EDMILSON CÉSAR SALES SANTOS INALOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO DE LITERATURA Campinas/SP 2012 EDMILSON CÉSAR SALES SANTOS INALOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO DE LITERATURA Projeto de pesquisa apresentado como requisito parcial, para trabalho de conclusão do mestrado profissionalizante pela sociedade brasileira de terapia intensiva, sob orientação da enfermeira Regina Célia Sales Veríssimo. Campinas/SP Maio / 2012 INTRODUÇÃO A terapia inalatória é hoje uma das principais armas terapêuticas no tratamento de doenças respiratórias. Sua administração no tratamento de doenças pulmonares tem sido priorizada por permitir a aplicação direta das medicações às vias aéreas. Isso acontece através de um aerossol, que é um grupo de partículas sólidas ou líquidas que se encontra em suspensão em forma de gás, sendo essa terapia também chamada de aerossolterapia ou inaloterapia (FILHO et al, 2004, SANTOS et al, 2010, e MUCHÃO E FILHO, 2010). Os Nebulizadores tem como objetivo a umidificação das vias aéreas e do muco brônquico, sua efetividade depende diretamente das características físicas envolvidas na geração de aerossóis, os aspectos clínicos individuais do paciente, bem como sua cooperação (SANTOS et al, 2010). Existem, basicamente, três tipos de dispositivos inalatórios para administração de micropartículas sob a forma de nebulização para a árvore brônquica e/ou alvéolos, são eles: os nebulizadores convencionais, os inaladores de pó seco e os inaladores pressurizados dosimetrados com espaçadores ou câmara de suspensão (FILHO E MUCHÃO, 2009, MOURA, CAMARGOS e BLIC, 2002, CHONG NETO et al, 2005 e SANTOS et al, 2010). Cada dispositivo de inalação requer técnicas específicas para a liberação de partículas na região intrapulmonar adequada, devido dependência direta da deposição pulmonar dessas partículas, que podem ser influenciada pelo dispositivo utilizado, por características anatômicas, idade, processo patológico instalado, padrão respiratório, formula e técnica de inalação utilizada, como também os fatores psicológicos também interferem na deposição final. (SANTOS et al, 2010, RIZZO MCV e SOLÉ D, 2006 e MUCHÃO E FILHO, 2010). Os fatores acima citados podem alterar o tamanho das partículas, afetando diretamente o local onde se depositarão. Sabe-se que quando são maiores se depositam nas vias aéreas superiores e partículas menores chegam aos alvéolos, mas depois são expiradas (MUCHÃO E FILHO, 2010). OBJETIVO Revisar os artigos mais relevantes das técnicas utilizadas e os fatores que interferem terapêutica inalatória para melhor deposição pulmonar. MATERIAL E MÉTODO O estudo foi elaborado de forma qualitativa - descritiva, a partir de uma revisão bibliográfica da literatura em artigos científicos da base de dados Biblioteca Regional em Medicina – BIREME (http://regional.bvsalud.org/php/index.php) no período de 1998 a 2011, utilizando a estratégia de pesquisa dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): terapia por inalação, nebulizadores e vaporizadores, deposição pulmonar e inalação de aerossol. Foram selecionados artigos que a técnica utilizada e os fatores que interferiram na terapêutica inalatória. Mecanismo de Deposição Pulmonar Para a inalação de aerossóis é necessário ter uma deposição pulmonar no local adequado, para isso é preciso entender os mecanismos básicos que regem esse evento, são eles: impactação inercial, sedimentação gravitacional e difusão. A impactação inercial é altamente dependente do fluxo inspiratório, quando baixos facilitam a deposição na periferia dos pulmões e se altos ficam na via aérea superior, mecanismo ideal para as partículas maiores que 3-5 μm. (MUCHÃO E FILHO, 2010) A sedimentação gravitacional reflete o efeito da gravidade sobre partículas, o qual não é influenciado pela inércia, atingindo basicamente aquelas menores que dois μm, afetando também as maiores sob condições de baixo fluxo inspiratório. Uma pausa inspiratória de 5 a 10 segundos maximiza esse mecanismo, aumentando a penetração das partículas nas vias aéreas distais. O baixo volume corrente, a relativamente baixa a capacidade vital e residual funcional e os