UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MARCIA LUZIA DIAS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM CÉREBRO DE RATOS SUBMETIDOS À INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA CRICIÚMA, JANEIRO DE 2008 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. MARCIA LUZIA DIAS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM CÉREBRO DE RATOS SUBMETIDOS À INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense para obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde Orientador: Prof. Dr. Emilio Luiz Streck CRICIÚMA, JANEIRO DE 2008 RESUMO A encefalopatia pode ocorrer em pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) ou crônica. Os mecanismos fisiopatológicos responsáveis pelas complicações neurológicas desses pacientes ainda não estão completamente elucidados. Considerando que a creatina quinase (CK) é uma enzima crucial para a manutenção da homeostase energética de tecidos altamente metabólicos, como o cérebro, que esta pode ser inibida por radicais livres e que o estresse oxidativo está possivelmente envolvido na patogênese da encefalopatia urêmica, nesse trabalho verificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral, córtex préfrontal, estriado e hipocampo) de ratos submetidos a modelo animal de IRA por isquemia e reperfusão e o efeito de antioxidantes (N-acetilcisteína (NAC) e deferoxamina (DFX)) sobre a atividade da enzima. Verificou-se que a CK não foi alterada no cerebelo e estriado dos animais submetidos à insuficiência renal aguda. Os resultados também mostraram que 12 horas após a indução da insuficiência renal aguda a CK estava inibida no córtex pré-frontal e hipocampo dos ratos e que o tratamento com antioxidantes preveniu este efeito. A indução de IRA também inibiu a atividade de CK no córtex cerebral, porem a inibição ocorreu tanto no grupo das 6 horas como no de 12 horas após a indução. Além disso, NAC isolada ou em associação com DFX apresentou-se apta a evitar a inibição da atividade de CK. Contudo, a inibição da atividade da CK cerebral após a indução da IRA pode estar associada a um dano neuronal como também pode estar envolvida na patogênese da encefalopatia urêmica. Palavras-chave: deferoxamina. insuficiência renal; creatina quinase; N-acetilcisteína; ABSTRACT Encephalopathy may accompany acute or chronic renal failure, and the mechanisms responsible for neurological complications in patients with renal failure are poorly known. Considering that creatine kinase (CK) is important for brain energy homeostasis and is inhibited by free radicals, and that oxidative stress is probably involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy, we measured CK activity (hippocampus, striatum, cerebellum, cerebral cortex and prefrontal cortex) in brain if rats submitted to renal ischemia and the effect of administration of antioxidants (Nacetylcysteine, NAC and deferoxamine, DFX) on this enzyme. We verified that CK activity was not altered in cerebellum and striatum of rats. CK activity was inhibited in prefrontal cortex and hippocampus of rats 12 hours after renal ischemia. The treatment with antioxidants prevented such effect. Cerebral cortex was also affected, but in this area CK activity was inhibited 6 and 12 hours after renal ischemia. Moreover, only NAC or NAC plus DFX were able to prevent the inhibition on the enzyme. Although it is difficult to extrapolate our findings to the human condition, the inhibition of brain CK activity after renal failure may be associated to neuronal loss and may be involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy. Keywords: renal failure; creatine kinase; N-acetylcysteine; deferoxamine. SUMÁRIO 1 Introdução 6 1.1 Metabolismo energético 6 1.2 Perfil metabólico do cérebro 9 1.3 Creatina quinase 10 1.4 Insuficiência renal aguda 13 1.5 Defesas antioxidantes 16 1.5.1 N-acetilcisteína 17 1.5.2 Deferoxamina 18 2 Objetivos 20 2.1 Objetivo geral 20 2.2 Objetivos específicos 20 3 Métodos e Resultados 21 Artigo: “Inhibition of brain creatine kinase activity after renal ischemia is attenuated by N-acetylcysteine and deferoxamine administration”, submetido para publicação na revista Neuroscience Letters. 22 4 Discussão 37 5 Referências 40 1 INTRODUÇÃO 1.1 Metabolismo energético Os seres vivos precisam de energia para realizar várias funções, como, por exemplo, o transporte ativo de íons e moléculas, síntese de macromoléculas e outras biomoléculas a partir de precursores simples e para a contração muscular. A energia necessária para realizar essas funções é obtida com a oxidação de substâncias pela respiração celular. Adenosina trifosfato (ATP) é o principal combustível da célula na maioria dos processos que precisam de energia. A energia é liberada pela hidrólise de ATP e serve para impulsionar uma série de reações (Lehninger et al., 2002; Voet et al., 2002). A glicose é a principal fonte de energia utilizada pela maioria das células e ocupa uma posição central no metabolismo. A glicose é transportada para dentro das células por proteínas transportadoras específicas. Ao entrar na célula, a glicose pode ser metabolizada em diferentes rotas metabólicas. A principal via de degradação da glicose é a glicólise, uma rota que envolve uma seqüência de reações que ocorre no citosol e forma como produto final o piruvato. Uma molécula de glicose gera duas moléculas de piruvato e de ATP. Além disso, a glicose pode participar do ciclo das pentoses, que tem como objetivo formar nicotinamida adenina dinucleotídio fosfato (NADPH), um doador de elétrons de fundamental importância em biossínteses redutoras, e ribose-5-fosfato, precursor na biossíntese de nucleotídios. Quando a célula está com elevados níveis de ATP, a glicose pode ser armazenada na forma de glicogênio, que pode ser liberado e utilizado rapidamente se a célula necessitar de energia, ou formar triacilglicerol (Lehninger et al., 2002). Em organismos superiores, o piruvato, formado na glicólise a partir de glicose, pode seguir duas rotas metabólicas distintas. Quando há baixa quantidade de oxigênio, como no trabalho muscular forçado ou na hipóxia, o piruvato pode ser convertido em lactato pela enzima lactato desidrogenase, formando ATP e consumindo nicotinamida adenina dinucleotídio (NADH). No entanto, só uma pequena quantidade da energia da glicose é liberada pela conversão de piruvato a lactato (Lehninger et al., 2002; Voet et al., 2002). Em condições aeróbicas, o piruvato é transportado para dentro da mitocôndria e sofre ação do complexo enzimático da piruvato desidrogenase, que forma acetil coenzima A (acetil-CoA). A acetil-CoA inicia o ciclo de Krebs. É importante salientar que a acetil-CoA pode ser formada também pela oxidação de ácidos graxos e aminoácidos (Lehninger et al., 2002). O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial e consiste de uma seqüência de reações onde, em cada volta do ciclo, são formadas três moléculas de NADH, uma de flavina adenina dinucleotídio (FADH2), duas de CO2 e uma de guanosina trifosfato (GTP). O NADH e FADH2 produzidos no ciclo de Krebs são carreadores de elétrons e são utilizados na cadeia respiratória para a produção de ATP na fosforilação oxidativa. Altos níveis de ATP inibem o ciclo de Krebs por mecanismos complementares em vários locais do ciclo. Um dos pontos de controle é a conversão de piruvato a acetil-CoA pela enzima piruvato desidrogenase, inibida por ATP, acetilCoA e NADH (Lehninger et al.; Voet et al., 2002). A cadeia respiratória e a fosforilação oxidativa, assim como o ciclo de Krebs, ocorrem nas mitocôndrias. A cadeia respiratória é formada por uma série de complexos protéicos, onde ocorre a transferência de elétrons doados por NADH e FADH2. A transferência de elétrons pela cadeia respiratória leva ao bombeamento de prótons da matriz para o lado citosólico da membrana mitocondrial interna. O gradiente de prótons é usado para impulsionar a síntese de ATP (Heales et al., 1999; Lehninger et