o ensino de filosofia e suas implicações

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O ENSINO DE FILOSOFIA E SUAS IMPLICAÇÕES
Glaucio Zucco1
Maria Alice Coelho Ribas2
Resumo
O tema “O Ensino de Filosofia e suas Implicações” foi desenvolvido junto ao subprojeto “O
Repensar da Filosofia no Ensino Médio” do Programa Integrado de Formação Inicial e
Continuada para a Educação Básica do Centro Universitário Franciscano. Fundamentado em
escritos que tratam do tema, busca apresentar alguns fatores que fazem parte da realidade do
ensino de Filosofia no Nível Médio e que, por sua vez, dificultam o bom desempenho dessa
disciplina na formação do educando. Além disso, pretende trazer À tona várias concepções
acerca da filosofia, que perpassam diferentes segmentos da sociedade, descaracterizando-a
como ramo, saber útil e indispensável ao ser humano. A filosofia, não raro, é vista como um
saber desnecessário, inútil, que não apresenta nenhuma pertinência com relação à solução e
entendimento dos problemas contemporâneos. Discutir essas questões relativas ao ensino de
filosofia, nesse momento em que oficialmente é reconhecida a sua obrigatoriedade no Ensino
Médio, torna-se necessário e indispensável, para que se possa encontrar modos eficientes e
eficazes de ocupação desse espaço aberto à filosofia.
Palavras-chave: Filosofia, Ensino, Ensino Médio.
Vivemos num mundo fortemente marcado pelo imediatismo e pela busca da
satisfação de nossas necessidades mais prementes como, por exemplo, a sobrevivência.
Vivemos, pois, colados no imediato, movendo-nos pelo imediatamente útil. Sendo a filosofia
desprovida desta utilidade imediata, o reconhecimento de seu valor, enquanto ramo do saber
“útil” e necessário fica, não obstante, prejudicado. O senso comum não reconhece na filosofia
serventia, desconsidera-a a ponto de entendê-la como “uma ciência com a qual e sem a qual o
mundo continua tal e qual”.
A expressão acima é um dito popular, geralmente, usada por aquelas pessoas que não
vêem na filosofia nada de interessante. Percebem a filosofia como sendo um saber sistemático
que trata de coisas abstratas e que não apresenta soluções aos problemas cotidianos. Portanto,
“Ela lhes é indiferente e, em alguns casos, é dispensável tanto como um ramo do saber quanto
uma disciplina acadêmica” (SOUZA, 2004; p. 161).
As pessoas orientadas pelo senso comum não vêem a Filosofia como um meio que
possa auxiliá-los para uma melhor conduta de vida. Sendo assim, “o senso comum tende a
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Acadêmico do curso de Filosofia do Centro Universitário Franciscano
Professora orientadora do curso de Filosofia do Centro Universitário Franciscano
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atacar a filosofia como um saber inútil ou inexistente” (SILVA, 2005). Porque não dizer, algo
desconexo da realidade, do cotidiano de que fazem parte.
Por outro lado, esse segmento da sociedade sofre grande influência do sistema vigente.
Um sistema que manipula, que condiciona essas pessoas a viverem em conformidade com os
interesses particulares daqueles que os domina. Sendo assim, “Abdicando da filosofia e do
“aprender a filosofar”, o mundo adquire maiores chances de se condenar a uma eterna
repetição” (SOUZA, 2004; p. 161). A uma repetição que privilegia alguns e que, para isso,
precisa explorar outros. Para tanto, impõe suas ideologias e, geralmente, a filosofia é
apresentada como um saber vulgar, o que é facilmente captado e reproduzido pelo senso
comum, sem maiores questionamentos ou reflexões.
Outro fator que também contribuiu para o descrédito da filosofia foram as represálias
que, ao longo do tempo, acabou sofrendo, principalmente, no Ensino Médio. Tais medidas
contribuíram, significativamente, para a perda de sua credibilidade e, além disso, do espaço de
atuação. Houve épocas em que a Filosofia esteve mais atuante e em outras nem tanto, fator
que, sem dúvida, contribuiu para a sua descaracterização.