ciclos respiratórios mais curtos de lactentes prejudicam esse mecanismo. (MUCHÃO E FILHO, 2010) A difusão afeta partículas tão pequenas que sua movimentação é influenciada basicamente pelo movimento Browniano, resultando tanto em colisão, quanto covalescência destas contra a estrutura das vias aéreas e com outras partículas. (MUCHÃO E FILHO, 2010) Inaloterapia em Terapia Intensiva Antes de iniciar o procedimento deve-se lavar as mãos com a técnica correta e após estará com os materiais prontos avaliar se o paciente estiver em uso de oxigenioterapia, realizar a inalação com oxigênio, caso contrário, utilizar ar comprimido para nebulização a jato, esse último deve sempre vir precedido de prescrição médica. 1. Nebulização a Jato A Nebulização a jato é uma forma de aerossolterapia que consiste na administração de micropartículas, por uma fonte de ar comprimido ou oxigênio conectado a um copo de inalação, onde pode ser utilizado soro fisiológico a 0,9% e medicamentos, sob a forma de nebulização para a árvore brônquica e/ou alvéolos, sendo responsável por reduzir a dispnéia e promover higiene brônquica, devido a sua interferência na reologia do muco e broncodilatação (CHOG NETO et al, 2005; e MUCHÃO FP, et al, 2008). Esse tipo de dispositivo forma aerossóis através da passagem da solução através de um pequeno orifício, devido ao jato de ar ou oxigênio, que levará queda brusca de sua pressão e grande aumento da velocidade, formando assim aerossóis de vários tamanhos. Os maiores não conseguem sair do recipiente e se juntam ao restante do líquido do reservatório e os menores são inalados (MUCHÃO e FILHO, 2010 e PEREIRA, LFF, 1998). O nebulizador a jato de pequeno volume possui pequeno reservatório de líquido, onde também pode ser depositada a droga, que funcionam até esse volume secar, transformando esse líquido em aerossol. Deverá ser utilizado um total de 3 a 4 ml e no fluxomêtro deve-se colocar um fluxo de 6 a 8 l/min, tanto para ar comprimido ou para oxigênio, que produz aerossóis com diâmetro mediano entre 1 a 5 micra depositadas nas vias aéreas inferiores. Nos casos de obstrução de vias aéreas superiores, por exemplo, a sinusite, o fluxo deve ser menor que 5l/min, produzindo aerossóis maiores de 5 micra (MUCHÃO FP, et al, 2008; PEREIRA, LFF, 1998 e CHONG NETO et al, 2005) Em um estudo com os fluxos de 8 L/min de oxigênio, FiO2 como a máscara foi de 85%, o que deve ser levado em consideração para suas implicações em pacientes com hipoxemia crônica e aquelas com alterações na ventilação-perfusão em que a alta concentração de O2 no ar inspirado pode resultar em colapso de ventilação-perfusão unidades instável. Além disso, deve levar em conta a citotoxicidade O2 pulmonar em altas concentrações (OVALLE, R. et al, 2003). Referente ao tempo de nebulização, quase 80% da solução são nebulizados em 5 minutos. Nebulizações por mais de 10 minutos podem irritar o paciente e aumentam muito pouco a percentagem de droga nebulizada. Relacionados ao paciente, o fluxo inspiratório sendo maior que o fluxo do nebulizador, há diluição do aerossol. Já as respirações muito rápidas aumentam a perdas nas vias aéreas superiores. Com uma ventilação mais lenta e com boca aberta, aumentam a deposição nos pulmões. Quando se respira pelo nariz há impactação das partículas pelas vibrisas e paredes da via aéreas, reduz a deposição pulmonar da droga em até 50%. É provável que em adultos o uso de bocais seja confiável e aumenta a deposição pulmonar da droga quando comparado com máscara facial, por perder partículas na face, outra se deposita no nariz e pode haver perda por má colocação da máscara. (PEREIRA, LFF, 1998) A técnica deve ser realizada corretamente para haver uma deposição pulmonar de aproximadamente 7% a 10% do total, sendo sua maioria perdida nas expirações. Devendo ser realizada com a peça especifica para utilizar na boca, chamada de bucal, porque o diâmetro da orofaringe é menor do que a da nasofaringe, ou usar a máscara bem adaptada, para não perder muito nas expirações e diminuir os efeitos adversos, usando a respiração oral sempre com um padrão respiratório lento e profundo, quando possível fazer uma pausa expiratórias, para melhor sedimentação e se utilizado medicação é recomendado à limpeza da boca como bochechos (MUCHÃO e FILHO, 2010; PEREIRA, LFF, 1998 e GROTTA et al, 2009). Os nebulizadores a jato apresentam eficácia satisfatória, mas com custo bem mais elevado. Existem algumas situações nas quais esses são os dispositivos ideais, como por exemplo, na terapêutica inalatória de portadores de fibrose cística ou em qualquer outra com objetivo de umidificar para descolando e deslocando secreções, (MUCHÃO E FILHO, 2010). 