UNIVERSIDADE INSTITUTO DE DE SÃO PAULO GEOCIÊNCIAS VARIAÇÕES QUÍMICAS EM MINERAIS MÁFICOS E A EVOLUÇÃO DE MAGMAS AGPAÍTICOS DO CORPO LUJAURÍTICO-CHIBINÍTICO DO ANEL NORTE MACIÇO ALCALINO DE POÇOS DE CALDAS (MG-SP) Guilherme Augusto Rosa Gualda Orientador: Prof. Dr. Silvio Roberto Farias Vlach Monografia de Trabalho de Formatura SÃO PAULO 1998 À Malu, pelo carinho e pela companhia desde o princípio. Índice. Capítulo 1: Introdução........................................................................................................... 1 1.1. Introdução ao tema........................................................................................... 1 1.2. O Maciço Alcalino de Poços de Caldas............................................................ 2 1.3. Objetivos........................................................................................................... 3 1.4. Plano de apresentação da monografia............................................................. 3 Capítulo 2: Metodologia. ....................................................................................................... 4 2.1. Amostragem. .................................................................................................... 4 2.2. Análises petrográficas. ..................................................................................... 4 2.3. Análises em microssonda eletrônica. ............................................................... 4 2.4. Tratamento dos dados de quimismo mineral. .................................................. 6 Capítulo 3: Geologia e petrografia do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. ..... 7 3.1. Geologia e estrutura. ........................................................................................ 7 3.2. Petrografia. ....................................................................................................... 9 3.2.1. Fácies de Chibinitos........................................................................... 10 3.2.2. Fácies de Nefelina Sienitos Traquitóides II. ....................................... 15 3.2.3. Fácies de Nefelina Sienitos Traquitóides I. ........................................ 16 3.2.4. Fácies de Lujauritos II. ....................................................................... 19 3.2.5. Fácies de Lujauritos I. ........................................................................ 20 3.2.6. Outras rochas..................................................................................... 21 Capítulo 4: Mineralogia. ...................................................................................................... 22 4.1. Piroxênio......................................................................................................... 23 4.1.1. Piroxênio I. ......................................................................................... 23 4.1.2. Piroxênio II ......................................................................................... 33 4.2. Eudialita.......................................................................................................... 37 4.3. Pectolita.......................................................................................................... 42 4.4. Lamprofilita. .................................................................................................... 46 4.5. Normandita. .................................................................................................... 48 4.6. Anfibólio.......................................................................................................... 51 4.7. Outros minerais. ............................................................................................. 51 Capítulo 5: Evolução do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. ......................... 52 Capítulo 6: Considerações finais. ...................................................................................... 57 Referências bibliográficas. ................................................................................................. 59 Apêndice A: Dados químicos representativos para os minerais máficos estudados i Índice de Figuras. Figura 1: ..Localização e acessos (a) e situação geológica (b) do Maciço Alcalino de Poços de Caldas. Extraídos do Mapa Rodoviário do Brasil (a) e do Mapa Geológico do Brasil (b).............................................................................................2 Figura 2: ..Mapa e perfil geológico do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte..................8 Figura 3: ..Diagramas modais com base nos dados da TABELA 2. ...........................................12 Figura 4: ..Perfil analítico quantitativo (passo de ~15µm) e imagem de elétrons retroespalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio I da amostra PC-01D. .....................................................................................................26 Figura 5: ..Perfil analítico quantitativo (passo de ~1µm) e imagem de elétrons retroespalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio I da amostra PC-01D. .....................................................................................................27 Figura 6: ..Perfis analíticos quantitativos (passos de ~20µm, acima e ~15µm, abaixo) e fotomicrografia obtidos em cristal de Piroxênio I da amostra PC-05D.....................30 Figura 7: ..Perfil analítico quantitativo (passo de ~30µm) e fotomicrografia obtidos em cristal de Piroxênio I da amostra PC-05D. ...............................................................31 Figura 8: ..Perfil de variação de análises químicas em diferentes pontos de dois cristais de Piroxênio I da amostra PC-05'A; pontos localizados nas imagens composicionais de elétrons retro-espalhados..........................................................32 Figura 9: ..Diagramas binários para cristais de Piroxênio II de rochas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte........................................................................35 Figura 10: Perfil analítico quantitativo (passo de ~15µm) e imagem de elétrons retroespalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio II da amostra P-134..........................................................................................................36 Figura 11: Perfil analítico quantitativo (passo de ~30µm) e imagem de elétrons retroespalhados em modo composicional obtidos em cristal de eudialita da amostra P-223b........................................................................................................39 Figura 12: Diagramas binários para cristais de eudialita de rochas do Corpo LujauríticoChibinítico do Anel Norte. ........................................................................................38 Figura 13: Perfil de variação de análises químicas em diferentes pontos de três cristais de pectolita da amostra PC-01D; pontos localizados nas imagens composicionais de elétrons retro-espalhados..........................................................44 Figura 14: Diagramas binários para cristais de Lamprofilita de rochas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte........................................................................47 Figura 15: Perfil analítico quantitativo (passo de ~1µm) e imagem de elétrons retroespalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio II da amostra PC-01D. .....................................................................................................49 Figura 16: Relação temporal entre as diversas etapas de cristalização de cada um dos minerais estudados, com base nos perfis composicionais obtidos e nas observações petrográficas. ......................................................................................55 ii Índice de Fotomicrografias. Fotomicrografia 1: Aspecto textural geral dos Chibinitos, com destaque para os cristais poiquilíticos de Piroxênio I. ................................................................. 