FederaçãoBrasiliense, umaincógnita

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8/9 • Super Esportes
• Brasília, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013 • CORREIO BRAZILIENSE
Oazarãovirou
protagonista
Fora da cotação para o título antes
do torneio, o Brasília é o único time
garantido nas semifinais. Contas
em dia e permanência da base da
equipe de 2012 fazem parte da
receita de sucesso do colorado
Iano Andrade/CB/D.A Press - 19/1/13
» THIAGO RIZERIO
primeira metade do Campeonato Brasiliense se
aproxima do fim. No sábado, serão conhecidos os
quatro semifinalistas da Taça JK, o
primeiro turno da competição. Até
o momento, apenas o Brasília garantiu vaga na próxima fase. Com
quatro vitórias e um empate, o colorado é o líder do Grupo B, com
13 pontos. Na chave, apenas o Ceilândia, com 11, pode ultrapassá-lo
no fechamento do turno.
A campanha do Brasília surpreende. Em janeiro, antes de a
bola rolar no Candangão, Gama,
Brasiliense, Ceilândia e Sobradinho eram considerados favoritos
para levar o título do Distrito Federal. O colorado aparecia como
uma incógnita, pois vinha da segunda divisão.
Embora tenha mantido o treinador Gauchinho e a base que conquistou a vaga na elite do campeonato local (contratou 14 jogadores
para compor o elenco nesta temporada), o clube mostrou desempenho irregular na pré-temporada.
Iniciou os treinos em novembro e,
apesar de ter goleado o Anápolis
por 5 x 2 em um amistoso, foi atropelado pelo Luziânia por 3 x 0 em
outra partida preparatória.
De acordo com Gauchinho, os
dois meses de trabalho foram quase ininterruptos, com pequenas
folgas de três dias no Natal e no
ano-novo. Para ele, a dedicação
dos jogadores está fazendo a diferença agora. “Não surpreende (o
rendimento) porque sabíamos da
qualidade dos nossos atletas. Não
trouxemos nenhum nome de peso, mantivemos os pés no chão,
mas todos os jogadores com quem
trabalho têm qualidade suficiente
e isso justifica a nossa campanha”,
explica o comandante.
O presidente do Brasília, Luís
Jogos no
mesmo horário
A
A Federação Brasiliense de
Futebol mudou horários dos
jogos da última rodada da Taça
JK. Como ainda há oito times
disputando três vagas na
semifinal, todas as partidas
serão no sábado, às 15h30.
Com isso, dois confrontos
tiveram os locais modificados.
Brasília x Unaí, que antes seria
no Serejão, passou para
o Augustinho Lima, em
Sobradinho. Já Ceilândia x
Botafogo-DF saiu do Bezerrão
para o Abadião — o duelo,
no entanto, não terá público,
pois o estádio ainda está em
fase de conclusão das obras
de reforma.
Os contratos dos atletas do colorado vencem ao fim do campeonato, mas clube quer disputar a Série D nacional
Carlos Alcoforado, tem discurso
semelhante ao do treinador. Na
opinião dele, a permanência da
comissão técnica — a mesma há
quase dois anos — e as contratações que respeitam os limites financeiros do clube ajudam a manter o bom trabalho do time. “Não
extrapolamos as metas orçamentárias. Com isso, a folha salarial,
que é modesta, não sofre atraso.
Tudo está em dia”, conta.
Metas
Apesar do bom aproveitamento neste início de competição, o
discurso é de cautela. Gauchinho
está animado com o futebol apresentado, mas não quer fazer planos antes de cumprir as metas estabelecidas. “O objetivo é voltar
com o Brasília para o grupo dos favoritos. Depois disso, caso se classifique para a Série D (do Brasileirão), com certeza haverá outros
planejamentos”, discursa.
A possibilidade de atuar no
torneio nacional existe e faz parte
da intenção de “resgatar o passado glorioso e voltar ao cenário nacional”, segundo Alcoforado. Porém, as metas do clube, em princípio, foram definidas para o Candangão. Os contratos dos jogadores, por exemplo, vão até o fim do
campeonato. De acordo com Gauchinho, havia interesse em criar
vínculos mais extensos, mas como não existe a garantia de disputar competições após o campeonato do DF, a direção optou por
prazos mais curtos.
“É uma gestão profissionalizada, transparente e compatível
com a realidade do futebol de Brasília. Já temos planos até 2021,
sempre projetando cenários, mas
não queremos pular etapas”, diz
Alcoforado. “Ainda estamos fazendo um trabalho embrionário. Chegar ao topo do futebol brasileiro é
um projeto difícil, demorado, porém que pode ser alcançado.”
A Confederação Brasileira de
Futebol (CBF), como era de se esperar, aparece com o maior rendimento do país. Em 2011, obteve, sozinha, um faturamento de
R$ 313,4 milhões, com lucro líquido de R$ 73,6 milhões. Assim,
fechou o ano com patrimônio líquido de R$ 258,4 milhões. Sem
endividamento líquido, é credora de R$ 177,1 milhões.
A situação de conforto financeiro da CBF se repete em poucas federações estaduais. Uma
delas é a Paulista, que conseguiu
em 2011 a segunda maior receita:
R$ 25,7 milhões. A Gaúcha também não tem do que reclamar.
No mesmo período, alcançou o
segundo maior lucro do país,
com R$ 3,2 milhões, ficando atrás
apenas da CBF.
Ainda estamos
fazendo um
trabalho
embrionário.
Chegar ao topo do
futebol brasileiro é
um projeto difícil,
demorado, porém
que pode ser
alcançado”
Luís Carlos Alcoforado,
presidente do Brasília
BALANÇO FINANCEIRO
Federação Brasiliense,
uma incógnita
A Pluri Consultoria divulgou o
resultado de um estudo sobre o
faturamento e as dívidas das federações de futebol do Brasil. A situação da entidade candanga, no
entanto, é desconhecida. A FBF foi
uma das seis que não informaram
seusdados,assimcomoasdeAmapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio
Grande do Norte e Roraima.
Os destaques negativos ficam por conta das federações
alagoana e cearense. Elas tiveram prejuízo de R$ 445 milhões
e R$ 218 milhões, respectivamente. Já a paraense aparece
em terceiro lugar, com R$ 99
milhões negativos. No topo da
lista das mais endividadas, aparece a paranaense, com quase
R$ 60 milhões.
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