2. Inalação com dosímetro Os inaladores pressurizados dosimetrados são os dispositivos inalatórios mais utilizados em todo o mundo, por serem mais baratos e mesma ou até melhor eficácia que os outros dispositivos inalatórios. Por terem como vantagem ser um aparelho seguro e portátil, fácil manuseio, com múltiplas doses, menores efeitos colaterais locais e sistêmicos, não necessita de fonte de energia e são capazes de gerar uma porcentagem de deposição pulmonar que varia de 10 a 20% da dose, enquanto que a maior parte se impacta na orofaringe ou é deglutida (MUCHÃO e FILHO, 2010, RIZZO MCV e SOLÉ D, 2006, CHONG NETO et al, 2005). Efeitos adversos da medicação: a deposição na orofaringe e seus efeitos locais e sistêmicos indesejados são marcadamente reduzidos se forem utilizados com espaçadores devido a menos impactação das partículas na orofaringe, e também pode ser utilizada uma limpeza na boca (escovar os dentes ou “bochecho”) para reduzir a biodisponibilidade sistêmica através da deglutição. (RIZZO MCV & SOLÉ D, 2006) Espaçadores: O uso de espaçadores nos inaladores dosimentrados pode alterar a quantidade de partículas respiráveis (entre 1 a 4 µm) aumentando em até duas vezes a sua chegada aos pulmões, e diminuir a deposição em orofaringe, alterando tanto a eficácia terapêutica quanto o potencial para efeitos colaterais sistêmicos e locais, sendo sempre recomendado, pois estes minimizam a dificuldade de coordenação para o disparo do dispositivo simultaneamente ao início da inspiração e não depende do fluxo específico. (RIZZO e SOLÉ, 2006 e MUCHÃO E FILHO, 2010). Existem vários tipos de espaçadores disponíveis no mercado que variam em volume (113 a 750 mL), onde os espaçadores de pequeno volume são os mais indicados para utilização na faixa pediátrica, devendo-se restringir o uso de espaçadores de grande volume a adolescentes e adultos, sistema de válvulas e material (sintético e metálico), devido à carga eletrostática presente no interior dos espaçadores de material sintético, não presente no metálico, tendo carga negativa e os aerossóis carga positiva, fato esse que diminui a deposição pulmonar. Mas a lavagem com detergente neutro diminui a carga eletrostática, o uso de pano seco a aumenta consideravelmente, deixando escorrer e secar a sombra. Da mesma forma deve ser realizado com os espaçadores caseiros, feitos com garrafas plásticas lisas, sendo assim realizado, eles ficam em igual nível de eficácia ao dos espaçadores de metal (MUCHÃO E FILHO, 2010; FILHO et al, 2004;. PEREIRA, LFF, 1998 e CHONG NETO et al, 2005). Outros fatores que determinam o aproveitamento dos MDI incluem a habilidade do paciente de coordenar a liberação da droga e a sua inalação. Entretanto, o uso de espaçadores valvulados permite sua utilização até mesmo em crianças menores de 2 anos, que deve utilizar-lo com a máscara bem fixada no rosto e continuar por três ciclos respiratórios, se possível com pausa inspiratória. (RIZZO E SOLÉ,2006) Idade: Antes dos seis anos, os aerossóis dosimetrados acoplados a espaçadores constituem a técnica de escolha. Sendo que lactentes e pré – escolares deve ser usado com espaçador e mascara facial, após os quatro anos de idade deverá ser usado com espaçador e bucal. Só a partir dos seis poderão o dispositivo de escolha será os inaladores em pó ou deverá continuar com os pressurizadores dosimetrados com espaçador e bucal. (MOURA, CAMARGOS e BLIC, 2002) Técnica: A forma correta é quando se utiliza o dispositivo em pé ou sentados, de coluna reta, a agitação do inalador, acoplamento deste ao espaçador com peça bucal, com o reservatório voltado para cima, realização de uma expiração tranqüila, antes da