13 Fotomicrografia 2: Aspecto textural geral dos Chibinitos (amostra PC-01D), com cristais poiquilíticos de Piroxênio I e eudialita..................................... 13 Fotomicrografia 3: Aspecto textural geral da variedade traquitóide de granulação mais fina dos Chibinitos .............................................................................. 13 Fotomicrografia 4: Aspecto textural geral dos Nefelina Sienitos Traquitóides II, destacando-se os cristais de Piroxênio I menores, mais idiomórficos e menos poiquilíticos. ......................................................................... 13 Fotomicrografia 5: Aspecto textural geral dos Nefelina Sienitos Traquitóides I, com pequena quantidade de prismas muito alongados de Piroxênio II orientados segunda a foliação da rocha ............................................. 18 Fotomicrografia 6: Aspecto textural geral dos Lujauritos II, com quantidade maior de prismas de Piroxênio II em comparação com os Nefelina Sienitos Traquitóides I. ..................................................................................... 18 Fotomicrografia 7: Aspecto textural geral dos Lujauritos I, com grande quantidade de cristais de Piroxênio II nos contatos intergranulares ressaltando a foliação da rocha................................................................................. 18 Fotomicrografia 8: Aspecto textural geral dos Lujauritos I, com grandes cristais intersticiais de eudialita, além dos abundantes prismas de piroxênio nos contatos intergranulares. ............................................................. 18 Fotomicrografia 9: Cristal poiquilítico de Piroxênio I dos Chibinitos, incluindo cristais de nefelina e feldspato alcalino................................................................ 24 Fotomicrografia 10: Cristal subidiomórfico de Piroxênio I dos Chibinitos. .......................... 24 Fotomicrografia 11: Cristal poiquilítico de Piroxênio I de Chibinitos da zona de contato com os Nefelina Sienitos Cinzas do Anel Norte, incluindo e substituindo cristais de feldspato alcalino e nefelina. ......................... 24 Fotomicrografia 12: Cristal subidiomórfico, poiquilítico de Piroxênio I dos Nefelina Sienitos Traquitóides II, em matriz de feldspato alcalino e nefelina. .. 24 Fotomicrografia 13: Cristal de nefelina alterado nas bordas por zeólitas e cortado por longos prismas de Piroxênio II nos Lujauritos I .................................. 34 Fotomicrografia 14: Cristais de Piroxênio Il dos Lujauritos I (amostra P-223b) desenvolvendo-se em descontinuidades da rocha, localmente associados a zeólitas.......................................................................... 34 Fotomicrografia 15: Agregados radiados de Piroxênio II de Nefelina Sienitos Traquitóides I (amostra PC-03’A) desenvolvendo-se a partir de fraturas na rocha. ............................................................................... 34 iii Fotomicrografia 16: Piroxênio II e lamprofilita intercrescidos formando agregado radiado nos Lujauritos I ................................................................................... 34 Fotomicrografia 17: Cristal de nefelina parcialmente alterado por zeólitas e Piroxênio II nos Lujauritos I.................................................................................... 40 Fotomicrografia 18: Cristal de Piroxênio II dos Lujauritos II (amostra P-134) cortado por venulação zeolítica, onde é substituído por piroxênio com cor amarela. ............................................................................................. 40 Fotomicrografia 19: Cristais poiquilíticos de contorno xenomórfico de eudialita e anfibólio em Nefelina Sienitos Traquitóides I ..................................... 40 Fotomicrografia 20: Cristal poiquilítico de contorno xenomórfico de eudialita em Lujauritos II. O cristal é zonado setorialmente, apresentando porções com cores de interferência em tons de azul e cinza variáveis.............................................................................................. 40 Fotomicrografia 21: Cristal de eudialita dos Lujauritos I apresentando zoneamento em ampulheta, com porções de cores de interferência em tons de cinza compondo a ampulheta, e porções com cores de interferência em tons de azul envolvendo-a. ................................................................. 41 Fotomicrografia 22: Cristal intersticial de eudialita dos Lujauritos I mostrando porções centrais com cores de interferência em tons de cinza e porções periféricas em tons de azul. ................................................................ 41 Fotomicrografia 23: Cristal intersticial de eudialita dos Chibinitos exibindo porções com pleocroismo em tons de rosa junto a fraturas..................................... 41 Fotomicrografia 24: Cristais intersticiais de eudialita e Piroxênio I em Chibinitos com comportamento textural muito semelhante......................................... 41 Fotomicrografia 25: Cristal intersticial de pectolita em Chibinitos, com formação de minerais opacos junto aos planos de clivagem. ................................. 45 Fotomicrografia 26: Cristais intersticiais de pectolita e cristais idiomórficos de lamprofilita nos Chibinitos ................................................................... 45 Fotomicrografia 27: Agregado de prismas de Piroxênio II e lamprofilita em Lujauritos I ... 45 Fotomicrografia 28: Veios de lamprofilita em Nefelina Sienitos Cinzas metassomatizados .............................................................................. 45 Fotomicrografia 29: Cristais subidiomórficos de normandita associados a Piroxênio II em Nefelina Sienitos Traquitóides I ......................................................... 50 Fotomicrografia 30: Agregados de cristais subidiomórficos de normandita em Nefelina Sienitos Traquitóides I ....................................................................... 50 Fotomicrografia 31: Prisma alongado de rinquita em Nefelina Sienitos Traquitóides II .... 50 Fotomicrografia 32: Cristal poiquilítico com contorno externo idiomórfico de gianetita em Nefelina Sienitos Traquitóides II ......................................................... 50 iv Índice de Tabelas. Tabela 1: Características petrográficas das rochas dos diferentes fácies do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. ................................................................. 11 Tabela 2: Modas de amostras representativas dos 5 fácies do Corpo. . .............................. 