UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CURSO DE MATEMÁTICA
FICHAMENTO DE FILOSOFIA
Affonso José de Almeida Cruz - 2007020089
Rio de Janeiro, jun. 2008.
I - A NATUREZA DA FILOSOFIA
1.1-O que é Filosofia?
A filosofia é um instrumento de ação com a qual o homem conhece a natureza e
busca o conforto físico e espiritual para a vida. O seu pensamento é a sua principal arma na
conquista da natureza e, portanto, da sua liberdade.
1.2 - Noções de Reflexão Filosófica
A FILOSOFIA é um modo de pensar os acontecimentos além de suas aparências,
podendo pensar a ciência, seus valores, seus métodos e seus mitos, a religião, a arte e o
próprio homem em sua vida cotidiana, incluindo sua própria educação.
A Filosofia procura entender os problemas profundamente, para depois propor
alternativas de mudanças.
O pensamento filosófico deve ser:
• Radical, ou seja, deve ir à origem dos problemas, deve ser profundo.
• Rigoroso – deve seguir um método adequado ao objeto em estudo.
• De conjunto – a Filosofia se preocupa com o todo, com todos os atos, fatores e valores.
II - TEMAS DE FILOSOFIA
2.2 - Ética e Valores
• Valor
Pessoa, um ente que valora. Atribuir um valor a algo é não ficar indiferente a ele. Nãoindiferença é a principal característica do valor.
Axiologia: Ciência que designa a filosofia dos valores.
Deontologia Ciência da moralidade ou com a ética da ação humana.
• Origem e procedência do Valor:
Mitológico – respeito e justiça. Os critérios, ou os princípios éticos, para a
fundamentação de uma moralidade social.
-Antigo:
Sócrates: o bem é um valor, justiça.
Platão = ele apresenta o bem, como idéia, e não como valor, ou seja, o bem, como uma
idéia que o homem pode alcançar ou conhecê-lo pela razão.
-Medieval – Valor associado à idéia de Deus.
-Moderno – O bem passa a ser o valor, e não mais uma idéia, pois esta começou a ser
relacionada com a instância ou com a teoria do conhecimento do ser e do próprio valor.
•Obrigatoriedade Moral
-O comportamento moral: obrigatório e devido;
-A obrigatoriedade moral inclui a liberdade de escolha e de ação do sujeito.
• Necessidade, Coação e Obrigatoriedade
-O comportamento moral como um comportamento livre e obrigatório. Não há
comportamento moral sem certa liberdade. Não é obrigatoriedade moral, porque existe
esse “ver-se obrigado”. O sujeito pode ficar livre da obrigação moral, quando
circunstâncias externas exercem uma influência tão decisiva – como uma coação externa –,
que não deixa possibilidade nenhuma de o sujeito agir de acordo com a sua obrigação
moral;
-A obrigatoriedade moral perde também a sua razão de ser quando o agente opera sob uma
coação interna, ou seja, sob a ação de um impulso, desejo ou paixão irresistível que forçam
ou anulam por completo a sua vontade.
• Obrigação Moral e Liberdade
-Nem toda liberdade de escolha possui uma significação moral e traz consigo, por si só,
uma obrigatoriedade moral. Só existe obrigação moral quando existe uma promessa que
possa ser cumprida, pois temos a possibilidade de escolher entre uma e outra alternativa;
• Caráter Social da Obrigação Moral
-Somente pode haver obrigação para um indivíduo quando as suas decisões e os seus atos
afetam os outros ou a sociedade. A obrigatoriedade moral tem um caráter social, porque se
a norma deve ser aceita intimamente pelo indivíduo, este deve agir de acordo com a sua
livre escolha ou a sua consciência do dever, a decisão pessoal não será operada num vácuo
social. O obrigatório e o não-obrigatório não são algo que ele inventa, mas que encontra
estabelecido numa sociedade determinada. A consciência moral do indivíduo dita somente
aquilo que concorda com os princípios, valores e normas de uma moral efetiva e vigente.