al., 2002). A cadeia respiratória é composta de quatro complexos (I, II, III e IV). O complexo I, também chamado de NADH: ubiquinona oxirredutase, realiza a transferência de elétrons do NADH para a ubiquinona, formando ubiquinol. Essa reação faz com que dois prótons sejam bombeados para o espaço intermembrana. O complexo II, também denominado de succinato: ubiquinona oxirredutase, é formado pela enzima succinato desidrogenase e três subunidades hidrofóbicas. Esse complexo participa do ciclo de Krebs e transfere elétrons do succinato para a ubiquinona e também forma ubiquinol. O complexo III, ou citocromo c oxirredutase, transfere elétrons do ubiquinol para o citocromo c, reação que serve para o bombeamento de mais quatro prótons. O complexo IV, mais conhecido como citocromo c oxidase, transfere elétrons para do citocromo c para o oxigênio e forma água. Nessa etapa os últimos dois prótons são bombeados (Voet et al., 2002). O gradiente eletroquímico formado pelo bombeamento de prótons durante a cadeia respiratória mitocondrial é utilizado como força-motriz para o complexo V, ou ATP sintase, formar ATP (fosforilação oxidativa). O ATP é transportado para fora da mitocôndria com o concomitante transporte de adenina difosfato (ADP) para dentro da mitocôndria, através de um sistema antiporte (Heales et al., 1999; Lehninger et al., 2002; Voet et al., 2002). 1.2 Perfil metabólico do cérebro O cérebro humano representa somente 2% do peso corporal, mas o consumo de energia por esse órgão é de aproximadamente 60% do total de utilização da glicose pelo corpo. O maior gasto desta energia se dá para gerar, processar e transmitir os impulsos, o que representa a principal função do sistema nervoso central. O cérebro é extremamente dependente do metabolismo para manter sua integridade funcional e estrutural, porém suas reservas energéticas são extremamente pequenas em relação à sua demanda. Devido a esta dependência, o cérebro necessita de um abastecimento contínuo e adequado de oxigênio e glicose. Tanto o oxigênio quanto a glicose são enviados para todas as regiões do cérebro através da circulação sangüínea e esta é regulada para que o fluxo sangüíneo cerebral se mantenha constante em diversas situações (Berg et al., 2004; Gusatti, 2006). A regulação do fornecimento de oxigênio e glicose pelo fluxo sangüíneo cerebral é ajustada de acordo com as necessidades do tecido. O fornecimento destes substratos é importante para a produção de ATP, principalmente pelo metabolismo oxidativo (Gusatti, 2006). A glicose é o principal combustível energético utilizado pelo cérebro e seu transporte através da barreira sangue-cérebro ocorre por difusão facilitada mediada por proteínas transportadoras (Murray, 2002; Gusatti, 2006). O consumo diário de glicose do cérebro é de 120 gramas, correspondendo a cerca de 60% da utilização de glicose por todo o organismo no estado de repouso. Cerca de 60% a 70% é utilizada para impulsionar mecanismos de transporte que mantém o potencial de sódio e potássio de membrana, necessária à transmissão dos impulsos nervosos. O cérebro também tem de sintetizar neurotransmissores e seus receptores para propagar os impulsos nervosos (Berg et al., 2004). A concentração de glicose baixa resulta em disfunção cerebral, podendo levar o individuo ao coma, dano irreversível e até a morte (Voet et al., 2002). 1.3 Creatina quinase Em 1927 foi descoberta a fosfocreatina, sete anos mais tarde, em 1934, descobriu-se a reação da creatina quinase. A partir destas descobertas as pesquisas direcionaram-se principalmente nos aspectos bioquímicos, fisiológicos, e patológicos da reação da creatina quinase e em seu envolvimento no metabolismo do “fosfato de alta energia” das células e tecidos com altas demandas energéticas. Este sistema é associado a funções importantes, principalmente no cérebro, tais como o tamponamento energético (regenerando ATP) e a transferência do ATP dos sítios produtivos para os de consumo (Wyss et al., 1992; Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000). A creatina quinase é uma enzima que possui um papel central no metabolismo energético, principalmente para tecidos com alta demanda energética, como cérebro, músculo cardíaco e esquelético, onde funciona como um efetivo sistema de tampão para os níveis celulares de ATP, sendo assim é uma enzima crucial para a homeostase energética, ou seja, atuando como um sistema auxiliar de manutenção energética (Pilla et al., 2003). A creatina quinase consiste de dois domínios, um pequeno domínio de natureza a-helicoidal e um amplo domínio contendo uma lâmina ß antiparalela produzida por oito intermitências franqueadas por sete a-hélices, o seu local ativo está localizado entre os dois domínios e é coberto por resíduos que são conservados dentro da família creatina quinase. Além disso, as isoenzimas da creatina quinase possuem no seu local ativo um grupo sulfidril que é altamente reativo, desta forma este grupo pode ser uma maneira tanto para inibir a ativação da creatina quinase como proteger contra o dano irreversível durante períodos de estresse oxidativo, entretanto as isoenzimas creatina quinase foram identificadas como alvos primários da modificação e inativação irreversível pelas espécies reativas de oxigênio (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000). A reação da creatina quinase catalisa a transferência metabolicamente reversível do grupamento N-fosforil da fosfocreatina para o ADP regenerando o ATP (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000; Pilla et al., 2003; Berg et al., 2004). A creatina quinase possui cinco formas diferentes de apresentação nas células, sendo duas mitocondriais e três citoplasmáticas. No citosol encontramos dímeros da creatina quinase e são denominados creatina quinase-BB, encontrada predominantemente no cérebro, creatina quinase-MB, encontrada predominantemente no miocárdio e creatina quinase-MM, predominante do músculo esquelético (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000; Lopes et al., 2005). Neste sistema o grupo fosfato do ATP, sintetizado dentro da matriz mitocondrial, é transferido pela creatina quinase mitocondrial no espaço entre as membranas mitocondriais à creatina para produzir ADP mais fosfocreatina. O ADP liberado pela reação creatina quinase mitocondrial pode ser transportado diretamente de volta para a matriz onde é refosforilado à ATP. A fosfocreatina deixa as mitocôndrias e se difunde através do citosol para os locais de consumo do ATP. Lá, as isoenzimas citosólicas creatina quinase regeneram localmente o ATP e assim garantem um alto potencial de fosforilação na vizinhança indicada das respectivas ATPases. A creatina então liberada se difunde de volta às mitocôndrias, fechando com isso o ciclo (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000). Normalmente, a atividade isoenzimática detectada no soro humano é de 96% para creatina quinase-MM e de 4% para a creatina quinase-MB. O dímero BB é encontrado basicamente no cérebro, devendo estar ausente no sangue periférico de indivíduos normais. Contudo, uma forma atípica de BB pode ser liberada pelo trato gastrintestinal, próstata, bexiga, rins e útero, em casos de comprometimento maciço desses órgãos (Camarozano e Henriques, 1996). Em músculos esqueléticos de contração rápida um grande pool de fosfocreatina está disponível para a regeneração imediata do ATP hidrolisado durante curtos períodos de trabalho intenso, já os músculos esqueléticos de contração lenta e o coração dependem de uma oferta mais contínua dos fosfatos de alta energia nos locais de utilização do ATP (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000). Além disso, o sistema creatina quinase desempenha um alto grau de flexibilidade e é capaz de se adaptar aos requerimentos fisiológicos peculiares de um dado tecido (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000; Pilla et al., 2003). Estudos anteriores mostraram que a atividade total da