BAIXA

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IDADE MÉDIA (BAIXA): FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS
CONTEÚDOS

A formação da Espanha e as Guerras da Reconquista

A formação de Portugal e a Revolução de Avis

A formação da França e a Guerra dos 100 Anos

A formação da Inglaterra e a Guerra das 2 Rosas
AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS
As transformações econômico-sociais da Baixa Idade Média, como o renascimento
comercial-urbano e o surgimento da classe burguesa, geraram a necessidade de adequar a
estrutura política da Europa desse período. O sistema feudal não atendia mais as
necessidades desse novo cenário histórico que marca o início da Idade Moderna e, por isso,
nasce a necessidade de formar países representados por monarquias nacionais absolutas.
A formação das monarquias surgiu como consequência do enfraquecimento das
relações servis e do crescimento das relações capitalistas no desenvolvimento das
atividades comerciais e artesanais. O crescimento urbano e o aparecimento da burguesia,
que passou a ascender economicamente, influenciou a criação de poder político que
favorecesse as atividades mercantis, ou seja, a monarquia nacional absolutista surgiu da
aliança entre o rei e a burguesia.
A monarquia absoluta proporcionava, nesse contexto, o surgimento de um Estado
Nacional capaz de estabelecer leis, regular impostos, padronizar pesos e medidas, criar
uma moeda e unificar a comunicação por meio de uma língua nacional única. Desse modo,
a burguesia emergente se beneficiava dessa unificação, pois ela possibilitava a
dinamização do comércio interno que ficava menos sujeito aos desmandos dos senhores
feudais e fortalecia o mercado internacional, que passava a receber investimentos estatais.
Saiba mais: O rei para governar precisava de se apoiar
sobre duas classes: a Burguesia (que lhe patrocinava
economicamente) e a Nobreza (que compunha a sua
cavalaria de defesa e ataque). Porém, para conseguir o
apoio dessas classes o monarca precisava oferecer
alguma vantagem a elas, Desse modo, para favorecer a
burguesia o monarca criou regras para favorecer o
desenvolvimento do comércio e, para favorecer a nobreza,
ele criou uma vida de luxo e privilégios dentro da sua corte.
Figura 1 – O poder do monarca
Assim, muitos nobres abandonaram seus feudos para se
Fonte: Fundação Bradesco
dedicar a vida política que se concentrava em torno do rei.
A formação da Espanha e as Guerras da Reconquista
Durante a Idade Média, os reinos católicos encontravam-se concentrados no norte
da Península Ibérica e o restante desse território era ocupado pelos Mouros, ou seja, a
parte da Europa ocupada pelos muçulmanos durante a expansão do Império Islâmico.
Os muçulmanos da Península Ibérica organizaram-se politicamente a partir do
Califado de Córdoba, onde eles criaram grandes polos comerciais, construíram mesquitas
e fundaram hospitais, bibliotecas e universidades. Na época, essa região ficou famosa por
desenvolver atividades de cunho cultural, consideradas sofisticadas quando comparadas
com o conhecimento produzido pelo feudalismo. A arquitetura islâmica marcou a região que
herdou um rico conjunto arquitetônico desse período.
Figura 2 – Vista da “Ponte Romana” e da Catedral de Córdoba, na atual Espanha
Fonte: Wikimedia Commons
Até meados do século 9, apesar de existirem pequenos conflitos, esses povos
coexistiram. Mas, com o advento das cruzadas, os católicos iniciaram as chamadas
Guerras da Reconquista (1031-1492), que tinham o claro objetivo de expandir os domínios
católicos sobre os territórios muçulmanos. Desse modo, para vencer os muçulmanos,
observamos uma série de alianças político-militares entre os reinos de Leão, Castela,
Navarra e Aragão, onde algumas delas foram legitimadas pelo casamento entre os
herdeiros desses tronos.
Essa expansão territorial, terá como consequência a centralização do poder nas
mãos de um monarca e dará origem a dois países da Idade Moderna: Portugal e Espanha.
