POLITICA E ECONOMIA DERRUBAM IMAGEM DO BRASIL NO

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Edição no 06 | 2o trimestre de 2015
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POLITICA E ECONOMIA DERRUBAM
IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR
Levantamento mostra deterioração do I See Brazil Index no primeiro semestre de 2015
O
Brasil de 2015 não é, definitivamente, o de 2014 – e isto é verdadeiro não só no dia a dia de seus
habitantes, mas também na imagem que projeta no cenário internacional. No início do ano passado o
país gerava uma certa ansiedade em torno da realização da Copa do Mundo de Futebol, com dúvidas
sobre a capacidade do Brasil em sediar o evento. Mesmo assim, sua percepção no exterior era melhor do
que a do primeiro semestre de 2015, quando a deterioração dos indicadores econômicos e a crise política
derrubaram a reputação do Brasil.
O I See Brazil Index - metodologia do I See Brazil que pondera as avaliações da imprensa e dos
especialistas internacionais e atribui uma nota à percepção do país no exterior – atingiu 2,057 pontos entre
janeiro e junho de 2015, em
uma escala de zero a dez
pontos (0 = extremamente
negativa; 10 = extremamente
positiva), na qual notas
acima de 5 são consideradas
positivas. Um resultado
bastante fraco – ainda mais se
comparado a igual período de
2014, quando o índice atingiu
3,696 pontos.
O levantamento revela ainda
que o aspecto que mais
contribuiu para esta queda foi
a imagem da política no Brasil.
O I See Brazil Index Política
mostrou uma queda de quatro pontos, passando de 5,332 para 1,154 pontos. O I See Brazil Index Economia
teve comportamento semelhante, declinando de 4,352 para 2,287 pontos. Apenas o I See Brazil Index
Socioambiental ficou estável, subindo de 2,726 para 2,744 pontos.
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De acordo com os dados, houve um aumento expressivo no volume de reportagens publicadas na imprensa
internacional sobre o Brasil entre o primeiro semestre de 2014 e os seis primeiros meses deste ano – passando
de 458 para 1020 registros. O veículo que mais atenção deu ao país foi o norte-americano The Wall Street
Journal, que adotou um olhar negativo em 236 das 347 reportagens publicadas sobre o Brasil no período.
A crise política que eclodiu no
início do segundo mandato
da presidente Dilma Rousseff
também elevou o nível de
atenção internacional sobre
a política brasileira. Sua
participação no total subiu
de 17,9% para 36,17%. Mas
o foco principal continua
sendo composto por tópicos
relacionados à economia –
como o baixo crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB), o déficit das contas do governo e os negócios envolvendo empresas brasileiras. O
assunto também elevou sua participação, de 46,07% para 52,94%. Já o noticiário socioambiental encolheu – o
que se deve, principalmente, ao fato de no primeiro semestre do ano passado haver uma atenção muito forte
com relação ao tema, em razão da realização da Copa do Mundo de Futebol em julho. O volume de matérias
sobre o assunto caiu, portanto, de 36,02% para 10,88%.
QUEDA NO SEGUNDO TRIMESTRE
Após ter atingido o pior momento da série histórica no primeiro trimestre de 2015, a imagem do país se recuperou
ligeiramente entre abril e junho– ainda que continue mais frágil do que ao longo do ano passado. Nesse período, o
I See Brazil Index atingiu 2,649 pontos - o que representa alta de 1,165 ponto na comparação com o primeiro
trimestre, quando o I See Brazil Index foi de 1,483 ponto. Na comparação com o segundo trimestre de 2014 –
quando havia grande expectativa com relação à realização da Copa do Mundo de Futebol no país – houve uma
queda de 0,986 ponto. O resultado também mostra um cenário bastante distinto daquele do terceiro trimestre do
ano passado, quando o I See Brazil Index atingiu sua maior marca, de 5,002 pontos.
A continuidade da crise política manteve o assunto como sendo o maior motivo da imagem negativa no
Brasil no período. No entanto, na comparação com o início do ano – quando a relação entre a recém-reeleita
presidente Dilma Rousseff e o comando do Poder Legislativo começou a se deteriorar – houve uma pequena
melhora. O I See Brazil Index Política passou de 0,92 para 1,641 ponto. Notícias positivas sobre negócios
realizados por empresas
brasileiras se contrapuseram
à percepção generalizada
de piora dos indicadores
econômicos do país; como
resultado, o I See Brazil
Index Economia subiu de
1,74 para 3,013 pontos. O
maior avanço, contudo, foi
registrado pelo I See Brazil
Index Socioambiental, que
passou de 1,552 para 3,327
pontos. Todos os resultados
encontram-se, ainda, na
zona negativa do índice.
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O que vem por aí
Alguns dos temas que poderão continuar presentes no terceiro
trimestre de 2015 são:
• A desaceleração econômica do país;
• As perspectivas de recuperação da Petrobras; e
• Novas repercussões em torno do caso de corrupção na estatal petroleira.
Outros assuntos que poderão ganhar força entre julho e setembro
deste ano incluem:
• A fragilidade do governo de Dilma Rousseff e as discussões em torno
de um eventual impeachment ou convocação de novas eleições;
• Medidas de ajuste na economia;
• Pauta do Brasil nas discussões climáticas de Paris, no final do ano; e
• O lançamento do Banco dos Brics.
O ESTUDO
• The Economist (Reino Unido);
O I See Brazil é produzido pela agência de comunicação
Imagem Corporativa com a finalidade de mostrar como
está a imagem do Brasil em outros países, reunindo e
analisando referências à política, à economia e aos assuntos socioambientais. Os resultados são ponderados
e geram uma nota de zero a dez – o I See Brazil Index
– que traduz como o país foi visto no exterior naquele trimestre. Sua metodologia leva em conta a avaliação dos
principais veículos da imprensa internacional e de uma
equipe de especialistas de outros países.
• The New York Times (EUA); e
• The Wall Street Journal (EUA).
Além disso, o boletim traz os resultados de uma pesquisa feita com especialistas internacionais que opinaram
sobre a imagem do país. Participaram desta edição: Roberto Durán, do Instituto de Ciência Política da Pontificia
Universidad Católica do Chile (Chile); Michael Kuczynski,
do Centre of Latin-American Studies da Universidade de
Cambridge (Reino Unido); Stephanie Dennison, da Leeds University (Reino Unido); Zhou Zhiwei, do Centro de
Estudos Brasileiros do Instituto da América Latina, Academia Chinesa de Ciências Sociais (China); e Walter Astié
Burgos, da Universidad Anáhuac México Sur (México); e
Roberto Vecchi, do Departamento de Línguas, Literatura
e Cultura da Universidade de Bolonha (Itália).
Foram considerados ainda relatórios e análises sobre o
Brasil elaborados pelo Deutsche Bank, Stratfor, Institute
of International Finance (IIF) e Moody’s.
O I See Brazil analisa as reportagens sobre o Brasil, publicadas entre abril e junho de 2015, por oito veículos internacionais de imprensa:
• Clarín (Argentina);
• Der Spiegel (Alemanha);
• El País (Espanha);
• Financial Times (Reino Unido);
• Le Monde (França);
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