PROVA 1 Exercício 1: A quantidade de chamadas de telefones portáteis (x) na Ilha da Tecnologia é caracterizada pela seguinte expressão: QxD ( Px , Py , M ) 90 2Px aPy 0.01M Qx (Px,Py) =90 –2Px + aPy +0,0M onde Px Px representa o preço das chamadas nos telefones portáteis, Py representa o preço das chamadas nos telefones fixos (que são substitutas das chamadas nos telefones portáteis) e M é o rendimento médio dos habitantes da Ilha. a) O bem x é um bem normal ou inferior? Qual o sinal de a. Justifique devidamente as suas respostas Resolução: O bem x é um bem normal porquanto a elasticidade rendimento da sua procura é positiva. Por outro lado, como os bens x e y são substitutos a elasticidade preço cruzada tem de ser positiva, pelo que a é positivo. b) Na Ilha, a oferta de chamadas em telefones portáteis é caracterizada pela seguinte expressão: Px=2. Sabendo que Py=2, M= 1000 e que, se Px=6 , a quantidade procurada de x é de 90 unidades, calcule o equilíbrio no mercado de chamadas em telefones portáteis e represente-o graficamente. Resolução: Tendo em conta a informação disponível sobre a procura podemos concluir que: 90 = 90-2x 6 + 2a + 0,01 x 1000 a=1 Mas então, o equilíbrio de mercado verifica-se com Px=2 e. Qx = 90 –2x2 + 2 + 0,01x1000 =98 c) Comente a seguinte afirmação, justificando devidamente a sua posição: 1/7 “Os operadores de telefones portáteis não estão a maximizar a sua receita.” Resolução: Para maximizar a receita dever-se-ia estar a vender no ponto da procura em que a elasticidade preço fosse igual a –1. Ora a elasticidade é dada por: Qx , Px 2 Px Qx , pelo que, para os valores indicados, a elasticidade preço seria unitária quando. Px = 51/2 5,0 D 4,0 Px 3,0 S 2,0 1,0 0,0 92 94 96 98 100 102 104 Qx Exercício 2: Considere uma empresa cujo processo produtivo pode ser descrito pela função de produção: 2 1 1 F ( K , L) , L K onde L representa o número de trabalhadores empregues e K representa o número de unidades de capital utilizadas. a) Caracterize os rendimentos de escala desta função de produção. Se a produção, com custo mínimo, de 10000 unidades passar por contratar 200 unidades de cada factor produtivo, que quantidades dos factores se deverão utilizar para, com custo mínimo, aumentar a produção em 1%? Resolução: A função exibe rendimentos crescentes à escala iguais a 2, pois: 2/7 1 1 F (K , L) L K 2 2 F ( K , L) . Nas condições dadas, dever-se-á utilizar mais 1 unidade (0.5%) de cada factor. b) Suponha que o preço do factor K é igual a 4 e o do factor L é igual a 1. Verifique que a TMST de trabalho por capital é dada K / L e que a curva 2 de custos totais da empresa é descrita por CT (Q) 9 Q . Existem economias ou deseconomias de escala? Relacione a sua resposta com a resposta dada na alínea anterior. Resolução: A produtividade marginal de cada factor é dada por: 3 PMgL: F 1 1 2 L 2 ; L L K 3 F 1 1 2 K 2 . K L K Portanto a TMST é dada por: PMgK: 2 dK K TMST . dL L Para determinar a função de custos totais resolvemos então o seguinte sistema (que decorre das condições de primeira ordem para a minimização dos custos de produção): K 2 1 3 Q 4 L K 2 , 2 L 3 Q 1 1 Q L K de onde resulta a função de custo total CT (Q) 9 Q . Existem, portanto, economias de escala, as quais se devem à presença de rendimentos crescentes à escala na função de produção. c) Este produtor é monopolista num mercado cuja curva de procura é descrita por Q 144 1 P 2 2 . Determine a quantidade que ele deve produzir (e o preço que deve cobrar) de forma a maximizar o seu lucro. Que quantidades de factores serão utilizadas e que lucro será alcançado? Resolução: O monopolista maximiza o seu lucro resolvendo o problema: 1 12 Q 9 Q , max 2 Q de onde vem a condição de primeira ordem: 3/7 1 6 9 0 Q 9. 