Resumo Aula-tema 08: Contextualização e Análise Comparativa do

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 Resumo
Aula-tema 08: Contextualização e Análise Comparativa do Crescimento
Econômico dos países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Essa
aula
tratará
da
análise
e
comparação
dos
processos
de
desenvolvimento dos países dos BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
países que se tornaram referências mundiais em termos de crescimento econômico,
inovação tecnológica, riqueza de recursos naturais e tamanho de seus mercados
consumidores internos, por conta do tamanho de suas populações como veremos
abaixo.
O termo BRIC foi criado em 2001 para fazer referência a quatro países
Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul foi incorporada ao BRIC em abril de
2011 e a sigla mudou para BRICS. Os 5 países são considerados emergentes, pois
apresentam bom crescimento econômico. Formam uma aliança que busca ganhar
força diante do cenário político internacional.
Primeiro vamos reanalisar e comparar os principais fatores que possibilitaram
o crescimento econômico dos 4 países que inicialmente faziam parte do BRIC,
destacando seus
problemas e suas perspectivas futuras em termos
de
desenvolvimento humano, competitividade e diminuição das desigualdades sociais e
econômicas e questões institucionais. Em seguida, apresentaremos alguns dados
sobre a África do Sul.
Esses países têm mais diferenças do que similaridades quando são
analisados com cuidado. Estamos falando de duas das civilizações mais antigas do
mundo, que existem desde antes da era cristã. E de outras que são mais recentes,
sendo o Brasil o mais novo e formado no contexto da exploração colonial. Mas Índia
e China também têm um passado marcado por fortes relações econômicas e
políticas com a Inglaterra, tendo sido fornecedores de matérias-primas e mão de
obra e compradores dos produtos ingleses. A Rússia por sua vez sempre foi um país
soberano.
China e Índia romperam suas relações com o Reino Unido após a II Guerra
Mundial e passaram a trilhar caminhos próprios. A China como um país socialista
que teve grande influência da URSS e a Índia como a maior democracia do mundo
capitalista, mas fechada e altamente regulada pelo Estado. Os 4 países tiveram
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trajetórias de crescimento muito diferentes durante o século XX, mas todos
passaram por reformas importantes de seus sistemas políticos e econômicos nas
décadas de 1980 e 1990. Em geral houve uma adoção de ideais liberais, com
valorização da propriedade privada, dos mecanismos de mercado, da importância da
inserção externa e da democracia política.
Alguns dados ressaltam a importância desses países na economia mundial.
Juntos eles somam cerca de 2,8 bilhões de habitantes, o que equivale a mais de
40% da população mundial. Desse modo, eles têm alta disponibilidade de mão-deobra e um grande mercado consumidor para produtos básicos como alimentos,
roupas e calçados, bens duráveis eletrônicos básicos.
Quanto ao crescimento do PIB total desses países, podemos identificar dois
grupos. Índia e China tiveram taxas médias de crescimento elevadas entre 1990 e
2005, 5,9% ao ano para o primeiro e de 9,8% para o segundo. Existem diferenças,
contudo quanto aos setores que mais cresceram, sendo que na Índia foi o de
serviços e na China a indústria em geral.
Por sua vez, Brasil e Rússia tiveram taxas anuais de crescimento menores do
que países citados no parágrafo anterior. O Brasil teve média de crescimento de
apenas 2,2% e a Rússia de 1,1%. Esses dois países estão tendo um modelo de
crescimento mais voltado para a exploração das suas reservas de recursos naturais
e de produção de alimentos. A Rússia é grande exportadora de petróleo e o Brasil
de alimentos.
Esses países juntos representam mais de 20% do PIB Mundial medido pela
paridade de poder de compra e atingem cerca de 10% das exportações mundiais de
bens e serviços.
Quanto à dinâmica de investimentos, ou Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF), China e Índia tem mantido taxas bem mais altas do que Brasil e Rússia.
