DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM PROFESSORES

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DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM PROFESSORES: IMPLICAÇÕES
EDUCACIONAIS E PROFISSIONAIS
Roque Strieder - UNOESC
João E. Schacker – Clínica Vita
FONTE FINANCIADORA: FAPE/FAPESC
O tipo de esperança sobre a qual penso frequentemente,... compreendo-a acima de tudo como
um estado da mente, não um estado do mundo. Ou nós temos a esperança dentro de nós ou
não temos; ela é uma dimensão da alma, e não depende essencialmente de uma determinada
observação do mundo ou de uma avaliação da situação... [A esperança] não é a convicção de
que as coisas vão dar certo, mas a certeza de que as coisas têm sentido, como quer que
venham a terminar.
Václav Havel
Resumo
O desenvolvimento da pesquisa “depressão e ansiedade em profissionais da educação das
regiões da AMEOSC e AMERIOS/SC”, mostrou a existência de significativos índices de
ansiedade e depressão nesses profissionais. Após essa propos-se uma nova pesquisa com o
objetivo de conhecer melhor os sintomas e as implicações pedagógicas diante de estados de
ansiedade e depressão, além de conhecer possibilidades capazes de reacender a autoconfiança
e autovalorização como desafio primordial, mesmo que complexo. Na posição dos
pesquisados, os sintomas da ansiedade e depressão, como medo, insegurança, sensação de
fracasso, pessimismo, culpa e auto-depreciação conduzem a atitudes de indecisão e
irritabilidade que prejudicam o processo educacional e de aprendizagem. Então, é necessário
que, para além da necessária qualificação profissional, os professores necessitem de outras
formas de ajuda, tais como: melhor compreensão do ambiente de trabalho, das formas interrelacionais na atualidade, das formas de fortalecimento da autoestima e confiança, do
reconhecimento humano, social e econômico, juntamente com estratégias de ação que
impeçam a perda da autoestima.
(PALAVRAS-CHAVE): educação, ansiedade e depressão, ajuda e confiança.
Considerações iniciais
O estudo realizado sobre “depressão e ansiedade em profissionais da educação das
regiões da AMEOSC e AMERIOS/SC” dimensionou a existência de ansiedade e de depressão
em professores das redes municipal e estadual dessas duas regiões. A justificativa para esse
estudo encontra-se em outra investigação realizada nas duas regiões, na qual traçamos o perfil
dos profissionais da educação e o mesmo mostrou a existência de baixa autoestima em grande
número desses profissionais.
Para os profissionais pesquisados essa baixa autoestima é entendida como sintoma do
mal-estar na educação. Entendemos que o sofrimento do professor se manifesta nos âmbitos
subjetivo e social, com implicações no cotidiano escolar, sob a forma recorrente de ansiedade,
estresse e depressão. Uma vez constatada a ansiedade e a depressão, por meio da utilização,
como instrumentos de coleta de dados, dos formulários “Inventário de Depressão de Beck”,
para dimensionar o estado depressivo e a “Escala de Avaliação de Hamilton” (GORENSTEIN,
et all, 1999) para mensurar o estado de ansiedade, retornamos a campo com nova questão de
pesquisa: quais são as implicações de ordem pessoal – saúde, bem-estar e qualidade de vida e de ordem profissional – didático/pedagógica – decorrentes dos estados de ansiedade e
depressão? Como, não estando de bem consigo mesmo, o professor pode viver e conviver
com os alunos, ajudando-os em suas buscas de formação e de informações?
Nosso desafio era entender melhor como esses professores, insatisfeitos consigo
mesmos e com a organização escola, fragilizados em suas expectativas, oferecem ambientes
educativos e de aprendizagem nos quais, eles próprios e os alunos podem mover-se no prazer
e na estética do viver, ou estacionarem no gozo irreflexivo da ameaça e do poder que a
servidão proporciona.
Nossos objetivos foram, primeiramente, conhecer melhor os sintomas e as implicações
pedagógicas diante da forte tendência para estados depressivos e de ansiedade. Segundo,
conhecer possibilidades capazes de reacender, nesse grupo de professores, a chama da autoconfiança e da auto-valorização como desafio primordial, mesmo que complexo.
Os resultados das investigações indicaram índices significativos de ansiedade e
depressão, frutos de uma série de variáveis, com consequências negativas no fazer pedagógico
e educacional. Na posição dos pesquisados, a baixa autoestima, o sentimento de pessimismo,
sensação de fracasso, sensação de culpa e de autodesvalorização tornam temerosas as
possibilidades do educacional. Esses sentimentos que conduzem a atitudes de indecisão e de
irritabilidade que prejudicam o processo educacional. O pessimismo e a sensação de fracasso
envolvem falta de satisfação pelas atividades realizadas.