creatina quinase e o conteúdo de creatina são mais baixos no cérebro que no músculo esquelético ou coração, e as concentrações de fosfocreatina e creatina total como também o fluxo no decorrer da reação de creatina quinase estão significativamente mais altos na massa cinza que na massa branca do cérebro humano (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000). O sistema creatina quinase/fosfocreatina mostra diferentes funções integradas em células cerebrais, isto é, proteção de energia temporária, capacidade metabólica, transferência de energia e controle metabólico. Desta forma este sistema é reconhecido como um regulador metabólico importante entre a saúde e a doença (Pilla et al., 2003). A creatina quinase parece estar envolvida em certas condições patológicas relacionadas com deficiência de energia cerebral (Whittingham e Lipton, 1981). Considerando que a energia é crucial para manter o desenvolvimento e regulação da função cerebral, creatina/fosfocreatina tem sido pode ser documentado um que importante alterações passo para no circuito problemas neurodegenerativos que conduzem a perda neuronal no cérebro (Pilla et al., 2003). A deficiência congênita de creatina cerebral esta associada à disfunção extrapiramidal, convulsões e fraqueza muscular (Stöckler et al., 1994). 1.4 Insuficiência renal aguda A insuficiência renal aguda (IRA) é uma síndrome caracterizada por um dano súbito da função renal, impossibilitando o rim de exercer suas funções básicas de excreção e manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e acido-básico (Riella e Martins, 2001; Knobel, 2004; Cruz et al., 2006). Este dano acaba gerando um acúmulo de marcadores comuns da função renal, como uréia e creatinina, e por vezes diminui o volume urinário diário (Knobel, 2004). Desta forma, a perda de funções, tais como as citadas anteriormente, além de excreção de catabólitos e função reguladora hormonal, desencadeiam sérios problemas para o paciente, como anemia, deficiência imunológica, tendência à hemorragia, desordem no metabolismo de lipídios, carboidratos e proteínas e vários distúrbios resultantes das toxinas presentes no plasma ou outros fluidos corporais (Mafra et al., 1999). A IRA é um distúrbio provocado por uma reunião de sinais e sintomas ocorridos por um mesmo mecanismo, que pode ser causada por várias associações, em vários contextos clínicos, caracterizando sub-síndromes. Entretanto, o termo é mais comumente utilizado para caracterizar aquelas formas de dano renal devido à isquemia, agente nefrotóxico ou multifatorial (Barros, 1999). Apesar de a IRA ser classificada em pré-renal, renal e pós-renal esta também pode ser classificada quanto à etiologia, como IRA isquêmica (quando pacientes apresentavam condição hemodinâmica de baixo fluxo renal), nefrotóxica (quando a piora da função renal esteve associada à presença de substâncias nefrotóxicas exógenas ou endógenas) e multifatorial (quando presentes vários insultos renais, dentre eles os quadros sépticos) (Balbi et al., 2005). A IRA pré-renal é causada pela diminuição do fluxo sanguíneo renal levando à diminuição da taxa de filtração glomerular, sendo reversível se corrigida a causa, como, por exemplo, na desidratação, uso de diuréticos e insuficiência cardíaca. A IRA pós-renal ocorre pela obstrução do trato urinário, como conseqüência de hipertrofia prostática, câncer de próstata ou cervical, distúrbios retroperitoneais, cálculo renal bilateral, carcinoma de bexiga, dentre outros. Esta pode ser reversível dependendo do tempo de duração da obstrução (Knobel, 2004). A IRA renal é causada por deficiências do próprio rim, que são classificadas quanto ao local afetado, tais como: túbulos, interstícios, vasos ou glomérulos. Freqüentemente o termo necrose tubular aguda (NTA) é utilizado como sinônimo de IRA renal, causada por agressão isquêmica ou nefrotóxica, porém este caso também pode ser de origem pré-renal (Knobel, 2004; Cruz et al., 2006). Na NTA ocorre uma diminuição da filtração glomerular acompanhada de lesão das células tubulares e geralmente com a retirada do agente causador da lesão os rins não voltam ao normal imediatamente podendo levar horas ou até semanas para se restabelecer (Barros, 1999). Sabe-se que as conseqüências da isquemia, em diferentes tecidos, dependem da sua duração, e que muitas das lesões são desenvolvidas durante o estágio de reoxigenação, como resultado da reperfusão tecidual, podendo agravar as lesões produzidas na fase isquêmica isolada (Silva et al., 2002). Um dos acontecimentos iniciais resultantes da isquemia ou de uma nefrotoxina é a redução dos níveis intracelulares de ATP e, portanto porções do néfron que possuem alta taxa de reabsorção tubular com gasto de energia são particularmente mais suscetíveis à isquemia (Knobel, 2004). As mitocôndrias são alvos importantes dos danos provocados pelos processos de isquemia e reperfusão, sendo que nelas ocorre a diminuição de NADH, do carreador ADP/ATP e da ATP sintase (Silva et al., 2002). A depleção de ATP leva à redução da atividade da ATP-ase da membrana citoplasmática, edema celular e desequilíbrio nas concentrações de sódio, potássio e cálcio. Esse distúrbio leva a uma série de acontecimentos, incluindo desestruturação do citoesqueleto, perda de polaridade celular, perda de interação célula-célula, produção de espécies reativas de oxigênio, alterações no pH intracelular que podem culminar com a morte da célula (Knobel, 2004). Todas estas complicações levam ao organismo a retenção excessiva de produtos do metabolismo das proteínas que podem danificar o néfron e reduzir a excreção de uréia, creatinina e de outros produtos do metabolismo das proteínas (Bruns et al., 2002). A insuficiência renal induzindo a uremia afeta quase todas as funções corporais, mas a fisiologia do cérebro parece ser particularmente vulnerável à toxicidade urêmica (Deguchi et al., 2006). A falha renal resulta no acúmulo de numerosas substâncias orgânicas que podem agir como neurotoxinas urêmicas, mas nenhum metabólito sozinho foi identificado como a única causa da encefalopatia urêmica (Deguchi et al., 2006). Dessa forma, a encefalopatia urêmica é caracterizada por alterações intelectuais e de memória e posteriormente a alterações motoras, convulsões e coma, que representam os eventos terminais graves e de risco clínico (Bruns et al., 2002; Knobel, 2004; Cruz et al., 2006). Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas alterações neuroquímicas da encefalopatia urêmica são pouco conhecidos. Sabe-se que alterações cerebrais importantes e diminuição da taxa metabólica cerebral são regularmente observadas em pacientes com falha renal e coma urêmico. Estudos sugerem que a uremia pode aumentar a permeabilidade da barreira hemato-encefálica e a osmolaridade do cérebro. Outros trabalhos sugerem que o paratormônio e o alumínio, aumentados em pacientes com falha renal aguda, estão relacionados com dano neurológico, principalmente pela facilitação da entrada de cálcio nas células, facilitando a morte neuronal. Portanto, as bases químicas dos distúrbios metabólicos e funcionais no cérebro desses pacientes ainda são objeto de estudo; estresse oxidativo e alterações no metabolismo cerebral podem estar envolvidos nesses processos (Nash et al., 2002; Singri et al., 2003). 1.5 Defesas antioxidantes O corpo humano apresenta sistemas naturais de defesa contra espécies reativas de oxigênio que, além de defender, mantêm suas concentrações em níveis compatíveis com a atividade biológica. Entretanto, os antioxidantes podem ser adicionados ao organismo via alimentação, suplementação, ou ainda como recurso terapêutico (Lancha-Jr, 2004). Atualmente, empregam-se substâncias que, por inúmeros mecanismos de ação, trabalham a favor da redução do dano celular, seja atuando com antioxidante ou diminuindo a ação dos produtos decorrentes da fase isquêmica. Estas substâncias atuam diminuindo a concentração ou neutralizando as espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, ou por inibirem a sua formação ou por facilitarem o seu desaparecimento (Medeiros et al., 2005). 