O DESAFIO DO EDUCADOR NO PLANEJAMENTO E APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA NOS DIAS ATUAIS THE CHALLENGE OF EDUCATING THE PLANNING AND IMPLEMENTATION OF TECHNOLOGY IN THE PRESENT DAYS Miguel A. H. Torres Torres PhD Ení Berbet MsC RESUMO: O objetivo desse artigo é conhecer o desafio do educador no planejamento e aplicação da tecnologia nos dias atuais. O governo vem investindo cada vez mais em tecnologias nas escolas públicas e muitos professores ainda não conseguiram e não adotaram a modernidade na vida de seus alunos e talvez ignorem os recursos midiáticos por não quererem enfrentar o desafio tecnológico. Verifica-se que os atuais cursos que formam educadores não proporcionam uma estrutura adequada para manipularem os recursos tecnológicos. Essa pesquisa irá refletir como os futuros professores formados no curso de pedagogia podem melhorar a metodologia de ensino através da aplicação da tecnologia como processo de aprendizagem dos alunos. PALAVRAS CHAVE: Tecnologia, Mídias, Educação, Professor ABSTRACT: The aim of this paper is to know the educator's challenge in the planning and application of technology today. The government has been increasingly investing in technology in public schools and many teachers have failed and have not embraced modernity in the lives of their students and perhaps ignore the media resources for not wanting to face the technological challenge. It appears that the current programs that qualify teachers in primary and early years do not provide an adequate structure to manipulate the technological resources. This research will reflect how the trainee teachers in the pedagogy course can improve the teaching methodology through the application of technology and how students' learning process. KEYWORDS: Technology, Media, Education, Professor SUMÁRIO: 1 Introdução 2 AS TECNOLOGIAS E O SURGIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS 2.1 Tecnologias na Educação 2.2 A Tecnologia e a Formação do Professor 1 INTRODUÇÃO O crescimento das tecnologias e a utilização das novas ferramentas tecnológicas na vida social têm exigido das pessoas novas posturas levando a novos comportamentos e raciocínios próprios e específicos. E a escola não está fora desse novo paradigma educacional, esta deve levar o aluno a uma postura autônoma, criativa e capaz de construir seu próprio conhecimento, como endossado por VALENTE (1999) apud GRÉGIO (2003): “aprender a aprender”, “saber pensar”, “saber tomar decisões”. Com esse novo paradigma educacional aplicando o tecnológico, há necessidade que os educadores se capacitem no intuito de dominar essas ferramentas disponíveis, para viverem em seu cotidiano e as aplicarem numa educação que exige novos métodos de ensino-aprendizagem. Para isso, esse trabalho tem como objetivo refletir qual é o quadro atual dos alunos do curso de pedagogia em relação à utilização das tecnologias e contribuir aos futuros educadores, na forma como aliar as tecnologias disponíveis na área educacional, desafiando-os a enfrentar e a desenvolver seus planos de aula, aplicando essas novas ferramentas em suas práticas pedagógicas. Essa contribuição servirá apenas para início de capacitação, não significando que terá receitas prontas para utilização das mídias, mas sim buscará conscientizar a importância do profissional de educação na utilização das tecnologias com seus alunos levando a uma melhor qualidade de ensino. Entendemos que o educador deve estar sempre adquirindo novos conhecimentos, lançando-se a novos saberes exigidos e vividos pela sociedade atual, gerando o enriquecimento tanto para o educador quanto para o educando. Mas, de fato, ainda no século XXI, os educadores ainda não se lançaram as novas tecnologias. Foi através desse fato, que o tema abordado surgiu para aplicação do projeto, no qual os alunos do curso de pedagogia, em sua formação inicial, ainda não possuem domínio sobre as tecnologias. Dessa forma, nos valendo das colocações de TAKAHASHI (Sociedade da Informação no Brasil: livro Verde, 2000, p.45), entendemos que a educação é considerada “o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado”. Justamente por esse motivo buscamos evidenciar neste trabalho a importância da inserção das tecnologias como ferramenta enriquecedor do ensino-aprendizagem, como nos evidencia PERRENOUD (2000) quando afirma que as novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos, pois permitem que sejam criadas situações de aprendizagem ricas, complexas, diversificadas, por meio de uma divisão de trabalho que não faz mais com que todo o investimento repouse sobre o professor, uma 12 vez que tanto a informação quanto a dimensão interativa são assumidas pelos produtores dos instrumentos. (PERRENOUD, 2000, p.139) Dessa forma, deve haver por parte do educador uma aquisição do conhecimento, adequando ao ensino-aprendizagem a esta nova era. Nesse sentido, o Governo Federal, através do MEC, tem procurado investir nas escolas, dando computadores para uma nova aprendizagem, mas tem esquecido de que os professores não estão aptos à utilização. Se professores não tiverem uma formação e não forem treinados para a tecnologia, efetivamente estas iniciativas não trarão avanços na qualidade do ensino. Então, é faz necessário que se invista desde já nos futuros professores e que os mesmos saiam aptos a levarem aos educandos novas metodologias de ensino e aprendizagem. E é isso que este projeto tem por objetivo maior, iniciar uma contribuição tecnológica aos futuros educadores a partir de sua formação inicial e apoiálos nos desafios para elaboração e aplicação das tecnologias. 