A globalização econômica nos anos 1950 e 1960

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A intensificação do processo de globalização da economia capitalista nos
anos 1950 e 1960 deveu-se principalmente ao expressivo aumento e à
internacionalização dos fluxos de capitais no pós-guerra, como resultado:
Da instituição – por iniciativa norte-americana – de planos de ajuda
econômica, como o Marshall, na Europa Ocidental, e o Colombo, no
Japão (o grande parceiro econômico dos Estados Unidos na Ásia);
Da expansão do processo de internacionalização das grandes empresas
transnacionais, primeiro norte-americanas e posteriormente europeias e
japonesas, que abriram filiais em vários países do mundo;
Da formação – também por iniciativa norte-americana – de instituições
para funcionarem como suporte financeiro ao mundo capitalista, como o
FMI e o Bird.
Como se pode verificar, todo o processo de internacionalização foi comandado
inicialmente pelos Estados Unidos, graça a sua posição de liderança no bloco
capitalista e à grande disponibilidade de recursos financeiros nesse país no pósguerra.
Essa disponibilidade resultava da riqueza de sua economia interna e do fato de os
norte-americanos terem sido os grandes fornecedores dos produtos de que os aliados
europeus necessitavam durante a Segunda Guerra.
Além disso, em 1944 ocorreu uma importante conferência entre os Estados Unidos e
seus aliados europeus em Bretton Woods, uma pequena cidade balneária na costa
leste norte-americana.
Nesta conferência foi decidido que seriam criados o FMI e o Bird e também que seria
implantado um sistema cambial integrado ao valor do dólar. A moeda norteamericana teve o seu valor vinculado ao ouro, um dos mais importantes padrões de
valor usados como instrumento de intercâmbio comercial no mundo.
A vinculação com o padrão ouro fez com que o dólar ganhasse grande credibilidade
no sistema de trocas comerciais do mundo capitalista.
O pós-Segunda Guerra foi marcado pela imposição ao mundo – por parte das duas
superpotências da época, os Estados Unidos e a União Soviética – de uma ordem
mundial bipolar, alimentada por forte antagonismo ideológico (capitalismo +
socialismo).
Os planos de ajuda no pós-guerra
Os planos econômicos instituídos no pós-guerra, por iniciativa norte-americana,
visavam a financiar o processo de reconstrução dos grandes parceiros comerciais
dos Estados Unidos e também fortalecer a economia do mundo capitalista.
A adoção de tais planos contribuiu de forma bastante expressiva para o processo
de globalização da economia capitalista, pois intensificou o fluxo financeiro
internacional no planeta, especialmente entre os Estados Unidos e seus grandes
parceiros comerciais no mundo.
Ao financiar a reconstrução dos seus parceiro econômicos na Europa e na Ásia, os
Estados Unidos buscavam também fortalecer o mundo capitalista diante do bloco
socialista. Esse bloco se delineava, desde o final do conflito, como a grande
ameaça às bases de sustentação do regime capitalista: a propriedade privada, a
livre iniciativa e o livre mercado.
Dentre os países que receberam
investimentos do Plano Marshall
destacou-se a Alemanha Ocidental,
principalmente por esse país ter
funcionado como uma grande vitrina
voltada para a Europa Oriental. Essa
vitrina incluía a colorida fachada de
Berlim Ocidental, que funcionava,
pelo contraste com a cinzenta
imagem de Berlim Oriental, como
propaganda do modelo de vida
capitalista
Países mais beneficiados no Plano
Marshall
Reino Unido – 3.421 milhões de dólares
França – 2.753 milhões de dólares
Itália – 1.389 milhões de dólares
Outros – 5.619 milhões de dólares
A contrapartida ao Plano
Marshall foi a criação do
Comecon (Conselho de
Assistência
Econômica
Mútua)
na
Europa
socialista. Com esse plano,
a União Soviética buscava
promover – com os poucos
recursos de que dispunha
– a reconstrução dos
países socialistas do Leste
Europeu e de suas
combalidas economias.
Outro fator que contribuiu para que o fluxo de capitais se intensificasse nos
anos 1950 e 1960 foi o avanço extraordinário da ação das multinacionais
nesse período no mundo. Esse avanço foi realizado no contexto:
Da crise do modelo imperialista (que se manifestou pelo processo de
descolonização na Ásia e na África), que obrigou as potências industriais a
organizarem novas formas de domínio econômico sobre o mundo:
Da necessidade de essas empresas buscarem novas alternativas de
investimentos para expandirem seus horizontes produtivos, especialmente
em áreas onde se verificasse a existência de mercados solidificados (como a
Europa) ou emergentes (como o Brasil, o México e a Argentina).
No caso de investimentos voltados para países de mercados emergentes,
como o Brasil, essa expansão ocrreu ainda pelo fato de esses páises
apresentarem fatores de produção – como mão-de-obra e matérias-primas
– de custos relativos mais baixos do que os existentes nas grnades
potências.
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