12 v Resumo. Rochas agpaíticas são tipicamente enriquecidas em elementos relativamente raros como Zr, Ti, ETR, Th, U, F, Cl. Se restringem a alguns poucos maciços alcalinos do mundo, entre eles o Maciço Alcalino de Poços de Caldas, a maior ocorrência de rochas alcalinas do Brasil, localizada no limite entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Nefelina sienitos agpaíticos aparecem como pequenos corpos intrusivos distribuidos por todo o Maciço, tendo sido derivados dos tipos miasquíticos dominantes. A mais conhecida das ocorrência de rochas agpaíticas corresponde ao Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte, que aflora por uma área inferior a 1 km2 na porção Norte do Maciço, próximo à cidade de Poços de Caldas. É composto por 5 unidades independentes que compõem uma estrutura em lopólito. Na base da estrutura aparece o fácies de Chibinitos, composto por nefelina sienitos maciços de granulação grossa, caracterizados por grandes cristais poiquilíticos de piroxênio, eudialita e pectolita; como fácies de borda dos Chibinitos aparecem os Nefelina Sienitos Traquitóides II, de granulação média, contendo cristais de piroxênio menores e menos poiquilíticos. Acima desta unidade aparecem os fácies de Nefelina Sienitos Traquitóides I e de Lujauritos II, compostos por rochas foliadas, de granulação fina, caracterizadas por quantidades variáveis de piroxênio acicular que se orienta paralelamente à estrutura da rocha. Estas unidades correspondem à borda da unidade de Lujauritos I, constituído de nefelina sienitos com eudialita bastante foliados, com cristais de feldspato orientados planarmente, envolvidos por folhas de piroxênio acicular. O estudo das feições texturais e microestruturais e do quimismo dos minerais máficos presentes nesta rocha permitiu mostrar que as paragêneses magmáticas correspondem a feldspato alcalino + nefelina ± piroxênio egirínico poiquilítico + eudialita ± pectolita (Chibinitos) ± sodalita, gianetita, fluorita, anfibólio sódico (fácies de borda), cristalizados nesta ordem. Os máficos aparecem sempre como cristais poiquilíticos ou intersticiais que se acomodam aos espaços entre os cristais de feldspato e nefelina. Os cristais de piroxênio apresentam variação gradual do núcleo para a borda desde egirina-augita (~0,65 cátions de Na p.f.u.) até egirina (>0,90 c.p.f.u.). Eudialita forma cristais com cores de interferência em tons de cinza, característicos de composições mais ricas em Fe e pobres em Mn, Sr e Nb. Pectolita apresenta núcleos com faces bem formadas relativamente ricos em Mn, que passam bruscamente para composições mais ricas em Ca na borda. Todas as rochas apresentam sinais de modificação pós-magmática pela atuação de um líquido enriquecido em elementos como Ti, Nb, Sr, Mn e voláteis, provavelmente exsolvido dos magmas chibiníticos, cuja história de cristalização foi mais longa que a dos fácies de borda, onde formaram-se fases mais ricas em voláteis. Este líquido responderia pela formação de sobrecrescimentos nos cristais de piroxênio poiquilítico dos Chibinitos, vi desenvolvendo-se padrões oscilatórios bastante distintos dos observados no interior destes mesmos cristais; piroxênio acicular relativamente rico em Ca (Na ~0,65-0,70 c.p.f.u.), lamprofilita (que apresenta também padrões de variação química oscilatórios), e normandita (restrita aos fácies de borda) teriam se cristalizado também pela ação destes fluidos, aproveitando-se de descontinuidades da rocha e ressaltando as estruturas magmáticas originais. Estes líquidos levaram também à modificação da composição da eudialita, que desenvolve padrões complexos de zoneamento com porções preservadas com cores de interferência em tons de cinza e porções alteradas, tipicamente mais ricas em Mn, Sr e Nb, com cores de interferência em tons de azul. A pectolita foi alterada a partir da borda e dos planos de clivagem, adquirindo composição intermediária entre as composições magmáticas do núcleo e da borda. A história do Corpo pode ser resumida pela invasão de magmas chibiníticos, que por separação de feldspato alcalino, nefelina e egirina-augita originaram um magma que cristalizou nefelina sienitos com eudialita hololeucocráticos. A intensa atividade dos fluidos residuais resultantes da cristalização do magma chibinítico original levou à cristalização pósmagmática de piroxênio acicular, principalmente em descontinuidades da rocha, ocasionando o desenvolvimento da típica textura lujaurítica. vii Abstract. Agpaitic rocks are typically rich in relatively rare elements such as Zr, Ti, REE, Th, U, F and Cl. They are restricted to a few alkaline massifs around the world, including the Poços de Caldas Alkaline Massif, the largest occurrence of alkaline rocks in Brazil, located in the limit between Minas Gerais and São Paulo States, Southeast Brazil. Agpaitic nepheline syenites appear all over the Massif as small intrusive bodies that formed through the differentiation of the dominant miasquitic varieties. The most studied of these occurrences is the Anel Norte Lujavritic-Khibinitic Body, that outcrops through an area of less then 1 km2 in the North of the Massif, close to the city of Poços de Caldas. Five independent units can be discriminated and compose a lopolithic structure. A Khibinite facies, composed by massif, coarse-grained nepheline syenites with poikilitic crystals of pyroxene, eudialyte and pectolite, is the basal unit; the Trachytoid Nepheline Syenites II, characteristically medium-grained rocks with smaller and less poikilitic pyroxene crystals, surround this unit and constitute a border facies. Over these two units there appears the Trachytoid Nepheline Syenites I and Lujavrites II facies, composed by finegrained foliated rocks with small proportions of acicular pyroxene oriented according to the rock foliation; these are border units of the Lujavrites I facies, composed by strongly foliated nepheline syenites with eudialyte, in which acicular pyroxene forms sheets that surround the alkaline-feldspar oriented crystals. Textural, microstructural and chemical study of the mafic minerals led to the conclusion that the magmatic paragenesis is composed by alkaline-feldspar + nepheline ± aegirinic poikilitic pyroxene + eudialyte ± pectolite (Khibinites) ± sodalite, giannetite, fluorite and sodic amphibole (border facies), that crystallized in this order. The mafic minerals always appear as poikilitic or interstitial crystals that accommodate to the spaces left by feldspar and nepheline. Pyroxene crystals grade from aegirine-augite (~0,65 Na cations per formula) in the center through aegirine (>0,90 c.p.f.) in the border. Eudialyte forms crystals with interference colors in shades of gray, typically rich in Fe and poor in Mn, Sr and Nb. Pectolite shows cores with well-formed faces relatively rich in Mn, that close to the border change sharply to compositions richer in Ca. Rocks from all units show post-magmatic transformation due to the action of a liquid rich in elements such as Ti, Nb, Sr, Mn and volatiles, probably exsolved from the khibinitic magma; this magma had longer crystallization history then the border facies, where volatilerich phases were formed. This liquid would be responsible for pyroxene to grow over the poikilitic crystals in the Khibinites, developing oscillatory patterns evidently different from the gradual patterns observed in the interior of the crystals; acicular pyroxene enriched in Ca (Na ~0,65-0,70 c.p.f.), lamprophyllite (which also shows oscillatory zoning patterns) and normandite (restricted to the border facies) would also have crystallized through the action of viii these fluids, following discontinuities already present and enhancing the original magmatic structures. These liquids would take to a transformation in the composition of eudialyte, which shows complex zoning patterns intercalating preserved portions in which the interference colors are in shades of gray with altered ones, typically richer in Mn, Sr and Nb and with interference colors in shades of anomalous blue. Pectolite crystals were altered through their border and cleavage planes, acquiring compositions intermediate between the magmatic ones in the core and rim. The evolution of the body may be summarized by the intrusion of khibinitic magmas that, through the separation of alkaline-feldspar, nepheline and aegirine-augite, originated hololeucocratic nepheline syenites with eudialyte. The intense activity of the residual fluids left after the crystallization of the original khibinitic magma led to the post-magmatic crystallization of acicular pyroxene, mainly following discontinuities in the rocks, causing the development of the typical lujavritic texture. ix Agradecimentos. Como esperado, muitas pessoas foram importantes durante os cinco anos em que estive na geologia, mas algumas delas merecem ser destacadas. Por mais injusto que isso possa ser, pior seria