Interdisciplinaridade no atendimento ao idoso com câncer Visão

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Câncer de Endométrio
Quimioterapia Adjuvante
Dra. Maria Del Pilar Estevez Diz
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - ICESP
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Hospital Sírio Libanês
Câncer de endométrio
• Brasil, ano de 2016, 6.500 casos novos de câncer do
corpo do útero, com um risco estimado de 6,74
casos a cada 100 mil mulheres (INCA).
– > 90% em mulheres > 50 anos
• Maior parte das pacientes diagnosticadas com
estadio I, com excelente prognóstico
INCA: estimativa 2016 - incidência do câncer no Brasil
Volume de doença na apresentação inicial
Diagnóstico inicial
96%
100
80
SG em 5 anos
68%
67%
60
40
20%
8%
20
16%
0
Doença
localizada
Acometimento
nodal
Metástases a
distância
Morneau, Gynecol Oncol 2013
Classificação câncer de endométrio
Tipo I: Estrógeno-dependente
Tipo II: Estrógeno-independente
• 80% dos carcinomas
endometriais
• Subtipo endometrióide grau 3
• Tumores não-endometrioides
(seroso, células claras,
mucinoso, escamoso, células
transicionais, mesonéfrico e
indiferenciado)
• Geralmente de alto grau
• Prognóstico ruim
• Não responsivos à estrógeno
• Geralmente sem lesão
precursora
• Subtipo endometrióide graus
1e2
• Prognóstico favorável
• Responsivo à estrógeno
• Pode ser precedido por
neoplasias intraepiteliais
(hiperplasias atípicas ou
complexas)
Gynecol Oncol 1983; 15:10-17
Classes genômicas do câncer de endométrio
Nature 2013; 497:67-73
www.thelancet.com Published online September 7, 2015
Câncer de Endométrio - Estadiamento
Staging of endometrial cancer (FIGO: 1988). Reprinted
from [28], with permission. Copyright 1990 Lippincott
Willians & Wilkins.
Staging of endometrial cancer (FIGO: 2009). Reprinted
from [5], with permission from Elsevier B.V.
Câncer de endométrio
Fatores mau prognóstico:
• Idade
• Subtipo histológico seroso e células claras
• Grau tumoral
• Invasão linfovascular
• Profundidade de invasão miométrio
• Envolvimento linfonodal pélvico ou para-aótico
Clinical Oncology (2008) 20: 463-469
Classificação de risco
www.thelancet.com Published online September 7, 2015
Impacto da invasão linfovascular na classificação
de risco da ESMO
Br J Cancer 2014; 110:2640-46
Impacto da invasão linfovascular na classificação
de risco da ESMO
Br J Cancer 2014; 110:2640-46
Estratificação de risco - ESMO
Risco baixo
– Estagio IA endometrioide grau 1-2, ILV neg
Risco intermediário
– Estagio IB grau 1-2, ILV neg
Risco intermediário alto
– Estagio IA grau 3, ILV neg ou pos.
– Estagio IA ou IB, grau 1-2, ILV pos.
Risco alto
– Estagio IB grau 3, ILV neg ou pos
– Estágio II
– Estagio III, sem doença residual
– Nao endometrioide (carcinoma seroso,células claras ou
carcinoma indiferenciado ou carcinossarcoma)
ESGO 2015
Benefício do tratamento radioterápico adjuvante
Radioterapia diminui recaída locorregional,
mas não melhora sobrevida global: maior
parte dos óbitos decorrentes de doença a
distância.
