Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Sub-Secretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde Gerência do Programa de Hipertensão TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL MODERADA E SEVERA (estágio 1 e 2) Segundo a V Diretriz, estudos comprovam que a monoterapia não foi suficiente para o controle da hipertensão nestes estágios; assim é recomendada a terapia associada de antihipertensivos. Para a hipertensão moderada, pode-se até esperar 30 dias por uma confirmação, nos casos assintomáticos, para se iniciar a abordagem com medicamentos. Nos casos de hipertensão severa, o tratamento farmacológico deve iniciar-se já na inscrição do paciente no programa. Os BETABLOQUEADORES são uma opção de droga para a hipertensão moderada e severa, exceto em suas contra-indicações formais: insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes (exceto para o Atenolol), arteriopatia periférica, bradiarritmias (freqüência cardíaca < 60 bpm) ou distúrbios avançados da condução atrio-ventricular (bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro grau). Por seu comprovado impacto na morbimortalidade cerebrovascular e cardiovascular em diversos estudos a longo prazo em pacientes menores de 60 anos. Pode ser usado em pacientes acima de 60 anos em situações especiais, tais como coronariopatia, disfunção diastólica, arritmias cardíacas ou IAM prévio. São também úteis em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaléia de origem vascular e naqueles com hipertensão porta. O beta-bloqueador hoje padronizado pela SMS-RIO é o Atenolol em comprimidos de 50 e 100 mg. a dose inicial deve ser de 50 mg até a dose máxima de 100 mg/dia em dose única, preferencialmente matinal. recomendase, desde o início, a associação com baixa dose (12,5 a 25 mg/dia) de hidroclorotiazida. 1 o Atenolol é um betabloqueador cardioseletivo, com menos efeitos na árvore brônquica e no metabolismo lipídico que os observados com o Propranolol, além de poder ser utilizado em dose única diária, o que favorece a aderência e assegura um melhor controle tensional ao longo de 24 horas. ao contrário do Propranolol, o Atenolol também não interfere no metabolismo glicídico, tornando-o uma opção segura até para uso na hipertensão associada ao diabetes. A eficácia anti-hipertensiva é considerada equivalente para todos os betabloqueadores. Tal comprovação é da maior importância, pois atesta a possibilidade de, em eventuais desabastecimentos, os pacientes em uso de Atenolol poderem ter acesso ao Propranolol, sem prejuízo no objetivo primário de seu tratamento. A equivalência de doses é de 50 mg de Atenolol para 120 mg de Propranolol, ou 100 mg para 240 mg, respectivamente. Para os casos de contra-indicação ao uso de beta-bloqueadores, os inibidores da ECA, representados na padronização da SMS pelo Enalapril na forma de comprimidos de 10 mg e Captopril 25 mg constituem a outra opção de tratamento associada a doses baixas de Hidroclorotiazida A posologia inicial do Enalapril deve ser de 10 mg/dia, em dose única, podendo ser aumentada até a dose máxima de 40 mg/dia em duas doses de 20 mg. Para o Captopril, a dose inicial é de 50 mg podendo chegar a 150 mg em três tomadas. Especial cuidado deve ser tomado com relação aos pacientes previamente depletados de sal e líquidos pelo uso de diuréticos ou de restrição sódica alimentar severa, nos quais pode ocorrer o efeito da primeira dose do inibidor da ECA, com hipotensão abrupta e mesmo quadros de síncope. O controle das escórias nitrogenadas (especialmente a creatinina) no início do tratamento com inibidores da ECA deve ser rotineiro, uma vez que sua elevação pode levar à suspeita de estenose unilateral de artéria renal, obrigando investigação específica e a interrupção de seu uso. Caso as doses máximas sejam alcançadas e a pressão ainda não esteja sob controle, pode-se adicionar betabloqueador (Atenolol) ou IECA (Enalapril ou Captopril) se ainda não utilizados. 2 Outra opção é adicionar a Anlodipina, bloqueador de canais de cálcio, ou trocar a associação dos anti-hipertensivos, após descartar falhas na adesão ao tratamento e afastar causas secundárias. Em 2007, a SMS em substituição à Nifedipina Retard 20 mg, padronizou a Anlodipina 5 mg. A dose inicial deve ser de 5 mg podendo chegar ao máximo de 10 mg em duas tomadas. O uso de vasodilatadores tais como a Hidralazina, deve ser reservado para casos que comprovadamente não respondam aos esquemas anteriores. A Hidralazina é padronizada pela SMS em comprimidos de 25 mg; a dose inicial deve ser de 25 mg 2 x dia, até o máximo de 150 mg/dia em três tomadas. O efeito da Hidralazina na resistência vascular periférica pode provocar um aumento reflexo da descarga simpática, levando a aumentos da freqüência e débito cardíacos, o que limita seu uso em coronariopatas. Outro efeito associado ao uso crônico da Hidralazina e outros vasodilatadores é o da retenção de sódio e água, levando a edemas periféricos, especialmente em membros inferiores. É contra-indicado o seu uso como monoterapia. O uso prolongado de altas doses de Hidralazina pode acarretar uma síndrome lúpica, reversível com a interrupção da droga. Seu efeito colateral mais freqüente, além dos já citados, é a cefaléia, mais freqüente no início de sua utilização. 3