Embora seja necessário reconhecer que o panorama educacional no Brasil e em Santa
Catarina, seja crítico, quando olhamos para índices resultantes de processos avaliativos, para a
grande maioria dos pesquisados, não é hora de dar-se por vencido. Vários pesquisados
reconhecem que os inúmeros docentes encalhados no negativismo apocalíptico, também o
fazem, porque estagnaram no portal da mediocridade pedagógica e educacional.
Para grande parte dos pesquisados, entre as variáveis causadoras do mal-estar docente
estão os limites da formação acadêmica em termos de conteúdo, de metodologias e de melhor
compreensão dos parâmetros relacionais humanos no universo múltiplo e complexo da
contemporaneidade. Segundo eles, a fragilidade formativa é fonte geradora de estresse e
exaustão emocional, capaz de levar a estados de ansiedade e de depressão. Também, como
fonte de ansiedade e estados depressivos encontram-se os conflitos psíquicos vivenciados,
porque se percebem incapazes e impotentes para responderem a tantas e contraditórias
demandas presentes no cotidiano escolar.
A angústia, advinda desse mal-estar – fragilidade formativa e dificuldade relacional e
vivencial com alunos, colegas e pais – demonstra o sentimento de desamparo do professor no
exercício da prática educativa e pedagógica e a sua demanda por reconhecimento.
Pelas manifestações dos pesquisados, a atividade docente revelou-se uma prática
profissional marcada por sentimentos negativos que comprometem a qualidade do trabalho
causando, com o passar do tempo, reações físicas, psíquicas, comportamentais e de ordem
defensiva. Também acentuaram a longa jornada de trabalho, a sobrecarga de trabalho, as
condições nos locais de trabalho, as relações interpessoais, a escassez de recursos e baixos
salários. Essas condições fazem desaparecer o caráter humanizador do trabalho e o
transformam em fonte de sofrimento, interferindo na saúde do professor. Por isso afirmam
que suas doenças são de ordem psicológica: ansiedade e depressão.
Os professores pesquisados ainda revelaram uma grande incidência de sentimentos
como medo, insegurança, tristeza, culpa, solidão, abandono, taquicardia, desgaste físico. São
dados também constatados em estudo realizado por Barroso (2008), sobre o mal estar
docente, que ainda inclui a sensação de morte, falta de ar, bem como, recorrência ao choro,
depressão e pânico.
Para reverter o sofrimento psicológico, possíveis equívocos e fragilidades
pedagógicas, inúmeras variáveis necessitam de cuidadosa atenção. Para ilustrar, citamos:
reformulação de políticas de pessoal; reflexões e novas ações de teor metodológico; revisão
atualizadora de currículos e de concepções sobre educação e aprendizagem; conhecer e
entender as novas formas relacionais tornadas possíveis pelo mundo das tecnologias de
informação e comunicação; e, acima de tudo, entender que o conhecimento que gera ciência e
tecnologia e que nos faz crer podermos conseguir tudo o que desejamos, exige perceber que
as consequências desse desejar tudo está, nesse momento, gerando mais dor e sofrimento do
que desejamos ou podemos aceitar. Diante disso, importa considerar que as tendências
depressivas e de ansiedade são características emergentes, cujo presente tende a se distender
em índices ascendentes.
Trata-se, ao mesmo tempo de um desafio e de uma oportunidade para universidades,
GEREDs (Gerências Regionais de Educação de Santa Catarina), Secretarias Muncipais de
Educação, para repensarem e redefinirem estratégias de ação, inovando propostas
pedagógicas juntamente com propostas humanizadoras. É um complexo entre-jogo formativo
e educacional exigente, de profunda compreensão do que significa fazer e do como fazer para
ajudar a cada criança a ampliar as possibilidades de se fazer ser humano, do significado do
viver e conviver para que cada criança possa construir-se socialmente, construindo uma
identidade individual num cenário de vida qualitativa, sem desconsiderar a diversidade e a
aceitação do outro como legítimo outro.
É necessário inovar formas de pensar, desatreladas dos tradicionais enfoques
hierárquicos e de des-priorização do ser humano. Reflexões capazes de contribuir para uma
profunda mudança de mentalidade e de concepção do que significa ser professor e educador
nos mutáveis cenários da atualidade.
Considerando como temáticas com maior número de referências, por parte dos
professores pesquisados, a fragilidade formativa, ansiedade, depressão, qualidade de vida e o
sonho de saídas alternativas, faremos uma incursão em cada uma dessas variáveis. Diante da
complexidade e amplitude de cada uma delas, dos limites de extensão desse artigo, nossas
entradas, recortes do relatório de pesquisa, serão tangenciais.
Contextos favoráveis à ansiedade
A ansiedade, segundo a OMS (1993) - Organização Mundial da Saúde -, vem se
configurando como um dos graves problemas da contemporaneidade. As condições de vida
agitada e situações de constante pressão e estresse somam-se gerando essa doença que tanto
prejudica a qualidade de vida das pessoas.
Ansiedade é um sentimento desagradável, de medo e apreensão, caracterizada por
desconforto derivado de antecipação de perigo, diante de algo desconhecido (MISSEL, 1998).
A ansiedade e o medo são reconhecidos como patológicos quando exagerados e
desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa
como aceitável numa determinada faixa etária. Para Claro (2000), são patológicos porque
interferem na qualidade de vida, no conforto emocional e no desempenho diário do indivíduo.
A ansiedade, como característica psicológica, mostra a intersecção entre o físico e o
psíquico, pelos sintomas físicos como taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão
muscular aumento das secreções, da motilidade intestinal e cefaléia. É o que destaca uma
professora ao afirmar “choro, me sinto culpada, durmo mal e preocupada, e sinto ardo no
estômago”.
Quando a percepção alerta para o perigo, nós ficamos ansiosos. Evolutivamente faz
muito pouco tempo que saímos das cavernas, onde a ameaça à vida e a necessidade de
confronto eram constantes. A excitação do Sistema Nervoso Central era uma forma de
estimular o nosso corpo para o confronto ou para a fuga (BESSA, 2006).
Umas das características psíquicas da ansiedade é a excitação, manifesta na aceleração
do pensamento para encontrar alternativas de fuga/defesa. Essa dinâmica mental, que na
maioria das vezes causa confusão gera ineficiência nas ações e faz aumentar a sensação de
perigo.
Com base em fenômenos clínicos observáveis, Freud (1976) afirma que a ansiedade
faz parte do instinto de conservação do indivíduo e é herdada filogeneticamente.
A ansiedade, segundo Bessa (2006), foi classificada e estudada como objeto de
distúrbio quando o ser humano deixou de usá-la como instrumento de sobrevivência e passou
a atribuir significados altamente complexos às suas sensações. Ao aprimorar sua inteligência,
sua capacidade e adaptação ao meio, as formas de comunicação também se tornaram mais
confusas, assim como suas atitudes. Quanto mais confuso, mais conflitos, como manifesto nas
falas de professores pesquisados “questiono muitas vezes, sem justificativa, a fidelidade ou a
confiabilidade de amigos”, “tenho muito receio de que alguma informação possa ser usada
contra mim”. O aumento dos conflitos gera o estresse que passa a ser o representante legal e
emocional da ansiedade (BARROSO, 2008).
O significado de perigo para os tempos modernos transcende muito a antiga ameaça à
vida biológica. Atualmente, as ameaças têm a ver com perda de status, de conforto, de poder
econômico, de afetos, amizades, de privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar
interesses, de vaidade entre outros. Cada um deles, individualmente, ou a soma de vários
deles constituem fatores suficientes para desencadear o estado de ansiedade (BESSA, 2006).
A ansiedade, como sinal de alerta e advertência para o perigo iminente, pode provocar
dilatação das pupilas, aceleração das batidas cardíacas, dilatação dos brônquios e deixar a
musculatura enrijecida, deixando a pessoa pronta para atacar ou defender-se (BESSA, 2006).
Para a OMS (1993), estamos na Era da Ansiedade, decorrente da turbulência resultante
da competição, das dificuldades relacionais, do consumismo desenfreado, das atrocidades e
discrepâncias sociais, das injustiças e da corrupção generalizada, entre outros. Também, a
forte carga social, tal como o desejo do sucesso, a busca da felicidade, a necessidade de
agradar aos outros, o controle das emoções, acabou por transformar os medos situacionais em
ansiedade generalizada. Algumas manifestações de professores confirmam essa perspectiva
“vivo com a sensação de insegurança em relação ao futuro”, “me sinto mal por não saber
fazer algo mais direto diante do desrespeito de alunos”, “fico estressado por não saber o que
fazer diante do cenário de corrupção, me sinto pequeno demais”.
Segundo a OMS (1993), a ansiedade tem ocorrência duas vezes maior no sexo
feminino e, se estima que até 5% da população geral tem algum distúrbio de ansiedade. A
OMS reconhece que nos últimos anos, o avanço tecnológico, assim como as pressões sociais,
políticas e econômicas contribuíram para o aumento de problemas mentais de ordem
emocional.
A pessoa, com frequência, depara-se com diferentes situações potencialmente
estressoras como a criação dos filhos, o relacionamento enquanto casal, relações
interpessoais, necessidade de manutenção do emprego e preocupações com a própria
aposentadoria. “A aposentadoria me preocupa, não sabemos quanto tempo ainda falta, é tanta
mudança.... e insegurança”, afirma uma professora. A ansiedade também ocorre em situações
de perda, seja em âmbito financeiro ou em termos de relações sociais. Um professor afirma
“perdemos credibilidade, nos falta reconhecimento financeiro e da comunidade”. Existem
ainda outras variáveis como infidelidade, ameaça de separação e agressões físicas, causadores
de sintomas de ansiedade (OMS, 1993).
Professores ansiosos vivem com medo, inseguros e percebem sua própria
desestabilização. A sensação de impotência, diante do muito por fazer na educação das
crianças, volta-se contra o ato pedagógico e o fragiliza ainda mais.
Depressão e fragilização do agir pedagógico
Depressão é um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais. É uma
síndrome traduzida por muitos sintomas somáticos e alterações afetivas. Encontra referência
na medicina e, principalmente, na psiquiatria e psicologia. A depressão nervosa é considerada
um estado mórbido em que a mente ou o humor se encontra abaixo do nível ótimo do
indivíduo (TREVISAN, 2004).
A depressão não é falha de caráter ou preguiça é adoecimento do humor, caracterizase por uma baixa reatividade frente ao ambiente, diminuição da capacidade de experimentar
prazer, alegria e entusiasmo. O autodesprezo, a culpabilidade exagerada por pequenas faltas,
faz com que a pessoa se sinta responsável por tudo o que acontece de errado no seu ambiente.
Essa diminuição de confiança, em si mesmo, produz sentimentos de insuficiência e de
incapacidade.
A depressão atravessa a história, pois no "Evangelho Segundo Mateus" (capítulo 27,
versículos 3 a 5) lemos que Judas – por haver vendido/traído seu amigo Jesus -, entrou em
profundo estado de remorso e, em decorrência, sofreu uma das mais graves consequências da
depressão: o suicídio.
No século 5 a.C., Hipócrates (apud CORDÁS, 2002) falava da melancolia como sendo
o delírio com tristeza, depressão do humor, redução de atividades usuais, físicas e sociais.
Para ele, os sintomas melancólicos resultavam do excesso de "bílis negra", em comparação
com os três outros humores (o sangue, a fleuma e a "bílis amarela"). Segundo Cordás,
Hipócrates foi o primeiro a atribuir doenças psíquicas aos distúrbios no cérebro e o primeiro a
descrever os fenômenos da depressão.
Freud (1976, p. 271) compara a melancolia ao luto, uma sensação dolorosa e de
infelicidade decorrente da perda de algo:
Os traços mentais distintivos da melancolia são um desânimo profundamente
penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade
de amar, a inibição de toda e qualquer atividade e uma diminuição dos
sentimentos de auto-estima a ponto de encontrar expressão em autorecriminação e auto-envelhecimento, culminando numa expectativa delirante
de punição.
Para Bleichmar (apud TREVISAN, 2004), a essência dos transtornos depressivos está
na sensação de impotência e desesperança diante da realização de um desejo no qual a pessoa
está intensamente fixada. Para uma pessoa que deseja cuidado e amor, a separação ou a perda
de um objeto traz medo, apreensão e é capaz de acionar os mecanismos primitivos de defesa.
A pessoa passa por um processo cruel de constante autoavaliação, medo crônico da crítica ou
não-aprovação alheia, como manifestam os pesquisados “tenho muito receio de que alguma
informação possa ser usada contra mim”, “Sinto-me facilmente ferido por crítica ou
desaprovação”. Por outro lado, passa a ser exigente, competitivo, busca aprovação e
reconhecimento e, em geral, consegue boas realizações, sem, no entanto, alcançar índices
razoáveis de satisfação.
Estudos realizados por Missel (1998), com profissionais da área da saúde, constataram
que as mulheres sofrem duas vezes mais com a depressão do que os homens. Para Missel,
esse resultado está ligado a fatores sociais e culturais, sendo mais emotivas procuram ajuda
com mais frequência. Também está ligado a fatores fisiológicos pelas variações hormonais
mensais, que influenciam seu estado comportamental.
Claro (2000), ao estudar a depressão, suas causas e consequências, afirma que a
depressão, embora seja um fenômeno que afeta mais as mulheres, pode afetar pessoas de
todas as faixas etárias, crenças, etnias e classes sociais.
O estado depressivo pode ter como característica manifestações somáticas, mudanças
de humor, falta de motivação e concentração, tristeza, pessimismo, baixa autoestima,
ansiedade e, em casos extremos, comportamento suicida. Dentre as manifestações somáticas,
destacam-se a perda de apetite e peso, boca seca, constipação, distúrbios do sono e perda da
libido. Quanto ao estado de humor, tornam-se frequentes as queixas de sentimento de tristeza
e infelicidade (BARROSO, 2008). Um dos pesquisados diz sentir-se “... às vezes, sem
vontade de viver e então me fecho e procuro ficar sozinho. Me sinto infeliz”.
Nos últimos anos, evidencia-se o aumento de casos de depressão na população geral e
seus efeitos deletérios na vida das pessoas afetadas. Devido à alta frequência e consequências
com sérios prejuízos sociais, nas relações interpessoais e de intenso sofrimento, há também a
preocupação com riscos de suicídio. A depressão é algo real, a pessoa desenvolve olhares
negativos frente a eventos.
Culpa, ansiedade, irritabilidade e perda de motivação são
esperadas na depressão.
A depressão entre profissionais da educação é presente e complicada. O número de
professores doentes vem aumentando gradativamente e de forma preocupante. Muitas vezes, o
profissional, em estado depressivo, continua no exercício de suas atividades pedagógicas.
“Continuo trabalhando e isso aumenta a minha tristeza e a sensação de insegurança”, afirma
um pesquisado. É difícil afirmar que o afastamento do trabalho é a melhor alternativa.O que é
recomendável para as pessoas consideradas doentes que procurem, primeiramente, uma
reconciliação consigo mesmo, valorizando a própria vida e estipulando novos desafios. “Eu
me isolo, procuro não conversar com colegas e pouco saio de casa para passear...”, é o
depoimento de uma professora. Se a depressão é caracterizada como um colapso parcial da
identidade do ser e, por isso, o depressivo se percebe incapaz de estar à altura das suas
aspirações ou daquilo que dele esperam os outros, é imprescindível a retomada das
perspectivas de vida com dignidade. Vida digna é resultante da interação entre o que somos,
como nos vemos e como os demais nos vêem. Os níveis de autoestima influenciam a
valorização e a confiança pessoal, mas também são responsáveis por êxitos e fracassos na
instituição de ensino, no trabalho e relações inter-pessoas. Santini (2004), em estudo realizado
sobre a síndrome do esgotamento profissional, junto a professores da rede municipal de Porto
Alegre, constatou que o trabalho docente revela-se uma prática marcada por sentimentos
negativos que comprometem a qualidade do trabalho.
O desempenho escolar traz consequências diferentes para o professor e para as
crianças, adolescentes e jovens. Um bom desempenho da docência e um bom desempenho na
aprendizagem ajudam ao professor a melhorar a autovalorização e a relação com os alunos.
“[...] se os alunos rendessem mais eu me sentiria melhor, eu me valorizaria mais e também
valorizaria mais os alunos, teria maior confiança”, comenta um dos pesquisados. Outra
professora diz que “Antes não era assim, mas hoje eu me sinto culpada, tenho a sensação de
que a culpa é minha, parece que sempre estou fazendo pouco ou alguma coisa errada ou não o
bastante”.
Diante de tarefas, até as mais simples, o depressivo visualiza enormes
dificuldades, sente-se manipulado por pensamentos negativos e reforça, sobre si mesmo, a
sensação de fracasso e de autoculpa pelo mesmo (CLARO, 2000). Seguem-se a falta de
ânimo, a incapacidade, a dificuldade de concentração, diminuição da capacidade de pensar ou
de tomar decisões.
Se supervisores, pais ou outros, pressionarem exigindo perfeição e alcance de metas e
resultados previamente determinados, o exercício da docência torna o professor ainda mais
vulnerável. Experiências estressantes ligadas ao ambiente escolar, como aquelas que ocorrem
em situações de provas, competições, metas e avaliação de resultados, conflitos com alunos e
com colegas, podem aumentar as fobias, as queixas somáticas e episódios depressivos.
Os vazios formativos
Estamos cercados de diversos problemas envolvendo questões fundamentais do
universo das relações humanas e das relações escolares. De forma similar, as problemáticas se
apresentam em relação à formação dos docentes, como revelaram os pesquisados:
“percebemos que a formação acadêmica deixou a desejar e isto instabiliza, nos deixa sem
saber como agir”.
Estudo realizado por Santini (2004) revela as limitações de formação acadêmica como
fonte geradora de sintomas de estresse e exaustão emocional. Refletindo sobre as
manifestações dos professores pesquisados, percebemos que as maiores fragilidades
formativas não se referem a conteúdos; têm a ver com a formação humana, são de ordem
relacional, ou seja, falta entender melhor quem é, o que mobiliza e como reage o ser humano,
individual e coletivamente. Trata-se de um vazio humano, no sentido de entender as
dinâmicas do fazer/operacional/relacional que guiam nossas escolhas, preferências, gostos,
enfim de como somos como somos. É uma questão de aceitação de si e do outro, de
reconhecimento da alteridade e da convivência com outros.
Passamos anos e anos reproduzindo aquilo que consideramos certo, porque nos foi
apresentado como pronto e acabado. Não nos damos conta de nosso enraizamento e
participação no processo e, simplesmente reproduzimos aquilo que favorece a política
educacional, não questionável. Aceitamos a instrução racional e impositiva sem perceber que
as fragmentações e simplificações, são incapazes de dar conta da questão da aprendizagem e
das ações rumo a uma mudança social.
Nesse cenário, é relevante o pré-suposto postulado por Maturana (1998) de que as
emoções constituem o domínio das ações no qual o ser humano se move. Emoções, baixa
autoestima, pessimismo, sensação de fracasso, sensação de culpa e de auto-desvalorização,
determinam domínios de ações que não são compatíveis com a sala de aula. O ambiente
possível é o dos conflitos de interesses e um modo de vida baseado na inimizade, na
desconfiança e no desrespeito mútuo. Segue-se a esse enredo já desfavorável o exercício da
hierarquia, do controle, da confrontação e também da subordinação. Uma rede de relações de
desencontros que, ao se firmar no espaço educacional, exige mais controle e obediência,
gerando mais insatisfação. Temos, então, um catalisador de miséria intelectual, de miséria
educacional e de depredação do ser humano, seja ele docente ou discente. Na vã tentativa de
buscar equilíbrio e dinâmica, gera-se mais sofrimento e mais instabilidade o que reafirma o
processo de negação do outro, como esclarece Neumann (2004, s/p):
O que vimos na crise de valores humanos da pós-modernidade é a negação
da alteridade, para justificar a afirmação do indivíduo e do mercado
descartável [...] Negar a alteridade significa, na verdade, negar o outro em
mim. Significa arrancar o outro dentro de mim. A partir desse momento o
outro deixa de ser sujeito para mim e passa a ser objeto.
A aceitação do outro como legítimo outro, tornando possível uma ecologia de
convivência, requer superar a concepção de que:
cada desacordo é vivido como uma ameaça, que tem de ser encarada por
meio da guerra e da negação dos outros; ou na qual cada dificuldade é vivida
como um problema que tem de ser resolvido pela luta, e na qual cada
oportunidade para uma nova ação aparece como um desafio que tem de ser
vivido como um confronto. (MATURANA e VERDEN-ZÖLLER, 2004, p.
100).
Profissionais da educação ansiosos, depressivos, com medo e falta de esperança são
carentes do outro, porque dependentes de ajuda. Os domínios existenciais de agressão, que
levam à negação do outro, precisam ser vistos como episódios transitórios, como erros que se
possam e se queiram corrigir (MORIN, 2005), para evitar que os profissionais sejam levados
a mais infelicidade e/ou à loucura. É o desafio de reafirmar relações de confiança e de
aceitação que fazem crescer em dignidade, respeito por si mesmo e aos outros.
Se educar é optar pelo outro, então é fundamental repensar o conceito de vida e de
vivências para modificar nossa postura enquanto seres humanos. Por isso, a construção de
“ambientes de aprendizagem” (ASSMANN, 1998) passa pela transformação do espaço
escolar em um “lugar gostoso”. Construir esse ambiente implica inundar a sala de aula e todo
o ambiente escolar de relações humanas fundamentadas na aceitação mútua que exige, como
pressuposto, a autoaceitação e o autorespeito. Configuradas essas relações humanas, a sala de
aula transforma-se em espaço de convivência, no qual a presença do outro não é apenas
tolerada, mas desejada. Nesse ambiente escolar, transformado em ambiente de humanização,
tem-se como requisito que alunos e docentes sejam obreiros da felicidade; que alunos e
docentes confiem na melhorabilidade do ser humano e, por isso, constroem uma imagem
positiva do ser em formação (HANNOUN, 1998).
Organizações humanas e qualidade de vida
Quando Aristóteles interrogou o mundo ao seu redor, observou que seres humanos
buscam algo especial e diferente para suas vidas. Enquanto alguns buscam a riqueza, a fama e
o poder, outros buscam amar. Os cautelosos, dizia Aristóteles, almejam a segurança, os
audaciosos, buscam a aventura. Porém, para Aristóteles, por trás de todas as diferenças
superficiais, o objetivo último da busca humana é, na verdade, a mesma coisa: a felicidade.
Blaise Pascal, reafirmou, séculos depois, que todos os seres humanos buscavam a
felicidade. Não há exceção, independentemente dos diversos meios que empregamos, o fim é
o mesmo, pois o que leva um ser humano a lançar-se à guerra e outros a evitá-la contém o
mesmo desejo, embora revestido de visões diferentes, o desejo de felicidade.
As concepções de Aristóteles e Pascal reencontram significado na atualidade. Nas
organizações, seja de empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviço, como a
escola, todas convergem para um sentimento generalizado de que precisam “passar por uma
profunda transformação” (Capra, 2004). Uma das “ordens do dia” está no desafio de
administrar as mudanças. Provavelmente, em nenhum momento da história humana, as
organizações humanas foram tão poderosas, os lucros tão exorbitantes e a economia tão
poderosa em relação ao poder político. Capra (2004) pergunta: se tudo está indo tão bem no
universo econômico, por que falamos de mudança de forma tão insistente? Por que qualidade
de vida no trabalho?
Nas dicussões, em grandes encontros, relata Capra (2004), e na presença e na
manifestação dos executivos transparece uma outra face. Vive-se num momento de grande
tensão, trabalha-se tanto quanto nunca se trabalhou, os relacionamentos familiares nunca
foram tão secundarizados e, no interior dos gigantes da economia encontram-se pessoas,
trabalhadores inseguros, carregados de ansiedade, estressados e infelizes. As grandes
turbulências, as grandes fusões, a desregulamentação acelerada, as radicais mudanças
culturais, os choques da biotecnologia, entre outros, são incompreensíveis e assustam as
pessoas.
No bojo desse ambiente, desperta o sinal de alerta de que algo vai muito mal. As
maravilhas da tecnologia industrial e da eletrônica são, também, com a mesma potencialidade
“a força principal de destruição do ambiente planetário e, a longo prazo, a principal ameaça à
sobrevivência da humanidade” (CAPRA, 2004, p. 110).
Existe uma grande expectativa de virada. As ameaças ao planeta e à vida humana,
anunciadas pelos meios de comunicação, com base em relatórios científicos, em janeiro e
fevereiro do ano de 2007 soaram o alarme. Não somente o planeta está doente, a humanidade
está doente. As atuais formas de produção estão doentes. As atuais formas relacionais entre
humanos são frágeis, ineficientes e geram ansiedade, depressão e baixíssima qualidade de
vida. O destino da atual geração e o destino das futuras gerações é incerto com o grave risco
de não acontecer. A priorização dos direitos humanos, a democracia e a preservação
ambiental foram substituídas pelos fundamentos do ganhar dinheiro. A valorização do
trabalhador, como ser humano, continua sendo subsumida pela exploração e transformação
em máquinas produtivas de bens materiais, muito distantes dos bens e valores humanos. A
qualidade de vida transformou-se, unilateralmente, na satisfação encontrada no ato de
consumir e na busca solipsista pelo prazer.
O animador é que, em paralelo a essa disseminação destrutiva, persistem os sonhos e a
esperança por uma humanidade desejando virar o jogo. Aos milhares e aos milhões, seres
humanos reunidos em comunidades voltam-se para a reestruturação do sistema de valores,
apontando a dignidade humana como fundamento (MORIN, 2002). O retorno aos direitos
humanos básicos já não pode ser expresso pela liberdade de consumir de forma desenfreada.
No universo dos sonhos converge a provocação para uma mudança profunda no modo de
pensar e de viver os valores humanos (MATURANA e YÁÑES, 2009). O sonho dessa
transformação acena para o término definitivo do estado de hibernação da busca pela
felicidade. Não mais a felicidade encontrada no volume e na capacidade de consumir bens
materiais, mas na felicidade presente nos relacionamentos fraternos entre seres humanos e
natureza.
Então, contra a lógica da ansiedade e da depressão e contra a, ainda, vulnerável
qualidade de vida, cabe a manifestação de David Suzuki (apud CAPRA, 2004, p. 271):
A família, os amigos, a comunidade – são essas as maiores fontes de amor e
de alegria que temos enquanto seres humanos. Nós visitamos nossos
familiares, mantemos contato com nossos professores prediletos, trocamos
amabilidades com os amigos. Levamos a cabo projetos árduos para ajudar
os outros, salvar uma espécie de rã ou proteger uma área de mata virgem, e
nesse processo descobrimos uma extrema satisfação. Encontramos nossa
realização espiritual na natureza ou ajudando aos outros. Nunhum desses
prazeres nos obriga a consumir coisas tiradas da Terra, mas todos eles nos
satisfazem profundamente. São prazeres complexos, e nos aproximam muito
mais da felicidade verdadeira do que dos prazeres simples, como o tomar
uma Coca-Cola ou comprar uma nova caminhonete.
