análise da expressão por rt-pcr em tempo real do gene da

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ANÁLISE DA EXPRESSÃO POR RT-PCR EM TEMPO REAL DO GENE DA MIOSTATINA EM
DUAS LINHAGENS DE AVES (CORTE E POSTURA)
1
1
1
1
2
HJ Alves* , ML Marchesin , EC Jorge , MC Ledur , LL Coutinho
1
Laboratório de Biotecnologia Animal – ESALQ/USP Piracicaba – SP – Brasil
2
Embrapa – Suínos e Aves – Concórdia – SC - Brasil
Introdução
A avicultura é uma das atividades que mais tem
crescido nos últimos anos. A produção de aves no Brasil
vem crescendo na ordem de 10% a cada ano, resultado
da constante atualização tecnológica do setor. Com o
aumento na produtividade, a carne de frango tornou-se
a proteína animal mais barata e acessível ao
consumidor (http://www.abef.com.br). Dentro deste
contexto, estudos que envolvam análise da expressão
de genes que atuam na formação da musculatura
esquelética são de extrema importância para o avanço
nas pesquisas em avicultura. Desde a sua identificação
em 1997 (4) o gene da miostatina tem sido descrito
como um importante regulador da formação da
musculatura esquelética (2). Considerando-se o papel
importante deste gene durante o desenvolvimento
embrionário e também no músculo esquelético adulto, o
objetivo deste trabalho foi comparar a expressão do
gene da miostatina na musculatura peitoral de duas
linhagens de aves com diferentes potenciais de
crescimento. Uma linhagem de corte (TT) selecionada
para maior deposição de massa muscular e uma de
postura (CC), caracterizada pela baixa taxa de
crescimento e pouca massa muscular.
Material e Métodos
Este experimento foi realizado no Laboratório de
Biotecnologia Animal ESALQ/USP, Piracicaba-SP.
Ovos, provenientes das linhagens TT e CC, EMBRAPA
– Suínos e Aves foram incubados (38 ºC) para a
obtenção de embriões de 9 (E9) e 17 dias (E17). Foram
utilizados também pintinhos de 1 dia (D1) e aves de 21
dias (D21) de idade. Amostras do tecido peitoral das
aves foram utilizadas para extração de RNA total e
síntese de cDNA. As reações de RT-PCR em tempo real
foram realizadas no equipamento LightCycler (Roche).
Dessa forma, foram analisados cinco animais
(musculatura peitoral), em duplicata, de cada linhagem
em duas fases de desenvolvimento: fase embrionária
(9 e 17 dias de incubação) e fase pós-eclosão (1 e 21
dias de idade). Foi empregado o método de
quantificação relativa utilizando-se o gene da beta actina
como controle.
Resultados e Discussão
De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, a
expressão de miostatina foi maior no estádio E9 do
desenvolvimento embrionário, decrescendo aos 17 dias
de incubação (E17) e aumentando ligeiramente na fase
pós-eclosão. A expressão foi maior na linhagem de
corte desde a fase embrionária até 1 dia de idade. Aos
21 dias de idade a expressão de miostatina tornou-se
maior na linhagem de postura. Uma vez que a
miostatina é um potente inibidor de diferenciação
muscular, esperava-se que sua expressão fosse maior
na linhagem de postura em todos os estádios
analisados, porém, isso ocorreu somente aos 21 dias de
idade.Talvez isso possa ser explicado pelo fato de
existirem genes regulando a expressão da miostatina na
fase embrionária, como é o caso da folistatina (3), a
titina e várias outras, que atuam inibindo a miostatina
(2). Por outro lado, Álvares (1) obteve maiores
concentrações de transcritos para miostatina na
linhagem de postura em todos os estádios embrionários
estudados.
Tabela 1 - Médias e desvios-padrão da expressão do
gene da miostatina nas fases: embrionária e póseclosão descritas em unidades ∆Ct
Idade n
E9
10
Miostatina
TT
CC
Aa
Cb
2,77 ± 1,2
19,64 ± 1,2
E17
10,72
D1
D21
10
10
10
Ba
8,32
Ba
8,94
Ba
± 0,6
± 1,0
± 1,5
11,98
Ba
± 1,3
10,32
Ba
± 1,0
6,79
Aa
± 1,5
E9: 9dias de incubação; E17: 17dias de incubação; D1: 1 dia
de idade; D21: 21 dias de idade; TT: linhagem de corte; CC:
linhagem de postura. Médias seguidas de mesma letra
maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si
pelo teste T (p< 0,10). n: nº de observações
Conclusão
Os dados gerados na análise de expressão permitiram
traçar um perfil da expressão da miostatina nas
linhagens estudadas. Tais resultados podem fornecer
subsídios para o entendimento das bases moleculares
das diferenças fenotípicas encontradas entre as
linhagens.
Bibliografia
1. Álvares LE (Tese de doutorado) 2001; 132p.
2. Dominique J-E, Gerard C. Experimental Cell
Research 2006; 312: 2401-2414
3. Kocamis H, Kirkpatrick-Keller DC, Richter J, Killefer
J. Growth, Development and Aging 1999; 63:
143-150
4 McPherron AC, Lawler AM, Lee S-J. Nature 1997;
387: 83-90
Apoio financeiro: EMBRAPA/PRODETAB, FAPESP
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