o caso das salinas artesanais do rio grande do norte

Propaganda
XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DE ECOSSISTEMAS
ARTIFICIAIS HIPERSALINOS – O CASO DAS SALINAS
ARTESANAIS DO RIO GRANDE DO NORTE
Abigail Rute da Silva - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Geografia, CERES
campus Caicó/RN. [email protected]
Ana Caroline Damasceno Souza - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Geografia,
CERES campus Caicó/RN.
Daiane Medeiros Araújo - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Geografia, CERES
campus Caicó/RN.
Diógenes Félix da Silva Costa - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Geografia,
CERES campus Caicó/RN.
INTRODUÇÃO
As salinas são utilizadas pelo homem há milênios, cujas primeiras referências conhecidas sobre a produção de sal,
oriunda da água do mar é da China, aproximadamente 2.500 a.C. (Baas-Becking, 1931). As salinas podem ser
caracterizadas como “versões domésticas” de lagoas hipersalinas naturais, onde atualmente o sistema produtor de
sal brasileiro é conceituado de forma a constituir ecossistemas artificiais de supramaré explorados para a extração
de sal marinho (Costa, 2013). Estes ecossistemas artificiais são compostos por tanques rasos (10 –100 cm) que são
ligados entre sí, nos quais a água do mar/estuário e o movimento de passagem da água é feito por gravidade ou por
bombeamento. Nesse circuito, a água vai evaporando gradativamente, aumentando a saturação de sais até atingir
uma salmoura com saturação de 240 g.L-1 de sais, considerado o estágio final de cristalização do cloreto de sódio
(De Medeiros Rocha, 2011; Costa, 2013). No que concerne a exportação de sal no Rio Grande do Norte, os
primeiros registros são citados por (Cascudo, 1995), e os autores comentando que no ano de 1607 havia exportação
de sal para o Sul do país. Os municípios de Areia Branca, Mossoró, Assú e Macau, foram os primeiros a exportar o
mineral por volta de 1802 (Costa, 2013).
OBJETIVO
O objetivo da presente pesquisa é realizar a caracterização morfométrica das salinas solares artesanais do Rio
Grande do Norte (RN).
METODOLOGIA
Local de estudo
O referente trabalho foi realizado em salinas artesanais localizadas no litoral setentrional do Rio Grande do Norte,
no município de Grossos. A geomorfologia local é composta por planícies e tabuleiros costeiros, com clima tropical
semiárido quente e seco (Nimer, 1989).
Planejamento da amostragem
1
XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
Os dados foram coletados em campo com aparelho receptor de sinais GPS, servindo como base para a análise e
georreferenciamento das imagens. O mapeamento dos pólos de salinas artesanais foi realizado a partir de imagens
obtidas no WebSIGGoogle Earth®, correspondentes aos anos de 2012 e 2013. Todo esse material foi analisado em
ambiente de Sistema de Informação Geográfica, utilizando o software ArcGis 10.1 versão acadêmica (Copyright ©
ESRI).
RESULTADOS
Com o levantamento em campo e análise de imagens de satélite foram identificados dois polos de produção de sal
artesanal, que são de grande importância para o Estado: As salinas artesanais do córrego/Grossos-RN, a área atual é
de (426 ha), considerado atualmente o maior polo produtor de sal no RN, as classes de distribuição foram
identificadas com base no critério de tamanho da área desse polo 9 classes. Nass salinas artesanais do Boi
Morto/Grossos-RN, a área atual é de (234 ha), contendo 8 classes de distribuição pelo tamanho da área, onde as
mesmas variam de tanques com área de 300 – 700 m² à 20.001 – 36.500 m².
DISCUSSÃO
A partir do mapeamento dos pólos das salinas, foi possível identificar um perfil produtivo de cada polo. Tendo em
vista que os mecanismos de incentivos fiscais exclusivos às empresas nacionais se expandiram aos investimentos
de grupos estrangeiros, acabou ocorrendo a monopolização, desnacionalização e extinção das pequenas salinas do
Rio Grande do Norte, as quais foram incorporadas ao capital de grupos estrangeiros, financiados pelo próprio
dinheiro nacional (Carmo Júnior, 2006). Atualmente, é escassa a produção salineira artesanal no RN, apenas
algumas pequenas salinas ainda se utilizam de pás e de carros-de-mão para realizar a colheita do sal, restritas
apenas a pequenos núcleos nos municípios de Grossos, Mossoró, Areia Branca e Guamaré. Estas áreas representam
um patrimônio histórico, natural e arquitetônico ainda pouco reconhecido no país. Tal importância traduzida pelo
fato que nelas ainda são usadas as técnicas de construção e gestão típica dos primórdios dessa atividade (Costa et
al., 2013).
CONCLUSÃO
Com base na análise dos mapeamentos nos maiores pólos de salinas artesanais do estado do Rio Grande do Norte,
verificou-se uma diminuição em termos de área do sistema produtivo artesanal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ARAÚJO, D. M. Caracterização do sistema produtivo de sal marinho nas salinas solares artesanais do estado do
Rio Grande do Norte. 2013, 56 f. Monografia (bacharelado em geografia) – Departamento de geografia,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013. 1-56 f.
BAAS-BECKING, L.G.M. Historical notes on salt and salt-manufacture. Scient, 1931.
CARMO JÚNIOR, J. B. Geografia da dominação - um estudo sobre a organização espacial da terra do sal (MacauRN). Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Centro de Tecnologia, Programa de
Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Natal-RN, p. 173, 2006.
2
XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
DE MEDEIROS ROCHA, R. Fatores determinantes na estratégia de cultivo de Asteromonas gracilis Artari
(Chlorophyceae, Dunaliellales). Tese de doutorado. Rede Nordestina de Biotecnologia. Universidade Tiradentes,
Aracajú - SE, p. 165, 2011.
CASCUDO, L. C. História do Rio Grande do Norte. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1955.
COSTA, D. F. S. Caracterização ecológica e serviços ambientais prestados por salinas tropicais. Tese de doutorado.
Programa de Pós-graduação em Biologia, Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro. Aveiro – Portugal,
p. 206, 2013.
COSTA, D.F.S.; DE MEDEIROS ROCHA, R.; LUCENA FILHO, M. A.; SILVA, A. A. Breve revisão sobre a
evolução histórica da atividade salineiro do Estado do Rio Grande do Norte (Brasil). Sociedade & Natureza,
Uberlândia – MG, v. 25, n. 1, p. 21-34, 2013.
NIMER, E. Climatologia do Brasil. Rio de janeiro: IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos
Ambientais, 1989. p. 37-38.
3
Download