Cura com jejum e descanso

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Pancreatite
Cura com
jejum e
descanso
Dor abdominal forte,
náuseas e vómitos são
sinais de inflamação aguda
no pâncreas. O tratamento
requer hospitalização e
ausência de comida sólida
Sintomas
Quando
a dor ataca
Em geral, os doentes com
pacreatite aguda têm de ser
tratados no hospital.
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Consulte o médico se
sentir uma dor abdominal forte e repentina. Na
maioria das vezes, esta
piora quando o paciente
come, caminha ou se deita de costas e pode irradiar para as costas, como
um cinto ou cinturão.
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A dor pode ser acompanhada de suor, fraqueza,
náuseas, vómitos, febre
e distensão abdominal.
É possível que o ritmo
cardíaco acelere e o movimento dos intestinos
diminua.
Se sente dores fortes e repentinas
no abdómen, tipo cinturão, e estas
aliviam quando se senta com as
pernas cruzadas e inclinado para
a frente, poderá sofrer de inflamação no pâncreas. Situada por trás
do estômago, esta glândula produz
enzimas de digestão e hormonas
que regulam o açúcar no sangue,
como a insulina.
A inflamação no pâncreas, ou pancreatite, é mais frequente nos homens do que nas mulheres. Ocorre quando as enzimas de digestão
começam a trabalhar dentro do
órgão que as produz, destruindo
os seus tecidos, em vez de seguirem para o intestino. Em 40 a 50%
dos casos, isso acontece porque o
caminho por onde deveria passar
o fluido que as contém está bloqueado por cálculos biliares, pequenos cristais produzidos pela
vesícula, que impedem ou dificultam a passagem. Nestas situações,
é necessário destruir os cálculos e,
por vezes, eliminar a vesícula.
O álcool é a segunda causa da
Pancreatite
O pâncreas produz enzimas de
digestão, que ajudam a transformar
as gorduras, as proteínas e os hidratos
de carbono que ingerimos em nutrientes
passíveis de serem absorvidos pelo
organismo. Por norma, as enzimas atuam
no intestino delgado. Se ficarem ativas no
pâncreas, porque, por exemplo, a sua saída
foi bloqueada por cálculos biliares, tentam
decompor os respetivos tecidos, como
se fossem alimentos. Surgem assim
lesões e inflamação. Em 20% dos
casos aparecem complicações e,
em metade destes, o problema
torna-se crónico.
Tratamento hospitalar
■ Se apresentar os sinais descritos,
consulte o médico. Este pedir-lhe-á uma descrição pormenorizada
dos sintomas e vai querer saber a
sua história clínica. Fará também
um exame físico, com palpação da
zona do abdómen, e irá prescrever-lhe análises ao sangue. Pode
também pedir uma radiografia e/
ou ecografia para ver se há cálculos biliares à saída do pâncreas.
■ Se não for a primeira vez que
sofre do problema, possivelmente
terá de fazer análises às fezes, para
medir a gordura que transportam.
Os valores elevados podem significar que o pâncreas não produz
enzimas suficientes para a digerir.
Confirmada a inflamação, o doente é hospitalizado durante, pelo
menos, três a cinco dias. O tratamento passa pelo controlo da dor,
através da injeção de medicamentos, e pela restrição alimentar.
■ Em geral, os pacientes não podem comer nem beber nas primeiras 24 a 48 horas: os nutrientes são administrados através do
soro, de modo a dar descanso ao
pâncreas e ao intestino. Os líquidos são importantes para prevenir
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Cancro do Pâncreas
Prognóstico muito reservado
A doença não tem sintomas ou estes são pouco específicos nas fases
iniciais. Por isso, muitas vezes, o cancro é detetado tarde demais.
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Em 2008 terão sido detetados 279 mil casos de cancro do pâncreas
em todo o mundo. A Europa e a América do Norte apresentam a maior
taxa de incidência. Portugal regista dos números mais baixos do Velho
Continente, com sete novos casos anuais por cada 100 mil homens, e
quatro por cada 100 mil mulheres.
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A doença é mais frequente nas populações que seguem um regime alimentar rico em carne e gordura e pobre em fruta e legumes.
As fibras parecem ter um papel protetor, enquanto o tabaco duplica a
probabilidade. A pancreatite crónica e a inatividade física são outros
fatores de risco.
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As manifestações mais típicas da doença, como a dor abdominal que
irradia para a zona inferior do abdómen, a perda de peso e tromboflebite (formação de coágulos sanguíneos nas veias) surgem numa fase
tardia da doença. Amarelecimento dos olhos e da pele e diarreia são
outras consequências do tumor.
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O diagnóstico da doença é feito com base na história clínica do doente, na observação pelo médico, em análises clínicas e exames pela
imagem, como radiografias, ecografias, TAC e ressonância magnética.
Contudo, a conlusão definitiva só surgirá após a biopsia, isto é, a análise de tecidos do pâncreas ao microscópio. Estes tecidos são recolhidos
durante a cirurgia ou por endoscopia.
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O tratamento mais eficaz é a cirurgia. Os especialistas podem também
aplicar uma combinação de radio e quimioterapia antes e durante a
operação, para retardar o crescimento do tumor. Em 40% dos casos, a
doença é detetada numa fase tardia e muitos doentes já têm ramificações do tumor noutros órgãos, pelo que a sobrevivência cinco anos
após o diagnóstico é muito baixa: 1 a 2% dos pacientes. Felizmente,
a investigação na área continua a bom folgo, estando a ser testados
novos meios de diagnóstico e tratamento. Esperamos que chequem
boas notícias a curto prazo.