não lembrar do valor destas pessoas. Esse trabalho é dedicado àquela que mais esteve comigo durante esses anos, que mais apoiou nos momentos tão difíceis da decisão de cursar geologia, que mais deu carinho e atenção em tantos momentos que precisei; à Malu dedico este trabalho por sua companhia inestimável ao longo destes anos. Por terem depositado sua confiança em mim e por permitirem que eu chegasse até aqui, agradeço aos meus pais e irmãos. Meu mais que orientador, Silvio R. F. Vlach, foi sem duvida alguma um Mestre desde cedo no curso; devo a ele por ter me mostrado, tantas vezes, os caminhos a seguir, e tenho convicção de que sem ele esta trajetória não teria sido possível. Outros tantos professores foram importantes, mas Valdecir de Assis Janasi e Cláudio Riccomini estiveram sempre como as referências mais importantes. Os amigos são tantos, e tão importantes, que seria tolice tentar listar todos. Mas um teve importância maior, nas viagens, no dia-a-dia, nas discussões e diversões: Daniel F. Jelin. Devo ainda meus agradecimentos a Pedro Pessoa Dib e Marcos Dutra Silva, amigos com quem mais convivi durantes esses cinco anos, agora estimados colegas de profissão. Marcos Mansueto foi sempre um parceiro importante no Laboratório, e agradeço pelos tantos dias em que trabalhamos e nos divertimos juntos. Ele e Cristiano Chiessi ajudaram muito na finalização deste trabalho, a quem sou grato. Finalmente, agradeço ao CNPq, pelas bolsas a mim concedidas no âmbito do PIBICCNPq-USP entre agosto de 1995 e julho de 1997, quando dei início a este trabalho. Agradeço também ao Professor Horstpeter Ulbrich, por ter cedido suas amostras e por ter nos acompanhado na excursão ao Maciço. x Capítulo 1: Introdução. 1.1. Introdução ao tema. Rochas alcalinas agpaíticas são relativamente pouco abundantes, se restringindo a alguns dos mais importantes maciços alcalinos do mundo, como os de Lovozero e Khibiny, na Rússia; de Illimaussaq e Narsarsuk, na Groenlândia; de Poços de Caldas, no Brasil. São tipicamente enriquecidas em álcalis, em elementos raros como Zr, Ti, ETR, Y, Th, U, além de voláteis como F, Cl e S, entre muitos outros (cf. Sørensen, 1974, 1997; Ulbrich, 1984). Rochas deste tipo constituem uma pequena parcela das ocorrências de fonolitos e nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, o maior maciço alcalino brasileiro e um dos maiores do mundo, localizado junto à cidade homônima na região limítrofe entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Aparecem como corpos de dimensões reduzidas (< 5km2) bastante complexos do ponto de vista estrutural e faciológico. A associação entre álcalis, elementos de alto potencial iônico e voláteis leva à formação de complexos na estrutura dos magmas agpaíticos (cf. Ringwood, 1955; Linthout, 1984) e permite o desenvolvimento de uma mineralogia exótica, caracterizada pela presença, como fases acessórias ou até mesmo principais, dos denominados minerais agpaíticos, minerais relativamente raros e típicos destas rochas, dentre os quais se destacam diversos zircono- e titanossilicatos, alguns de estrutura e composição química relativamente complexas, ainda pouco conhecidos (cf. Vlasov, 1966; Vlasov et al., 1966; Kapustin, 1980; Khomyakov, 1993). Num sistema químico tão particular como este é natural se esperar que a evolução magmática ocorra em condições e segundo trajetórias distintas em relação ao observado nas rochas ígneas félsicas mais comuns como granitóides e até mesmo nefelina sienitos normais. A diferença mais evidente está na seqüência de cristalização, que se inicia, nos magmas agpaíticos, com os minerais félsicos, sucedidos pelos máficos e acessórios (e.g. Ringwood, 1955; Watson, 1979; Ulbrich, 1983; Linthout, 1984). A compreensão em detalhe da origem e evolução dos magmas agpaíticos é ainda tema de debate na literatura especializada, em grande parte devido à dificuldade de reprodução destes sistemas complexos em laboratório e conseqüente ausência de diagramas de fase apropriados (e.g., Marr e Wood, 1992). Sendo assim, uma das ferramentas mais poderosas disponíveis ao petrólogo para o estudo da evolução destes sistemas magmáticos e das alterações tardi- e pós-magmáticas que seguem é sem dúvida o quimismo das fases minerais envolvidas e sobretudo a sua variabilidade, já que mudanças no ambiente físico-químico de cristalização ficam registradas, em boa parte dos casos, através de variações composicionais diversas. 1 O potencial de metodologias que combinam estudos paragenéticos e de quimismo de minerais vêm sendo demonstrado por diversos trabalhos recentes, através dos quais foram inferidos e/ou substanciados fenômenos magmáticos como convecção, assimilação de encaixantes, mistura de magmas (e.g. Edwards e Russel, 1996; Broophy et al., 1996), além de variações nas condições de cristalização (e.g. Shore e Fowler, 1996; Holten et al., 1997). Estudos similares em rochas agpaíticas devem, portanto, trazer contribuições significativas para a compreensão da sua evolução. 1.2. O Maciço Alcalino de Poços de Caldas. O Maciço Alcalino de Poços de Caldas é o maior maciço alcalino brasileiro e um dos maiores do mundo em área. Apresenta forma subcircular e aflora por mais de 800 km2 na região limítrofe entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo, sendo cortado na direção NS pela rodovia que liga os municípios de Poços de Caldas e Andradas (FIGURA 1). (a) (b) Figura 1: Localização e acessos (a) e situação geológica (b) do Maciço Alcalino de Poços de Caldas. Extraídos do Mapa Rodoviário do Brasil (a) e do Mapa Geológico do Brasil (b), segundo Schobbenhaus et al., 1984). O grande interesse petrológico e a ocorrência de depósitos importantes de Zr e U fez com que os estudos iniciados por Derby no final do século passado fossem continuamente ampliados até os dias de hoje (cf. Derby, 1887; Ellert, 1959; Bushee, 1971; Ulbrich, 1983; Ulbrich, 1984; Schorscher et al., 1991; Ulbrich e Ulbrich, 1992, entre muitos outros). A principal atividade magmática do Maciço ocorreu há cerca de 76-78 Ma (e.g. Ulbrich, 1984; Kawashita et al., 1984), quando foram colocados corpos de fonolitos, que ocupam mais de 80% em área, e subordinadamente de nefelina sienitos. Entre os nefelina sienitos, , são amplamente predominantes os tipos miasquíticos, caracterizados pelo excesso de alumina em relação aos álcalis e uma mineralogia acessória semelhante à encontrada em granitóides convencionais. Os tipos agpaíticos afloram como corpos de dimensões reduzidas (< 5 km2) associados à maioria dos nefelina sienitos miasquíticos e são tipicamente mais jovens havendo diversas evidências indicativas de que foram originados a partir da diferenciação de magmas parentais miasquíticos (Ulbrich, 1984). As ocorrências melhor preservadas de rochas agpaíticas estão concentradas na região do Anel Norte, onde se encontra o denominado Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel 2 Norte, de grande complexidade estrutural e faciológica (cf. Bushee, 1971; Ulbrich, 1984). Dados petrográficos e de quimismo mineral das fases mais abundantes obtidos por Ulbrich (1983), adicionados a informações geológico-estruturais detalhadas e químicas em rocha total permitiram a Ulbrich (1984) propor modelos alternativos para a evolução deste corpo, considerando, entretanto, que dados adicionais de detalhe seriam necessários para refinálos. Estes trabalhos vêm sendo complementados por estudos petrográficos e de quimismo mineral para os minerais acessórios, desenvolvidos por Gualda e Vlach nos últimos 3 anos (Gualda, 1996, 1997a, 1997b; Gualda e Vlach, 1995, 1996a, 1996b, 1997a, 1997b) e por diversos outros autores (e.g., Schorscher et al., 1992; Atencio et al., 1996 e referências lá citadas; Tsugawa e Atencio, 1997). Entre os resultados já obtidos, destaca-se o conhecimento mais adequado das características químicas, estruturais e óticas de vários dos minerais agpaíticos encontrados no Maciço. Entretanto, faltam ainda estudos mais detalhados que permitam avaliar melhor a evolução química dos minerais máficos e acessórios e, em especial, relacionar esta evolução com aspectos texturais e microestruturais, de forma a concretizar um panorama mais dinâmico da cristalização e evolução destas rochas. 