2 AS TECNOLOGIAS E O SURGIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS 2.1 Tecnologias na Educação As crianças, adolescentes e jovens do século XXI são da geração cibernética, pois conhecem e manuseiam a tecnologia melhor do que pessoas da geração anterior. Este novo comportamento gerou uma mudança nas competências esperadas dos profissionais da área educacional, que agora exige uma postura de aprendizado mais moderna e mais criativa. Os professores, distante desta realidade, na sua maioria, não estavam se adequando a este novo modelo e acabaram não utilizando nenhuma forma de tecnologia com seus alunos, o que poderia ser de grande valia para suas práticas no ensinoaprendizagem, como nos aponta Guilherme Canela Godói ao afirmar que “Ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.” (REVISTA VEJA, 2010) Diante da colocação do autor, podemos entender que os professores não estão preparados para aplicar uma nova metodologia utilizando as tecnologias, isto é, estas podem ser até aplicadas, mas sem metodologia adequada. Com isso, entendemos que 13 em pleno século XXI os educadores precisam preparar-se para interagir com a geração que se atualiza e se informa pelos modernos meios de comunicação liderados pela internet. Nota-se que a falta de capacitação dos educadores na aplicação da tecnologia na educação é uma realidade nacional, como explicita Ângela Danneman (2009), da Fundação Victor Civita quando diz que “A formação inicial não prepara os professores para isso. Você precisaria combinar a disponibilidade dos recursos com a melhor formação para que a tecnologia fique a serviço da aprendizagem dos conteúdos escolares”. Neste contexto, através da tecnologia, seria possível a utilização de símbolos visuais, tais como o DVD e o Paint, na tentativa de tornar a sala de aula mais interessante e interativa. Dessa forma, os alunos passam a ser autores na construção do conhecimento, como nos coloca OROFINO (2005) quando defende o apelo à construção de visibilidade para a imaginação e criatividade das crianças e adolescentes, melhorando o processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, verifica-se que a tecnologia em sala de aula traz um diferencial na aprendizagem, proporcionando um resultado positivo tanto para o professor que a utiliza como para os alunos. Sobre esse tema, LEVY (1996) nos coloca que: Considerar o computador apenas como um instrumento a mais para produzir textos, sons e imagens sobre suporte fixo (papel, película, fita magnética) equivale a negar sua fecundidade propriamente cultural, ou seja, o aparecimento de novos gêneros ligados à interatividade (LÉVY,1996, p.41). O autor impulsiona o educador a ir além de somente conhecer o computador e conter-se com o básico, mas enfatiza a necessidade de buscar aprofundar, adquirir e estimular os novos gêneros à interatividade, utilizando esta ferramenta como máquina de ensinar, de interagir, como manipuladora de situações e com isso, buscar sempre novas alternativas para o ensino-aprendizagem. O professor precisa não só conhecer o computador e suas funcionalidades, mas também aplicá-lo ao conteúdo de sua disciplina como ferramenta de apoio, melhorando assim a comunicação, tornando as aulas prazerosas e estreitando um relacionamento com o aluno. 14 Por isso, quanto melhores os recursos de comunicação melhores serão resultados comportamentais e de aprendizado, pois os alunos ficam mais atentos às aulas, trazendo uma melhor comunicação entre professor e aluno, como ainda nos afirma PENTEADO (1999) quando diz que “Ao trazer o computador para a sala de aula, o professor passa a contar não só com mais um recurso para a realização de tarefas, mas está abrindo um novo canal de comunicação com seus alunos.” (PENTEADO, 1999, p.306). Muitos professores ainda temem a utilização dos recursos tecnológicos na sala de aula, ministrando ainda em caráter conservador e tradicional. Isso pelo fato de não terem um conhecimento em tecnologia no seu dia-a-dia e falta de incentivo das escolas, que mesmo com seus laboratórios montados, não disponibilizam para que os interessados os utilizem. Para sanar tais deficiências seriam necessários alguns passos tais como propõe a UNESCO, relatado na revista Veja (2010), tais como: alfabetização tecnológica, aprofundamento do conhecimento e criação do conhecimento, como pressupostos básicos para formação destes professores e demais profissionais da educação. Assim, o professor deve ser moderno, querer mudar, querer fazer e ser diferente, fazendo-se um processo não superior ao aluno, mas incentivando um processo comunicativo, com troca de informações, porque a tendência do professor é não ser um difusor de saberes, mas um incentivador da inteligência coletiva dos alunos, fazendo com que estes troquem suas experiências e conhecimentos. Com isso, o