1.5.1 N-acetilcisteína A n-acetilcisteína (NAC), devido ao seu conteúdo em tióis (Mórtola et al., 2000), tem sido utilizada há aproximadamente meio século para tratar doenças congestivas e obstrutivas dos pulmões (Rodrigues et al., 2004). Além disso, a NAC tem sido utilizada na prática clínica em situações de instabilidade hemodinâmica, com o intuito de proteger os tecidos, pulmonar, cardíaco, renal e hepático que são comprometidos pelo fenômeno de isquemia seguida de reperfusão (Medeiros et al., 2005). Diversos estudos têm demonstrado o papel antioxidante da NAC, possuindo ação direta sobre os radicais livres e, por ação indireta como substrato da glutationa peroxidase, estimulando a síntese de glutationa (GSH), e assim prevenindo a oxidação e degradação do óxido nítrico (Kayser et al., 2006). Desta forma, atua para reduzir o estresse oxidativo, a quimiotaxia de neutrófilos e monócitos e a retirada de peróxido de hidrogênio, superóxido e radicais hidroxil, por uma reação clássica de oxidorredução com as espécies reativas de oxigênio produzidas na fase de reperfusão (Medeiros et al., 2005) Além disso, também participam da síntese de cisteína intracelular, aumentando a produção da GSH por ser sua precursora (Pinho et al., 2005). A GSH, em sua forma reduzida, tem um papel importante no mecanismo de defesa contra radicais livres, por diminuir o conteúdo de peróxido de hidrogênio e alterar o equilíbrio da capacidade oxidante-antioxidante pulmonar (Smith et al., 1994; Zhang et al., 1999). Muitos estudos têm demonstrado a função antioxidante da NAC, principalmente no tratamento de doenças inflamatórias, por inibir o estresse oxidativo e a quimiotaxia de neutrófilos e monócitos, entre outros efeitos. No entanto, também foi demonstrado que a administração isolada de NAC pode produzir efeitos pró-oxidantes, e que a combinação de NAC com DFX (deferoxamina; um quelante de ferro) parece ser um tratamento mais efetivo para muitas doenças inflamatórias (Pinho et al., 2005; Ritter et al., 2004a; Ritter et al., 2004b; Ritter et al., 2006). 1.5.2 Deferoxamina É um quelante hexadentado com alta afinidade e seletividade pelo ferro. Uma molécula de DFX se liga a um átomo de ferro, formando um complexo estável que é excretado pela bile e pela urina. Utilizado clinicamente há cerca de 35 anos, é altamente efetivo na profilaxia e tratamento da sobrecarga de ferro (Souto, 2006). A DFX, por apresentar-se como um potente quelante de ferro, mostra propriedades antioxidantes em situações de apoptose e neurodegeneração (Zhang et al., 2005; Freret et al., 2006). Devido a este fato que, emprega-se o seu uso em conjunto com NAC, pois esta apresenta alta afinidade ao ferro, podendo contribuir para a produção e liberação de outros mediadores oxidativos. O DFX, quando administrado em conjunto com NAC, diminui os efeitos pró-oxidantes desta, suavizando assim estes efeitos e encaminhando para o efeito esperado (Ritter et al., 2004a). 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Avaliar a atividade da enzima creatina quinase em diferentes estruturas do cérebro de ratos Wistar submetidos à insuficiência renal aguda (por isquemia e reperfusão renal), tratados ou não com NAC e DFX. 2.2 Objetivos específicos - Avaliar a atividade da enzima creatina quinase no cerebelo, córtex cerebral, córtex pré-frontal, hipocampo e estriado de ratos Wistar 1, 6 e 12 horas após insuficiência renal aguda por isquemia e reperfusão, tratados com NAC; - Avaliar a atividade da enzima creatina quinase no cerebelo, córtex cerebral, córtex pré-frontal, hipocampo e estriado de ratos Wistar 1, 6 e 12 horas após insuficiência renal aguda por isquemia e reperfusão, tratados com DFX; - Avaliar a atividade da enzima creatina quinase no cerebelo, córtex cerebral, córtex pré-frontal, hipocampo e estriado de ratos Wistar 1, 6 e 12 horas após insuficiência renal aguda por isquemia e reperfusão, tratados com a associação de NAC e DFX. 3 MÉTODOS E RESULTADOS Conforme resolução 01/2007 do PPGCS, apresentados na forma de artigo cientifico submetido para publicação na revista Neuroscience Letters. Inhibition of brain creatine kinase activity after renal ischemia is attenuated by N-acetylcysteine and deferoxamine administration. Márcia L. Dias, Priscila B. Di-Pietro, Giselli Scaini, Márcio Burigo, Larissa Constantino, Roberta A. Machado, Felipe Dal-Pizzol, Emilio L. Streck. Inhibition of brain creatine kinase activity after renal ischemia is attenuated by N-acetylcysteine and deferoxamine administration Priscila B. Di-Pietro, Márcia L. Dias, Giselli Scaini, Márcio Burigo, Larissa Constantino, Roberta A. Machado, Felipe Dal-Pizzol, Emilio L. Streck* Laboratório de Fisiopatologia Experimental, Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 88806-000 Criciúma, SC, Brazil *Corresponding author: E-mail address: [email protected] Running title: brain creatine kinase and renal failure Abstract Encephalopathy may accompany acute or chronic renal failure, and the mechanisms responsible for neurological complications in patients with renal failure are poorly known. Considering that creatine kinase (CK) is important for brain energy homeostasis and is inhibited by free radicals, and that oxidative stress is probably involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy, we measured CK activity (hippocampus, striatum, cerebellum, cerebral cortex and prefrontal cortex) in brain if rats submitted to renal ischemia and the effect of administration of antioxidants (Nacetylcysteine, NAC and deferoxamine, DFX) on this enzyme. We verified that CK activity was not altered in cerebellum and striatum of rats. CK activity was inhibited in prefrontal cortex and hippocampus of rats 12 hours after renal ischemia. The treatment with antioxidants prevented such effect. Cerebral cortex was also affected, but in this area CK activity was inhibited 6 and 12 hours after renal ischemia. Moreover, only NAC or NAC plus DFX were able to prevent the inhibition on the enzyme. Although it is difficult to extrapolate our findings to the human condition, the inhibition of brain CK activity after renal failure may be associated to neuronal loss and may be involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy. Key words: renal failure; creatine kinase; N-acetylcysteine; deferoxamine. Introduction Acute renal failure (ARF) is defined by a loss of renal function over a period of hours to days, resulting in accumulation of nitrogenous waste products and unbalance in the maintenance of fluid and electrolyte homeostasis. The major causes of ARF are i) decreased renal perfusion without cellular injury, ii) an ischemic, toxic, or obstructive insult to the renal tubule, iii) a tubulointerstitial process with inflammation and edema, iv) or a primary reduction in the filtering capacity of the glomerulus (1,2). These patients often present signs and symptoms related to fluid and electrolyte disturbances. Altered mental status reflects the toxic effect of uremia in the brain, and contributes largely to the morbidity and mortality in patients with renal failure (3). Encephalopathy may accompany acute or chronic renal failure, but in patients with ARF the symptoms are generally more pronounced and progress more rapidly. In general, uremic encephalopathy presents with a symptom complex progressing from mild sensorial clouding to delirium and coma (3,4). The pathophysiologic mechanisms that underlie renal dysfunction have come to be understood over the last decades (1,2), but the mechanisms responsible for neurological complications in patients with ARF are still poorly known (3). Creatine kinase (CK, E.C. 2.7.3.2) is a crucial enzyme for high energy consuming tissues like the brain. This enzyme works as a buffering system of cellular ATP levels, playing a central role in energy metabolism (5-7). It is also known that a decrease in CK activity is associated with neurodegenerative pathways that result in neuronal death in brain ischemia (8), neurodegenerative diseases (9,10), bipolar disorder (unpublished results) and other pathological states (11-13). Oxidative stress is an important event that has been related to the pathogenesis of diseases affecting the central nervous system. This is understandable since this tissue is highly sensitive to oxidative stress due to its high oxygen consumption, its high iron and lipid contents, especially polyunsaturated fatty acids, and the low activity of antioxidant defenses (14). Moreover, the accumulation of toxic metabolites in renal failure may lead to excessive production of free radicals or depletion of antioxidant capacity (2,15,16). It is also known that CK is very sensitive to free radicals, especially by the oxidation of thiol groups of its structure (17). In this context, we believe that the administration of antioxidants may be important for the treatment of neurological alteration in patients affected by ARF. Considering that there is a lack of literature information regarding the pathophysiological mechanisms underlying neurological complications in patients with renal failure, that CK is important for brain energy homeostasis and is inhibited by free radicals, and that oxidative stress is probably involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy, we measured brain CK activity (hippocampus, striatum, cerebellum, cerebral cortex and prefrontal cortex) in an animal model of ARF (ischemia) and the effect of administration of antioxidants (N-acetylcysteine, NAC and deferoxamine, DFX) on this enzyme. Materials and methods Animals: Adult male Wistar rats (250-300 g) obtained from Central Animal House of Universidade do Extremo Sul Catarinense were caged in groups of five with free access to food and water and maintained on a 12-h light-dark cycle (lights on 7:00 am) at a temperature of 22oC 1oC. All experimental procedures were carried out in accordance with the National Institutes of Health Guide for the Care and Use of Laboratory Animals and the Brazilian Society for Neuroscience and Behavior (SBNeC) recommendations for animal care, with the approval of local Ethics Committee. Animal model of renal ischemia and treatment with antioxidants: Sixty-day old rats were divided into the following groups: sham-operated group (control), or renal ischemia treated with saline, NAC 20 mg/kg, DFX 20 mg/kg or both antioxidants. Under anesthesia (ketamine 70 mg/kg and xylazine 15 mg/kg; i.p.) and aseptic conditions, via a dorsal incision, ischemia/reperfusion injury was induced by clamping both renal vascular pedicles for 45 minutes, and the kidney was subsequently reperfused (18). NAC and DFX were administered in the abdominal aorta 10 minutes before ischemia (19-21). Rats were killed 1, 6 or 12 hours after renal ischemia. The brain was removed and hippocampus, striatum, cerebellum, cortex and prefrontal cortex were isolated. Moreover, blood was collected for measurement of urea nitrogen and creatinine. Tissue and homogenate preparation: These brain areas were homogenized (1:10, w/v) in SETH buffer, pH 7.4 (250 mM sucrose, 2 mM EDTA, 10 mM Trizma base, 50 IU/ml heparin). The homogenates were centrifuged at 800 x g for 10 min and the supernatants kept at - 70oC until used for CK activity determination. The maximal period between homogenate preparation and enzyme analysis was always less than 5 days. Protein content was determined by the method described by Lowry et al (22) using bovine serum albumin as standard. Creatine kinase (CK) activity assay: Creatine kinase activity was measured in brain homogenates pre-treated with 0.625 mM lauryl maltoside. The reaction mixture consisted of 60 mM Tris–HCl, pH 7.5, containing 7 mM phosphocreatine, 9 mM MgSO4 and approximately 0.4–1.2 g protein in a final volume of 100 L. After 15 min of pre-incubation at 37 oC, the reaction was started by the addition of 0.3 mol of ADP plus 0.08 mol of reduced glutathione. The reaction was stopped after 10 min by the addition of 1 mol of p-hydroxymercuribenzoic acid. The creatine formed was estimated according to the colorimetric method of Hughes (23). The color was developed by the addition of 100 L 2% -naphtol and 100 L 0.05% diacetyl in a final volume of 1 mL and read spectrophotometrically after 20 min at 540 nm. Results were expressed as units/min x mg protein. Statistical analysis: Data were analyzed by one-way analysis of variance (ANOVA) followed by the Tukey test when F was significant and are expressed as mean standard deviation. All analyses were performed using the Statistical Package for the Social Science (SPSS) software. Results In the present study we submitted rats to renal ischemia, with previous treatment with NAC and DFX. After that, brain CK was measured. Our findings show that the model used in our work caused renal injury, since blood urea nitrogen and creatinine levels were increased in all groups submitted to renal ischemia, treated with saline or antioxidants (Figure 1). Moreover, CK activity was inhibited in prefrontal cortex and hippocampus of rats 12 hours after renal ischemia and the treatment with NAC and DFX alone or in combination prevented such effect (Figure 2A and 2C). Cerebral cortex was also affected, but in this area CK activity was inhibited 6 and 12 hours after renal ischemia. In this area, only NAC or NAC plus DFX were able to prevent the inhibition on the enzyme (Figure 2B). Our results also show that CK activity was not altered in cerebellum and striatum (Figure 3). Discussion CK catalyzes the reversible transfer of the phosphoryl group from phosphocreatine to ADP, regenerating ATP. This system is important for normal energy homeostasis by exerting several integrated functions, such as temporary energy buffering, metabolic capacity, energy transfer and metabolic control. The brain of adult rats, like other tissues with high and variable rates of ATP metabolism, presents high phosphocreatine concentration and CK activity. It is well described that inhibition of this enzyme is implicated in the pathogenesis of a number of diseases, especially in brain (24,25). In the present work, we showed that CK is affected in prefrontal cortex, cerebral cortex and hippocampus of rats, 6 and 12 hours after renal ischemia. Moreover, we showed that antioxidants were able to prevent the inhibition of this enzyme. In this model of ARF, the initial insult is caused by hypoxia to the tissue followed by altered microcirculation. Inflammation and reactive oxygen species formation are also involved in the progression of tubular injury. Moreover, there are several similarities between this model and human ischemic acute tubular necrosis. A number of studies have demonstrated the antioxidant role of NAC. Thus, NAC supplementation was found to reduce oxidative stress by improving thiol redox status, to inhibit oxidative metabolism and to scavenge superoxide, hydrogen peroxide and hydroxyl radicals. It has been demonstrated that isolated administration of NAC could produce pro-oxidant effects. The oxidative metabolism of NAC can generate thiyl free radicals and NAC can reduce Fe+3 ions to participate in the generation of hydroxyl radical via Fenton reaction. In this context, we have demonstrated that the combination of NAC and DFX, but not their isolated use, is an effective treatment for several inflammatory diseases (19-21,26). Uremic encephalopathy is characterized by a mix of clinical features and is often associated with headache, visual abnormalities, tremor, asterixis and seizures. The pathophysiology of uremic encephalopathy is complex and still poorly understood. The main contributing factors are accumulation of metabolites, hormonal disturbance, disturbance of the intermediary metabolism and imbalance in excitatory and inhibitory neurotransmitters. Besides