1.3. Objetivos. No contexto apresentado, o objetivo da presente monografia é detalhar alguns aspectos texturais, microestruturais e de quimismo de minerais máficos e acessórios das rochas agpaíticas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Pretende-se, assim, fornecer subsídios adicionais para a avaliação dos possíveis padrões evolutivos das rochas agpaíticas nos estágios magmático, tardi- e pós-magmático de cristalização e embasar a discussão dos modelos evolutivos sugeridos por Ulbrich (1984). 1.4. Plano de apresentação da monografia. A presente monografia é subdividida em capítulos. Após um capítulo introdutório, a metodologia empregada é descrita no Capítulo 2. No Capítulo 3, os aspectos geológicos dos fácies agpaíticos do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte são resumidos com base no trabalho de Ulbrich (1984); em seguida, as rochas estudadas são caracterizadas petrograficamente. Os dados texturais e químicos dos minerais estudados são detalhados no Capítulo 4, que constitui o corpo principal do trabalho. No capítulo final (5) é oferecida uma breve discussão sobre a evolução das rochas agpaíticas com base nas informações disponíveis. Os dados químicos representativos obtidos para os principais minerais estudados são colocados no Apêndice A. 3 Capítulo 2: Metodologia. 2.1. Amostragem. As amostras estudadas fazem parte do conjunto utilizado pelo autor em trabalhos anteriores de iniciação científica (Gualda, 1996, 1997a, 1997b). A maior parte das amostras (identificadas com as letras PC) foi coletada em trabalhos de campo realizados em Fevereiro de 1996 conduzidos pelo Dr. H. Ulbrich; algumas amostras, identificadas com a letra P, correspondem à coleção do referido pesquisador. Ao total foram consideradas 18 amostras provenientes de 9 afloramentos, cuja localização é apresentada na FIGURA 2. 2.2. Análises petrográficas. Diversas seções petrográficas convencionais e pelo menos duas seções delgadas polidas com dimensões de 49 x 28 mm ou uma seção com dimensões de 75 x 49 mm, preparadas no Setor de Laminação do IGc – USP, foram estudadas petrograficamente em microscópio Axioplan de fabricação ZEISS, nas dependências do Laboratório de Ótica do DMP - IGc - USP. Foram analisadas principalmente as relações texturais e microestruturais entre as fases minerais presentes para estabelecer as possíveis seqüências de cristalização, com destaque para as diferentes gerações de piroxênio e dos diversos minerais agpaíticos, de modo a refinar e ampliar os dados já disponíveis (Ulbrich, 1983; Ulbrich, 1984; Gualda, 1997a). Determinações modais de 5 amostras, representativas dos fácies mapeados por Ulbrich (1984), foram efetuadas ao microscópio através de contagem de pontos com auxílio de um chariot e de um contador, conforme a metodologia clássica discutida por Chayes (1949). Devido, por um lado, à importância das fases acessórias para o presente estudo e, por outro, à granulação média a grossa dos chibinitos e alguns lujauritos, foram contados entre 4.000 e 5.000 pontos por amostra com passo de 0,5 mm. A área total considerada corresponde a três seções convencionais ou uma seção de 75 x 49 mm. Nas contagens foram considerados produtos de alteração apenas os minerais e/ou agregados para os quais não foi possível identificar a fase primária substituída. No caso do piroxênio, presente em duas gerações texturais bem distintas, estas foram consideradas independentemente. 2.3. Análises em microssonda eletrônica. Dez amostras do conjunto disponível foram selecionadas para os estudos mais detalhados em microssonda eletrônica : oito do Corpo Lujaurítico-Chibinítico, pelo menos uma característica de cada um dos fácies; duas amostras adicionais, representativas dos Nefelina Sienitos Cinzas metassomáticos que afloram na região a Noroeste do Corpo 4 (Ulbrich, 1984) foram também incluídas como referência para o estudo da mineralogia tardie pós-magmática. As análises foram efetuadas no Laboratório de Microssonda Eletrônica do DMP - IGc USP com a microssonda JEOL-JXA8600 com cinco espectrômetros WD, com cristais STE/TAP, TAP/PET, PET/LIF, PET/LIF e PET/LIF, respectivamente, acoplada com detector EDS e sistema de automação TN-5500/5600, recentemente substituído pelo Voyager 3.6.1, da NORAN Instruments. As seções delgadas polidas foram cobertas com uma fina película (~25 nm) de C com o evaporador AUTO 206 da EDWARDS. As análises quantitativas pontuais foram efetuadas por WDS. Análises qualitativas e semi-quantitativas prévias com EDS também foram empregadas para caracterização de algumas fases minerais, como no caso da sodalita, de difícil determinação ao microscópio. Um dos maiores problemas para análise WDS de minerais agpaíticos, é a escolha de condições que minimizem a migração de elementos leves para fora do volume analisado (e.g., Na) e que ao mesmo tempo sejam adequadas para os elementos mais pesados (e.g., Sr, Zr, ETR). Rotinas analíticas considerando estes problemas foram desenvolvidas para cada grupo mineral e resultados adequados foram obtidos para valores de voltagem, corrente e diâmetro do feixe eletrônico de 20 kV, 50 nA e 30 µm para o grupo da eudialita; 15 kV, 45 nA (20 nA para medidas de F) e 20 µm para lamprofilita e normandita; e 15 kV, 20 nA e 5 µm para piroxênios, anfibólios e minerais da série pectolita-serandita, respectivamente. A escolha das linhas espectrais, dos cristais analisadores e da posição de leitura da radiação de fundo foi feita com auxílio de varreduras detalhadas na amostra, em torno da posição espectral de sintonização do elemento considerado, de forma a minimizar possíveis interferências e maximizar a razão entre contagens de pico e de fundo. As contagens para cada elemento foram controladas fixando valores máximos para o tempo de integração de pulsos (TMAX, entre 10 e 60 s) e desvio padrão (2SMAX entre 0,5 e 1,0). Os limites de detecção elementais para algumas destas rotinas são apresentados por Gualda (1996). As correções dos efeitos de matriz (número e absorção atômicos, fluorescência secundária) foram efetuadas on line com o procedimento PROZA, uma variante do procedimento ZAF tradicional mais adequada para matrizes compostas por elementos leves e pesados, caso de grande parte dos silicatos (Bastin et al.1990, apud Goldstein et al., 1992). Os erros totais máximos estimados para os resultados finais variam entre 1 e 2% para os elementos maiores, são da ordem de 5% para os menores (1-5% em peso do elemento) e superiores a 10% para os elementos traços (< 1% em peso do elemento). Imagens de varredura eletrônica foram obtidas com detector de elétrons retroespalhados em modo composicional (BEI-COMPO) sob condições de 15 kV e 20 nA, com diâmetro de feixe mínimo (1 µm). Estas imagens ressaltam diferenças de número atômico 5 médio e são muito úteis para a visualização de variações composicionais por vezes pouco contrastadas ao microscópio petrográfico. Para cada amostra estudada, foi selecionado pelo menos um grão de cada geração de cada uma das fases minerais máficas principais e acessórias presentes. Sempre que possível, foram escolhidos os cristais de hábito mais típico e com zoneamentos composicionais mais evidentes, verificados seja através de microscopia ótica, seja através de imagens eletrônicas. Em cada um dos grãos escolhidos, pelo menos três pontos foram analisados, representando borda, região intermediária e núcleo do cristal, de forma a