Como vimos nas aulas anteriores, na Índia os investimentos foram direcionados para
as atividades de serviços de tecnologia da informação e na China para a instalação
de indústrias e de infraestrutura básica para a exportação. No caso do Brasil, a
FBCF foi suficiente para a modernização de certos segmentos da economia apenas.
O mesmo ocorreu na Rússia.
Quanto à dinâmica do IDE, nos países dos BRICS, também temos diferenças
entre os grupos de países, mas não diferenças significativas entre a origem dos
recursos, sendo os Estados Unidos um grande parceiro comercial de Brasil, Índia e
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China. Esses dois últimos têm parcerias importantes com seus vizinhos,
demonstrando a importância do fluxo regional de comércio e investimento.
Por sua vez, o Brasil tem parcerias com Estados Unidos, Europa e com
paraísos fiscais e pouca relação com seus vizinhos. A Rússia teve pouca
importância no contexto do IDE internacional.
Quanto ao comércio internacional, China e Índia aumentaram o comércio com
os Estados Unidos e, em segundo plano, o comércio interregional entre os dois
países e destes com Hong Kong e Coréia. Assim, há um padrão regional marcante
nos países da Ásia. Do ponto de vista das importações, deve-se destacar que esse
padrão regional se repete para esses dois países.
A Índia importa principalmente petróleo, máquinas e equipamentos e
matérias-primas para indústria em geral. Esse país tem um papel significativo na
importação de bens primários, sendo um dos principais compradores de açúcar,
derivados de leite, entre outros produtos básicos. Seus parceiros nessas transações
são o Brasil, Argentina, Austrália e países da África. Por sua vez a China tem um
papel significativo na importação de bens primários, sendo um dos principais
compradores de minérios, soja, açúcar, entre outros produtos básicos. Seus
parceiros nessas transações também são o Brasil, Argentina, Austrália e países da
África.
O Brasil, por outro lado, tem grande fluxo de comércio com Estados Unidos e
Europa, sendo que, apenas em anos recentes, está aumentando o fluxo comercial
com a América Latina. A Ásia está se tornando um parceiro importante do Brasil, por
conta da exportação de alimentos e da importação de produtos industriais.
A África do Sul é o país mais rico da África, com cerca de 18 do PIB total do
continente e 45 da produção de minérios. Sua atividade industrial é a mais
importante da África. O país tem os setores financeiro, de energia, de comunicações
e de transportes bem desenvolvidos.
O país oferece importância política como um acesso aos Estados em
desenvolvimento da África subsaariana, algo que ajudou a expandir o alcance
geográfico do BRICS.
Com uma economia de U$$ 285 bilhões, uma população bem menor e um
crescimento de apenas 3%, a África do Sul fica pequena em comparação aos outros
quatro países.
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Os desafios desses 5 países são semelhantes para os próximos anos e se
concentram nas questões sociais, educacionais e de distribuição de renda.
Conceitos Fundamentais
Economia Fechada –. Economia típica de uma região isolada. Não há importação
nem exportação de produtos. O intercâmbio de mercadorias se realiza além dos
limites territoriais determinados pelos agentes econômicos locais: produtores,
intermediários e consumidores. Esse tipo de economia praticamente não existe no
mundo atual. Mas é útil como modelo para se analisar de que forma o total das
despesas de consumo, gastos governamentais, investimentos e tributos interagem
para determinar os níveis de emprego e da renda nacionais.
Economia Regulada – São as economias em que o Estado tem forte papel de
regulação dos mercados, utilizando-se de cotas de produção e consumo, controles
de oferta e outros instrumentos de política econômica.
Produtos básicos – São os produtos com baixo valor agregado e que são usados
como matéria-prima na indústria de transformação. Muitos desses produtos são
apenas extraídos da natureza como o petróleo e a madeira.
Referências
DAMASCENO, Aderbal O. D. et al. Desenvolvimento econômico. 1ª ed.
Campinas: Alínea, 2010.
Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: <www.itamaraty.gov.br>.
Acesso em: 16 Jul. 2012.
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