the general symptom complex of encephalopathy, focal motor signs and the “uremic twitchconvulsive” syndrome may be present. Impaired cognitive has also been reported in these patients (3). In this context, it has also been demonstrated that the creatine/phosphocreatine/CK circuit is involved in processes that involve habituation, spatial learning and seizure susceptibility (27-29). In the present work we showed that CK was inhibited in prefrontal cortex, cerebral cortex and hippocampus, brain areas that are crucial for cognitive processes (30-32). So, we speculate that diminished CK may be involved in the cognitive impairment reported in these patients. Moreover, we showed that inhibition of CK was prevented by antioxidants. In this context, we also speculate that oxidative stress may be involved in the mechanism of CK activity inhibition. This hypothesis is reinforced by findings from Sener et al (15), which show increased malondialdehyde and diminished glutathione levels in brain of rats submitted to a model of chronic renal failure. Although it is difficult to extrapolate our findings to the human condition, the inhibition of brain CK activity after renal failure may be involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy. We also showed that antioxidants prevented the inhibition of CK, and we believe that this protocol could be used as an adjuvant therapy for the treatment of these neurological complications. Moreover, other important steps of energy metabolism must also be studied. Acknowledgements This research was supported by grants from Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde – Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) and Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). References 1. N. Singri, S.N. Ahya, M.L. Levin, Acute renal failure, JAMA 289 (2003) 747-751. 2. R. Thadhani, M. Pascual, J.V. Bonventre, Acute renal failure, N. Engl. J. Med. 334 (1996) 1448-1460. 3. R. Brouns, P.P. De Deyn, Neurological complications in renal failure: a review, Clin. Neurol. Neurosurg. 107 (2004) 1-16. 4. D.J. Burn, D. Bates, Neurology and the kidney, J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry 65 (1998) 810-821. 5. S.P. Bessman, C.L. Carpenter, The creatine-creatine phosphate energy shuttle, Annu. Rev. Biochem. 54 (1985) 831-865. 6. T. Schnyder, H. Gross, H. Winkler, H.M. Eppenberger, T. Wallimann, Crystallization of mitochondrial creatine kinase. Growing of large protein crystals and electron microscopic investigation of microcrystals consisting of octamers, J. Biol. Chem. 266 (1991) 5318-5322. 7. T. Wallimann, M. Wyss, D. Brdiczka, K. Nicolay, H.M. Eppenberger, Intracellular compartmentation, structure and function of creatine kinase isoenzymes in tissues with high and fluctuating energy demands: the 'phosphocreatine circuit' for cellular energy homeostasis, Biochem. J. 281 (1992) 21-40. 8. H. Tomimoto, K. Yamamoto, H.A. Homburger, T. Yanagihara, Immunoelectron microscopic investigation of creatine kinase BB-isoenzyme after cerebral ischemia in gerbils, Acta Neuropathol. 86 (1993) 447-455. 9. M. Aksenov, M. Aksenov, D.A. Butterfield, W.R. Markesbery, Oxidative modification of creatine kinase BB in Alzheimer's disease brain, J. Neurochem. 74 (2000) 2520-2527. 10. S. David, M. Shoemaker, B.E. Haley, Abnormal properties of creatine kinase in Alzheimer's disease brain: correlation of reduced enzyme activity and active site photolabeling with aberrant cytosol-membrane partitioning, Mol. Brain Res. 54 (1998) 276-287. 11. W.L. Gross, M.I. Bak, J.S. Ingwall, M.A. Arstall, T.W. Smith, J.L. Balligand, R.A. Kelly, Nitric oxide inhibits creatine kinase and regulates rat heart contractile reserve, Proc. Natl. Acad. Sci. USA 93 (1996) 5604-5609. 12. B.L. Hamman, J.A. Bittl, W.E. Jacobus, P.D. Allen, R.S. Spencer, R. Tian, J.S. Ingwall, Inhibition of the creatine kinase reaction decreases the contractile reserve of isolated rat hearts, Am. J. Physiol. 269 (1995) 1030-1036. 13. P.F. Schuck, A. Tonin, G.C. Ferreira, R.B. Rosa, A. Latini, F. Balestro, M.L. Perry, C.M. Wannmacher, A.T. Wyse, M. Wajner, In vitro effect of quinolinic acid on energy metabolism in brain of young rats, Neurosci. Res. 57 (2007) 277-288. 14. T. Carbonell, R. Rama, Iron, oxidative stress and early neurological deterioration in ischemic stroke, Curr. Med. Chem. 14 (2007) 857-874. 15. G. Sener, A. Sakarcan, O. Sehirli, E. Eksioglu-Demiralp, E. Sener, F. Ercan, N. Gedik, B.C. Yegen, Chronic renal failure-induced multiple-organ injury in rats is alleviated by the selective CysLT1 receptor antagonist montelukast, Prostaglandins Other Lipid. Mediat. 83 (2007) 257-267. 16. T. Bouré, R. Vanholder, Biochemical and clinical evidence for uremic toxicity, Artif. Organs 28 (2004) 248-253. 17. H. Wolosker, R. Panizzutti, S. Englender, Inhibition of creatine kinase by Snitrosoglutathione, FEBS Lett. 392 (1996) 274-276. 18. M. Ikeda, W. Prachasilchaim, M.J. Burne-Taney, H. Rabb, N. Yokota-Ikeda, Ischemic acute tubular necrosis models and drug discovery: a focus on cellular inflammation, Drug Discov. Today 11 (2006) 364-370. 19. C. Ritter, M.E. Andrades, A. Reinke, S. Menna-Barreto, J.C. Moreira, F. DalPizzol, Treatment with N-acetylcysteine plus deferoxamine protects rats against oxidative stress and improves survival in sepsis, Crit. Care Med. 32 (2004) 342-349. 20. C. Ritter, A.A. Cunha, I.C. Echer, M. Andrades, A. Reinke, N. Lucchiari, J. Rocha, E.L. Streck, S. Menna-Barreto, J.C. Moreira, F. Dal-Pizzol, Effects of Nacetylcysteine plus deferoxamine in lipopolysaccharide-induced acute lung injury in the rat, Crit. Care Med. 34 (2006) 471-477. 21. C. Ritter, A. Reinke, M. Andrades, M.R. Martins, J. Rocha, S. Menna-Barreto, J. Quevedo, J.C. Moreira, F. Dal-Pizzol, Protective effect of N-acetylcysteine and deferoxamine on carbon tetrachloride-induced acute hepatic failure in rats, Crit. Care Med. 32 (2004) 2079-2083. 22. O.H. Lowry, N.G. Rosebough, A.L. Farr, R.J. Randall, Protein measurement with the Folin phenol reagent, J. Biol. Chem. 193 (1951) 265-275. 23. B.P. Hughes, A method for estimation of serum creatine kinase and its use in comparing creatine kinase and aldolase activity in normal and pathologic sera, Clin. Chim. Acta 7 (1962) 597-604. 24. Z.A. Khuchua, W. Qin, J. Boero, J. Cheng, R.M. Payne, V.A. Saks, A.W. Strauss, Octamer formation and coupling of cardiac sarcomeric mitochondrial creatine kinase are mediated by charged N-terminal residues, J. Biol. Chem. 273 (1998) 2299022996. 25. U. Schlattner, T. Wallimann, Octamers of mitochondrial creatine kinase isoenzymes differ in stability and membrane binding, J. Biol. Chem. 275 (2000) 17314-17320. 26. C.R. Damiani, C.A. Benetton, C. Stoffel, K.C. Bardini, V.H. Cardoso, G. DiGiunta, R.A. Pinho, F. Dal-Pizzol, E.L. Streck, Oxidative stress and metabolism in animal model of colitis induced by dextran sulfate sodium, J. Gastroenterol. Hepatol. 22 (2007) 1846-1851. 27. C.R. Jost, C.E. Van der Zee, H.J. Zandt, F. Oerlemans, M. Verheij, F. Streijger, J. Fransen, A. Heerschap, A.R. Cools, B. Wieringa, Creatine kinase B-driven energy transfer in the brain is important for habituation and spatial learning behaviour, mossy fibre field size and determination of seizure susceptibility, Eur. J. Neurosci. 15 (2002) 1692-1706. 28. F. Streijger, C.R. Jost, F. Oerlemans, B.A. Ellenbroek, A.R. Cools, B. Wieringa, C.E. Van der Zee, Mice lacking the UbCKmit isoform of creatine kinase reveal slower spatial learning acquisition, diminished exploration and habituation, and reduced acoustic startle reflex responses, Mol. Cell. Biochem. 256/257 (2004) 305-318. 29. F. Streijger, F. Oerlemans, B.A. Ellenbroek, C.R. Jost, B. Wieringa, C.E. Van der Zee, Structural and behavioural consequences of double deficiency for creatine kinases BCK and UbCKmit, Behav. Brain Res. 157 (2005) 219-234. 30. W.A. Suzuki, Making new memories: the role of the hippocampus in new associative learning, Ann. NY Acad. Sci. 1097 (2007) 1-11. 