colocação da peça bucal entre os lábios. Depois o disparo do dispositivo, com imediato início de uma inspiração lenta e profunda, pausa inspiratória de média 10 s, utilizando um clipe nasal para não haver escape nasofaringe. Quando necessário uma repetição, todo processo deve ser realizado novamente, após o tempo de 30 s a 1 min. após, se forem necessários dois ou mais jatos, e enxágüe da cavidade oral com água corrente. (CHONG NETO et al, 2005; PEREIRA LFF,1998 e MUCHÃO et al, 2008) Os erros mais comuns encontrados nessa fase foram: não sacudir o nebulímetro, não inspirar profundamente, não expirar antes do disparo, não fazer pausa pós-inspiratória, inspirar tardiamente após o disparo, inspirar pelo nariz, inspirar muito rapidamente, fazer mais de um disparo por inspiração e parar de inspirar após acionamento (PEREIRA LFF,1998). Para lactentes ou recém-nascidos, que devem usar o dispositivo sentado ou em pé, se puderem fazê-lo, deve-se agitar o inalador, acoplá-lo ao espaçador com máscara, com o reservatório voltado para cima, colocar a máscara na face, cobrindo nariz e boca, evitando escape de ar, disparar o dispositivo, contar seis a dez respirações, sem interrupção, caso a criança chore, para que se evitem repetições indesejáveis da dose aplicada, repetir todo o processo 30 s a 1 min após, se forem necessários dois ou mais jatos, e enxágüe da cavidade oral com água corrente. Assim que a criança for capaz de colocar e manter a boca na peça bucal durante o procedimento, deve-se usar o espaçador com peça bucal ao invés do espaçador com máscara. (CHONG NETO et al, 2005 e MUCHÃO et al, 2008) 3. Inalador de pó seco Inaladores de pó seco são dispositivos isentos de propelentes, um vapor pressurizado em equilíbrio com um líquido, nos quais a medicação em forma de pó e suas partículas são separadas pela energia criada pelo fluxo inspiratório do usuário. Os inaladores de pó seco são mais caros com a mesma eficácia de outros dispositivos inalatórios e é preciso o preparo e reposição de disco, além da menor adesão quando de dose única, mas têm diversas vantagens: são mais fáceis de uso por serem ativados pela inspiração, são simples, portáteis e podem conter múltiplas doses, não necessitam de propelente, tem liberação rápida da drogas e visibilidade da inalação de toda a dose contida na cápsula (MUCHÃO E FILHO, 2010; PEREIRA, LFF, 1998 e CHONG NETO et al, 2005) Nos nebulizadores a pó seco, existem algumas diferenças entre seus fabricantes, mas a técnica, em geral, utilizada é um ou duas aspirações o mais rápido e profundo possível, seguida de apnéia durante 10 segundos e utilizando um clipe nasal para não haver escape nasofaringe. Quando necessário uma repetição, todo processo deve ser realizado novamente, após o tempo de 30 s a 1 min. após, se forem necessários dois ou mais jatos, e enxague da cavidade oral com água corrente. (CHONG NETO et al, 2005 e PEREIRA, LFF,1998) A porcentagem da dose que se deposita nos pulmões varia entre 15% a 40%, devido às diferentes tecnologias. Porém, o fluxo inspiratório para acionar um inalador de pó seco é alto, precisando de uma inspiração profunda de aproximadamente 60 L/minuto, dificultando seu uso em idosos ou pacientes graves ou em crianças menores de 6 anos. (MUCHÃO E FILHO, 2010 e RIZZO E SOLÉ, 2006) 4. Aerossolterapia em traqueostomizados Não foi encontrado na literatura pesquisa sobre a deposição pulmonar desse tipo de paciente, mas referente à pesquisa realizada deve haver uma maior deposição devido à menor distancia e resistência e havendo também assim um menor efeito colateral sistêmico e local bem menor pela a utilização na pratica clínica do encaixe do copo de inalação ao tubo “T” e este em seguida na traqueostomia com cuff ou na traqueostomia for metálica com cânula intermediaria deve-se utilizar máscara de traqueostomia para a realização desse procedimento e não utilizar a máscara facial, ficando mais distante da orofaringe e assim tendo mínima ou nenhuma deglutição de drogas. 