O Ensino de Filosofia na Educação Média Brasileira: Dos documentos oficiais à especificidade do filosofar Autor: Augusto Rodrigues. Orientador: Rodrigo Pelloso. Gelamo Colaborador: Tiago Brentam. Perencini. Campus de Marília. Faculdade de Filosofia e Ciências. Filosofia. [email protected]. PIBID/CAPES. Palavras Chave: Ensino de Filosofia, Jacques Rancière, História da Filosofia. Introdução Resultados e Discussão No presente trabalho problematizaremos a concepção de ensino de filosofia que tem por finalidade a transmissão de conteúdos da história da filosofia. A partir da leitura de alguns documentos oficiais sobre a educação média brasileira, notamos a criação de um discurso que defende a presença da filosofia no currículo da educação média brasileira como a disciplina formativa por excelência, que possibilitaria ao aluno alcançar a desenvoltura de sua razão e, consequentemente, de seu pensamento. O caso é que a nossa experiência com o ensino de filosofia, especificamente na Escola Estadual José Alfredo de Almeida em que desenvolvemos o projeto PIBID/CAPES, tem mostrado que o contato teórico com os autores clássicos dentro da história desse saber não traz garantias efetivas de que os alunos realmente possam concretizar um pensamento de caráter filosófico. Temos por hipótese inicial que um dos principais motivos para a não-efetivação do autêntico filosofar tem sido a perda ou o esquecimento das especificidades da própria filosofia. Com isso, tem-se ensinado filosofia como se ensina ciência ou história. Por ser uma pesquisa ainda em caráter inicial, os resultados apresentados visam problematizar e, sobretudo, levantar hipóteses sobre o modo como se tem ensinado a filosofia na escolarização média brasileira. Nesse sentido, procuraremos suscitar a discussão entre formas tradicionais e heterodoxas do ensino e do aprendizado com a filosofia. Objetivos O presente trabalho objetiva mostrar que o ensino da filosofia não pode ser entendido como um ensino tradicional da história da filosofia. Isso porque há distinções claras entre as naturezas do saber filosófico e do saber histórico. Procuraremos, especificamente, explicitar algumas das particularidades da filosofia tendo como norte as implicações em sua ensinabilidade. Conclusões O apontamento prévio que essa investigação nos mostrou indica que há uma incongruência entre o discurso quisto pelos documentos oficiais sobre o ensino de filosofia em relação a prática efetiva do seu aprendizado em sala de aula. Muito embora as propostas defendam a formação de cidadãos críticos e racionais, não relacionam efetivamente os conteúdos filosóficos com as experiências vivenciadas pelos alunos. Com isso, a explicação e a leitura dos conceitos filosóficos encontrados por toda a história da filosofia pouco efetivam um pensamento crítico de cunho filosófico. Buscaremos, como continuidade da nossa pesquisa, verificar se formas heterodoxas de se ensinar a filosofia melhor possibilitarão o seu aprendizado. E se deve ser ele indissociavelmente ligado à história da filosofia. Agradecimentos Gostaríamos de agradecer ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Filosofia (GEPEF) e ao Grupo de Estudos sobre o Ensino de Filosofia (ENFILO) por fundamentar teórica e praticamente o trabalho feito dentro do PIBID/CAPES. ____________________ 1 Material e Métodos Investigaremos o exposto a partir da nossa experiência com o ensino de filosofia na Escola Estadual José de Alfredo Almeida [PIBID/CAPES], conjuntamente com a leitura de Gelamo (2009) e Rancière (2011). XXV Congresso de Iniciação Científica RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: Cinco lições sobre a emancipação intelectual. Tradução Lilian Duvale. 3º Edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. 2 GARCIA, A.; GELAMO, R. Educação e Filosofia. Repensando o lugar da representação, da transmissão e da experiência no ensino da Filosofia. v. 4, nº 1, abril-setembro. Uberlândia: UFU, 2012 ³ GELAMO, R. O ensino da filosofia no limiar da contemporaneidade: o que faz um filósofo quando seu ofício é ser professor de filosofia? São Paulo: Cultura Acadêmica,2009.