objetivo agora deveria ser o de capacitar o professor para tornar-se versátil para aplicação dessa nova forma de ensino e essa nova metodologia, para que com isso, possa incentivar seus alunos com aulas interessantes, modernas e dinâmicas. Além de tirar toda resistência e medo que vem do não conhecimento do uso da tecnologia. Nesse aspecto, FREIRE (1993) apud BUENO (2003) enfatiza que: Na medida que temos mais clareza de nossas opções, de nossos sonhos, na medida que reconhecemos que, enquanto educador, somos ser político, também entendemos melhor as razões pelas quais temos medo e percebemos ainda o quanto temos que caminhar para melhorar nossa democracia. Há a necessidade de comandar o nosso medo de educar, o nosso medo de que nasce finalmente a nossa coragem. (FREIRE, 1993 apud BUENO, 2003, p. 10) 15 A partir do citado acima, entendemos que o educador deve ter persistência para sempre melhorar sua metodologia de ensino, ter coragem de prosseguir nos desafios e nas novas propostas impostas pela profissão, designando metas e alcançando objetivos. Ele precisa fazer a sua história na área educacional e enfrentar o medo para poder crescer e assumir um papel diferente enquanto professor na sua escola. A partir do momento que o educador supera o medo, encara os desafios da utilização da tecnologia e assume uma história diferente em sua metodologia dentro da sala de aula; ele passará a contribuir para um desenvolvimento da educação como um todo, isto é, estará aplicando os objetivos pedagógicos e ao mesmo tempo estimulando, através das ferramentas tecnológicas, um meio de melhor aprendizagem e descoberta de sua disciplina. 2.2 A Tecnologia e a Formação do Professor Com a evolução das tecnologias, os educadores precisam procurar se enquadrar nessa nova realidade, buscando conhecer e aprimorar-se de acordo com as ferramentas existentes para que possam não ser meramente professores, mas sim facilitadores e mediadores do desenvolvimento intelectual do aluno. Então, diante do exposto devemos questionar: Como aplicar a tecnologia na educação, se não há domínio pelos educadores e muito menos disciplinas específicas que os apóiam em sua formação? Os educadores precisam se enquadrar nos avanços tecnológicos com profundidade para que haja assimilação e compreensão do que pode ser aplicado numa sala de aula, conforme PRADO (2000) apud DIAS (2008) enfatiza: A formação do professor é um estudo polêmico em muitas áreas, em vários níveis e, portanto não é um problema exclusivo da Informática na Educação. Entretanto, o computador ainda é um instrumento que gera dúvidas, conflitos e críticas quando utilizado com finalidades educacionais. Além disso, o desenvolvimento tecnológico funciona como um fator agravante porque imprime ao processo de formação uma rapidez difícil de ser equacionada com o tempo necessário para que os avanços sejam compreendidos e assimilados em profundidade. Por esta razão, os profissionais que se ocupam da formação de professores nesta área precisam analisar e refletir sobre como o processo de formação de professores vem sendo encaminhado. (PRADO, 2000 apud DIAS, 2008, p.4) 16 Nesse contexto percebe-se que o professor não está preparado para adequar a parte pedagógica com a tecnológica, eles ainda não conseguiram assimilar qual a finalidade da tecnologia na área educacional. Para isso, deve-se pensar na formação do professor num estudo gradativo do conhecimento e da aplicação na utilização das tecnologias na educação. O futuro educador deve questionar e indagar conhecimentos que vão além da grade curricular. Com isso o educador não deve pertencer simplesmente a um grupo de professores formados, mas deve valorizar a sua formação, o seu papel na preparação profissional, tendo uma formação continuada nas novas aplicações da área educacional, entre elas a utilização da tecnologia educacional. Devem imergir no processo constante de autoavaliação e da autoconstrução, conforme diz CHRISTOV (1998, p.9): “a própria natureza do saber e do fazer humanos, como práticas, se transformam constantemente”. Já DEMO (2002, p.72) enfatiza que “a qualidade da educação depende, em primeiro lugar da qualidade do professor” e são palavras também do Ministro da Educação, Fernando Haddad, na 72ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), em 2008, na qual afirmou que “a qualidade do ensino depende da qualidade dos professores”. Para que a educação cresça na qualidade precisa-se que o professor tenha uma formação continuada, mantendo-se profissionalmente atualizados, para que se aperfeiçoe em sua carreira, conforme nos colocou a reportagem da REVISTA ABRIL (2010, p.47) quando afirmou que “De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas”. Com isso para que o aluno aprenda a construir e ser produtor de seus próprios conhecimentos é preciso que o professor tenha capacitação tecnológica, pois a dificuldade do educador é não saber aplicar a tecnologia ao seu conteúdo pedagógico. Isso foi constatado por HADDAD (2002, p.5) quando nos coloca que “muitos programas limitam-se a teoria da informática e não faz o treinamento dos professores no uso pedagógico da tecnologia”. HADDAD (2002) ainda nos mostra quatro problemas que ainda não trazem