caracterizar quimicamente todas as fases máficas importantes e identificar os maiores contrastes químicos presentes; no caso dos cristais com zoneamento composicional setorial mais complexo, foram analisadas porções representativas de cada um dos setores identificados nas imagens eletrônicas. Nos casos em que zoneamentos concêntricos bem marcados foram observados, foram obtidos perfis quantitativos completos de detalhe; nestes perfis, o espaçamento entre as análises foi da ordem de 15-30 µm. Em alguns cristais, com zoneamentos muito finos, foram obtidos perfis contínuos mais detalhados, com espaçamento da ordem de 1 µm, valor próximo ao diâmetro mínimo do feixe eletrônico. Nestes últimos perfis, as leituras de radiação de fundo foram efetuadas apenas no primeiro ponto, a partir do qual os espectrômetros foram mantidos fixos na posição de sintonização do elemento desejado. Este procedimento evita possíveis variações de posicionamento do espectrômetro devido à sua constante movimentação e fornece resultados relativos mais precisos, embora os resultados finais absolutos possam apresentar erros algo maiores para os elementos presentes em baixas concentrações, para os quais variações menores da radiação de fundo são mais significativas. Os dados totais disponíveis compreendem 89 análises completas de minerais do grupo da eudialita (Gualda, 1996, 1997b), 32 de lamprofilita, 29 de normandita, 20 de anfibólio (Gualda, 1997b), além de 25 análises inéditas para minerais da série pectolitaserandita, e 294 análises inéditas de piroxênio, sendo 45 análises isoladas e 249 em cinco perfis completos. Perfis composicionais contínuos foram obtidos para porções selecionadas de um cristal de piroxênio e outro de lamprofilita. 2.4. Tratamento dos dados de quimismo mineral. O cálculo de fórmulas estruturais foi feito através de planilhas eletrônicas desenvolvidas no programa Microsoft EXCEL, seguindo os métodos apresentados e discutidos por Deer et al. (1992). Os teores em Fe3+ dos piroxênios foram estimados através da equação de Droop (1987): Fe3+ = 2X(1-T/S) Eq. 1 em que T é o número total de cátions, X o número de O por fórmula e S o número de cátions para X íons O. Esta equação fornece excelentes resultados quando se dispõe de análises 6 completas e precisas de minerais em que o Fe é o único elemento que aparece com duas valências distintas. No caso de anfibólios, em que os teores em (OH) são variáveis adicionais, as estimativas foram feitas utilizando-se o método descrito por Schumacher em Leake et al. (1997). Para os minerais do grupo da eudialita o cálculo é baseado na normalização em 24 átomos de Si e posterior ajuste por balanço de carga (Gualda e Vlach, 1996b) Capítulo 3: Geologia e petrografia do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. 3.1. Geologia e estrutura. O Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte aflora em uma área com cerca de 1 km 2 no extremo Norte do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, ao Norte da cidade homônima, na região que Ulbrich (1984) denomina de Anel Norte. Nesta área aparece a Pedra Balão, um conhecido ponto turístico regional (Ulbrich e Ulbrich, 1992). O primeiro trabalho de detalhe sobre o corpo foi realizado por Bushee (1971), que apresenta um mapa em escala 1:10.000. Os nefelina sienitos presentes na região foram divididos em três unidades principais: (1) os denominados lujauritos (egirina nefelina sienitos com eudialita, fortemente foliados); (2) nefelina sienitos; e (3) eudialita nefelina sienitos. A unidade (2) de nefelina sienitos foi subdividida em três variedades distintas (I, II e III), com passagem gradual e pouco perceptível de uma para outra. Ulbrich (1984) remapeia a área em maior detalhe utilizando conceitos faciológicos então propostos. Em contraposição às conclusões de Bushee (1971), este autor identifica cinco fácies petrográficos, com distribuição geográfica e relações mútuas de contato bem definidas. De acordo com este autor, a variedade III da unidade 2 de nefelina sienitos de Bushee (1971) constitui de fato a um corpo independente: o de Nefelina Sienitos Cinzas do Anel Norte, composto por rochas de caráter miasquítico, com biotita como máfico mais importante, muito contrastadas, portanto, com as rochas tipicamente agpaíticas, com eudialita como fase mineral característica, que constituem os cinco fácies do Corpo Lujaurítico-Chibinítico. O Corpo Lujaurítico-Chibinítico é intrusivo em egirina fonolitos a Sul e Oeste e nos Nefelina Sienitos Cinzas do Anel Norte a Norte e Leste. Os fácies mapeados são concordantes entre si e as atitudes de estruturas planares observadas são subhorizontais na região central da intrusão, passando rapidamente para mergulhos moderados centrípetos nas porções periféricas, caracterizando uma geometria em lopólito, com estrutura interna bem definida (FIGURA 1). A parte central da estrutura é composta pelos Lujauritos I, com granulação grossa e estruturas planares muito marcadas pela orientação cristais idiomórficos de feldspato alcalino e de abundantes agulhas e prismas de piroxênio. 7 Envolvendo este fácies central, em nível estratigráfico inferior, aparece uma seqüência de camadas de espessura decimétrica a métrica, os denominados Lujauritos II, formados por rochas semelhantes, porém de granulação mais fina; os Nefelina Sienitos Traquitóides I, relativamente pobres em piroxênio, de granulação fina, e os Nefelina Sienitos Traquitóides II, similares aos anteriores, mas com granulação média. Finalmente, abraçando toda esta estrutura aparecem os Chibinitos, em geral maciços, mas localmente com aspecto traquitóide, que tendem a perder espessura em direção ao centro da estrutura, sendo provável a sua inexistência na base do corpo (Ulbrich, 1984). A N .G . PC-04 PC-03’ PC-05’ PC-02 PC-05 L u ja u rito s P-53 P-47 PC-01 N e felin a S ie n ito s Tra q . I P-134 N e felin a S ie n ito s Tra q . II C h ib in ito s N efelina S ien ito s C inzas E girina Fo no litos A cesso s A’ 400 A titudes da foliação 350 300 250 A A’ 0 200 400m Figura 2: Mapa e perfil geológico do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Geologia segundo Ulbrich (1984). As relações de contato observadas indicam que os magmas formadores dos fácies Lujauritos II e Nefelina Sienitos Traquitóides I e II foram invadidos por magmas que cristalizaram os Lujauritos I e Chibinitos, respectivamente (Ulbrich, 1984). Segundo este autor estas são evidências sugestivas de que os Lujauritos II e os Nefelina Sienitos Traquitóides I e II corresponderam a bordas resfriadas cristalizadas rapidamente devido à perda mais acentuada em voláteis. Esta hipótese é corroborada pelos dados de geotermometria de feldspatos e nefelinas, que apontam para temperaturas de cristalização mais altas para os fácies de borda (Ulbrich, 1983). De acordo com Ulbrich (1984), a cristalização precoce dos fácies de borda e a concordância estrutural entre os vários fácies são condicionantes para quaisquer modelos evolutivos que venham a ser elaborados. O autor destaca as seguintes possibilidades para a 8 evolução magmática do corpo, ressaltando a necessidade de mais informações para definir seguramente qual delas foi atuante : (1) Formação de magmas lujauríticos e chibiníticos separadamente, com colocação seqüencial, primeiramente do lujaurítico, já parcialmente cristalizado, formando uma borda que se cristalizaria precocemente, posteriormente metassomatizada por fluidos provenientes da massa interna. As marcadas estruturas planares seriam originadas por movimentos de reacomodação da câmara. Posteriormente, de forma contínua, ocorreria a invasão do magma chibinítico, que, por sua vez, formaria os fácies traquitóides de borda; (2) Cristalização de um magma chibinítico em câmara fechada, sendo que o magma lujaurítico seria derivado do chibinítico, já