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ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE BLENDAS
(CAPROLACTONA TRIOL) E POLI (ÓXIDO DE ETILENO)
POLIMÉRICAS
DE
POLI
Mayara Torquato Moreira; Dr. Luiz Alberto Kanis (orientador).
Introdução
Os polímeros representam uma classe de materiais com muitas aplicações entre as quais
destaca-se a utilização na formulação de medicamentos de liberação convencional e
modificada. O desenvolvimento desses materiais busca o direcionamento da liberação de
fármacos em sítios específicos no organismo (VILLANOVA et al., 2010), sendo a difusão
pela matriz polimérica o principal fator que controla a liberação. Outra estratégia usada é a
adição de outro polímero, obtendo-se uma blenda polimérica (KANIS, 2005). Através da
obtenção de blendas muitos polímeros podem ter suas propriedades modificadas
(VALENTA & AUNER, 2004).
Este trabalho busca estudar uma nova blenda polimérica composta por poli (caprolactona
triol) - PCL-T e poli (óxido de etileno) – PEO, suas propriedades físico-químicas favorecem o
desenvolvimento de matrizes implantáveis que poderão ser utilizadas na área biomédica.
O objetivo geral do estudo é desenvolver e caracterizar blendas poliméricas de PCL-T e
PEO, para aplicação em sistemas implantáveis de liberação de fármacos. Objetivos: a)
Elaborar matrizes poliméricas PCL-T e PEO com e sem dexametasona. b) Determinar a
interação polímero-polímero por espectroscopia de infravermelho c) Estudar o mecanismo
de liberação da dexametasona a partir das blendas.
Palavras-chave: poli (óxido de etileno), poli (caprolactona triol), blendas.
Métodos
Preparação das blendas de PEO/PCL-T
As matrizes foram preparadas pelo processo de “casting” com massa de 500 mg de
PEO/PCL-T, nas concentrações de 100/0%, 80/20%, 60/40%, 40/60%. As blendas foram
secas em placas de teflon à temperatura ambiente.
Espectroscopia de infravermelho (FTIR)
As análises foram feitas em um espectrofotômetro Bomen Series MB-100, na faixa de 4000
cm-1 a 400 cm-1.
Intumescimento
As blendas foram cortadas em 3 partes e mantidas em um ambiente com sílica durante uma
semana. Depois as peças cortadas foram mantidas em um ambiente contendo uma solução
de cloreto de sódio em água com umidade relativa de 94%. As peças foram pesadas antes,
com (M1) e sem o vidro relógio (M3) e colocadas no ambiente úmido mantidas durante 12
dias, depois foram pesadas novamente com o vidro relógio (M2) e o intumescimento foi
determinado através da equação:
I = {[(M2 – M1) – M3] x 100}
100
Mecanismo de liberação do fármaco a partir das blendas
As matrizes foram cortadas em formato circular e fixadas a uma célula de difusão contendo
o eluente tampão fosfato de potássio (pH = 6,8). O sistema foi mantido sob agitação de 40
rev/min a 37 °C, em intervalos de tempo pré-determinados. O teor do fármaco liberado foi
determinado por FTIR.
2
Resultados e discussão
Espectroscopia de infravermelho
Com o aumento da concentração de PCL-T ocorre um deslocamento da banda das
hidroxilas para comprimentos de ondas menores, o que indica que existem interações
interpoliméricas envolvendo as hidroxilas da PCL-T.
Figura 1- Espectro FTIR dos componentes puros e das blendas PEO/PCL-T.
Intumescimento
Com o aumento de PCL-T a capacidade de intumescimento diminui. Esta diminuição pode
ser devido à baixa afinidade PCL-T pela água, o que pode influenciar no mecanismo de
liberação do fármaco.
Figura 2- Intumescimento das blendas de PEO/PCL-T: 100/0; 80/20; 60;40; 40/60.
Mecanismo de liberação da dexametasona a partir das blendas
Figura 3 – Blendas de PEO/PCL-T com o fármaco Dexametasona: 100/0, 80/20, 60/40.
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A blenda com maior concentração de PCL-T apresenta aproximadamente 26% de
capacidade de liberação maior que na blenda que possui apenas PEO. A PCL-T acarreta
em um possível aumento nos espaços livres entre as cadeias poliméricas, favorecendo a
liberação de fármaco. Outro fator que pode favorecer a difusão é o ponto de fusão da PCL-T
em 33°C, já que os estudos foram feitos a 37°C, a fusão do material pode favorecer a
difusão.
Figura 4 - Perfil de liberação da Dexametasona a partir das blendas de PEO/PCL-T: 100/0;
80/20 e 60/40.
Conclusões
Os resultados demosntraram existir interaões entre o PEO e PCL-T via ligações de
hidrogênio e que o aumento de PCL-T na blenda reduz a a absorção de água das misturas
PEO/PCL-T, um fator que pode ser utilizado para o desenvolvimento de sistemas de
liberação controlada de drogas. Conforme o que foi observado nesse estudo, a PCL-T
favoreceu a difusão do fármaco a partir das blendas poliméricas na temperatura de 37°C.
Referências
KANIS, L.A. Polymer. 2000, 41, 3303.
KANIS, L. A. Caracterização de filmes de EMA e EMA/PCL-T e Aplicação em Sistemas
de Liberação Controlada de Fármacos. 2005. 125 f. Tese (Doutorado)- Universidade
Federal de Santa Catarina.
VILA JATO, J. L. Tecnologia Farmacêutica. v 2, Madrid: Editorial Sínteses, 1995.
VILLANOVA, Janaina C. O.; ORÉFICE, Rodrigo L.; CUNHA, Armando S. Aplicações
farmacêuticas de polímeros. Polímeros: Ciência e Tecnologia, Minas Gerais, v. 20, n. 1, p.
51-64, 2010.
MARTIN, A.; SWARBRICK, J. E.; CAMMARATA, A. Physycal Pharmacy.
1993.
Pensilvania,
LOPES, C. M.; LOBO, J. M. S.; COSTA, P. Formas farmacêuticas de liberação modificada:
polímeros hidrifílicos. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 41, n.
2, p. 143-154, 2005.
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