a eficácia à formação do professor na tecnologia: 17 • O professor não é treinado na aplicação da tecnologia pedagógica, pois não considerados as necessidades, interesses, atitudes, tendo treinamentos tecnológicos de qualquer forma • O professor não reconhece o uso prático da tecnologia nas suas aulas, talvez por achar a tecnologia ameaçadora ou perda de tempo • A formação do professor deve estar baseada no contexto escolar, ou seja, na sua formação o futuro educador deve ter conhecimento de qual é o contexto pedagógico para que possa aliar à tecnologia. (HADDAD, 2002, p.5) O autor ainda entende que a tecnologia e a formação de professores são comunicações contrárias, “uma via de mão dupla”, isto é, não há um ensino específico da utilização das tecnologias na educação para os futuros professores. Mas o que se percebe é que os cursos superiores para formação de educadores, em sua maioria, não tem se preocupado na apresentação e utilização das tecnologias, reconhecendo-as como poderosas ferramentas de ajuda, para uma integração efetiva destas no processo educativo. Esse fator deveria ser o suficiente para transformar a formação tecnológica, nos cursos voltados para o magistério, como um pré-requisito para o currículo do futuro educador. Mas também os educadores não devem ficar fitados no conhecimento de sua formação, mas preocuparem em melhorar a qualidade da educação, buscando se envolver, atualizar e se adequar às novas práticas de ensino-aprendizagem. O que se observa em alguns educadores atuais é caminho tradicional SAINTONGE (1996) apud PERRENOUD (2000, p.139) diz; “Eu ensino, mas eles aprendem?”. Esse é o ofício que o professor deve redefinir, a sua metodologia de ensino que, mais do que ensinar é aprender. Todo professor que quer reinvestir nos conhecimentos, deveria ter interesse em adquirir uma cultura básica tecnológica, tendo uma visão de um ensino diferenciado com seus alunos, se apropriando de uma cultura que se faz necessário ser aplicada na escola atual. Porque os alunos atuais são do século XXI, e nas escolas os alunos interagem desde o início de seus estudos com a tecnologia, o que exige do professor uma aprendizagem sobre outro olhar, colocando desafios para os educadores. Para isso, os cursos superiores na formação do educador, precisam se preocupar em levar os alunos a uma cultura tecnológica de base, para que eles possam estar qualificados, sabendo definir, como e onde utilizar as tecnologias nas suas aulas, além de estarem aptos a criticar e repensar o modo de ensinar e aprender. 18 Em face desse contexto atual, o presente trabalho buscará relatar a experiência desenvolvida durante um projeto que buscou a conscientização da faculdade para uma disciplina específica na aplicação da tecnologia na grade curricular e apresentação de como esses futuros educadores pode utilizar as mídias na sala de aula, fazendo com que os mesmos formem com alguma experiência da aplicação das tecnologias e compreendam a importância dessa aplicação na escola. 2.3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Verificou-se, no decorrer do curso de pedagogia dae uma faculdade particular, que as aulas de informática se limitam a conhecimentos básicos para o uso de computadores, não havendo, portanto, a preocupação com embasamento necessário para a aplicação bem sucedida das tecnologias em sala de aula. A ver que os futuros professores não se sentem preparados, como relata um dos alunos do curso, que afirma: Não sabemos o que fazer e nem aplicar, pois não possuo computador e tenho dificuldades em saber procurar na internet alguma coisa para aplicar em sala de aula, além do que às vezes se resume somente na utilização do computador. Pelo relato do aluno, percebe-se que a formação desses futuros educadores ficou à margem das transformações tecnológicas e que se não tiver alguma capacitação específica não há como este futuro educador inserir-se no mercado de trabalho, que busca, cada vez mais, um diferencial de seus profissionais. Por isso cabe à educação superior uma parcela da responsabilidade nesta transformação, promovendo uma interação de seus alunos com a tecnologia, criando novos hábitos na educação e diminuindo as resistências. Com isso, a faculdade deu abertura para realizar algumas pesquisas no Curso de Pedagogia. Então, dentro desta realidade, pudemos perceber a necessidade de aplicar um projeto específico àqueles futuros educadores para capacitá-los para uma utilização direta da tecnologia na sala de aula. 2.4 DESCRIÇÃO E APLICAÇÃO DO PROJETO O foco deste projeto foi o 6º período do curso de Pedagogia da Faculdade, que possui 27 alunos, que apresentaram grande diversificação sobre o conhecimento e 19 familiaridade com a tecnologia. Isso verificado pelo fato da formação da faculdade não ser voltada para a informática educativa no seu currículo de Licenciatura em Pedagogia. Diante do que foi verificado nesse primeiro momento, nos deparamos com a necessidade de salientar a importância da tecnologia no nosso cotidiano. Dessa forma, Não se pode desprezar e nem ficar apático à importância da tecnologia na educação, pois hoje, em pleno século XXI, as crianças e jovens já nascem, vivem e irão trabalhar e ser profissionais numa sociedade constantemente tecnológica. Com isso, levando em consideração a diversificação constatada e para que esse projeto tivesse uma finalidade real e de sucesso, foi realizado um questionário para diagnosticar a situação real do nível de conhecimento e manuseio tecnológico dos alunos e dos professores, e da intenção, por parte do corpo discente, de inserir em seu currículo disciplinas que contemplem a tecnologia. Num questionário podemos salientar que as respostas trazem concepções dos alunos diretamente, isto é, a opinião de cada aluno mostra a sua atuação em seu meio cotidiano, além de trazer facilidade de aplicação e flexibilidade de respostas. Este método foi aplicado com os 27 (vinte e sete) alunos do curso, e dos tais foi analisado, como mostra a Gráfico 1 que, quase todos têm contato, de uma forma ou de outra com computadores, sendo que 78% tem acesso a computadores, sendo 30% em casa, 33% acessam no trabalho, 15% em lan house (por não terem internet em casa) e 22% não possuem acesso de forma alguma. Gráfico 1 – Alunos têm acesso a computador 22% 30% Casa Trabalho Lanhouse Não utiliza 15% 33% Fonte: Autora do Projeto 20 Com esse resultado, já se tem um apoio para a aplicação do projeto, pois os alunos poderão praticar o conhecimento que receberem, visto que a maioria têm facilidade de acesso à tecnologia, ao computador. Gráfico 2 – Dificuldade em utilizar o computador e a internet. 44% Sim 56% Não Fonte: Autora do Projeto Os gráficos 1 e 2 mostram que não basta ter acesso ao computador, mas que precisa ter familiaridade e domínio para poder usá-lo em suas práticas pedagógicas. O gráfico 2 já mostra que 56% dos alunos possuem dificuldade de manusear o computador e navegar na internet, dificultando a busca de algum material e ferramenta que lhe possam ajudar no plano de aula. É preciso fomentar a vontade nesses alunos de buscar algo novo, apresentando como o computador e a internet podem facilitar um planejamento dos seus estudos e aplicação na sala de aula, alertando que o computador não é a solução de seus problemas de ensino, mas um facilitador de aprendizagem. Gráfico 3 – Conhecimento para baixar músicas e vídeos do computador 37% Sim Não 63% Fonte: Autora do Projeto 21 Dando continuidade a análise, o gráfico 3 confirma o citado anterior, onde 63% possuem dificuldade em buscar materiais para aplicação em suas disciplinas, através de vídeos e músicas. Percebe-se que o uso operacional ainda deixa lacunas entre os alunos. A formação na tecnologia desses alunos deverá ser constante, para que possam alicerçálos ao manuseio do computador e saberem aplicar de uma forma tranqüila nas suas práticas de ensino-aprendizagem. Gráfico 4 – A frequência da utilização o computador 37% Todos os dias Semanalmente 52% Somente quando necessário 11% Fonte: Autora do Projeto A leitura do gráfico 4 representa que apenas 37% dos alunos que demonstram ter acesso ao computador para alguma curiosidade e aprofundamento de seus conhecimentos. Os 52% restantes dos alunos não se interessam em estar diretamente utilizando o computador, utilizando essa ferramenta somente quando necessário. Isso demonstra a resistência, o desinteresse e até mesmo a falta de conhecimento para utilização. Verifica-se que esse aluno terá mais dificuldade em aplicar a tecnologia em sala de aula, pois pouco se interessa em acessar, seja de qual for o local. Surge, com isso, a preocupação sobre como esse aluno será como futuro professor do século XXI, onde as escolas estão equipadas tecnologicamente precisando de educadores tecnológicos. Gráfico 5 – Realizou outros estágios com mídias 22 Sim 48% 52% Não Fonte: Autora do Projeto Não é de admirar a falta de utilização da mídia em seus estágios, conforme mostra o gráfico 5 em relação à porcentagem das figuras anteriores, vindo a confirmar o despreparo de tais alunos e o medo de enfrentar o desafio da tecnologia na sala de aula. Esses alunos precisam vencer as barreiras existentes e procurar dominar as mídias, não necessariamente sendo um expert, mas buscando o conhecimento básico para enfrentar, arriscar, aplicar e inovar as aulas. Mas também percebeu que alguns dos futuros professores não estão alheios à implantação do computador na escola, acreditando que as tecnologias podem ser aliadas no processo de ensino-aprendizagem, mas o que falta é despreparo pedagógico do educador na utilização das mídias, revelando falta de conhecimento e dificuldades em quais metodologias adotarem com as tecnologias. Gráfico 6 – Técnico de informática como suporte na sala de aula 44% Sim 56% Não Fonte: Autora do Projeto O gráfico acima mostra uma porcentagem de 56% dos alunos que gostariam de um técnico em sala de aula junto com eles, o que evidencia que estes possuem 23 dificuldade com a tecnologia, ressaltando a inexperiência deles, fazendo com que não utilizem a mídia sem um técnico. Gráfico 7 – Apoio e incentivo para aplicação das mídias na sala de aula 37% Sim Não 63% Fonte: Autora do Projeto No gráfico 7 a maioria desses alunos não se sentem incentivados, como descrito no início desse trabalho, a utilizar as mídias, uma vez que os próprios professores deles não os orientam e nem utilizam em sala de aula. Essa motivação deve partir do início da formação desses alunos do curso superior. A utilização das mídias deve fazer parte do projeto pedagógico da escola, definindo todas as pretensões e propostas educacionais, contribuindo para um ambiente de construção do pensar e cooperar, gerando um ensino inovador e voltado para a realidade. Após esses questionamentos diretos, foram formuladas algumas perguntas abertas, onde pudesse ter outras respostas que apoiasse e confirmasse as respostas dadas por eles nas questões anteriores. E uma dessas perguntas foi como eles aplicariam as mídias nas escolas, e vinte três alunos não souberam como aplicar e direcionar a tecnologia no plano de aula. O desafio é grande, porque terão que aplicar a pedagogia aliada a tecnológica e isso é feitos num só momento, ou seja, ao mesmo tempo em que faz o plano de aula, deve aplicá-lo à mídia, e isso para as pessoas que não têm uma ligação direta e cotidiana com a mídia, dificulta saber por onde começar, ou que passo seguir primeiro, como por exemplo lidar com CD ou DVD ou explicar a matéria, em que momento usar um datashow... 24 Outro questionamento foi em relação a ter uma disciplina específica na faculdade para que os alunos sentissem mais segurança na aplicação do plano em sala de aula, e a resposta foi unânime em querer aulas práticas em tecnologia, aumentando a carga horária curricular, para poderem fazer pesquisas, sendo de grande valia a inserção também de cursos de extensão em tecnologia, para que outros professores tivessem a mesma oportunidade. Foi verificado que as dificuldades colocadas pelos alunos, através do questionário estavam em elaborar o plano de aula com a mídia, devido ao fato de não terem uma disciplina específica na sua formação pedagógica e falta de motivação por parte deles próprios, o que traz dificuldades e desafios em qual mídia aplicar no conteúdo. De modo geral, as respostas coletadas impulsionam a necessidade da aplicação do projeto para que os futuros professores daquela instituição pesquisada possam reconhecer o potencial das ferramentas tecnológicas como meios de ensino e de aprendizagem, levando-os a enriquecer os seus trabalhos pedagógicos. Primeiramente o estudo foi mais teórico com objetivo quebrar o pensamento negativo, a resistência sobre a utilização das tecnologias e ao mesmo tempo incentiválos à aplicação, apresentando softwares educativos para Educação Infantil, ferramentas como HQ (HagáQuê) que dá possibilidade de produzir histórias em quadrinhos, utilização do CD demonstrando músicas que movimentam o corpo e ensinam sobre a natureza. Dentre outras ferramentas também foi incentivada a utilização do Paint para fazer figuras geométricas, conhecer cores, aplicação do powerpoint em montar conjunto de animais ou objetos para identificação de números, cores e outras ferramentas que os ajudariam na sala de aula com aprendizagem diferente, atraente e diferenciada do que os alunos costumam ter no seu dia-a-dia. Posteriormente foi exposto o objetivo do projeto que é de não permitir que a tecnologia seja apenas aplicada na educação como uma forma operacional, mas como um meio de interação com a prática vigente e uma ferramenta de apoio, sendo que o professor deve ser mediador no processo de ensino-aprendizagem, devendo saber explorar as potencialidades do computador e criar ambientes que enfatizem a aprendizagem. Com isso, eles devem ser capazes de escolher, dentro do seu objetivo, a 25 tecnologia ideal para atingir o conhecimento, partindo das experiências vivenciais de cada aluno. Diante do que foi exposto, houve a explanação de que o professor não deve ser treinado apenas operacionalmente para o uso das novas tecnologias e sim serem capacitados metodológica e filosoficamente para o uso na sua prática pedagógica. O importante neste aprendizado é entender que a inserção da tecnologia não mudará as questões educacionais, ao contrário, contribuirá para o desenvolvimento do aprendizado dos alunos, desde que o seu uso seja feito de forma devida e crítica diante daquilo que a escola já oferece como tecnologia e deseja como prática pedagógica. Para que os futuros educadores se familiarizassem com as ferramentas tecnológicas, foram apresentados alguns tipos de tecnologias que podem ser utilizadas na escola, como: computador, TV, DVD, CD, máquina digital, correio eletrônico, hipertexto, internet, etc. questionando a sua aplicabilidade. Num momento seguinte, foi realizada a aula prática no laboratório de informática da faculdade, onde se apresentou as ferramentas, de forma mais lúdica, já como princípio de ação. Além da apresentação da plataforma Linux, que é disponibilizada nos computadores das escolas. Para tanto, foi dividido a turma do curso do 6º período de Pedagogia, que em grupo de 3(três) alunos, estivessem com o Plano de Aula, anteriormente elaborado, e, partir daí, pudessem fazer pesquisa de como conciliar o pedagógico pretendido com a tecnologia, ou seja, em que parte do plano caberia o uso de ferramentas que auxiliassem no melhor aprendizado do conteúdo. Muitos deles tiveram dificuldade em encontrar apoio tecnológico, pois como já foi citado, não têm muito contato com o computador, além de que são inexperientes na parte de elaboração de Plano de Aula e aplicação da tecnologia. Verificou-se que os principais questionamentos foram referentes à instabilidade do aprendizado deles com a tecnologia, pois além de não conhecerem as mídias oferecidas pelas escolas, não tiveram um acesso direto e confortável à manipulação do computador, por não os possuírem em suas casas e/ou não terem também o interesse de conhecimento específico para aplicação em seus planos de aula. 26 Algumas perguntas foram expostas pelos alunos do curso de Pedagogia, no momento da aula prática, tais: • Como posso aplicar esse tema com a tecnologia? • A minha escola não tem computador. • Na escola que estagiarei tem Linux, como faço? • Como faz para baixar música? • Achei um vídeo interessante, mas não sei baixá-lo? • Como posso iniciar a parte de interatividade com meus alunos? Diante destes questionamentos, foi observado que eles ficaram presos ao computador no que se refere às ferramentas básicas (word, powerpoint, excel), então debateu-se o uso de outras tecnologias e não apenas do computador em si. Há que se buscar, aqui, através da criatividade, outras formas de utilizar as ferramentas disponíveis: CD, DVD, Máquina digital, Paint, Webconferência, etc., ferramentas que venham trazer uma interação entre eles, os alunos e a comunidade, fazendo com que haja um maior interesse dos alunos na sala de aula. A terceira etapa foi a apresentação das equipes definidas na aula prática. O objetivo dessa etapa foi verificar como as futuras educadoras planejaram a aula com a tecnologia, analisando se estava coerente com a pedagogia. Esse momento foi interessante, pois as equipes que têm mais familiaridade com as mídias puderam apresentar sugestões de aulas aplicando a tecnologia. Mas, como nem todas as equipes possuem familiaridade com a tecnologia, foram verificados os desafios dos alunos e futuros professores em aliar a tecnologia com a parte pedagógica e também problemas técnicos. Sabe-se que, como não possuem uma disciplina específica, já era esperada certa dificuldade por parte de alguns alunos, mesmo que eles tenham recebido, anteriormente, aula direcionada no laboratório de informática da faculdade. Porém, pelas inexperiências ali apresentadas, foram detectadas algumas dificuldades: • O vídeo não rodou na CPU da faculdade, pelo fato de ter sido gravado numa extensão diferente da existente; • O slide preparado por uma das equipes foi gravado na extensão diferente da CPU; • Umas das equipes levaram música, mas esqueceram o aparelho de reproduzir CD; 27 • Tiveram dificuldade em baixar objetos específicos para montagem em powerpoint, isto, inserir objetos para criação de conjunto matemáticos; • Na montagem de slides não souberam linkar num vídeo que iriam demonstrar. Como os problemas detectados acima, foram colocados questões primordiais para que eles tenham confiança no que irão utilizar da tecnologia, como: • Antes de planejar, verificar se a escola possui tal tecnologia; • Testar toda tecnologia que será aplicada na sala de aula; • Testar o conteúdo planejado na tecnologia antes de aplicar; • Não aplicar a tecnologia o tempo todo, mas serem sensatas ao objetivo; • Não tornar a tecnologia um mito, impedindo que eles deixem de olhar o que está ao seu redor; • Eles devem ter olhar crítico para que simplesmente não utilizem a tecnologia por figurante, mas saber o papel ativo da aplicação e sua necessidade. O último foco adotado na aplicação desse projeto foi conhecer e salientar os desafios encontrados pelos futuros educadores nos seus estágios e na elaboração final do seu plano de aula para aplicação na escola. Para tanto, foi feito uma exposição dos desafios enfrentados pelos alunos, numa sala de aula, onde estavam eles, a professora efetiva e autora do projeto, para que seus planejamentos fossem identificados, avaliados e para que houvesse contribuição mútua entre os presentes. O que se percebeu na maioria desses alunos como desafio, foi o planejamento do plano de aula, conforme a aluna A falou: “Planejar uma aula aplicando a tecnologia tem que ter muita criatividade, pois é difícil saber qual ferramenta utilizar.” Pelo fato de terem tido pouco tempo para familiaridade das ferramentas que poderiam utilizar numa sala de aula, quando aplicado esse projeto, é de esperar que teriam um grau de dificuldade médio para o planejamento de uma aula. Dando continuidade à exposição de seus desafios, foi apresentado em relação aos recursos presentes na escola e interesse dos diretores em ter as tecnologias necessárias e atuais. Segundo a aluna B, descreveu: Infelizmente, a escola onde realizei meu estágio ainda não possui as ferramentas tecnológicas. É de grande importância que a escola apóie e 28 motivem aos educadores na utilização das tecnologias, proporcionando aulas menos maçantes e mais interessantes de serem assistidas. Algumas escolas ainda não acordaram para o mundo atual, onde se faz necessário novas metodologias de ensino aplicando a tecnologia. Ela cria um isolamento entre a escola e a sociedade atual, onde estão inseridos seus alunos. Mas a aluna C, salientou: “Mesmo que a escola não possua tecnologias necessárias, é preciso que os educadores fiquem atentos às novas mudanças de ensino, acompanhando novos passos tecnológicos no mundo em que vivemos”. Verifica-se que esses futuros educadores levam dentro de si a perspectiva de atualização, redirecionando ações positivas à aplicação de novas metodologias de ensino, conforme afirmação da aluna D: “o professor precisa atualizar-se continuamente, afinal, os novos tempos determinam novas competências e habilidades, conseguindo assim atender às exigências do mundo contemporâneo”. Pode-se notar que esses futuros professores, através dos estágios, encontram uma cultura diferenciada a do professor atual da escola, onde a aluna F citou: “A professora efetiva ainda não havia pensado como aplicar a tecnologia na sua aula e ficou interessada em conhecer e buscar recursos tecnológicos para tornar as aulas mais motivadoras” e a aluna G complementou: “Devemos nos ater à tecnologia como um recurso pedagógico adicional. O professor não pode ignorar esses recursos porque eles já fazem parte do nosso cotidiano além de tornar as aulas mais criativas e inovadoras”. Apesar dos desafios encontrados pelos futuros educadores na elaboração dos planos de aula, no pouco conhecimento das ferramentas tecnológicas e na falta de recursos tecnológicos existentes na escola onde estagiaram, pode-se perceber que estão atentos às novas atualizações e procurando adequar às novas tecnologias. Conforme aluna H disse: “A dificuldade que encontro muitas vezes ao utilizar as tecnologias, é o despreparo e a falta de conhecimento de como operar e utilizá-los como fonte de referência para construção do planejamento escolar.” Isso mostra que se faz necessário um estudo mais aprofundado e abrangente com a formação inicial, para que fortaleçam e busque novas alternativas de metodologias de ensino a formação do professor. 29 CONCLUSÕES Este estudo buscou refletir e contribuir para compreensão da aplicação das tecnologias na educação. Fazendo perceber que o uso das tecnologias traz mudanças nos métodos de trabalho educacional e desempenha papéis importantes no ambiente escolar, pois amplia o desenvolvimento de habilidades que são essenciais na sociedade do conhecimento. Como analisado e observado no decorrer desse projeto, verificou que os futuros professores não se sentem totalmente preparados para a utilização dos equipamentos tecnológicos para aplicação na educação. E que alguns não sabem utilizar estes de forma objetiva e adequada na sala de aula. Para que o objetivo principal da aplicação da tecnologia aliada à educação seja satisfatório, é preciso que os educadores já assumam as aulas nas escolas com uma educação tecnológica que favoreça a formação inicial articulada à prática. E como adquirir essa prática? É a faculdade o lugar mais favorável, onde esses futuros educadores devem obter esse conhecimento, pois aprenderá de início a aliar o pedagógico com a prática tecnológica. Pois é no início de sua formação que o futuro profissional alcança o saber, levando a praticar em seus estágios o conhecimento adquirido, eliminando assim, no futuro educador, o medo e as dúvidas de onde, como e quando aplicar a tecnologia na sala de aula. É num curso superior e na formação continuada que o educador conseguirá ter uma visão da realidade, obtendo uma orientação e suporte para saber quais mídias são adequadas ao uso pedagógico, além de estarem se preparando para uma atuação presente na escola, fazendo correlação na sua prática profissional. O interessante é que professor aplique na escola uma dinâmica de ensino diferenciada e alcance um nível adequado igual à de seus alunos em conhecimentos tecnológicos. Para que alcance esse nível e haja crescimento na jornada profissional, é essencial haver reconhecimento da escola regular, para que dê incentivo e oportunidades aos docentes numa formação contínua, pois a instituição tem a obrigação de proporcionar ao professor o momento para aprender e lançar novos olhares para educação do século. 30 Tem-se que incentivar aos docentes não só no uso das novas tecnologias, mas também levá-los a um incentivo professor-pesquisador para que busquem outras novas tecnologias e sintam-se integrados e atualizados na evolução tecnológica. Conclui-se que a partir desse projeto, os futuros professores percebam novas formas de conhecimento, novas maneiras e metodologias de ensino. E que novos estudos possam ser realizados junto aos atuais professores, para uma melhor percepção do despreparo metodológico na aplicação das tecnologias, podendo motivá-los e ajudálos nos desafios que eles se encontram, de enfrentar uma melhor qualidade do ensinoaprendizagem com as tecnologias. REFERÊNCIAS A REVISTA DE QUEM EDUCA. Ano XXV, Nº 236: Abril Nova Escola, outubro 2010. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 8. ed. – São Paulo: Atlas, 2007. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei no 9.394/96). In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Médio. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMT, 1999a. p. 39-57 BUENO, Natalia de Lima. O DESAFIO DA FORMAÇÃO DO EDUCADOR PARA O ENSINO. Oei - Revista Iberoamericana de Educación, Curitiba, n. , p.01-16, 10 abr. 2003. Disponível em: <www.rieoei.org/deloslectores/254lima.pdf>. Acesso em: 10 out. 2010. 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