Figura 3 – Expansão dos Reinos Católicos nas Guerras da Reconquista
Fonte: Fundação Bradesco
No processo de formação da Espanha como uma monarquia nacional, foi
fundamental a aliança entre os reinos de Leão e de Castela, que expulsaram boa parte dos
muçulmanos da Península Ibérica, contando com o apoio do nobre francês Henrique de
Borgonha, nobre que participou das Guerras de Reconquista em troca do Condado
Portucalense. Com o avanço dos reinos católicos e com a presença muçulmana restrita ao
Reino Mouro de Granada, os territórios do Reino de Castela (que na época já havia
incorporado Leão) e o Reino de Aragão (que na época já havia incorporado o Condado da
Catalunha) foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de
Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por
expulsar os muçulmanos definitivamente com a tomada de Granada, no ano de 1492.
A partir de então, com um herdeiro único, nasce a monarquia absoluta espanhola,
que adota a língua castelhana como idioma oficial e que passa a incentivar o comércio
marítimo das especiarias.
A formação de Portugal e a Revolução de Avis
As Guerras da Reconquista (1031-1492), foram marcadas pela aliança dos reinos
católicos de Leão, Castela, Navarra e Aragão que tinham o claro objetivo de expandir os
domínios católicos sobre os territórios dos Mouros (muçulmanos) que ocupavam o centro
sul da Península Ibérica desde a expansão do Império Islâmico durante a Idade Média.
Nesse contexto, D. Henrique de Borgonha, participou das Guerras de Reconquista
ao lado de Castela contra os muçulmanos e, em 1096, recebeu como recompensa o
domínio das terras do Condado Portucalense, tornando-se o Conde de Portugal. No
decorrer dessas guerras, as campanhas militares portuguesas contribuíram para aumentar
os domínios de seu território, expandindo as suas fronteiras até o sul da Península Ibérica.
Porém, foi seu filho, D. Afonso Henriques que em 1139 organizou a luta para conseguir a
independência e se tornar rei de Portugal, de modo a continuar o processo de expansão
territorial do seu reino.
Observe no esquema a seguir, o traçado da atual fronteira de Portugal e a gradual
ocupação do seu território desde a doação do Condado Portucalense até a sua
independência com relação ao reino de Castela.
Figura 4 – Formação de Portugal durante as Guerras da Reconquista
Fonte: Fundação Bradesco
Oficialmente Portugal só foi reconhecido como nação independente em 1143 com a
assinatura do Tratado de Zamora. Desde então, D. Afonso Henriques (Afonso I) procurou
consolidar a independência fazendo importantes doações à Igreja Católica, fundando
diversos conventos e construindo grandes catedrais. Ele também declarou Portugal um país
tributário da Santa Sé, ou seja, o país contribuiria, pagando impostos ao Vaticano, para em
troca receber a proteção pontifícia do seu reino. Em 1179 o papa Alexandre III, por meio da
Bula Manifestis Probatum, confirma e reconhece Portugal como país independente e seu
soberano como um protegido da Igreja Católica.
O renascimento comercial, favoreceu bastante o desenvolvimento português já que
o país era um importante entreposto entre o Mar Mediterrâneo e o Mar do Norte. Assim,
nasce nesse país uma forte burguesia ligada ao mercado das especiarias e produtos de
luxo.
A relativa estabilidade política que Portugal tinha alcançado foi ameaçada quando
D. Fernando I morre em 1383, sem deixar herdeiros. A ausência de descendentes diretos
gerou uma crise de sucessão monárquica. Dois grupos rivais passam a disputar o trono: de
um lado, Dona Leonor Teles (viúva de D. Fernando), que comandava o grupo apoiado pela
nobreza tradicional, defendia a união de Portugal ao reino de Castela; de outro lado, D.
João, o Mestre de Avis (irmão ilegítimo de D. Fernando), que encabeçava o grupo apoiado
pela burguesia, pela nobreza militar e pelas plebes urbanas e rurais.
Figura 5 – Tropas portuguesas e castelhanas na Batalha de Aljubarrota
Fonte: Wikimedia Commons
Dessa forma, muitas batalhas foram travadas entre os portugueses e os castelhanos
durante a Revolução de Avis (1383-1385), mas por fim ela consagrou o rei D. João I como
o rei burguês de Portugal, que centralizou as decisões políticas, criou leis para incentivar o
comércio e incentivou a expansão marítima portuguesa.