31. H. Lou, Etiology and pathogenesis of attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD); significance of prematurity and perinatal hypoxic-haemodynamic encephalopathy, Acta Paediatr. 85 (1996) 1266-1271. 32. M. D'Esposito, From cognitive to neural models of working memory, Philos. Trans. R. Soc. Lond. B. Biol. Sci. 362 (2007) 761-772. Figure 1. Effect of antioxidants on blood urea nitrogen (A) and creatinine (B) levels after renal ischemia. Rats were sham-operated (control group) or submitted to renal ischemia and treated with N-acetylcysteine (NAC), deferoxamine (DFX), both or only saline, as described in Methods. Blood samples were collected 1, 6 and 12 hours after renal ischemia. Values are expressed as mean independent experiments. Different from control (sham group); *p<0.05 (One-way ANOVA followed by Tukey). S.D. for five Figure 2. Effect of antioxidants on creatine kinase activity in prefrontal cortex (A), cerebral cortex (B) and hippocampus (C) of rats after renal ischemia. Rats were sham-operated (control group) or submitted to renal ischemia and treated with N-acetylcysteine (NAC), deferoxamine (DFX), both or only saline, as described in Methods. Creatine kinase activity was assayed in brain of rats 1, 6 and 12 hours after renal ischemia. Values are expressed as mean experiments. Different from control (sham group); *p<0.05 (One-way ANOVA followed by Tukey). S.D. for five independent Figure 3. Effect of antioxidants on creatine kinase activity in cerebellum (A) and striatum (B) of rats after renal ischemia. Rats were sham-operated (control group) or submitted to renal ischemia and treated with N-acetylcysteine (NAC), deferoxamine (DFX), both or only saline, as described in Methods. Creatine kinase activity was assayed in brain of rats 1, 6 and 12 hours after renal ischemia. Values are expressed as mean S.D. for five independent experiments. 4 DISCUSSÃO A IRA é uma síndrome proveniente das mais variadas causas, podendo ocorrer em diversas camadas da população (Garcia et al., 2005). Além disso, sua mortalidade permaneceu elevada nas últimas décadas apesar dos avanços diagnósticos e terapêuticos ocorridos (Balbi et al., 2005). A IRA é caracterizada pela diminuição súbita da função renal que se mantém por períodos variáveis, impedindo os rins de desempenhar suas funções normais de excreção e manutenção da homeostasia hidroeletrolítica do organismo (Garcia et al., 2005). O modelo de dano renal utilizado para se obter IRA nos animais nesse trabalho foi causado inicialmente pela hipóxia tecidual seguido por alteração da microcirculação. Esse modelo mostrou resultados satisfatórios, já que nas primeiras horas após a indução da IRA os níveis de uréia e creatinina estavam elevados quando comparados a animais que não foram submetidos à IRA. Como estes metabólitos são considerados marcadores da função renal, já que são totalmente excretados pelos rins, sua elevação é sinal de que o sistema renal está sendo perturbado. A má filtração destes metabólitos e o conseqüente acúmulo dos mesmos no organismo podem gerar complicações secundárias à doença renal em si. A encefalopatia urêmica pode acompanhar tanto a IRA quanto a insuficiência renal crônica, mas os mecanismos responsáveis pelas complicações neurológicas em pacientes com falência renal são pouco conhecidos. Sabe-se, porém, que em pacientes com IRA os sintomas são geralmente mais pronunciados e sua progressão é mais rápida (Burn e Bates, 1998; Brouns e De Deyn, 2004). Em geral, os principais fatores que contribuem são o acúmulo de metabólitos, distúrbio hormonal e do metabolismo intermediário e desequilíbrio na excitação e inibição de neurotransmissores (Brouns e De Deyn, 2004). Os pacientes com encefalopatia urêmica geralmente apresentam alterações cognitivas, alterações motoras, convulsão e coma (Cruz et al., 2006; Knobel, 2004). O cérebro de ratos adultos, semelhante a outros tecidos com alta e variável taxa do metabolismo de ATP, apresenta alta concentração de fosfocreatina e creatina quinase (Khuchua et al., 1998; Schlattner e Wallimann, 2000). Esta enzima tem papel chave no metabolismo energético, visto que é responsável pelo reabastecimento direto de ATP pela transferência de um grupamento fosforil da fosfocreatina para o ADP, regenerando ATP e desta forma facilitando a transdução de energia intracelular (Zonouzi et al., 2006). Esse sistema é importante para manutenção da homeostase energética normal, pois, sabe-se que a inibição desta enzima implica na patogênese de numerosas doenças, especialmente no cérebro (Khuchua et al., 1998; Schlattner e Wallimann, 2000). Os resultados mostraram que a atividade da creatina quinase foi inibida nas regiões cerebrais do hipocampo e córtex pré-frontal 12 horas após a isquemia renal e que no córtex cerebral a enzima foi inibida 6 e 12 horas após a indução, no grupo de animais não tratados com antioxidantes (grupo salina). Quando observadas estas mesmas regiões cerebrais, só que nos grupos tratados com antioxidantes, percebeu-se que NAC, DFX e NAC + DFX preveniram a inibição da creatina quinase no hipocampo e córtex pré-frontal; no córtex cerebral apenas NAC sozinha ou combinada com DFX tiveram este mesmo efeito. Baseado nestes resultados pode-se dizer que a IRA leva ao acúmulo de metabólitos, estes por mecanismos ainda não conhecidos dirigem-se ao cérebro. Neste órgão estes metabólitos em excesso podem levar a uma diminuição das defesas antioxidantes provocando disfunção mitocondrial pelo acúmulo de espécies reativas de oxigênio e culminando com o estresse oxidativo. A enzima creatina quinase é muito sensível aos radicais livres, especialmente pela oxidação de grupamentos tióis existente na sua estrutura (Wolosker et al., 1996). Através dos resultados, considera-se que as espécies reativas de oxigênio estão envolvidas na patogênese da encefalopatia urêmica, já que os antioxidantes preveniram a inibição da creatina quinase; supondo que as espécies reativas de oxigênio sejam as responsáveis pela inibição da creatina quinase no grupo salina. Além disso, áreas como o córtex cerebral, córtex pré-frontal e hipocampo são cruciais para o processo cognitivo (D’Esposito, 2007; Lou, 1996; Suzuki, 2007). Tendo em vista que a creatina quinase mostrou-se inibida nessas áreas nesse trabalho, pode-se especular que essa diminuição na atividade da creatina quinase pode ocorrer em seres humanos com insuficiência renal aguda. Se isso ocorrer, pode-se sugerir que o déficit cognitivo destes pacientes pode ser parcialmente explicado pelos presentes resultados. Os resultados apresentados neste trabalho demonstraram que a insuficiência renal aguda levou a uma inibição da creatina quinase, por um mecanismo mediado por radicais livres, já que, quando utilizado antioxidantes, houve prevenção na inibição da atividade da enzima. A inibição da atividade da creatina quinase cerebral após o dano renal pode estar associada à perda neuronal e pode estar envolvida na patogênese da encefalopatia urêmica. Através destes resultados pode-se concluir que este protocolo pode ser utilizado como adjuvante terapêutico nesses pacientes. REFERÊNCIAS BALBI AL; GABRIEL DP; BARSANTE RC; CARAMORI JT; MARTIN LC; BARRETI P. Mortalidade e prognóstico específico em pacientes com insuficiência renal aguda. Revista da Associação Médica Brasileira 51: 318-322. 2005. BARROS E; MANFRO RC; THOMÉ FS; GANÇALVES LFS. Nefrologia: rotinas, diagnóstico e tratamento. Artmed, Porto Alegre. 1999. BERG JM; TYMOCZKO JL; STRYER L. Bioquímica. Guanabara, 5.ed. Rio de Janeiro. 2004. BROUNS R; DE DEYN PP. Neurological complications in renal failure: a review. Clinical Neurology and Neurosurgery 107: 1-16. 2004. BURN DJ; BATES D. Neurology and the kidney. Journal of Neurology and Neurosurgery Psychiatry 65: 810-821. 1998. CAMAROZANO ACA; HENRIQUES LMG. Uma macromolécula capaz de alterar o resultado da CK-MB e induzir ao erro no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 66: 143-147. 