Em meio a grandes mudanças nos setores da indústria e da política no Brasil, por volta
de 1930 (mil novecentos e trinta), a filosofia acabou por sofrer alterações dentro das matrizes
curriculares. A partir do golpe de Estado, foram feitas reformas na educação, que fizeram com
que a filosofia passasse de obrigatório para complementar ou, até mesmo, optativo. Com o
golpe de Estado, de 1964, a filosofia foi retirada do currículo escolar (ALVES, 2005).
Começa, a partir de então, o período ditatorial, em que a parte mais conservadora das
“Forças Armadas Brasileiras” assume o comando do governo. Com isso, ocorreram novas
mudanças em vários setores. Um desses é justamente o da educação, em que a filosofia, por
ser uma disciplina que discute idéias, teorias e tantas outras coisas, passou a ser mal quista.
Portanto, sua retirada do currículo foi algo natural, visto que era uma disciplina que não
atendia aos pré-requisitos implantados pelo novo sistema (ALVES, 2005).
No meio acadêmico, a problemática difere-se um pouco. Um dos problemas está
relacionado à pesquisa e ao ensino nos cursos de licenciatura, onde parece haver uma
dissonância entre esses dois campos de saber. Ou seja, parece haver uma barreira de
contenção que divide pesquisa/ensino. Estabelece-se, com isso, uma série de preconceitos
como, por exemplo, quem se dedica mais à pesquisa aparenta um status mais elevado de quem
se empenha ao ensino.
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Nos meios acadêmicos, é comum se observar o preconceito dos filósofos quanto à
docência, pois parece que há uma diferenciação entre quem faz filosofia (o filosofo)
e o professor de Filosofia (aquele que ensina os conhecimentos produzidos pelos
filósofos) (GONÇALVES, 2005; p.54).
A preocupação maior da formação em filosofia, há muito tempo, continua centrada no
campo da pesquisa. Reina o pensamento de que a pesquisa deve ser o foco central, mesmo se
tratando de um curso de licenciatura. Esquecemos, com isso, a imensa área de ensino. Tanto
que “Alguns professores formadores evidenciam, [...] a opção feita por muitos cursos de
Filosofia em formar para a pesquisa, colocando em segundo plano a preparação do professor”
(GONÇALVES, 2005; p. 58). Isso contribui, consideravelmente, para a má formação dos
professores de filosofia que irão atuar no Ensino Médio.
Um segundo problema enfrentado no curso de filosofia, que contribui para o
agravamento do descrédito do ensino de filosofia, refere-se às pessoas que vêem o curso como
um meio de entrar para o mundo acadêmico. Desses, muitos, por não conseguirem
transferência para os cursos almejados, acabam permanecendo. Muitas vezes, é evidente o
desinteresse a esse saber. Sendo assim, muitos que acabam se “formando” em filosofia não
são aptos à pesquisa e, muito menos, ao ensino. Diante dessas duas realidades, é preciso
questionar-se será possível uma boa pesquisa desassociada do ensino e vice-versa? E, ainda, o
que fazer com esses interesseiros ou oportunistas?
Em relação ao Ensino Médio, a visão de filosofia, por parte de muitos jovens que
freqüentam as salas de aula, não é das melhores. É normal ouvir perguntas como: o que vou
aprender com essa matéria? O que vai mudar em mim? Adianta pensar se não tenho liberdade
de praticar o que penso? São provações para muitos professores com as quais terão que estar
preparados para ouvir e enfrentar.
Geralmente, essas questões são feitas devido à concepção de que filosofia é coisa para
louco, por não apresenta algo de concreto. Podemos, por exemplo, analisar a fala de um
aluno: “Na minha opinião a principal dificuldade de se estudar filosofia é que esta matéria de
estudo é muito ampla, mas pouco concreta. É um estudo que envolve praticamente tudo o que
é possível pensar e discernir” ( BENETTI, 2005, p.309).
O jovem está buscando soluções imediatas, porque tudo tem que ser imediato. Não
tem tempo para parar, refletir, analisar. São jovens que sentem fadiga de pensar, sem ter
começado a pensar sobre algo. Com isso, pensar passa a ser coisa de outro mundo, é mais
prazeroso deliciar-se com as coisas mundanas e concretas, de modo descompromissado.