A formação da França e a Guerra dos 100 Anos
A dinastia Capetíngia (987-1328) foi fundada por Hugo Capeto, que se proclamou
rei da França, alegando ser o herdeiro do antigo Império Carolíngio (fragmentado a partir
do Tradado de Verdum em 843). Porém, até o século 12, o território francês ainda era
bastante marcado pela força dos senhores feudais e a pouca eficiência do poder real.
Dessa forma, foi apenas com o rei Filipe II que a dinastia Capetíngia conseguiu
ganhar força. Para isso ele usou as constantes guerras contra a Inglaterra, como pretexto
para centralizar o poder e formar um grande exército sustentado pelos impostos cobrados
em todo o território nacional. A partir de então, o rei francês criou um articulado corpo de
funcionários públicos que deveria impor a autoridade real em oposição aos senhores
feudais. Paralelamente, a burguesia passou a ceder grandes quantias para que o rei
garantisse a liberdade das cidades liberando-as das taxações feudais.
Figura 6 – Eduardo I da Inglaterra, jurando vassalagem ao suserano Filipe IV da França
Fonte: Wikimedia Commons
Filipe IV, o Belo, governou o país sobre uma grave crise econômica e para superála ele criou a Assembleia dos Estados Gerais que reunia os representantes do clero (1º
Estado), da nobreza (2º Estado) e dos camponeses, artesões e burgueses (3º Estado).
Assim, o monarca conseguia apoio popular para impor tributos a Igreja Católica, mesmo
sob a ameaça de ser excomungado. Esse monarca exterminou a ordem dos Templários e
confiscou seus bens. Sua força sobre o papado influenciou o próximo conclave (reunião de
Bispos católicos para eleger um novo Papa) de 1303, que nomeou um Papa francês, que
se vê obrigado a transferir a sede do papado para a cidade de Avignon no sul da França.
Como o clero católico estava insatisfeito com essas mudanças, eles rompem com o papa e
nomeiam um novo pontífice em Roma, gerando o Cisma Católico do Ocidente (1307-1417).
Dessa forma, a Igreja Católica só volta a se unificar com a eleição do Papa Martin V e o
regresso da corte papal para o Vaticano.
Figura 7 – Château des Papes em Avignon no sul da França
Fonte: Wikimedia Commons
A dinastia Capetíngia se encerra com a morte do rei Carlos IV que morre sem deixar
herdeiros, gerando uma crise de sucessão que desencadeará a Guerra dos 100 Anos
(1337-1453). Inicialmente, quem vence a disputa pelo trono francês é Filipe de Valois
(sobrinho de Filipe o Belo), que dá origem a uma nova dinastia na França.
A Dinastia dos Valois (1329-1588) foi marcada pela Guerra dos 100 anos que se
estende sob a influência das graves crises de fome e com o avanço exponencial da Peste
Negra, de modo que o país acaba dividido entre norte (domínio inglês) e sul (domínio
francês). Nesse contexto, surge uma camponesa chamada Joana D’arc que passa a liderar,
quase que de forma messiânica, alguns grupos de soldados franceses, garantindo
importantes vitórias contra a Inglaterra. Apesar de sua contribuição para a vitória da França
na guerra dos 100 anos, a Igreja Católica condena Joana D’arc a morrer na fogueira pelo
crime de heresia em 1431. A vitória definitiva da França nessa guerra só foi atingida pelo
rei Carlos VII em 1453.
Figura 8 – Joana D’arc na fogueira da Inquisição Católica
Fonte: Wikimedia Commons
Após a vitória na Guerra dos 100 Anos, a dinastia dos Valois irá enfrentar sérios
conflitos religiosos entre católicos e protestantes. Esses conflitos acarretarão na morte do
rei Carlos IX que falece sem deixar herdeiros. Os católicos acusaram os protestantes de
serem os responsáveis pela morte do rei e promoveram um massacre que matou centenas
de protestantes franceses em 1572 na Noite de São Bartolomeu. Após esse conflito, a
rainha Margot de Valois (irmã do rei Carlos IX) assume o trono francês ao lado do seu
marido Henrique de Bourbon, dando início a uma nova dinastia.