2015 The Cochrane Collaboration
Quimioterapia
x
Radioterapia Adjuvante
QT adjuvante isolada x radioterapia isolada
Autor
Inclusão
n
Tratamentos
SLP 5a
SG 5a
Comentários
GOG 122,
Randall et
al
Estadio III-IV,
qualquer histologia,
doença residual
<2cm permitida
202
WAI
38%
42%
QT superior, mais
toxicidade
194
Cisplatina +
doxorrubicina x 8
50%
55%
p<0,01
p<0,01
WAI pode não ser
melhor esquema de RT
Estudo
italiano
Maggi et al
FIGO 1988 IcG3, II G3
com >50% invasão
miométrio ou estadio
III
166
RT pelve
63%
66%
174
Ciclofosfamida +
doxorrubicina+_
cisplatina x 5
63%
69%
n.s
n.s
Sem diferença SG
Tendência de QT
diminuir recaída a
distância e RT diminuir
recaída pelve
193
RT pelve
83 %
85,3%
Sem diferença em SG
192
Ciclofosfamida+
Doxorrubicina +
cispltaina x 3 ou +
81,8%
86,7%
n.s
n.s
Analise de subgrupo:
benefício em grupo
intermediário de alto
risco
Excluiu seroso ou
células claras
JCOG 2033
Sussumo et
al
FIGO 1988 Ic-IIIc
endometrióide com
>50% invasão
miométrio
Benefício não é claro
para histologia serosa
JGOG 2033 Susumo M, Gynecol Oncol 2008
JICOG Maggi R, British Journal of Cancer 2006
GOG 122 Randall , JCO 2008
Quimioterapia + Radioterapia
x
Radioterapia Isolada
QT+ RT
x
RT isolada
Autor
Inclusão
Pacientes
Tratamentos
SLP 5a
SG 5a
GOG 34
Morrow et al
1990
I ou II com ≥ 1
fator de risco
89
RT pelve
-
61%
92
RT pelve seguido de doxorrubicina x 6
66%
n.s
Finish trial
Kuoppala et al
2008
NSGO-EORTC
Hogberg et al
2010
ILIADE III
Hogberg et al
2010
NSGO e ILIADE III
combinados
Hogberg et al.
2010
FIGO 1988 Ia-Ib G3
ou Ic-IIIa qualquer
grau
72
RT split course pelve
18m
84,7%
85
Cisplatina + doxorrubicina + ciclofosfamida x 3
seguida de RT split-course pelve
25m
82,1%
n.s
n.s
I-III incluindo
seroso e celulas
claras, sem
doença
microscopica
191
RT pelve
72%
76%
187
RT pelve com varios tipos de QT antes ou apos
a RT
79%
83%
P=0,04
n.s
FIGO 1988 estadio
Iib ou III, exclusão
seroso e celulas
claras
76
RT pelve
61%
73%
80
Doxorrubicina + cisplatina x 3 seguida de RT
pelve
74%
78%
n.s
n.s
Acima descritos
267
RT pelve
69%
75%
267
RT pelve + QT
78%
P=0,009
82%
n.s
NSGO/EORTC Hogberg, Eur J Cancer 2010
MANGO-ILIADE3 Hogberg, Eur J Cancer
2010Finlândia: Kuoppala T, Gynecol Oncol 2008
GOG 34 Morrow CP, Gynecol Oncol 19
Há evidência que sugere benefício de QT adjuvante, mas o papel
ainda gera controvérsia: falta de estudo grande randomizado
Forest plot from all trials of the hazard ratio for death from any cause (representing overall survival).
Cochrane Database Syst Rev. 2011 Oct 5;(10)
Conclusão: O papel da QT na adjuvância
• Associação de QT na adjuvância
aumenta PFS em pacientes de alto
risco
• Qual melhor combinação?
• Qual melhor sequência?
Qual o melhor esquema de quimioterapia adjuvante ?
Cenário avançado:
GOG 177: AP x TAP- melhor taxa de resposta, melhor SG
Grande toxicidade
GOG 209: não inferioridade de carboplatina e paclitaxel x
TAP, com menor toxicidade
Cenário adjuvante:
Estudos mostram benefício de QT adjuvante com
doxorrubicina + cisplatina ou doublets de ciplatina como
carboplatina e paclitaxel
Carboplatina e paclitaxel mesma eficácia e menor toxicidade = escolha?