parcialmente cristalizado, por mecanismos de percolação; os fácies intermediários constituiriam uma borda quente, cristalizada por perda de voláteis, que seria alvo de metassomatismo provocado pelos fluidos liberados durante a cristalização dos fácies centrais e de deformação devido a movimentações do magma lujaurítico sobrejacente; (3) Invasão de um magma chibinítico, que em dois estágios formaria o magma lujaurítico. A cristalização inicial de feldspato alcalino, nefelina e, subordinadamente, egirina-augita, enriqueceria o líquido residual em Na, formando um magma persódico, relativamente pobre em Fe e rico em Zr, que seria coletado em bolsões superiores. A cristalização deste magma, se completada, resultaria na formação de um nefelina sienito hololeucocrático com minerais ricos em Zr. A esse magma seriam adicionados ainda líquido intersticial e fluidos “deutéricos” ricos em Na, Fe e elementos incompatíveis provenientes do magma chibinítico subjacente em cristalização; este aporte químico seria responsável pela cristalização mais tardia da egirina e de silicatos de metais raros, já sob temperaturas submagmáticas. As estruturas orientadas resultariam de movimentações dos magmas lujauríticos sobrejacentes. 3.2. Petrografia. Apresenta-se neste item uma caracterização petrográfica geral das rochas dos cinco fácies do Corpo; um detalhamento adicional das características texturais dos minerais máficos e acessórios estudados será objeto de discussão específica no capítulo de mineralogia, juntamente com os dados químicos. Os fácies reconhecidos foram estudadas petrograficamente por Bushee (1971) e Ulbrich (1983), que destacaram os aspectos texturais e microestruturais gerais e as características dos minerais félsicos e máficos principais. Gualda (1997a) inicia um detalhamento, com ênfase para a identificação das fases acessórias e de suas relações texturais e microestruturais. Os resultados ora apresentados são uma extensão deste último 9 trabalho, e, em alguns aspectos, as interpretações alcançadas mostram-se distintas das apresentadas pelos autores anteriores. As rochas agpaíticas estudadas são nefelina sienitos com quantidades importantes de piroxênio, eudialita, e em alguns casos sodalita. A mineralogia principal de todas as variedades é similar. Caracteriza-se por feldspato alcalino bastante potássico, como cristais idiomórficos, por vezes pertíticos, em estado estrutural variável entre microclínios intermediários e máximo (Ulbrich, 1993). A nefelina é mesopotássica, em cristais idiomórficos a menos freqüentemente subidiomórficos. O piroxênio (egirina a egirina-augita) aparece pelo menos como duas gerações texturais distintas. Eudialita está sempre presente e é o principal indicador do seu caráter agpaítico (cf. Ulbrich, 1984; Gualda e Vlach, 1996a). Outros minerais acessórios, típicos de rochas agpaíticas, incluem lamprofilita, pectolitaserandita, normandita, rinquita, gianetita, além de acessórios comuns em nefelina sienitos como arfvedsonita, sodalita e fluorita (cf. Ulbrich, 1983; Gualda, 1997a, 1997b). Algumas características petrográficas destas rochas são sintetizadas na TABELA 1. Os dados modais obtidos (TABELA 2, FIGURA 3) ressaltam como principais contrastes entre os fácies típicos analisados os teores de nefelina e sodalita significativamente mais altos nos fácies de borda (~20 e 10% respectivamente) quando comparados com os fácies centrais (~10% e 0% respectivamente); por outro lado, demonstram também que a quantidade modal de piroxênio I, de primeira geração, diminui na seqüência Chibinitos Æ Nefelina Sienitos Traquitóides I Æ Lujauritos II Æ Lujauritos I enquanto a de piroxênio II aumenta. Do ponto de vista textural e estrutural são rochas bastante variadas, o que levou Ulbrich (1984) a definir as cinco unidades de mapeamento independentes. A seguir são descritas as características petrográficas mais importantes de amostras representativas dos 5 fácies, além de algumas amostras provenientes da região de contato com os Nefelina Sienitos Cinzas do Anel Norte; a seqüência de descrição obedecerá a estratigrafia da intrusão, no sentido base Æ topo. Os afloramentos correspondentes encontram-se localizados na FIGURA 1. 3.2.1. Fácies de Chibinitos. Macroscopicamente, os chibinitos típicos (e.g. amostras PC-01D, P-47) são rochas leucocráticas, maciças ou com orientação incipiente, de textura inequigranular seriada com granulação grossa, caracterizadas pela presença de cristais de feldspato alcalino e nefelina idiomórficos e grandes cristais poiquilíticos de piroxênio (FOTOMICROGRAFIAS 1 e 2). A eudialita está distribuída heterogeneamente, como grãos isolados mas principalmente como agregados arredondados de dimensões centimétricas, localizados em porções onde o piroxênio é pouco abundante. Variedades com aspecto algo porfirítico e granulação pouco mais fina (e.g., amostra PC-01B, FOTOMICROGRAFIA 3) são menos características (cf. Ulbrich, 1983; Ulbrich, 1984). 10 Fácies Estrutura e textura Feldspato Alc. Nefelina Lujauritos I idiomórfica; variação idiomórfico; 1,5 a 15 mm; fortemente gradual de 0,1 a 4 mm; aspecto manchado; foliada; maiores isolados e menores inclusões abundantes de inequigranular em agregados de até 10 egirina muito fina e de granulação grãos; inclusões de egirina microfraturas preenchidas grossa maiores e menos por zeólitas orientadas que em FA Lujauritos II maior, subidiomórfico, 2 a foliada; 5 mm, pouco abundante; equigranular de menor, <1 mm, granulação fina abundante, em uma "matriz"; albita secundária xenomórfica, <0,5 mm, compondo a matriz; variação gradual até 1,5 mm, sendo os maiores idiomórficos xenomórfica, <0,5 mm, foliada; maior, subidiomórfico, compondo a matriz, em equigranular a <2,5 mm, pouco Nefelina Sienitos inequigranular agregados de até 5 grãos; abundante; menor, <1 variação gradual até 1,5 seriada de Traquitóides I mm, abundante, em uma mm, sendo os maiores granulação fina "matriz"; albita secundária subidiomórficos a média-fina Sodalita muito rara, intersticial nos agregados de nefelina abundante; xenomórficos intersticias; variação gradual de 0,2 a 2,5 mm freqüente; maior, ~2 mm, subidiomórfica, poiquilítica; menor, ~0,5mm, xenomórfica, intersticial freqüente; maior idiomórfico, 2 a 5 levemente maior idio- a menor, ~1 mm, mm; menor xenomórfico, subidiomórfica, <2 mm; foliada; xenomórfica, Nefelina Sienitos equigranular de <0,5 mm; límpidos e sem variação gradual até <0,5 intersticial; Traquitóides II granulação mm; linha escura marcando inclusões; albita maior, até contorno idiomórfico média secundária 5 mm, subidiomórfica maciça a idio- a subidiomórfica; 3 a idio- a subidiomórfico; 1 a levemente 0,2 mm; menores em 10 mm; aspecto foliada; agregados intersticiais, ausente manchado; inclusões inequigranular Chibinitos maiores isolados; inclusões abundantes de egirina seriada de de egirina maiores e menos muito fina granulação orientadas que em FA grossa Piroxênio I ausente Acessórios primários Piroxênio II eudialita intersticial, menores que nos outros fácies muito abundante em contatos intergranulares e microfraturas; forma folhas sem orientação linear; associado a zeólitas ausente eudialita pouco abundantes nos abundante, intersticial; contatos gianetita xeno- a intergranulares; subidio-mórfica, comprimento de até intersticial; fluorita 20 mm muito rara ausente eudialita pouco freqüentes nos abundante, anfibólio e contatos intergranulares; fluorita raros, intersticiais; gianetita comprimento de até 20 mm subidiomórfica rara freqüente; subidiomórfico, poiquilítico; 1 a 7 mm; homogêneo abundante; subidioa xenomórfico; 1 a 15 mm; intersticial a poiquilítico; zoneamento concêntrico gianetita semelhante a Px I; eudialita, raramente anfibólio e fluorita, intersticiais ausente eudialita e pectolita intersticiais pouco abundante; ~0,2mm; semelhante ao incluso nos félsicos; associado a zeólitas Tabela 1: Características petrográficas das rochas dos diferentes fácies do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. 