A dinastia dos Bourbons (1589-1789) assume o governo da França e para apaziguar
os conflitos religiosos estabelece o Édito de Nantes que garante a liberdade de culto aos
cidadãos franceses. Sob o reinado de Luís XIII, o país é governado pelo cardeal de Richilieu
que criou leis que favoreceram a burguesia e restringiu a influência da nobreza. O apogeu
do absolutismo francês foi atingido com o monarca Luís XIV, o rei sol, que construiu o
luxuoso palácio de Versalhes. Essa dinastia caiu apenas no reinado de Luís XVI em
consequência da Revolução Francesa.
Figura 9 – Vista aérea do Palácio de Versalhes e seus jardins
Fonte: Wikimedia Commons
A formação da Inglaterra e a Guerra das 2 Rosas
A formação da monarquia inglesa, ocorreu tardiamente, devido a sua
descentralização política e as constantes guerras com a França. Assim, foi apenas durante
o governo de Ricardo, Coração de Leão, no século 12, que o país se unificou sob o
comando de um único rei. Porém, quando esse monarca partiu com seu exército para as
cruzadas e o seu sucessor rei João, Sem Terra (irmão de Ricardo, Coração de Leão) que
foi obrigado pelos nobres senhores feudais a assinar um documento que limitava os
poderes do rei e submetia as suas decisões a um Grande Conselho.
Figura 10 – Ricardo Coração de Leão obra de Merry-Joseph Blondel
Fonte: Wikimedia Commons
O prestígio e a força da monarquia só recuperam-se minimamente com a formação
de um grande exército inglês para lutar na Guerra dos 100 Anos. As sucessivas vitórias da
Inglaterra no início do conflito garantiam um fortalecimento do poder monárquico frente ao
poder local dos nobres. Porém, com as vitórias de Joana D’arc e a consequente derrota da
Inglaterra ao final dessa guerra, esse cenário de uma monarquia centralizada novamente
se abala, gerando disputas internas pelo trono inglês, como foi o caso da Guerra das 2
Rosas (1455-1485).
O conflito se deu, depois que o monarca Henrique VI renuncia ao trono devido estar
com sérios problemas mentais. A partir daí, a família dos Yorks (representada pelo brasão
da rosa branca) e dos Lancasters (representada pelo brasão da rosa vermelha) disputaram
o trono inglês e a simbologia das rosas branca e vermelha deram origem ao nome do
conflito.
Figura 11 – Símbolo da casa dos York
Figura 12 – Símbolo da casa dos Lancaster
Fonte: Wikimedia Commons
Fonte: Wikimedia Commons
Vale lembrar que essas duas famílias nobres eram muito fortes e influentes na
Inglaterra e que elas se diziam as herdeiras legítimas do trono desse país. Por fim, a guerra
fez com que lutassem entre si até o enfraquecimento mútuo, o que possibilitou que uma
terceira família, os Tudors, se aproveitarem desse contexto para tomar o poder e se
consagrar como a nova dinastia inglesa.
A dinastia Tudor (1487-1603), inicia sob o governo de Henrique VII, que estabeleceu
o fim das guerras internas por meio de uma série de alianças conquistadas em casamentos
de conveniência. O apogeu dessa dinastia se deu sob o reinado de Henrique VIII que rompe
com a Igreja Católica, confiscando as suas terras e fundando a Igreja Anglicana.
Figura 13 – Coroação da rainha inglesa Elizabeth I
Fonte: Wikimedia Commons
Após a morte de Henrique VIII o trono inglês passa para as mãos de sua filha Mary
I, a sangrenta, (filha do primeiro casamento de Henrique VIII) que persegue os protestantes
e morre alguns anos após sua posse. Assim, o poder passa para Elizabeth I, a virgem (filha
do segundo casamento de Henrique VIII), que amplia as conquistas de seu pai, investindo
muitos recursos na marinha inglesa ao ponto de derrotar a “Invencível Armada Espanhola”
e se tornar a “Rainha dos Mares”. Durante seu reinado a monarca se aproximou da
burguesia e a Inglaterra prosperou economicamente, vivendo anos de relativa estabilidade.
Após sua morte, por falta de um herdeiro direto, o trono passou para seu primo James
Stuart, finalizando o reinado dessa dinastia.
A dinastia Stuart, (1603-1649) teve monarcas menos habilidosos para conciliar a
política absolutista inglesa aos interesses da burguesia mercantil do país. Surgiu, assim,
uma série de insatisfações que desencadearam na Revolução Puritana que derruba o
último monarca dessa dinastia, o rei Charles I e coloca o militar Oliver Cromwell no comando
da república inglesa.
Curiosidade: A Itália e a Alemanha tiveram sua unificação tardiamente, quando o
absolutismo monárquico europeu já havia entrado em crise. Dessa forma, durante
praticamente toda a Idade Moderna, essas nações não existiram como um país unido ou
com um governo centralizado, ou seja, elas mantinham o poder local dos principados.
ATIVIDADES
1.Observe a imagem que mostra a Rendição de Granada de Francisco Pradilla Ortiz:
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Reconquista#/media/File:
La_Rendici%C3%B3n_de_Granada_-_Pradilla.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2016. 16h.
Sabe-se que essa batalha de cristãos contra muçulmanos foi bastante importante no
processo de formação das monarquias nacionais ibéricas. Nesse contexto, explique qual
foi o fator comum no processo de formação da monarquia espanhola e portuguesa.
2. O conflito se caracterizou pela disputa de duas nações que queriam exercer o controle
de alguns territórios e dos respectivos impostos de suas áreas mercantis. Esse domínio de
importantes áreas econômicas era necessário para o fortalecimento de qualquer monarquia
que pretendia realizar uma centralização política. Nesse contexto, pode-se dizer que as
nações envolvidas na Guerra dos 100 Anos eram
a) a França e a Inglaterra.
b) a Espanha e a França.
c) a Inglaterra e Portugal.
d) a Espanha e Portugal.
e) a Inglaterra e a Espanha.
3. O absolutismo inglês foi tardio. Por anos, os reis ingleses tiveram que se submeter a
pressão política dos nobres que exerciam o poder local. Assim, a monarquia inglesa
praticamente só ganhou força durante a dinastia Tudor.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_VIII_de_Inglaterra#/media/File:After_Hans_
HOLBEIN_the_younger_-_King_Henry_VIII_-_Google_Art_Project.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2016. 17h.
Nesse contexto, pode-se afirmar que o rei Henrique VIII fortaleceu o seu governo na medida
em que ele
a) aliou-se aos Católicos Ortodoxos do Império Bizantino.
b) rompeu com a França declarando apoio a Guerra das 2 Rosas.
c) aliou-se a coroa espanhola para formar a Invencível Armada.
d) rompeu com a Igreja Católica, confiscando as suas terras.
e) absteve-se da Guerra da Reconquista da Península Ibérica.
LEITURA COMPLEMENTAR
Joana D’arc
Joana D’arc nasceu na França, no ano de 1412, no lugarejo de Domrémy. No
contexto histórico do século 15, a França se encontrava em meio a uma “turbulência”
política, social e econômica. O rei Carlos VI estava doente e, por suas ausências no
governo, a rivalidade entre a casa da França e a casa de Borgonha (também na França)
acentuou-se.
A França, no século 15, encontrava-se quase que em uma total anarquia e
permeada por motins e assassinatos. Assim, os conflitos civis e a desordem social estavam
instalados na França. Dentro desse contexto, a Inglaterra, sob o comando do rei Henrique
V, viu a oportunidade de tomar o poder na França.
No ano de 1422, no entanto, o rei Carlos VI, da França, e o rei inglês Henrique V,
morreram. A irmã de Carlos VI, casada com Henrique V, assumiu a regência do trono
francês. Sem nenhum sucessor para o trono francês, os ingleses aproveitaram para uma
possível invasão da França. No momento em que a França estava sendo invadida pelos
ingleses, surgiu a figura mítica da história francesa: Joana D’arc, insatisfeita com o governo
britânico, assim como os camponeses e populares.
Joana, quando era criança, divertia-se normalmente, brincava, mas tinha
responsabilidade sobre outros afazeres: tomava conta do rebanho de carneiros, costurava
e cuidava dos serviços domésticos. A religiosidade era outra característica presente na vida
de Joana D’arc, tanto é que, aos 12 anos de idade, conta-se que a menina afirmou ter
ouvido vozes vindas do céu que lhe diziam para salvar a França e coroar o rei.
Em certo dia, Joana escreveu ao rei uma carta, pedindo conselhos, e o rei aceitou
recebê-la (os motivos da concordância do rei são desconhecidos). Dessa maneira, Joana
D’arc partiu para a corte no dia 13 de fevereiro de 1429 e chegou ao Castelo de Chinon,
residência do rei Carlos VII (filho de Carlos VI. É interessante ressaltar que a Inglaterra não
reconhecia a legitimidade do governo de Carlos VII), no dia 23 de fevereiro. As primeiras
palavras de Joana para o rei foram em relação à visão que havia tido.
Entretanto, o rei somente acreditou em Joana quando ela falou sobre os vários
pedidos que ele fizera a Deus, enquanto rezava solitário na Igreja. Após ser testada também
por teólogos, Joana D’arc recebeu do rei uma espada, um estandarte e o comando geral
dos exércitos franceses.
Joana queria atacar a região de Orleans sob o comando dos ingleses, por isso
enviou um aviso a eles: “A vós, ingleses, que não tendes nenhum direito neste Reino de
França, o Rei dos Céus vos ordena, e manda, por mim, Joana, a Donzela, que deixeis
vossas fortalezas e retorneis para vosso país, caso contrário farei grande barulho” *.
A guerreira e a tropa francesa mobilizada pelo rei Carlos VII conseguiram
empreender vitórias em diversas batalhas. Essa disputa ficou conhecida na história como
a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), da qual a França saiu vitoriosa, conseguindo expulsar
os ingleses, principalmente do norte da França.
Após a expulsão dos britânicos, os nobres franceses, representados pelo rei Carlos
VII, temerosos de uma forte aliança popular entre Joana D’arc e a população camponesa,
entregaram-na para os ingleses. Joana foi morta, queimada na fogueira, no ano de 1430
sob a acusação de bruxaria. No ano de 1453, a Guerra dos Cem Anos terminou com a
assinatura do Tratado de Paz entre França e Inglaterra.
* Trecho entre aspas retirado de: GARÇON, Maurice. Joana D’Arc. Uma
santa em armas. In: Biografias. Os grandes nomes da Humanidade.
Revista História Viva, nº 2, São Paulo: Duetto-Editorial, pp. 64-69
CARVALHO, Leandro. Joana D'arc. Brasil Escola. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/
historia/joana-d-arc.htm>. Acesso em: 24 de fev. 2016. 16h.
Figura 14 – Joana D’arc volta para casa vitoriosa
Fonte: Wikimedia Commons
REFERÊNCIAS
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BATISTA NETO, Jônatas. História da Baixa Idade Média (1066-1453). Coleção Básica
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CARVALHO,
Leandro.
Joana
D'arc.
Brasil
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<http://brasilescola.uol.com.br/historia/joana-d-arc.htm>. Acesso em: 24 de fev. 2016. 15h.
DOBB, Maurice. A evolução do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.
PAIS, Marco Antonio de Oliveira. O despertar da Europa: a Baixa Idade Média. São
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de_Versailles_par_ToucanWings_-_Creative_Commons_By_Sa_3.0_-_073.jpg>. Acesso
em: 22 fev. 2016. 16h.
WIKIMEDIA COMMONS. Vista da “Ponte Romana” e da “Catedral de Córdoba” na
atual
Espanha.
Disponível
em:
<https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Puente_romano_y_mezquita.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2016. 10h.
GABARITO
1. Comentário: O Fator comum que marcou o processo de formação da monarquia nacional
portuguesa e espanhola foram as Guerras da Reconquistas, onde os Reinos Católicos
expandiam seus territórios e domínios sobre as áreas do centro e sul da Península Ibérica
que, desde a Alta Idade Média, eram ocupadas pelos Mouros (muçulmanos).
2. Alternativa A.
Comentário: Na Guerra dos 100 Anos, França e Inglaterra disputaram o domínio político da
coroa francesa e, também, o domínio econômico da região norte da França e a região dos
Flandres, onde existiam importantes áreas comerciais.
3. Alternativa D.
Comentário: Para acabar com a força que a Igreja católica exercia sobre os monarcas da
Inglaterra e, também, para aumentar o capital da coroa inglesa, o rei Henrique VIII,
aproveita-se que o Papa se recusava a anular seu casamento por falta de um herdeiro
varão, como pretexto para romper com a Igreja Católica, confiscar as suas terras e criar
uma nova religião que seria comandada pelo monarca (o Anglicanismo).
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