2 Q 2 Q Estas unidades serão produzidas utilizando 9 unidades de L e 4.5 unidades de K. O lucro assim alcançado será de 4.5. Exercício 3: O Sr. Rogério produz um bem (x) que é vendido a retalhistas que o colocam à venda no mercado. A produção deste bem envolve custos totais que podem ser descritos pela expressão CT(x,K) 0.05x 3 1.45x 2 ( 14.25 K)x 5K 2 onde x é a produção e K a capacidade instalada. a) Sabendo que a expressão acima representa uma família de curvas de custos totais de curto-prazo determine o efeito de uma variação de K nos custos variáveis e nos custos fixos. Verifique que a curva de custos totais de longo-prazo é descrita por CT ( x) 0.05x 3 1.5x 2 14.25x . Resolução: O efeito de uma variação de K nos custos variáveis e fixo é: CV Custo variável: x , o aumento do factor fixo implica uma diminuição do custo K variável igual ao número de unidades produzidas; CF Custo fixo: 10 K , o aumento do factor fixo implica um aumento do custo fixo K igual ao decuplo da capacidade instalada. Para determinar o custo total de longo prazo determina-se a capacidade óptima: CT CP 0 K 0.1x , K e substitui-se na função de custo de curto prazo, para obter: CT (q) 0.05 x 3 1.5x 2 14.25 x . b) Dado que o Sr. Rogério produz ao nível mínimo do seu custo médio de longo prazo, determine a quantidade de x produzida. Será que nesse ponto existem economias de escala? Resolução: A quantidade de q produzida é igual a 15, não existindo neste ponto economias ou deseconomias de escala. 4/7 c) O Sr. Rogério vende o seu produto x aos retalhistas a um preço de 50. Estes por sua vez colocam-no à venda no mercado a um preço de 60. Enquanto consumidor, o Sr. Rogério tem um nível de utilidade descrito 3 pela função U ( x, y) 2 min 3x, y , que depende quer do consumo de x, 2 quer do consumo de um outro bem, y, que pode adquirir ao preço de 25. O único rendimento do Sr. Rogério é o proveniente dos lucros da empresa que produz x. i) Verifique que a restrição orçamental é dada pela expressão y 28.2 2 x . Represente-a graficamente e interprete-a. Resolução: A restrição orçamental pode ser escrita por: 25 y 5015 x 45 , onde x e y são as quantidades consumidas de cada bem e 45 é o custo total de produzir 15 unidades de x. Reescrevendo-a, obtemos a expressão indicada na questão, cuja representação gráfica é a seguinte: 30 25 y 20 15 10 5 0 0 5 10 15 x ii) Calcule as quantidades consumidas pelo Sr. Rogério de x e de y, a quantidade vendida do bem x, o rendimento (lucro) e o nível de utilidade alcançada. Represente o cabaz óptimo graficamente. (Cotação: 1 valor) Resolução: Tendo em conta a função de utilidade ter-se-á: 3 x 7.05 3x y , 2 y 14.1 y 28.2 2 x pelo que se venderão 7.95 unidades de x, o rendimento será 352.2 e o nível de utilidade será 42.3. Esta situação está representada no seguinte gráfico: 5/7 30 25 y 20 15 10 5 0 0 5 10 15 x iii) Suponha que o governo criava um imposto sobre os lucros de 10%. Explique, sem tornar a resolver de novo o problema de maximização, quais serão os novos valores de consumo de ambos os bens. Em quanto é que teria de aumentar o preço de venda do bem x para que o Sr. Rogério mantivesse o mesmo nível de lucro. Resolução: Mantendo-se o preço, o lucro reduzir-se-ia em 10%, pelo que o consumo de cada bem também se reduziria em 10%, isto é: x 6.345 . y 12.69 O lucro só se manteria se o preço de X aumentasse para 59.43 (isto é 9.85%). Exercício 4: Responda brevemente (não mais de uma página por questão) às seguintes questões. a) Dê exemplo de dois tipos de investimentos específicos e descreva a forma como estes afectam a actividade das empresas. Resolução: Compra de uma máquina, formação profissional b) Descreva brevemente o que entende por economias de aprendizagem, referindo um sector em que estas pareçam ser importantes Resolução: Existem economias de aprendizagem quando os custos médios de produção por unidade de tempo vão diminuindo em função da experiência acumulada anterior (normalmente captada pela produção acumulada nos períodos anteriores). 6/7 c) Um monopolista maximizador do lucro que tenha duas fábricas com a mesma função de custos em cada fábrica, deve produzir a mesma quantidade em cada fábrica. Comente. Resolução: A afirmação é correcta se os custos marginais forem sempre crescentes. Se os custos marginais forem constantes é irrelevante a forma como se distribui a produção pelas duas fábricas. Se os custos marginais forem decrescentes, deve produzir-se apenas numa fábrica. 7/7