1996. CRUZ J; PRAXEDES JN; CRUZ HMM. Nefrologia. Savier, São Paulo. 2006. DEGUCHI T; ISOZAKI K; YOUSUKE K; TERASAKI T; OTAGIRI M. Involvement of organic anion transporters in the efflux of uremic toxins across the blood-brain barrier. Journal of Neurochemistry 96: 1051-1059. 2006. D'ESPOSITO M. From cognitive to neural models of working memory. Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences 29: 761-772. 2007. FRERET T; VALABLE S; CHAZALVIEL L; SAULNIER R; MACKENZIE ET; PETIT E; BERNAUDIN M; BOULOUARD M; SCHUMANN-BARD P. Delayed administration of deferoxamine reduces brain damage and promotes functional recovery after transient focal cerebral ischemia in the rat. The European Journal of Neuroscience 23: 1757-1765. 2006. GARCIA TPR; ROMERO MP; POLETTI NAA; CESARINO CB; RIBEIRO RCHM. Principais motivos de internação do paciente com Insuficiência Renal Aguda na Unidade de Terapia Intensiva. Arquivos de Ciências da Saúde 12: 146-150. 2005. GUSATTI M. Modelagem matemática do acoplamento entre atividade elétrica cerebral, metabolismo e hemodinâmica. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2006. HEALES SJ; BOLAÑOS JP; STEWART VC; BROOKES PS; LAND JM; CLARK JB. Nitric oxide, mitochondria and neurological disease. Biochimica et Biophysica Acta 9: 215-228. 1999. KAYSER C; DA LUZ KR; DA ROCHA LF; ANDRADE LEC. Tratamento de pacientes com úlceras isquêmicas secundárias à esclerose sistêmica com N-acetilcisteína endovenosa. Revista Brasileira de Reumatologia 46: 148-152. 2006. KHUCHUA ZA; QIN W; BOERO J; CHENG J; PAYNE RM; SAKS VA; STRAUSS AW. Octamer formation and coupling of cardiac sarcomeric mitochondrial creatine kinase are mediated by charged N-terminal residues. The Journal of Biological Chemistry 4: 22990-22996. 1998. KNOBEL E. Nefrologia e distúrbios do equilíbrio ácido-base. Atheneu, São Paulo. 2004. LANCHA JR. Nutrição e Metabolismo Aplicado a Atividade Motora. Atheneu, São Paulo. 2004. LEHNINGER AL; NELSON DL; COX MM; SIMÕES AA; LODI WRN. Princípios de Bioquímica. Sarvier, 3. ed. São Paulo. 2002. LOPES STA; FRANCISCATO C; TEIXEIRA LV; OLIVEIRA TGM; GARMATZ BC; VEIGA APM; MAZZANTI A. Determinação de creatina quinase em cães. Revista da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia 12: 31-37. 2005. LOU H. Etiology and pathogenesis of attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD); significance of prematurity and perinatal hypoxic-haemodynamic encephalopathy. Acta Paediatrica 85: 1266-1271. 1996. MAFRA D; ABDALLA DS; COZZOLINO SM. Peroxidação lipídica em pacientes com insuficiência renal crônica. Revista de Nutrição 12: 205-212. 1999. MEDEIROS SHL; MONTERO EFS; GOMES LF; TAHA MO; JUNQUEIRA VBC; SIMÕES MJ. Avaliação da lesão isquêmica normotérmica do fígado: papel da oclusão do ducto biliar principal e da N-acetilcisteína. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões 32: 168-172. 2005. MÓRTOLA E; ENDO Y; RISSO M; GIMENO E. Estudio comparativo de los efectos antivirales de agentes antioxidantes: N-acetilcisteína e ácido ascórbico e inmunosupresores: Ciclosporina A e tacrolimus en células crónicamente infectadas com el virus del inmunodeficiencia felina. Veterinária México, 31: 271-277. 2000. MURRAY RK; GRANNER DK; MAYES PA; RODWELLVW. Harper: Bioquímica. Atheneu, 9.ed. São Paulo. 2002. NASH H; HAFEEZ A; HOU S. Hospital-acquired renal insufficiency. American Journal of Kidney 39: 930-936. 2002. PILLA C; CARDOZO RF; DORNELLES PK; DUTRA-FILHO CS; WYSE AT; WANNMACHER CM. Kinetic studies on the inhibition of creatine kinase activity by branched-chain alfa-amino acids in the brain cortex of rats. International Journal of Developmental Neuroscience 21: 145-151. 2003. PINHO RA; SILVEIRA PC; SILVA LA; STRECK EL; DAL-PIZZOL F; MOREIRA JC. N-acetylcysteine and deferoxamine reduce pulmonary oxidative stress and inflammation in rats after coal dust exposure. Environmental Research 99: 355360. 2005. RIELLA MC; MARTINS C. Nutrição e o rim. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. 2001. RITTER C; ANDRADES ME; REINKE A; MENNA-BARRETO S; MOREIRA JC; DALPIZZOL F. Treatment with N-acetylcysteine plus deferoxamine protects rats against oxidative stress and improves survival in sepsis. Critical Care Medicine 32: 342349. 2004a. RITTER C; DA CUNHA AA; ECHER IC; ANDRADES M; REINKE A; LUCCHIARI N; ROCHA J; STRECK EL; MENNA-BARRETO S; MOREIRA JC; DAL-PIZZOL F. Effects of N-acetylcysteine plus deferoxamine in lipopolysaccharide-induced acute lung injury in the rat. Critical Care Medicine 34: 471-477. 2006. RITTER C; REINKE A; ANDRADES M; MARTINS MR; ROCHA J; MENNABARRETO S; QUEVEDO J; MOREIRA JC; DAL-PIZZOL F. Protective effect of Nacetylcysteine and deferoxamine on carbon tetrachloride-induced acute hepatic failure in rats. Critical Care Medicine 32: 2079-2083. 2004b. RODRIGUES; AJ; ÉVORA PRB; SCHAFF HV. Protective effect of N-acetylcysteine against oxigen radical-mediated coronary artery injury. Brazilian Journal of Medical and Biological Research 37: 1215-1224. 2004. SCHLATTNER U; WALLIMANN T. Octamers of mitochondrial creatine kinase isoenzymes differ in stability and membrane binding. Journal of Bioenergetics and Biomembranes 32: 17314-17320. 2000. SILVA OC; CENTURION S; PACHECO EG; BRISOTTI JL; OLIVEIRA AF; DALSASSO K. Aspectos básicos da lesão de isquemia e reperfusão e do précondicionamento isquêmico. Acta Cirúrgica Brasileira 17: 96-100. 2002. SINGRI N; AHYA SN; LEVIN ML. Acute renal failure. JAMA: the journal of the American Medical Association 12: 747-751. 2003. SMITH CM; KELSEY KT; WIENCKE JK; LEYDEN K; LEVIN S; CHRISTIANI DC. Inherited glutathione-s-transferase deficiency is a risk factor for pulmonary asbestosis. Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention 3: 471-477. 1994. SOUTO EX. Tratamento de suporte e quelação de ferro em pacientes com síndromes mielodisplásicas. Revista Brasileira de Hematologia 28: 204-209. 2006. STÖCKLER S; HOLZBACH U; HANEFELD F; MARQUARDT I; HELMS G; REQUART M; HÄNICKE W; FRAHM J. Creatine deficiency in the brain: Anew treatable inborn error of metabolism. Pediatric Research 36: 409-413. 1994. SUZUKI WA. Making new memories: the role of the hippocampus in new associative learning. Annals of the New York Academy of Sciences 1097: 1-11. 2007. TOPCZEWSKA-BRUNS J; PAWLAK D; CHABIELSKA E; TANKIEWICZ A; BUCZKO W. Increased levels of 3-hidroxykynurenine in different brain regions of rats with chronic renal insufficiency. Brain Research Bulletin 15: 423-428. 2002. VOET D; VOET JG; PRATT CW. Fundamentos de bioquímica. Artmed, Porto Alegre. 2002. WHITTINGHAM TS; LIPTON P. Cerebral synaptic transmission during anoxia is protected by creatine. Journal of Neurochemistry 37: 1618-1621. 1981. WOLOSKER H; PANIZZUTTI R; ENGLENDER S. Inhibition of creatine kinase by Snitrosoglutathione. FEBS Letters 2: 274-276. 1996. WYSS M; KADDURAH-DAOUK R. Creatine and Creatinine Metabolism. Physiological reviews 80: 1107-1213. 2000. WYSS M; SMEITINK J; WEYERS RA; WALLIMANN T. Mitocondrial creatine kinase: a key enzyme of aerobic energy metabolism. Biochimica et Biophysica Acta 25: 119-166. 1992. ZHANG X; XIE W; QU S; PAN T; WANG X; LE W. Neuroprotection by iron chelator against Proteasome inhibitor-induced nigral degeneration. Biochemical and Biophysical Research Communications 333: 544-549. 2005. ZHANG Z; SHEN HM; ZHANG QF; ONG CN. Critical role of GSH in silica-induced oxidative stress, cytotoxicity, and genotoxicity in macrophages. The American journal of physiology 277: 743-748. 1999. ZONOUZI R; ASHTIANI SK; HOSSEINKHANI S; BAHARVAND H. Kinetic Properties of Extracted Lactate Dehydrogenase and Creatine Kinase from Mouse Embryonic Stem Cell- and Neonatal-derived Cardiomyocytes. Journal of Biochemistry and Molecular Biology 31: 426-431. 2006. This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only. This page will not be added after purchasing Win2PDF. Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo