Resumos e Abstract

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Resumos e Abstract
Simone R. Tha Rocha
Especialista em Ortodontia – ABO/PR, Mestra em Odontologia Clínica – Universidade Positivo.
E-mail do autor: [email protected]
Outra forma de olhar a estabilidade na Ortodontia
Another way of looking at orthodontics treatment stability
Kaoutar Zinad; Annemie M.W.J. Schols; Jan G.J.H. Schols
Angle Orthod. 2016;86:721–726.
A estética facial vem ganhando cada vez mais importância, o que resulta em uma grande quantidade
de adultos buscando tratamento ortodôntico. Contudo, os benefícios do tratamento devem, necessariamente, ser ponderados em relação aos riscos e possíveis alterações pós-tratamento, como a recidiva.
Ainda não se tem uma base de evidência sobre estabilidade, pois o conhecimento das inúmeras variáveis
em causa é limitado, e também os trabalhos voltados para essa área abrangem apenas os primeiros 20
anos pós-tratamento. Somente alguns trabalhos foram publicados voltados às alterações dentárias e
esqueléticas observadas em indivíduos tratados e não tratados ortodonticamente. Muitos desses estudos
reúnem diferentes tipos de más oclusões, sem um grupo controle não tratado, ou ainda, comparam grupos tratados e não tratados que não se encontram na mesma faixa etária. A importância do grupo controle, de indivíduos não tratados, ocorre devido à necessidade de se determinar as mudanças naturais que
ocorrem ao longo do tempo na face e na dentição. Essas informações podem ser utilizadas nos indivíduos,
os quais receberam tratamento, para diferenciar as mudanças fisiológicas inerentes ao envelhecimento,
daquelas relacionadas ao tratamento ortodôntico. Os objetivos desse estudo prospectivo de coorte foram:
1) Analisar as mudanças dentoalveolares ocorridas pós-tratamento ortodôntico, em pacientes Classe I, até
15 anos após a remoção dos dispositivos de contenção; 2) Relacionar essas alterações com as alterações
fisiológicas observadas, entre as idades de 12 e 39 anos, nos pacientes Classe I não tratados. Sessenta
e seis indivíduos, portadores de má oclusão de Classe I e com idade média de 12 anos, no início do tratamento ortodôntico, foram tratados. Mudanças dentárias foram avaliadas: 2, 5, 10 e 15 anos após o
tratamento. Os participantes do grupo controle, em número de 79 indivíduos, portadores de má oclusão
de Classe I não tratada, foram avaliados entre as idades de 12 e 22 anos (n= 53) e de 19 e 39 anos (n=
26). Utilizou-se o índice PAR (Peer Assessment Rating) para avaliação das mudanças ocorridas nos grupos
acima citados. Os resultados demonstraram que tanto no grupo tratado, como no grupo não tratado os
escores do índice PAR aumentaram ao longo do tempo, com mudanças específicas para cada gênero. No
grupo não tratado, o índice PAR aumentou significativamente nos homens entre 12 e 22 anos (P =.04)
e nas mulheres entre 19 e 39 anos (P =.001). No grupo tratado, as primeiras alterações pós-tratamento
referem-se à resposta ao tratamento inicial. As alterações posteriores, 5 anos pós-contenção, podem ser
atribuídas às mudanças fisiológicas, com as mesmas alterações específicas para cada gênero, como no
grupo não tratado. Após a análise dos resultados, os autores puderam concluir que o padrão das mudanças fisiológicas na dentição para os indivíduos entre 12 e 39 anos foi diferente entre os gêneros. As
mulheres apresentaram maior recidiva que os homens entre 10 e 15 anos pós-tratamento. Essa diferença
deve ser considerada quando se avalia as respostas ao tratamento ortodôntico por um longo período.
Orthod. Sci. Pract. 2016; 9(36):10-11.
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Retração anterossuperior em massa utilizando diferentes posições anteroposteriores de mini-implantes: um estudo de elemento finito 3D
Maxillary anterior en masse retraction using different antero-posterior position of mini screw: a 3D finite
element study
Zohreh Hedayati e Mehrdad ShomaliEmail author
Progress in Orthodontics 2016 17:31
O controle tridimensional dos dentes durante o tratamento ortodôntico é importante na prevenção de efeitos
colaterais que possam ocorrer devido à força ortodôntica aplicada. Em muitos pacientes portadores de má oclusão de
Classe II ou protrusão dento-alveolar, o planejamento ortodôntico muitas vezes inclui a extração dos primeiros pré-molares superiores, seguida da retração dos dentes ântero-superiores com ancoragem máxima. O principal objetivo
é reduzir a protrusão dos incisivos superiores, sendo a estabilidade da ancoragem crucial para o sucesso do tratamento. A obtenção da ancoragem máxima ou absoluta sempre foi um objetivo difícil para os ortodontistas, muitas
vezes resultando em uma condição chamada perda de ancoragem. A perda da ancoragem é a reação recíproca que
restringe e complica a correção ântero-posterior. Com o propósito de reforçar a ancoragem, muitos métodos convencionais, tais como a adição do maior número de dentes possíveis à unidade de ancoragem, aumento do torque,
a utilização de arco transpalatino, botão de Nance, diferentes tipos de aparelhos extrabucais, J Hooks, ancoragem
cortical e elásticos intermaxilares têm sido utilizados. No entanto, existem problemas inerentes a esses métodos, que
consistem em desperdício de tempo, a necessidade de cooperação do paciente e a precisão na dobra do fio. Para
superar os problemas da ancoragem convencional, nos últimos anos, os mini-implantes de titânio ganharam enorme
popularidade e são considerados fontes absolutas de ancoragem, pois permitem o movimento do dente-alvo sem
efeitos colaterais adversos nos demais dentes, além de não exigirem cooperação do paciente e permitirem fácil remoção após o tratamento. O controle do movimento, por meio de braços de alavanca (ganchos anteriores), permite ao
profissional a obtenção de bons resultados, especialmente, durante a retração anterior dos dentes. A força aplicada
a partir dos mini-implantes pode deslocar e rotacionar os dentes anteriores durante a retração, tanto no plano sagital
como vertical. Alterando a altura do gancho anterior, pode-se alterar todo o paradigma da biomecânica e afetar todo
padrão de movimentação dentária. Encontrar a relação entre direção da força e o deslocamento do dente, permite
escolher apropriadamente a melhor posição para o mini-implante e a altura do braço de alavanca para um movimento dentário favorável e bem-sucedido. O método dos elementos finitos (FEM), o qual foi introduzido para calcular o
movimento inicial dos dentes, imediatamente após a aplicação da força, tornou-se uma técnica útil para simular o padrão de deslocamento dentário. O objetivo deste trabalho foi identificar o tipo de movimento do segmento anterior
durante a retração em massa, utilizando diferentes posições ântero-posteriores dos mini-implantes em combinação
com diferentes alturas verticais do gancho anterior. O método do elemento finito foi utilizado para modelar os dentes
superiores e a estrutura óssea. Bráquetes, fios e ganchos também foram projetados para modelagem. Duas posições
apropriadas para os mini-implantes, na mesial e na distal dos segundos pré-molares, foram projetadas como nós fixos.
As forças foram aplicadas dos mini-implantes em quatro diferentes níveis de altura dos ganchos anteriores: 0, 3, 6 e 9
mm. O movimento inicial dos dentes em oito diferentes condições foi analisado e calculado com o software ANSYS.
Os resultados demonstraram que a rotação dos dentes anteriores decresceu ao se utilizar a alça anterior mais longa
e uma posição mais mesial dos mini-implantes. Movimentos de corpo ocorreram com alças de 9mm de altura, em
ambas as posições dos mini-implantes. De acordo com os achados deste estudo, os autores concluíram que: o melhor
controle no plano sagital durante a retração anterior em massa foi alcançado pela colocação mesial do miniparafuso e
a altura de 9mm do braço de força anterior. A intrusão ou a extrusão dos dentes anteriores dependem da posição dos
mini-implantes e da altura do braço de força no eixo Z. Sendo que, no caso do controle no plano vertical, a colocação
distal do miniparafuso com a altura do braço de força de 6mm teve efeito adverso mínimo no segmento anterior.
Orthod. Sci. Pract. 2016; 9(36):10-11.
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