Katia Trigo 01 - Sociedade Brasileira de Radioterapia

Propaganda
Tecnologia Safetac
Prevenção e Tratamento
de RADIODERMATITES
Enfermeira Kátia Trigo
História da Radiação
Os primeiros relatos sobre lesões radioinduzidas surgiram no século XIX, com
descoberta do Raio-X e da Radioatividade.
Henri Becquerel, após descobrir a radioatividade, usou uma amostra de material
radioativo no bolso do colete durante semanas, apresentando lesão eritematosa
e de difícil cicatrização. Este, portanto, foi o primeiro caso de Radiodermatite
diagnosticado.
Desde então, a busca por avanços tecnológicos e melhor entendimento da
utilização da radiação, passaram a ser estuados e descritos.
Definição de Radiodermatite
Radiodermatite são:
Lesões na pele semelhantes a uma queimadura.
Aparecem por volta da segunda semana de tratamento
após exposição à radiação.
Podem ser agudas ou tardias.
Definição de Radiodermatite
Agudas
Tardias
• Aparecem
durante ou até
1 ano após o
término do
tratamento
• Aparecem
após um ano
do término do
tratamento
Definição de Radiodermatite
Radiodermatite provoca:
Hipersensibilidade local, prurido.
Dor por exposição das terminações nervosas.
Perda da barreira protetora e processo inflamatório.
Desenvolvimento da Radiodermatite
Severidade
das
reações
de
relacionados a RADIAÇÃO:
Dose total
Fracionamento
Energia
Volume do tecido irradiado
Técnica de tratamento
pele
atribuída
a
fatores
Desenvolvimento da Radiodermatite
Severidade das reações de pele atribuída a fatores relacionados ao
PACIENTE:
Idade
Fumo e etilismo
Doenças crônicas
Condições da pele
Tratamentos concomitantes.
Tipo de pele
Radiossensibilidade
Fisiopatologia da Radiodermatite
A Radioterapia inibe a divisão celular e a produção de células. Na fase
aguda, a inibição da mitose ocorre em 1 hora após uma pequena dose de 5
cGy.
Após duas semana de tratamento é possível observar:
Dilatação capilar e aumento da permeabilidade;
Perda da camada basal da epiderme;
Exposição da derme causando processo inflamatório e;
Em alguns casos edema ulceração e necrose.
Fisiopatologia da Radiodermatite
1º
semana
Inibição da
mitose e
eritema leve
2º
semana
Dilatação
capilar e
aumento do
eritema
Após 3º
semana
Perda da
camada basal
da epiderme e
processo
inflamatório
estabelecido
Classificação das Radiodermatites
Cerca de 95% dos pacientes em tratamento de Radioterapia
desenvolvem alguma forma de reação na pele.
Em 1982 o grupo de radioterapia em oncologia Radiation Therapy
Oncology Group (RTOG) criou critérios para classificar os efeitos da
Radioterapia.
Desta forma, as Radiodermatites são classificadas de 0 à 4 conforme a
intensidade da lesão.
RTOG – 0 e 1
RTOG 0
Sem Sintomas
RTOG 1
Eritema folicular fraco,
epilação, descamação
seca.
RTOG 2
Eritema folicular
brando, descamação
úmida.
RTOG 3
Descamação úmida
confluente, dobras da
pele ou edema em
“casca de laranja”
RTOG 4
Ulceração,
hemorragia e
necrose
Prevenção das Radiodermatites
Estudos têm sido realizados para avaliar a capacidade dos produtos
em diminuir a incidência ou gravidade das lesões, porém ainda não
existe um padrão ouro para realização da prevenção.
Portanto, recomenda-se utilizar produtos que promovam a hidratação
da pele, mantenham a elasticidade, diminuam o prurido, o eritema e
descamação e que permitam a troca de calor ou mantenham o
microclima da área.
Prevenção das Radiodermatites
A atuação do Enfermeiro na avaliação e
tratamento das reações de pele é fundamental.
Na consulta de Enfermagem é preciso:
Orientar o paciente quanto aos cuidados
com a área irradiada, durante o tratamento,
visando o autocuidado.
Realizar avaliações durante e após o
término do tratamento, para a elaboração de
um plano de cuidados eficaz.
.
Protocolo AC Camargo Câncer Center
Prevenção das Radiodermatites
Hidratação com creme à base de Aloe Vera
Não utilizamos compressas com chá de camomila, embora
acredite-se que o óleo de camomila tenha propriedade antiinflamatória, entretanto seu mecanismo de ação e veracidade
ainda são discutidos.