• A Consciência Moral
-O termo “consciência” pode ser usado em dois sentidos: um geral, o de consciência
propriamente dita, e outro específico, o de consciência moral. Ex.: “Pedro perdeu a
consciência.”, “a minha consciência me diz”. A consciência moral somente pode existir
sobre a base da consciência no sentido e como uma forma específica desta. O conceito de
consciência está estritamente relacionado com o de obrigatoriedade. É a consciência moral
que, neste caso, informando-se da situação e com a ajuda das normas estabelecidas, que se
interiorizam às nossas, toma as decisões.
2.3 -Estética
Tem o significado de ‘faculdade de sentir’, ‘compreensão pelos sentidos’,
‘percepção totalizante’. Em sua atuação, o homem é capaz de, pelo conhecimento,
escolher, atribuir valores. Esses elementos cognitivos e valorativos podem ser como sujeito
moral.
Há uma ligação lógica entre o sentimento, a emoção e a percepção do objeto. O
conteúdo emotivo, presente em qualquer operação estética, é muito mais profundo na
criação artística. A arte humaniza o homem. A arte e o homem são indissociáveis, porque
ao conhecer e atuar buscando a qualidade, o ato de “criar” é próprio do homem. A
realidade estética é uma função essencialmente humana, é algo que experimenta,
desenvolve e cria o homem no tempo. A estética se insere, como atividade, em três planos
distintos:
• Plano antropológico, da vivência estética que introduz no campo da experiência, que
deve ser intensa, ativa, plena e clarificadora, um processo em que a forma e o conteúdo, o
momento instrumental e o final se fundem e não se dissociam.
• Plano cultural – do campo feito artístico, como fenômeno sociocultural.
• Plano ontológico – da beleza, em todo alcance da dimensão estética.
Esses três planos da realidade estética devem estar estreitamente vinculados à
educação estética. Do ponto de vista antropológico, a educação estética deve propiciar um
maior conhecimento, uma imagem mais qualificada da vida e do mundo. Deve, ainda,
educar as emoções. Essas, adequadas ou não, justificadas ou absurdas, são educáveis;
expressam algo, têm geralmente um objeto.
• Uma educação das emoções:
• Potencilizar a capacidade de objetividade, com uma consideração realista do meio;
• Controlar, canalizar e superar a passividade;
• Liberar o sujeito de falsas admirações e crenças, que o impedem de estabelecer
valorizações adequadas;
• Levar à expressão canalizada dos sentimentos e emoções.
A educação estética, como educação da sensibilidade, dos sentimentos e das
emoções, deve englobar:
• A atividade de observação e percepção sensorial, que permite ao sujeito assumir seu
conhecimento conceitual, sua concepção realista do meio.
• A educação estética deve propiciar uma atitude viva e exploratória na atividade de
“sentir” uma obra de arte.
• A atividade de apreciação e atribuição de valores é a resposta qualificada à atividade de
observação e percepção.
• A atividade de auto-expressão e criação realiza a necessidade humana inata de comunicar
sentimentos e emoções.
As duas atividades anteriores, assim como sua disposição em formas, levam à
expressão dos sentimentos e emoções. Nesse sentido, a educação estética é um processo
final dependente dessas atividades, que culmina com a comunicação do sentimento
canalizado em uma forma particular de expressão.
2.5 - Antropologia Filosófica
• Teorias que fundamentam as concepções de homem
Teorias Dualistas
IDEALISMO
Idealistas são aqueles que admitem que os corpos têm somente uma existência
ideal, em nossos ânimos, e por isso negam a existência real dos próprios corpos e do
mundo’.
PLATÔNICO – PLATÃO (428-347 A.C)
A doutrina das idéias. São objetos do conhecimento científico entidades ou valores
que têm um status diverso do das coisas naturais e caracterizado pela unidade e pela
imutabilidade. Com base nessa doutrina, o conhecimento sensível, que tem por objeto as
coisas na sua multiplicidade e mutabilidade, não tem o mínimo valor de verdade e pode
somente obstacular a aquisição do conhecimento autêntico.
AGOSTINIANO – SANTO AGOSTINHO (354-430)
Santo Agostinho, em sua obra “A Cidade de Deus”, afirma a coexistência dos dois
planos de existência: “a Cidade de Deus” e a “Cidade Terrestre”. Para Santo Agostinho, a
relação entre as duas dimensões é de ligação e não de oposição, mas a repercussão do seu
pensamento, à revelia do autor, desemboca na doutrina chamada Agostinismo político, que
marca toda a Idade Média e significa o confronto entre o poder do Estado e o da Igreja,
considerando a superioridade do poder espiritual sobre o temporal.