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[...] acho pouco interessante ficar mais de uma hora escutando um professor fazendo
suas reflexões e ficar o resto da turma parada olhando. [...] Ter um período
específico para ouvir e fazer reflexões é uma coisa que não me agrada, pois nem
sempre vc estará disposto e paciente para fazê-lo, então vc acabará tendo que
enfrentar aulas chatas (BENETTI, 2005, p. 309).
Em contrapartida, há professores que, não apostando na capacidade de seus alunos,
transformam as aulas em terapias de grupo, em momento de descontração e bagunça.
Instauramos com isso, de modo quase inconsciente, uma pirâmide hierárquica, na qual os
jovens estudantes estão na base e o professor no cume. Com tal comportamento, fica difícil
criar uma comunhão que propicie uma verdadeira reflexão filosófica.
Alguns professores transformam suas aulas em momentos de "orientação espiritual".
[...] Certos professores, movidos pelo interesse de dar um "brilho" especial as suas
aulas, acabam transformando-as em espaço aberto para lima espécie de "demagogia
intelectual", impedindo o sucesso do curso em prol do sucesso pessoal, deixando
nos alunos a impressão de que são incapazes de acompanhar os "vôos tão altos" da
Filosofia. [...] Preocupados em manter um ambiente descontraído e informal em
suas aulas de Filosofia, alguns professores usam e abusam dos debates, quase
sempre deixando a cargo dos alunos a sua condução. Podem conseguir, sem dúvida,
uma aula movimentada, mas que facilmente descambará para a "bagunça" (SOUZA,
2004, p. 164 – 165).
O que foi formalizado até o presente momento, são algumas realidades, algumas
desvantagens do ensino de filosofia. Existem limites, barreiras que precisam ser superadas.
Mas isso não quer dizer que só existam dificuldades. Pelo contrário, há muita coisa boa que
pode ser ressaltada e que poderá servir de base, de ponto de referência frente aos problemas.
Esse será nosso desafio a partir de agora.
Encontramos nas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Filosofia
uma distinção expressiva e, um tanto clara, quando se refere ao modo de organização do
curso. Tanto o bacharelado (pesquisa) quanto à licenciatura (ensino) devem trabalhar a
formação de modo igual, seja em relação aos conteúdos e à qualidade. No entanto, o
bacharelado deve primar pela pesquisa e a licenciatura deve caracterizar-se pela formação de
professores que futuramente atuarão no Ensino Médio.
Por outro lado, as mesmas Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em
Filosofia apresentam de maneira clara e concisa o perfil de cada formando, suas capacidades e
habilidades. Não admite que o formando saia de um curso de licenciatura sem ter o preparo
suficiente para atuar em sala de aula. Tem que demonstrar o mínimo de capacidade para lidar
com possíveis dificuldades.
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O licenciado deverá estar habilitado para enfrentar com sucesso os desafios e as
dificuldades inerentes à tarefa de despertar os jovens para a reflexão filosófica, bem
como transmitir aos alunos de Ensino Médio o legado da tradição e o gosto pelo
pensamento inovador, crítico e independente. [...] Os cursos deverão formar
bacharéis ou licenciados em Filosofia. O bacharelado deve caracterizar-se
principalmente pela pesquisa, [...] A licenciatura [...], volta-se sobretudo para o
ensino de Filosofia no nível médio (BRASIL, 2001).
De uma coisa temos certeza, não seremos bons professores se não possuirmos a
capacidade de sermos bons pesquisadores e vice-versa. Ninguém, portanto, é superior e muito
menos submisso a ninguém, só porque um decide dedicar-se à pesquisa e outro ao ensino.
Ambos têm seu devido valor e, se usados na medida certa, contribuem para a elevação do
saber filosófico. Caso contrário, os extremos sempre acabam perturbando o bom andamento
do curso. Quando na licenciatura se prioriza demasiadamente a pesquisa, é preciso questionarse, por exemplo: que espécie de professor se estará formando?
Por outro lado, temos motivos de sobra para alegrar-nos, pois a filosofia conseguiu
recuperar o espaço nas salas de aula. Todavia, a atuação ainda se dá de forma inócua, pacata,
ou seja, aparentemente inofensiva, que não causa dano algum. Por isso, o esforço em
reconquistar um lugar de qualidade na sociedade continua sendo grande e, extremamente,
difícil, tanto que causa a impressão de que seja algo inatingível, mas, ao mesmo tempo,
necessário. Contudo, não é suficiente recuperar o espaço, é preciso ocupá-lo de modo eficaz e,
para isso, é indispensável uma boa formação. Isso, sem dúvida, vai exigir profissionais
capacitados para atuar nesse campo do saber.
Por isso, quem for atuar ou já atua nessa área, precisa ter no mínimo uma competência
epistêmica própria da filosofia. Precisa estar envolvido com o conhecimento já sistematizado
e também ter competência epistêmica para a produção de conhecimento. Em síntese, tem que
saber desenvolver os problemas filosóficos. Por isso, a importância de investirmos em
formação.
Para Platão, quem já possui um entendimento mais aguçado, mais claro, acerca da
realidade, é que tem a obrigação de auxiliar quem ainda não tem essa mesma capacidade de
percepção. É aquele que já fez o processo de ascendência. Ou seja, quem conseguiu sair do
mundo das sombras, das ilusões, da doxa (opinião3) a que Platão chama de mundo sensível ,
num processo dialético, atingiu o mundo inteligível, do qual faz parte a razão, a episteme e,
com isso, obtém um nível superior de conhecimento. Mas, feito isso, faz o processo inverso,
descendente. Volta para ajudar quem ainda permanece no mesmo estado em que ele próprio
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Em Platão, ‘opinião’ se encontra entre a ignorância e o conhecimento. É o conhecimento do múltiplo e não do
absoluto. Não é um conhecimento verdadeiro e que confunde quem se encontra nessa situação.
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se encontrava anteriormente. É perceptível isso no livro VII da República, onde Platão faz
alusão a essas questões:
[...] – É nossa função, portanto, forçar os habitantes mais bem dotados a voltar-se
para a ciência que anteriormente dissemos ser a maior, a ver o bem e a empreender
aquela ascensão e, uma vez que a tenham realizado e contemplado suficientemente o
bem, não lhes autorizar o que agora é autorizado. [...] – Permanecer lá e não querer
descer novamente para junto daqueles prisioneiros nem partilhar dos trabalhos e
honrarias que entre eles existem, quer sejam modesto, quer sejam elevados.
(PLATÃO, 2001; p. 214 – 215, - 518a – e, 519a – e).
A formação permite, por exemplo, ao professor trabalhar textos filosóficos com mais
eficiência e precisão. Consegue ter clareza e firmeza sobre o que e como trabalhar. Não irá
transformar as aulas em mero sensacionalismo ou ficar somente no senso comum. Terá,
portanto, maiores condições de criar um espaço de reflexão filosófica em que envolve seus
alunos. Sendo assim, os textos filosóficos deixam de ter caráter somente histórico e passam a
ser instrumento para entender e elaborar novas formas de entendimento e pensamento acerca
da realidade.
Uma das perguntas mais freqüentes é: o que ensinar em filosofia? Como transmitir,
compartilhar o conteúdo dessa disciplina? São interrogações que implicam uma terceira
questão: é possível ensinar filosofia (conteúdo) ou ensinar a filosofar? Essa é uma dúvida não
só dos formandos de filosofia, mas também de quem já atua de modo profissional, pois
muitos pensam que ensinar filosofia é impossível. O que faz o professor de filosofia em suas
aulas é ensinar conteúdos de filosofia que auxiliam o aluno a pensar a sua realidade
existencial.
Visando a um esclarecimento que, sem dúvida, ajudará na prática de ensino, vamos
desenvolver essa problemática a partir da visão kantiana. Aprender filosofia é diferente de
aprender filosofar, para Kant. Não obstante, Kant não admite a possibilidade de separação
entre ambas, pois o filosofar se dá a partir da aprendizagem de filosofia. Esse aprender se dá
através da história da filosofia. Portanto, podemos aprender filosofia, mesmo não tendo a
capacidade de filosofar. Só não podemos entender que aprender filosofia seja, unicamente,
saber alguns conceitos filosóficos.
O contexto argumentativo em que tal tese é formulada na Arquitetônica da Crítica
Razão Pura revela que em nenhum momento o autor dissocia o filosofar do
conhecimento da tradição filosófica. Mesmo o pensador original, aquele que possui
a faculdade de investigação, deve começar por exercitar o talento da sua razão na
análise crítica das doutrinas filosóficas já elaboradas, ainda que estas últimas não
passem de ensaios problemáticos do uso da razão, procedimento adotado pelo
próprio Kant (RODRIGO, 2004; p. 96).
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Já em relação a questão do filosofar é mais complexa, sem dizer que é muito difícil.
Nada, porém, impede que alguém aspire a tal feito. Para isso, precisará apropriar-se de algum
tipo de saber e, então, produzir algo diferente, novo. Não é simplesmente reproduzir o que
outrem já pensou. Por isso, o grau de complexidade e dificuldade para atingirmos a faculdade
de filosofar se torna bastante elevado.
Para melhor entendermos, tomemos como exemplo o caso da “abelha-mirim4”, que sai
à procura do pólen. Pega um pouco numa flor, outro pouco noutra e, assim, vai. Feito isso, faz
o processo de transformação e produz o mel. Que por sinal é muito bom. Esse é o processo,
segundo Kant, para obtermos a faculdade de filosofar.
No pólo oposto ao do discípulo, Kant traça o perfil do mestre, o filósofo original, a
rigor o único capaz de filosofar porque possui a faculdade de invenção. Seu
conhecimento é subjetivamente racional, uma vez que foi extraído de princípios
hauridos nas fontes gerais da razão e não em experiências ou idéias recebidas de
fora (RODRIGO, 2004; p. 93).
No Ensino Médio, é pretensão demais exigir que os educandos atinjam tão elevado
grau de capacidade. Mesmo porque são apenas principiantes, leigos no assunto. Todavia, é
possível trabalhar a história da filosofia, tendo como objetivo construir um espaço de reflexão
em que o aluno consiga elevar seu nível de criticidade. “Se este não chega a exercitar até o
limite a faculdade de invenção, convertendo-se num filósofo original stricto sensu, ao menos
não permanece cativo da faculdade da imitação” (ROGRIGO, 2004; p. 99). Só que isso não
parece ser tão simples, que dê a idéia de que qualquer um possa desempenhar essa função.
Que qualquer um possa ter capacidade para ser professor de filosofia.
No entanto, se bem trabalhadas e desenvolvidas, as questões que implicam o ensino de
filosofia, passarão a assumir um novo caráter. Deixará de ser vista como um saber
desnecessário e inútil. Começará, com isso, a conquistar, verdadeiramente, seu espaço no
Ensino Médio e, principalmente, no meio social. Por enquanto, os caminhos escolhidos não
parecem ser os que conduzem a esse fim. Isso porque é difícil atingir esse nível de ideal. Mas,
chegará a hora em que teremos que escolher entre o fácil e o certo.
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Espécie de abelha pequena, também conhecida só por ‘mirim’ e que produz mel.
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Referências Bibliográficas
ALVES, Dalton José. A filosofia no ensino médio: ambigüidades e contradições na LDB.
Campinas, SP: Autores Associados, 2002.
BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES
492/2001 de 03 de abril de 2001. Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em
Filosofia. Brasília, DF, 2001.
GALLO, Silvio (org.) et al. Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Edições Unijuí, 2004.
PLATÃO. A República – Texto Integral, trad, de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret,
2001.
RIBAS, Maria Alice Coelho (org.) et al. Filosofia e ensino: a filosofia na escola. Ijuí:
Edições Unijuí, 2005.
SILVA, Antônio Rogério da. Introdução a Filosofia: o filósofo e a comunidade. Disponível
em: < http://www.geocities.com/discursus/textos/filosofia1.html#N_1 > acesso em
16/08/2005.
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