Os resultados da pesquisa, com base nas declarações dos professores pesquisados,
permitem afirmar que muitos educadores, crianças, adolescentes e jovens não vivem e não
convivem a sala de aula como um espaço de encontro e de relacionamento capaz de dignidade
humana. Então, é momento de optar pela ajuda aos educadores, muito diferente do que
despencar lições de moral. É momento de estender a mão e olhar carinhosamente para aqueles
que, diarimente, deveriam estar presentes por inteiro na sala de aula, fazendo dela um grande
laboratório de vivências humanizadoras e não de desencanto e desencontros.
Essa é a aposta, ainda está em tempo para as profundas viradas no modo de pensar e
priorizar os valores humanos e de agir, tendo como referência o amar e o respeito por si
mesmo, para, na sequência, amar e respeitar aos outros – crianças, adolescentes e jovens.
Ainda está em tempo para educadores, alunos e pais, reconhecerem o valor inestimável
presente em cada gesto, em cada olhar carinhoso, em cada compromisso compartilhado, rumo
à vivência da felicidade.
Considerações finais
O cenário de vivência intra e inter-relacional, social e econômico, tornado possível
pela tecnociência, não é de forma alguma salutar para a existência do ser humano. O avanço
tecnológico e suas implicações sobre os seres humanos são sinais cada vez mais fortes nos
tempos atuais. A força das pressões sociais, das crises políticas, bem como crises econômicas,
tem contribuído para o aumento de problemas de ordem emocional. Sujeito a situações
emocionais extremas, o ser humano experimenta, em grande medida, situações de ansiedade e
de depressão em níveis que acenam gravidade.
Após as reflexões realizadas, tanto com base em referenciais teóricos quanto aquela a
partir dos resultados da pesquisa de campo, podemos dizer que a ansiedade define um estado
de alerta, que amplia o estado de atenção diante de uma situação de perigo real ou imaginário.
Ela está presente como uma sensação difusa, desagradável, de apreensão, acompanhada por
sensações físicas como mal-estar gástrico, palpitações, sudorese excessiva e cefaléia.
Os sintomas depressivos se manifestam de várias formas: alterações de humor como
tristeza e perda de interesse por qualquer atividade, a falta de prazer e crises de choro;
alterações motoras, incluindo inibição ou retardo dos movimentos; mudanças somáticas como
alterações no sono, variações do apetite e peso, perda de libido e fadiga; mudanças sociais
incluindo apatia, isolamento e incapacitação para o desempenho das tarefas cotidianas;
alterações cognitivas como desesperança, desamparo, ideias de culpa e de suicídio, indecisão
e perda do reconhecimento de que está doente. Juntamente com os sintomas de ansiedade,
resultam em irritabilidade e hostilidade, auto e heterodirigida.
Nas salas de aula e com a presença de professores ansiosos ou depressivos, a
experiência educativa torna-se pesada e negativa cujas consequências costumam ser
subestimadas, talvez pela falta de conhecimento especializado das doenças psicológicas ou
pela visão equivocada de que ansiedade e depressão são "normais" nos dias atuais.
Prejudicar as experiências educativas e de aprendizagem significa prejudicar o livre
curso dos processos de relacionamento interpessoal que consideram o cuidado, a atenção e o
desejo de ajudar, imprescindíveis para que a experiência do conhecimento seja uma
experiência prazerosa. Uma transformação que exige superar o pessimismo pedagógico e
curar os jeitos doentios e amargos de linguajar sobre a vida, o outro e o mundo.
A escola precisa de educadores e alunos desafiados a pensar. Precisa de educadores e
alunos reconhecendo o prazer do pensar, o prazer da aprendizagem e da vivência convidativa
e insubstituível do diálogo. Educadores e alunos que, no conversar e no diálogo se
reconhecem sujeitos de ideias e sujeitos de palavras. Nessa escola, educadores e alunos sabem
que tem o que dizer, são capazes de dizê-lo e, melhor ainda, serão ouvidos (SEVERINO,
2002).
Então, que possamos dizer e fazer com Varela (1996) que o desafio central da
inteligência humana já não é a capacidade para resolver problemas, mas a capacidade de
ingressar num mundo compartilhado; com Restrepo (1998) que é chegada a hora de superar o
analfabetismo afetivo, um entorpecimento nas relações inter-pessoais, um distanciamento que
dificulta o entendimento e a aceitação do estranho, do diferente; com Ferry (2007) que é hora
de esperar um pouco menos e amar um pouco mais, reconhecer que respeitar o outro é uma
condição primeira de escolha pessoal.
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