CARTESIANO – DESCARTES (1596-1650)
O ponto de partida é a busca de uma verdade primeira que não possa ser posta em
dúvida. Por isso, converte a dúvida em método. Começa duvidando de tudo, das
afirmações do senso comum, dos argumentos da autoridade, do testemunho dos sentidos,
das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do
mundo exterior e da realidade do seu próprio corpo. O racionalismo é o sistema que
consiste em limitar o homem ao âmbito da própria razão. O racionalismo exclui a experiência sensível, mas esta é apenas a ocasião do conhecimento e está sujeita a enganos. A
verdadeira ciência se perfaz no espírito.
REALISMO
A palavra começou a ser usada por volta do fim do século XV para indicar a
orientação mais antiga da Escolástica em oposição à orientação chamada ‘moderna’ dos
nominalistas ou terminalistas. No sentido mais geral e moderno, o Realismo tem sido
qualificado e definido das maneiras mais diferentes: e quase sempre, as doutrinas que o
adotaram como lema qualificaram também como realistas as doutrinas do passado que
coincidiam com seus pontos de vista.
ARISTOTÉLICO – ARISTÓTELES (384-322 A.C.)
Afirma que é possível conhecer o que é o real concreto e mutável por meio das
definições e conceitos que permanecem inalterados. Basta que para isso seja estabelecido
previamente o que importa ser conhecido acerca do ser, distinguindo-o daquilo que pode
ser deixado de lado por ser meramente ocasional, factual ou acidental.
Para Aristóteles, a filosofia implica o abandono do senso comum e o despertar da
consciência crítica que tem uma função libertadora para o homem. O abandono do senso
comum se dá em virtude do espanto , e este é a origem do filosofar.
MARXISMO - KARL MARX (1818-1883)
Marx e Engels formularam seu pensamento a partir da realidade social por eles
observadas: de um lado, o avanço técnico, o aumento do poder do homem sobre a natureza,
o enriquecimento e o progresso; de outro, e contrariamente, a escravidão crescente da
classe operária, cada vez mais empobrecida. Para a elaboração de sua doutrina, partiram da
leitura dos economistas ingleses (Adam Smith e David Ricardo), da filosofia de Hegel (o
conceito de dialética e uma nova concepção de história) e dos filósofos do socialismo
utópico. A teoria marxista compõe-se de uma teoria científica, o materialismo histórico, e
de uma filosofia, o materialismo dialético. O materialismo dialético parte da consideração
de que os fenômenos materiais são processos. O mundo não é uma realidade estática, não é
um relógio, um mecanismo regulado pelo ‘divino relojoeiro’, mas é uma realidade
dinâmica, é um complexo de processos. Por isso, a abordagem da realidade só pode ser
feita de maneira dialética, que considera as coisas na sua dependência recíproca, e não
linear.
Teoria Unicistas
VISÃO UNICISTA
A visão unicista parte da conceituação centrada na totalidade – ou Cosmos –,
constitui nitidamente o embrião de uma nova abordagem de ciência. Para tanto, ela
fundamenta-se, de um lado, na crítica e no estudo sistemático dos conceitos de ciência que
a antecederam, de outro, no retorno às tradições espirituais como requisito necessário à
aquisição de uma abordagem holística do real.
FENOMENOLOGIA – EDMUND HUSSERL (18591938)
O postulado básico da fenomenologia é a noção de intencionalidade, pela qual se
considera que toda consciência é intencional, tende para algo fora de si. Isso significa que
não há pura consciência separada do mundo.
EXISTENCIALISMO – Sartre (1905-1980) – Heidegger (1889 – 1976)
Segundo o existencialismo, a noção de engajamento significa a necessidade de um
determinado pensador estar voltado para a análise da situação concreta em que vive,
tornando-se solidário nos acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. A liberdade
deixa de ser imaginária e passa a estar situada e comprometida com a ação. O
existencialismo é uma moral da ação, pois considera que a única coisa que define o homem
é o seu ato.
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