O amarelecimento
dos olhos e da pele é
um dos sinais do cancro
pacreático. O tumor
comprime os canais
biliares, impedindo a
passagem da bílis para o
intestino. Esta concentra-se no sangue e pigmenta
a superfície do corpo
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doença e o principal responsável
pela repetição ou permanência
dos sintomas.
Mais raramente, a pancreatite
pode surgir na sequência de uma
operação, de um acidente ou de
problemas na circulação sanguínea e no metabolismo.
Em 15 a 25% dos pacientes, a causa é desconhecida. Sabe-se, contudo, que o tabaco aumenta o risco
de inflamação no órgão.
O paciente recupera após três a
cinco dias de hospitalização e as
lesões, na maioria dos casos, não
deixam sequelas. Em cerca de um
quinto dos doentes, a inflamação
torna-se crónica, muitas vezes,
porque não foi resolvido o problema que lhe deu origem. Quanto
mais velhos e obesos forem os pacientes, maior a probabilidade de
a situação se agravar.
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Pancreatite
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a desidratação e garantir o fornecimento adequado de sangue
aos órgãos. Passado este período,
pode ser necessário introduzir os
alimentos diretamente no estômago através de um tubo.
■ Caso existam cálculos biliares,
o médico providenciará a sua
destruição, para garantir a livre
passagem das enzimas digestivas
do pâncreas para o intestino. Esta
operação, em geral, é feita com pequenos instrumentos, que chegam
ao local com a ajuda de um tubo
flexível introduzido pela boca (endoscópio).
A inflamação
crónica do
pâncreas
pode originar
diabetes
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Quando a situação
se complica
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■ Em grande parte dos casos, a
inflamação desaparece passados
alguns dias e não deixa sequelas.
Os pacientes podem retomar a sua
vida normal, tendo especial cuidado em manter uma alimentação
saudável, sem excesso de carne e
gorduras.
■ Porém, em 20% das situações, a
inflamação pode agravar-se, matar
os tecidos do pâncreas e causar
hemorragias, se forem atingidos
vasos sanguíneos. Nestas circunstâncias, é comum alojar-se uma
bactéria e produzir infeção, com
segregação de pus.
■ Por vezes, forma-se uma bolsa de
tecidos mortos e líquido (quisto),
que pode infetar e exigir a toma
de antibióticos. Se for muito grande e comprimir o estômago ou os
intestinos, tende a causar náuseas
e vómitos. Caso se instale junto
das vias biliares, impedindo a eliminação da bílis produzida pela
vesícula, origina icterícia (pele e
olhos amarelados). A maioria destes quistos desaparece espontaneamente, sem intervenção médica.
Se persistirem ou aumentarem de
volume, é necessário eliminá-los
através de uma cirurgia.
■ A inflamação pode ainda degenerar numa oclusão intestinal,
com retenção de fezes, inchaço
da barriga, dores, vómitos e febre.
Convém consultar o médico, por-
que com o prolongar da situação,
o paciente corre risco de vida.
Condições para a vida
■ Uma em cada dez inflamações
agudas torna-se crónica, ou seja,
está sempre presente ou reaparece com frequência, causando danos irreversíveis no pâncreas. Este
fica sujeito a desgaste constante e
perde capacidade de produção de
enzimas e hormonas.
■ Na falta de enzimas digestivas, o
estômago e o intestino são obrigados a trabalhar mais, com possível desenvolvimento de gastrites
e úlceras. Mais: as gorduras mal
digeridas provocam diarreia, que
arrasta várias vitaminas indispensáveis. Se for intensa e persistente,
a diarreia pode contribuir para a
desidratação do organismo e perda de peso, até porque o paciente
também perde o apetite.
■ A menor quantidade de hormonas reguladoras do açúcar, por seu
lado, pode originar diabetes.
■ A pancreatite crónica é tratável, mas não tem cura. O médico
receita-lhe medicamentos para
A dieta rica em legumes protege
o pâncreas
atenuar os sintomas e outros para
colmatar o défice de produção de
enzimas e hormonas. Se a dor for
muito intensa, é provável que o
doente necessite de internamento.
O mesmo sucede se o amarelecimento da pele aumentar.
■ O paciente terá ainda de se consciencializar de que deverá fazer
uma dieta pobre em gorduras, eliminar o álcool e não fumar, para
não agravar a qualidade de vida.
teste saúde aconselha
Álcool, fumo e gorduras à distância
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Evite fumar. Os fumadores arriscam-se três vezes mais a sofrer de pancreatite aguda do que os não fumadores.
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Controle o peso. Os estudos não
mostram uma associação clara entre a
obesidade e a inflamação do pâncreas,
mas o perímetro abdominal parece ter
influência: quando a fita métrica acusa
mais de 105 centímetros, a probabilidade
de inflamação no pâncreas duplica face a
registos entre os 75 e os 85 centímetros.
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Faça uma alimentação rica em legumes. Segundo um estudo de 2012, esta
reduz o risco para metade, em comparação com quem come estes alimentos
esporadicamente. As fibras também parecem ter um papel protetor.
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Guarde as bebidas alcoólicas para
dias de festa e consuma-as com moderação. O consumo excessivo, mesmo que
esporádico, é arriscado.
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Se sofre com frequência de cálculos
biliares, fale com o seu médico sobre a
possibilidade de retirar a vesícula. Estes
e o álcool são responsáveis por 80% dos
casos de inflamação.
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Após uma pancreatite, deve ter ainda
mais cuidado com o que come: reduza a
gordura e faça refeições ligeiras.
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