos na receita
do produtor e valorização da atividade”.
“É importante frisar que o ganho do produtor do ponto de vista econômico depende, de
um lado, da maior disponibilidade de produtos para comercialização. De outro lado,
deve-se buscar o menor custo de produção
possível, todavia sem prejuízo na qualidade
do produto final”, finaliza Ferreira.
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