5. Aerossolterapia na ventilação mecânica invasiva Pode-se utilizar o nebulizador apenas durante a inspiração (intermitente) por meio de um fluxo de gás inspiratório do ventilador, ou continuamente, através de um fluxo de gás externo. Nebulizar somente durante a inspiração é mais eficiente no fornecimento do aerossol do que quando o aerossol é gerado de forma contínua. (MILLER DD et al, 2003) Deve-se adaptar o copo de nebulização ao tubo “T” e em seguida no colocar o dispositivo no ramo inspiratório do circuito, a uma distância de 30 cm do tubo endotraqueal é mais eficiente, porque assim o circuito do ventilador mecânico atua como um espaçador para o acúmulo de aerossol entre as inspirações (MILLER DD et al, 2003) Para realizar uma nebulização a jato é necessário desligar o umidificador, por alguns minutos, antes da utilização da nebulização, pois com a presença desta pode diminuir em até 40% a 50% a deposição do aerossol, em função das características higroscópicas das suas moléculas (LANGE e FINLAY, 2000 e GEORGOPOULOS, D. et al, 2000). Na presença de Filtro HME (heat and moisture exchangers) no circuito de ventilação mecânica, deve retirar o umidificador da ventilação mecânica e realizar a inalação sem o filtro HME, já que o mesmo encharca e gera um aumento da resistência da via aérea devido à filtração de partículas de 5 micras, para aquecimento e umidificação do ar. (RIBEIRO D C et al, 2007) A freqüência respiratória, de preferência na faixa média de 12 incursões por minuto, pois o aumento da freqüência reduz a deposição do aerossol, em decorrência da redução do volume corrente e da superficialização da respiração. A pausa inspiratória também deve ser instituída por favorecer a deposição do aerossol. As técnicas descritas acima não são práticas e são raramente usadas. Na unidade de terapia intensiva os exames clínicos e avaliação da interação paciente-ventilador, permanecendo o método mais amplamente utilizado para avaliar o broncodilatador (GEORGOPOULOS, D. et al, 2000) De preferência utilizar nebulímetros dosimetrados, pois diminuem o risco de contaminação e disseminação de infecções hospitalares. Na utilização dos nebulímetros dosimetrados devem ser realizadas 4 (quatro) “puffs” para uma ideal redução da resistência das vias aéreas, e quando utilizado com espaçador é aumentado à deposição pulmonar em 30 a 35%. (GEORGOPOULOS, D. et al, 2000) Utilizando técnica semelhante ao em respiração espontânea deve-se colocar um espaçador na linha inspiratória do circuito do ventilador, agitar vigorosamente o MDI e adaptá-lo no espaçador, houver algum aparelho de troca de calor e umidade, como umidificadores e filtros, deve-se retira-los, não alterar as configurações de ventilador, pressione o MDI sincronizando com o início do fluxo inspiratório e reinicie a técnica após 20-30 s até que a dose total é entregue, devendo começar com 4-6 puffs e observar a resposta do tratamento broncodilatador e finalmente repita operação completa, se necessário, após três a quatro horas. Apesar da existência de um amplo arsenal terapêutico e de todo o conhecimento adquirido, os nebulizadores de jato ainda predominam em nossos serviços de emergência, e pouco se pesquisou, em nosso país, como essas outras opções de administrar drogas inaladas podem ou não trazer benefício. (CHONG NETO et al, 2005) REFERÊNCIAS 1. 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FILHO, W R et al, Avaliação da influência da idade e do volume do espaçador na deposição pulmonar de aerossóis, Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº5, 2004. 8. RIBEIRO D C, Comparação da resistência imposta pelos filtros artificiais durante a ventilação mecânica – Arq. Med. ABC 32 (Supl. 2): S42-6, 2007. 9. PEREIRA, L F F, Como administrar drogas por via inalatória na asma, J Pneumol 24(3) – mai-jun de 1998. 10. GEORGOPOULOS et al, Bronchodilator delivery with metered-dose inhaler during mechanical ventilation, Critical Care Vol 4 No 4 2000 (:227–234). 11. MUCHÃO FP, et al, Evaluation of the knowledge of health professionals at a pediatric hospital regarding the use of metered-dose inhalers, J Bras Pneumol. 2008;34(1):4-12 12. LANGE C F. e FINLAY W H., Humidity effect on pmdi aerosols, american journal of respiratory and critical care medicine, vol 161, 2000. 13. OVALLE, R. et al. 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