ORIENTAÇÕES E CONDUTAS PARA OS PACIENTES

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ORIENTAÇÕES E CONDUTAS PARA OS PACIENTES PORTADORES DE
CONDILOMA ACUMINADO NO PSF
Maria José Sandes de Oliveira 1
Marilda Andrade2
O objetivo geral deste artigo é a
discutir
sobre
doenças
sexualmente
transmissíveis em especial o condiloma
acuminado, mais conhecido como Papiloma
Vírus humano (HPV), objetivando também,
mostrar as orientações e condutas dos
enfermeiros na Estratégia Saúde da Família
(ESF). Construir uma visão crítica das ações
na ESF, quanto à prevenção e promoção da
saúde no que se relaciona à doença
sexualmente transmissível em especial o
HPV, causador de lesões verrugosas genitais
e nas mucosas, podendo inclusive evoluir
para carcinoma invasivo do colo de útero,
pênis e outros locais, dependendo do
sorotipo adquirido (BRASIL, 1999, 2008).
O HPV é um DNA vírus do grupo
papiloma vírus, com mais de 100 tipos
reconhecidos, 20 dos quais podem infectar o
trato genital e estão divididos em dois
grupos: os que são considerados de baixo
risco oncogênico, associados a infecções
benignas do trato genital e estão presentes na
maioria das infecções como (visíveis
verrugas venéreas). Podendo aparecer na
vulva, colo uterino, vagina, pênis, escroto,
uretra e ânus, são os seguintes tipos: 6, 11,
42, 43 e 44. Os considerados de alto risco
possuem alta correlação com lesões intraepiteliais de alto grau e carcinoma de colo
uterino, vulva, pênis e ânus são os seguintes:
16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51, 56, 58, 59
e 68 (BRASIL, 2005, p.10).
Segundo o Ministério da Saúde
ainda não se conhece o tempo de
permanência do vírus HPV no organismo,
sem manifestação de sintomas ou
imperceptível, chamados na medicina
especializada como assintomáticos e
latentes, respectivamente. Também não se
sabe com precisão quais os fatores
desencadeantes da lesão, razão pela qual fica
dificultado o estabelecimento do intervalo
mínimo entre o momento da infecção e os
desenvolvimentos das respectivas lesões
(BRASIL, 2009).
As presenças dos sintomas podem
ocorrer em semanas, ou até anos após a
infecção pelo vírus. O HPV pode infectar o
trato genital e estão divididos em dois
grupos: os que são considerados de baixo
risco oncogênicos, associados a infecções
benignas do trato genital e estão presentes na
maioria das infecções como (visíveis
verrugas venéreas). Podendo aparecer na
vulva, colo uterino, vagina, pênis, escroto,
uretra e ânus, são os seguintes tipos: 16, 18,
11, 42, 43 e 44. Os considerados de alto
risco e possuem alta correlação com lesões
intraepiteliais de alto grau e carcinoma de
colo uterino, vulva, pênis e ânus são os
seguintes: 18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51, 56,
58, 59, e 68. (BRASIL, 2005, p.10).
Segundo o Ministério da Saúde
ainda não se conhece o tempo de
permanência do vírus HPV no organismo,
sem manifestação de sintomas ou
imperceptível, chamados na medicina
especializada como assintomáticos e
latentes, respectivamente (BRASIL, 2009).
O tratamento do condiloma
acuminado busca a remoção das lesões
(verrugas, condilomas), podendo ser por
cauterização, método cáustico ou químico todos métodos tópicos.
A substância disponível para
tratamento do condiloma acuminado,
atualmente, tem sido o alfa interferon beta,
substância de múltipla espécie, derivada de
leucócitos humanos, e indicada para o
tratamento de verrugas genitais.
De forma geral, nenhum dos
tratamentos disponibilizados atualmente é
eficaz em todos os casos, uma vez que a
doença adota especificidades diferentes em
cada organismo.
Por não se conhecer exatamente a
eficácia da terapêutica, as recidivas são
muito freqüentes, mesmo com o tratamento
adequado.
A
resposta
imunológica
individual é fundamental para a eliminação
completa dos vírus ou redução do número de
recidivas (ibid). Medidas profiláticas bem
simples são necessárias para se obter melhor
resultado na terapêutica, como higiene
adequada geral e genital; tratamento de
patologias paralelas e associadas, sobretudo,
as infecções genitais; investigação e
tratamento das parcerias sexuais e,
especialmente, abstenção de relações sexuais
durante o tratamento. O uso regular de
preservativos nas relações sexuais é
fortemente recomendado a todos os
portadores de DST e estes são distribuídos
fartamente nas UBS.
No contexto, como tentativa de
proteção contra o câncer do colo uterino,
estão sendo desenvolvidos vários projetos de
vacinas
contra
estes
vírus.
Tais
imunobiológicos têm efeitos apenas
Informe-se em promoção da saúde, v.5, n.1.p.13-15, 2009.
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profiláticos indicados, portanto, a pessoas
que ainda não tiveram contato com o vírus.
Logo, ainda com a existência de uma vacina
profilática, não se descarta a necessidade de
exames preventivos de câncer de colo do
útero rotineiramente.
Daí a importância de uma equipe
multidisciplinar para a assistência integral. A
recidiva é frequente e a pessoa necessita no
mínimo de 10 visitas a unidade de saúde
(PASSOS, 2008).
As
Doenças
Sexualmente
Transmissíveis (DST) ocorrem por vários
tipos de agentes e são transmitidas, por
contato sexual sem o uso de preservativo,
por uma pessoa infectada e, em regra, se
manifestam por feridas, corrimentos, bolhas
ou verrugas.
O tratamento tem como principal
meta à interrupção da cadeia de transmissão
da doença. O atendimento e o tratamento de
DST são gratuitos nos serviços de saúde do
SUS.
As DST representam o principal
facilitador da transmissão sexual do vírus da
AIDS, vez que, feridas nos órgãos genitais
favorecem a entrada do HIV.
O uso de preservativos, ainda é a
principal recomendação em todas as relações
sexuais é o método mais eficaz para a
redução do risco de transmissão, tanto das
DST quanto do vírus da AIDS.
Outras formas de contágio podem
ser das mães para o feto durante a gravidez
ou durante o parto, podendo causar grandes
lesões no concepto.
Outras DST podem também ser
transmitidas por transfusão de sangue
contaminado ou compartilhamento de
seringas e agulhas, especialmente no uso de
drogas injetáveis.
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima-se que no
mundo inteiro, há cerca de 340 milhões de
casos de DST por ano. Nessa estimativa, não
estão incluídos a herpes genital e o HPV.
A Saúde da Família é um projeto do
SUS, que tenta acompanhar a evolução
histórica e arranjo do sistema de saúde no
Brasil. Iniciado em 1994, cresceu
expressivamente nos últimos anos. Segundo
(BRASIL, 2006, p.07-08). A ESF, enquanto
estratégia
estruturante
dos
sistemas
municipais de saúde tem acirrado um
importante movimento com o intuito de
reordenar o modelo de atenção no SUS, na
busca de maior racionalidade na utilização
dos
demais
níveis
assistenciais.
Historicamente, o propósito foi de orientar a
organização da Atenção Básica (AB) no
Brasil, no sentido de garantir os princípios
da territorialização, longitudinalidade no
cuidado, co-responsabilização e equidade,
priorizando os grupos populacionais no
SUS. Contextualizando
o
referente
estudo, as ESF abrangem grande sustentação
dos objetivos da política de saúde,
envolvendo as equipes multidisciplinares,
ministrando todos os programas do
Ministério da Saúde existentes para a
assistência ao usuário e suas famílias,
resultando em cuidados integrais com ênfase
na promoção e educação em saúde. Sendo
assim, descentralizando a assistência,
cuidando preventivamente e precocemente,
evitando sobrecarga do sistema e
hospitalizações desnecessárias através da
diagnose.
De acordo com a experiência da
práxis no Programa Saúde da Família, no
atendimento aos portadores de DST, a
captação dos casos e agravos é realizada
através de sequentes palestras nas escolas
locais, igrejas e grupos na unidade, o que
proporcionam informações sobre o modo de
contágio, prevenção, gerando um interesse e
necessidade geral dos usuários em obter
mais informações.
O método de trabalho é através de
projeção de slides explicativos e perguntas
anônimas, que é colocada em uma urna para
posterior resposta das dúvidas no final da
palestra, que dura o tempo necessário para
todos os esclarecimentos, que são variados.
Com essa conduta, vários usuários de todas
as idades, procuram diariamente a unidade
para conversar em reservado expondo o seu
problema, e muitos casos de DST são
identificados, tratados, notificados e
investigados,
imediatamente
após
o
diagnóstico e anamnese.
Exames de rotina para DST são
solicitados, convocação dos parceiros,
aconselhamento pré-teste e pós-teste são
realizados. O apoio emocional ética
profissional, confiabilidade ao cliente é de
grande importância para adesão do
tratamento, e o uso de preservativo, passa a
ser orientação de rotina.
No escopo da saúde pública, o
enfermeiro tem sido requisitado para ocupar
espaços estratégicos, no desenvolvimento e
implementação de políticas sociais.