Protocolo de Tratamento
RTOG 1
Hidratação com gel hidratante de Aloe
Vera.
Compressa de espuma absorvente com
camada de silicone suave Safetac® e filme
de proteção impermeável.
Protocolo de Tratamento
RTOG 2
Compressa de espuma absorvente, camada de
silicone suave Safetac® e filme de proteção
impermeável
Sulfadiazina de Prata 1% + Nitrato de Cério
0,4%
Protocolo de Tratamento
RTOG 3
Curativo de Transferência com espuma
absorvente, camada de silicone suave
Safetac® e filme de proteção impermeável
Sulfadiazina de Prata 1% + Nitrato de
Cério 0,4%;
Protocolo de Tratamento
RTOG 4
Curativo de Transferência com espuma
absorvente, camada de silicone suave Safetac® e
filme de proteção impermeável
Sulfadiazina de Prata 1% + Nitrato de Cério
0,4%;
Interrupção do tratamento
em todos os casos.
Casos Clínicos
Caso Radiodermatite
G1 segundo RTOG
Paciente com 82 anos
teve
câncer
de
próstata tratado há
10
anos
com
diagnóstico de câncer
de nádega e linfonodo
inguinal.
Realizou
radioterapia do tipo
IMRT 50Gy em região
inguinal Ilíaca.
Casos Clínicos
Caso Radiodermatite
G2 segundo RTOG
Paciente 37 anos, com
diagnóstico de câncer
de mama, T2, N1, M0,
realizou quimioterapia
neoadjuvante,
radioterapia
3D
45Gys em mama.
Apresentou
Radiodermatite
G2
em axila.
Casos Clínicos
Caso Radiodermatite
G3 segundo RTOG
Paciente com 45 anos,
com diagnóstico de
câncer de mama T1,
N2, M0. Realizou
cirurgia conservadora
e radioterapia do tipo
2D com dose de 40Gy
em mama e FSC.
Casos Clínicos
Caso Radiodermatite
G3 segundo RTOG
Paciente com 54 anos
diagnosticada
com
câncer de mama T4,
N3,
M0,
realizou
tratamento
com
quimioterapia
neoadjuvante,
mastectomia radical em
14/11 e Radioterapia
do tipo 3D em parede
costal D e FSC, utilizou
bólus de 0,5 cm diário.
Melhoria do Processo
Com a mudança do protocolo e a utilização de novos produtos
conseguimos diminuir:
O tempo de trabalho da enfermagem.
A dor e o trauma do paciente durante as trocas dos curativos,
devido a aderência das placas.
O uso de opióides, passando ao uso de analgésicos simples.
O número de Radiodermatites G3 e G4 segundo RTOG.
As interrupções durante o tratamento.
Melhoria do Processo
Para nós, a maior conquista com a
melhoria do processo é proporcionar
conforto e qualidade de vida ao
pacientes.
Referências Bibliograficas
Manual de Condutas Diagnósticas e Terapeuticas em Oncologia; Kowalski, L.P.; Anelli, A.;
Salvajoli, J. V.; Lopes, L. F.; São Paulo; Âmbito Editores, 2ª ed.; Radio-oncologia, p. 92-98.
Radioterapia em Oncologia; Salvajoli, J. V.; Souhami, L.; Faria, S. L,; Rio de Janeiro;
Editora Médica e Científica Ltda.; 1ª ed.; Princípios de Enfermagem em Radioterapia; Cap.
12.
Rotinas e Condutas em Radioterapia; Pellizzon, A. C. A.; Salvajoli, J. V.; Castro, D.G.; São
Paulo; Editora Lemar; 3ª ed.
CTC – Common Toxicity Criteria of the National Cancer Institute; Revista Brasileira de
Cancerologia , 2002, 48(1), p.63-69.
POROCK, D. Factores influencing the severity of radiation skin and oral mucosal
reactions. Development of a conceptual framework. Eur. Canal Care; 11(1);p33-34; 2002
COX, J. D., STEUTZ, J., PAJAK, T. F. Toxicity criteria of radiation therapy oncology group
(RTOG) and european organization for research and treatment of cancer (EORTC), Int J.
Radiat. Oncol. Biol. Phys, 31 (5): 134-6, 1995.
Obrigada!
Departamento de Radioterapia
Enf. Katia Trigo – Coordenadora de Enfermagem
Telefone: (11) 2189-5000 Ramal 2267 ou 5104
[email protected]
Download