J Clin Oncol 22:2159-2166. 2004; Gynecologic Oncology 125 (2012) 771–773
Novos estudos: PORTEC 3
~ 800 patients with
high-risk stage IB-III
endometrial cancer
R
a
n
d
o
m
i
z
a
t
i
o
n
External-beam
pelvic
radiotherapy*
External-beam
pelvic
radiotherapy*
CDDP
day 1
CDDP
day 28
Paclitaxel +
carboplatin
q 3 wks x 4
PORTEC 3 – ASCO 2015
Conclusões
CT/RT vs RT para carcinoma endometrial de alto risco
• Aumento significante de eventos adversos e sintomas relatados
por pacientes
• Prejuízo da qualidade de vida
• Durante o tratamento e por até 6 meses após
Recuperação/Seguimento:
• Sem diferenças em EA > grau 3 em 1 a doi anos
• Sintomas neurológicos persistem como mais evidentes
J Clin Oncol 33, 2015 (suppl; abstr 5501)
Novos estudos: GOG 249
Eligible: Stage I-IIA endometrial carcinoma, with high-intermediate risk factors,
Stage IIB endometrial carcinoma , with or without risk factors, and
Stage I-IIB serous or clear cell endometrial carcinoma,with or without other risk
features.
Randomização
Regimen I: Pelvic Radiation Therapy (4500/25 fractions-5040 cGY/28 fractions)
over 5-6 weeks Optional Vaginal Cuff Boost ONLY for Stage II patients and
Stage I patients with papillary serous and clear cell carcinomas
OR
Regimen II: Vaginal Cuff Brachytherapy + 3 cycles of chemotherapy
consisting of Paclitaxel 175 mg/m2 (3hr) + Carboplatin AUC 6 e q 21 days
chemotherapy to start within 3 weeks of initiating brachytherapy
1 – Late-Breaking Abstract
A randomized phase III trial of pelvic radiation therapy (PXRT) versus vaginal cuff brachytherapy
followed by paclitaxel/carboplatin chemotherapy (VCB/C) in patients with high risk (HR), early
stage endometrial cancer (EC): A Gynecologic Oncology Group trial
McMeekin, D. S.; Filiaci, V. L.; Aghajanian, C.; Cho, J.; Kim, J. W.; Disilvestro, P. A.;O'Malley, D.;
Rutherford, T. J.; Van Le, L.; Randall, M. E.
Conclusions: This study did not demonstrate a superiority of VCB/C to PXRT in women with HR
endometrial cancer. Both arms appeared to be well tolerated with high completion rates. Health
outcomes and translational reasearch are ongoing from participantes in this study.
•
Seguimento mediano 24 m
•
87 eventos
•
HR 0,97 (VCB/C relativo a PXRT)
•
(CI 0,635-1,47, p = 0,44)
•
Efeito de tamanho 0,51 (ie 49%
redução de risco) não
contemplado o CI
Proportion Alive,
Recurrence-Free
1.0
Outcome: Recurrence-Free Survival
0.8
0.6
0.4
0.2
Regimen
1.RT
2.VBT+Chemo
0.0
0
12
24
36
Months on study
Events
44
43
48
Total
301
300
60
RFS at 24 mo: 82% PXRT vs 84% VCB/C
OS@ mo: 93% PXRT vs 92% VCB/C
Adjuvant Brachytherapy Plus Chemotherapy Not Superior to Pelvic Radiation for Women With High-Risk Enometrial Cancer. Image Source: Scott
McMeekin, MD, peggy and Charles Stephenson Cancer Center, University of Oklahoma, Oklahoma, Nebraska.
SGO 2014
Novos estudos
GOG 258
R
A
N
Enroll patients with
either surgical stage III
or IVA endometrial
carcinoma (< 2 cm
residual disease)
Regimen I
Cisplatin 50 mg/m2 IV days 1 and 28
Plus Volume-directed radiation therapy
Followed by Carboplatin AUC 5* plus Paclitaxel
175 mg/m2 q 21 days for 4 cycles with G-CSF support
D
O
M
I
Z
E
Regimen II
Carboplatin AUC 6 plus Paclitaxel 175 mg/m2 q 21
days for 6 cycles
*first dose of Carboplatin will be at AUC of 5, in subsequent cycles the dose will be escalated to AUC 6, as
described in Section 6.2
Conclusões
• Pacientes
baixo
risco:
sem
indicação
de
quimioterapia adjuvante
• Pacientes risco intermediário: Sem evidência
suficiente a favor ou contra quimioterapia adjuvante.
Individualizar casos.
• Pacientes alto risco: quimioterapia com carboplatina
+
paclitaxel
ou
cisplatina
+
doxorrubicina
demonstraram eficácia em estudos fase 3.
• A sequencia ótima entre QT e RT ainda não está
definida, de forma geral QT seguida de RT
Obrigada !
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