A FILOSOFIA GRECO-ROMANA1 O homem sempre buscou por

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A FILOSOFIA GRECO-ROMANA
O homem sempre buscou por explicações que justificassem os mistérios que o cercam: a
vida, a morte, a origem do universo, o dia, a noite etc. Para isso recorreu às mais distintas respostas:
as mitológicas, as religiosas, as filosóficas, as artísticas entre outras. Dentre essas interessa-nos aqui
estabelecer uma distinção entre o mito e a filosofia e explicitar os principais períodos desta última.
Os mitos são narrativas que evocam deuses e heróis e as suas relações com a origem do
universo e de todas as coisas. Esses deuses tinham total interferência na vida dos mortais,
determinando o seu destino e os fenômenos da natureza. Contribuíam para a formação moral das
sociedades, uma vez que interferiam nas condutas dos homens. O mito tinha uma transmissão oral,
não possuindo registros escritos.
A Filosofia segue também em sua busca pelas explicações acerca do universo e do homem,
porém utiliza-se da razão e não da fantasia. Busca uma explicação que atinja a raiz do problema e
pretende a universalidade, ou seja, a compreensão da totalidade da realidade
A história da filosofia antiga e Greco-romana é mais do que milenar: do século VI a.C. até o
ano de 529 d.C.. Nesse tempo podemos dividi-la em alguns períodos:
Naturalistas: Também conhecidos como filósofos pré-socráticos, tinham como problema
central a investigação da Physis, ou seja, da natureza, mas não no sentido como a entendemos hoje.
A Physis deve ser entendida como aquilo que por si surge e desenvolve-se; designa o que é primário,
fundamental e persistente. Será a partir da Physis que os pré-socráticos irão ampliar a compreensão
da totalidade do real: do cosmos, dos deuses, do homem, da verdade, do movimento, da justiça.
Entre os séculos VI e V, sucederam-se os Jônicos, os pitagóricos, os eleatas, os pluralistas e os
físicos ecléticos.
Humanista: Coincide com o último momento do período naturalista e também com o seu
declínio. Merecem destaque os Sofistas e Sócrates.
Os sofistas se compunham de grupos de mestres que viajavam de cidade em cidade atraindo
estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação. O foco central de seus
ensinamentos concentrava-se no discurso e nas estratégias de argumentação. Alegavam com isso
que podiam "melhorar" seus discípulos, em outras palavras, que a "virtude" seria passível de ser
ensinada. Entre os primeiros sofistas conhecidos estão Protágoras (481 a.C.-420 a.C.), Górgias (483
a.C.-376 a.C.), e Isócrates (436 a.C.-338 a.C.). Muitos sofistas questionaram a propalada sabedoria
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Baseado em:
ANTISERI, Dario. REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média, V.1. 3º ed. São
Paulo: Paulus, 1990. p. 693, pp. 21-26.
Vários autores. Filosofia ensino médio. Secretaria de Estado da Educação - PR. 2ª ed. 2006. p. 336.
pp. 15-25.
recebida pelos deuses e a supremacia da cultura grega (uma idéia absoluta daquela época).
Argumentavam, por exemplo, que as práticas culturais existiam em função de convenções ou
"nomos", e que a moralidade ou imoralidade de um ato não poderia ser julgada fora do contexto
cultural em que aquele ocorreu. Tal posição questionadora levou-os a serem perseguidos, inclusive,
por aqueles que se diziam amar a sabedoria: os filósofos gregos.
Já Sócrates foi o primeiro a se dedicar a uma investigação até então despercebida:
determinar a essência do homem. Acreditava que o conhecimento já estava presente nas pessoas e
que a partir das perguntas corretas feitas por um mestre, esta chegaria por si só ao verdadeiro
conhecimento. Ou seja, a virtude não poderia ser ensinada, mas já era inata em algumas pessoas,
precisando apenas desenvolvê-las. Também a partir de seus questionamentos, levava seu
interlocutor à contradições, a fim de demonstrar as limitações de seu conhecimento, e que aqueles
que muitas vezes se dizem grandes conhecedores, na verdade, nada sabem.
Na sequência tivemos as grandes sínteses de Platão e Aristóteles, marcadas principalmente
pela alusão ao supra-sensível e pela explicação e formulação de grandes problemas filosóficos: a
ética, a política, a alma. Platão defendia uma teoria das idéias, na qual o verdadeiro conhecimento
estaria em um mundo transcendental, para além das coisas físicas e só seria possível atingi-lo pelo
uso da razão. O mundo que temos acesso pelos sentidos seria na verdade uma farsa, uma cópia do
mundo inteligível. Esta obra levou Aristóteles a estabelecer uma distinção entre a física, doutrina da
realidade física, da metafísica, doutrina da realidade supra-física.
As Escolas Helenísticas iniciam-se com a grande conquista de Alexandre Magno –
unificação da Grécia, Oriente Médio, Mesopotâmia, Egito e Índia - até o fim da era pagã. É quando há
o surgimento do cinismo, do epicurismo, do estoicismo, do ceticismo e a difusão do ecletismo.
Período religioso: Desenvolve-se em um contexto cristão, onde há uma retomada do
platonismo, culminando no neoplatonismo. O pensamento cristão: tenta formular racionalmente o
dogma da nova religião e caracterizá-lo com categorias derivadas dos filósofos gregos.
A primeira tentativa de síntese entre oAntigo Testamento e o pensamento grego, foi feita por
Fílon, o Hebreu, em alexandria, mas sem prosseguimento. Os cristãos iriam impor a mensagem
evangélica à luz das categorias da razão. Assim começa a crise e a superação do modo de pensar
grego o que irá culminar no pensamento cristão. Na era medieval a filosofia será submetida ao crivo
religoso, retomando a sua independencia no pensamento moderno.
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