A CRISE FINANCEIRA NORTE-AMERICANA E SEUS REFLEXOS NO BRASIL Venho à presença dos Nobres Pares para alertá-los das dificuldades que podemos vir a enfrentar em decorrência da crise financeira norte-americana. A instabilidade do mercado hipotecário norte-americano decorre da crise imobiliária pela qual passa o país. Esta acabou por dar origem à crise no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado foi o de hipotecas chamadas de "subprime", “de segunda linha”, que embutem um risco maior de inadimplência. Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns têm anunciado prejuízos e perdas bilionárias. Entre as vítimas mais recentes da crise estão as duas maiores empresas hipotecárias americanas, a Fannie Mae e a Freddie Mac. Eis que, no início desta semana, o sistema financeiro mundial sofreu um abalo profundo com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers Holdings, além da venda do Merrill Lynch ao Bank of America e do pedido da seguradora AIG ao Federal Reserve de um empréstimo de US$ 40 bilhões. As bolsas de valores de todo o mundo têm fechado em queda, gerando uma onda de temor quanto às repercussões da crise de crédito que se instala globalmente. O Brasil não está imune à crise, simplesmente pelo fato de ser grande tomador de crédito no mercado internacional. A inevitável recessão norteamericana acabará por frear ainda mais o crescimento brasileiro, que por sua vez trará de volta a inflação galopante de outrora. Tem sido divulgado que o Brasil conta com grandes reservas para blindar a economia da crise internacional. Sou de opinião contrária. Tais reservas não somente serão insuficientes como virão a esgotar-se se aplicadas para conter tamanho incêndio. Acredito que somente pelo corte de gastos públicos poderemos levar a balança comercial brasileira a um estável status superavitário, situação esta que tornará o Brasil apto a enfrentar essa crise mundial, da qual poderá sair fortalecido e pronto para assumir papel de grande destaque no cenário econômico mundial. DEPUTADO WILLIAM WOO PSDB-SP