O ato de consultar o enfermeiro,
explica que se trata de relação de ajuda e
situação de aprendizagem entre paciente e
profissional, visando à solução de
problemas. A consulta de enfermagem que é
prestada ao indivíduo, à família e à
comunidade, de forma sistemática e
contínua, tem por finalidade a promoção da
saúde, mediante diagnóstico precoce
(SANTOS, 2003, p.38).
Informe-se em promoção da saúde, v.5, n.1.p.13-15, 2009.
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Orientações e condutas
para
os
pacientes
portadores de condiloma
acuminado no PSF.
Ao enfermeiro, nessa administração
dos saberes para o cuidado, cabe
supervisionar o acolhimento realizado pelo
auxiliar e/ou técnico de enfermagem;
Receber os pacientes que procuraram o
serviço com queixa, sinal ou sintoma de
DST, realizar acolhimento e, quando
necessário, consulta de enfermagem, assim
como proceder aos encaminhamentos
necessários (PREF. MUNIC. CAMPINAS,
2003).
Ao enfermeiro, cabe realizar
atenção integral a saúde da mulher, na
consulta de enfermagem, visando à detecção
precoce
de
DST,
prescrevendo/transcrevendo medicamentos
previstos no protocolo de enfermagem do
Projeto Mulher Viva, realizando o teste de
Schiller pós-coleta (PREF. MUNIC.
CAMPINAS, 2003).
Detecta-se uma enorme lacuna de
informações adequadas a respeito do HPV
que trabalha em favorecimento da
disseminação de concepções errôneas que,
em
consequência,
podem
interferir
negativamente no comportamento da
portadora do papiloma vírus humano, assim
como das pessoas que fazem parte de seu
contexto sócio-familiar.
Tais concepções encontram-se, em
grande parte, fundamentadas em elementos
culturais, como crenças, mitos e tabus, que
exercem grande significado para o
indivíduo. Os valores culturais que não
correspondem à realidade podem representar
uma trincheira para os profissionais atuantes
na promoção e reabilitação da saúde, e na
prevenção de doenças, o caso dos
enfermeiros da rede pública de saúde,
especificamente no ESF.
O ato de cuidar, sobretudo no caso
de DST, deve ser reavaliado e pensado
muito além de uma visão puramente
biológica. Deve os cuidados de enfermagem
alcançar esses mitos, crenças e tabus.
Considerando
as
dificuldades
encontradas nas redes do SUS, conclui-se
que o papel, de fornecer suporte emocional
ao cliente, a fim de contribuir com o seu
bem-estar ao longo do tratamento, mesmo
não estando previsto em protocolo algum,
passa a ser moralmente do enfermeiro.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de
DST e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis / Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília:
Ministério da Saúde. 2005.
______. ______. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais 2009. Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS1DA1127BPTBRIE.htm>
Acessado
em:
05/08/2009.
______. ______. Doenças Sexualmente Transmissíveis em imagens-Coordenação Nacional
de DST e Aids. Secretaria de Políticas de Saúde. Ministério da Saúde. Esplanada dos
Ministérios - Brasília - DF – Brasil, 1999. <http://www.aids.gov.br/dst/dst.htm>. Acessado
em: 05/08/2009.
______. ______. Saúde da Família no Brasil, Uma Análise de indicadores selecionados,
1998-2005/ 2006. Disponível em:
http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/publicacoes/geral/saude_familia_no_brasil_uma_analis
e_indicadores_selecionados_1998_2006.pdf >. Acessado em: 05/08/2009.
PREFEITURA
DO
MUNICIPIO
DE
CAMPINAS.
Disponível
em:
<http://www.campinas.sp.gov.br/saude/programas/protocolos/prot_enfer_saude_colet.pdf>
Acesso em: 02/04/2009.
SANTOS, Mariângela Romano dos. Atribuições legais do enfermeiro no programa saúde da
família: dificuldades e facilidades. Boletim da saúde. vol. 17, nº 2, pág. 37-40,2003.
PASSOS, Mauro Romero. Agência Fiocruz de notícias. Livro de Resumos do 20 Congresso
da CPLP sobre DST/AIDS, 11/04/2008.
REFERÊNCIA DO TEXTO
OLIVEIRA, M. J. S.; ANDRADE, M. Orientações e condutas para os pacientes portadores de
condiloma acuminado no PSF. Informe-se em promoção da saúde, v.5, n.1.p.13-15, 2009.
1
Enfermeira. Especialista em Promoção da Saúde pelo Curso de Especialização em Enfermagem e Promoção da
Saúde com ênfase em PSF/ UFF.
2
Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Adjunta do
Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa UFF.
Coordenadora do Curso de Especialização em Enfermagem e Promoção da Saúde/ UFF.
Informe-se em promoção da saúde, v.5, n.1.p.13-15, 2009.
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Orientações e condutas
para
os
pacientes
portadores de condiloma
acuminado no PSF.
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