11 Fácies Chibinitos Amostra PC-01D Nef. Sien. Nef. Sien. Traquit. II Traquit. I PC-03'C PC-03'B Lujauritos II Lujauritos I P-134 P-223b Feldspato Alcalino 50 Nefelina 11 26 19 21 10 Sodalita - 9,7 9,2 12,3 0,1 52 54 48 43 Piroxênio I 10,4 6,2 - - - Eudialita 3,9 0,8 8,8 1,9 3,9 Pectolita 1,0 - - Anfibólio - 0,2 - 0,04 - Fluorita - 0,5 0,1 0,02 - Gianetita - 0,7 0,6 0,4 - Piroxênio II 1,2 - 5,7 14 25 Lamprofilita 0,3 - - - 0,4 Normandita Rinquita Albita - - - - 0,3 - - 0,5 2,4 0,8 1,3 - - 1,5 1,4 1,4 - Alteração 21 - 0 0,2 17 Outros* 0,5 - - - - Tabela 2: Modas de amostras representativas dos 5 fácies do Corpo. * Outros corresponde a fases nãoidentificadas, na maioria, minerais de alteração. FA 10% 35% 35% 10% P Nefelina Legenda Chibinitos 10% 10% Nef. Sien. Traquit. II Nef. Sien. Traquit. I Lujauritos II Lujauritos I 60% 60% 90% 90% F FA Sodalita Figura 3: Diagramas modais com base nos dados da TABELA 2. 12 Fotomicrografia 1: Aspecto textural geral Fotomicrografia 2: Aspecto textural geral dos Chibinitos (amostra PC-01D), com dos Chibinitos (amostra PC-01D), com destaque para os cristais poiquilíticos de cristais poiquilíticos de Piroxênio I e Piroxênio I. Polarizador inferior. Aumento eudialita. Polarizador inferior. Aumento de Fotomicrografia 3: Aspecto textural geral Fotomicrografia 4: Aspecto textural geral da variedade traquitóide de granulação dos Nefelina Sienitos Traquitóides II mais fina dos Chibinitos (amostra PC-01B) (amostra PC-01E), destacando-se os cristais de Piroxênio I menores, mais idiomórficos e menos poiquilíticos. 3 mm 3 mm 3 mm 3 mm Ao microscópio, a trama principal hipidiomórfica seriada da rocha é dada por cristais de tabulares de feldspato alcalino, responsáveis pela sustentação da rocha, cujos interstícios são ocupados por cristais de nefelina, piroxênio, eudialita e pectolita, que se desenvolvem como grandes cristais intersticiais xeno- a subidiomórficos, com freqüência poiquilíticos, contendo inclusões idiomórficas de nefelina e subordinadamente de feldspato. O feldspato alcalino aparece como cristais idio- a subidiomórficos, com dimensões usuais entre 2,0 e 5,0 mm, podendo atingir entre 1,0 e 10 mm. Os limites de crescimento dos cristais muitas vezes correspondem a faces de um outro cristal, raramente observamse contatos interpenetrados. Geminações Carlsbad e Baveno/Manebach estão sempre presentes; aparece ainda uma geminação em domínios, provavelmente marcando o início do desenvolvimento da geminação em grade, típica dos feldspatos de simetria triclínica. Inclusões diminutas de nefelina idiomórfica são comuns. Apresentam invariavelmente um aspecto “manchado”, com porções de aspecto “sujo” e outras bem límpidas. Nestas últimas são abundantes finas inclusões aciculares de egirina, isorientadas subparalelamente à direção do eixo a, de maior alongamento do feldspato. Muitos cristais apresentam microfraturas, que por vezes são preenchidas por mineral isótropo, de relevo baixo, do grupo das zeólitas. Nefelina ocorre na forma de cristais idio- a subidiomórficos, com uma variação contínua nas dimensões dos grãos, desde cerca de 3,0 até 0,2 mm, com predomínio daqueles menores que 1,5 mm. Os grãos maiores tendem a compor a trama feldspática, enquanto os menores tendem a ser mais intersticiais. Em geral formam agregados com cerca de 10 grãos, usualmente com contatos mútuos tríplices, que se colocam intersticialmente às tábuas de feldspato alcalino. Inclusões de egirinas são abundantes, sobretudo nos cristais mais alterados, e tipicamente são maiores e menos orientadas que as observadas inclusas no feldspato alcalino. O máfico mais importante é um clinopiroxênio, que se apresenta heterogeneamente distribuído, e em duas gerações texturais distintas. O piroxênio mais típico, de primeira geração, domina amplamente a ocupação dos interstícios como cristais subidio- a xenomórficos, que muitas vezes têm como limites de crescimento as faces dos minerais félsicos. As suas dimensões estão entre 10 e 5,0 mm, podendo atingir até entre 15 e 1,0 mm. As faces mais desenvolvidas são as das formas {110} e {010}. Os cristais maiores são tipicamente poiquilíticos, ricos em inclusões “suspensas” de cristais idiomórficos de nefelina e subordinadamente feldspato alcalino. A segunda geração de piroxênio está representada por grãos isolados ou agregados de cristais idio- a subidiomórficos, com dimensões próximas de 0,2 mm. Aparece cortando os demais minerais, em associação com zeólitas e minerais raros tardios (ver a seguir). A eudialita também aparece preenchendo os interstícios da textura, principalmente nas porções pobres em piroxênio. Forma cristais xenomórficos por vezes tendendo a um 14 aspecto poiquilítico, quando envolvem cristais de nefelina e, em menor grau, feldspato. Mais raramente aparece também como pequenos cristais isolados, mais idiomórficos. O acessório mais comum é a pectolita, que ocupa os interstícios restantes, sobretudo em porções pobres em piroxênio e eudialita. O seu papel textural é semelhante ao da eudialita, porém os cristais de pectolita são menores e menos abundantes. Assim, traça-se um panorama textural dado por uma “trama principal” composta de feldspato e parcialmente por nefelina, com interstícios ocupados por grandes cristais poiquilíticos dos demais minerais primários, piroxênio, eudialita e pectolita em ordem de abundância. Cumpre ressaltar que esses três minerais normalmente não aparecem juntos. Entre os minerais de alteração de feldspato e nefelina destacam-se, respectivamente, zeólitas anisótropas, com cores de interferência próximas do amarelo de 1ª ordem, possivelmente natrolita, e cancrinita. O processo de substituição se inicia nas bordas e fraturas dos cristais primários preservando os seus contornos originais; com o avanço da alteração, agregados diversos destes minerais secundários destroem totalmente a textura original, formando porções de textura poligonizada, microcristalina ou fibro-radiada. No caso da eudialita, esta se torna pleocróica em tons de incolor até um rosa intenso nas bordas e zonas de fraturas, e com a evolução da alteração, passa a ser substituída por catapleíta, zeólitas, opacos e minerais não identificados. A pectolita altera-se nas bordas e fraturas para opacos não identificados. Lamprofilita e rinquita em geral idiomórficas e relativamente límpidas, a última freqüentemente zonada com núcleos em tons de bege e bordas incolores, se associam aos minerais tardios. São relativamente comuns venulações muito finas de zeólitas, que cortam a estrutura da rocha de um lado a outro da seção; junto a estes veios, feldspato, nefelina e eudialita aparecem sempre com graus de alteração mais acentuados. 3.2.2. Fácies de Nefelina Sienitos Traquitóides II. As rochas desse fácies são leucocráticas, levemente foliadas, de textura equigranular e granulação média; apresentam quantidades subordinadas de piroxênio, quando comparadas com os chibinitos, que aparece como pequenos cristais idiomórficos isolados (FOTOMICROGRAFIA 4). Ao microscópio, as amostras PC-01C, PC-01E, PC-03’C e P-53a) destacam certa tendência porfirítica dada por grãos maiores de feldspato alcalino idiomórficos em matriz tipicamente hipidiomórfica. Os cristais maiores de feldspato alcalino são idiomórficos, tabulares, com dimensões entre 2,0 e 5,0 mm, e definem a orientação da rocha, os cristais menores (< 0,5 mm) que compõem a matriz são mais xenomórficos. Em ambos os caso apresentam as geminações de Carlsbad e de Baveno/Manebach e mostram-se límpidos, sem inclusões dos demais minerais. 15 A nefelina também aparece como cristais maiores idio- ou subidiomórficos, com dimensões inferiores a 2,0 mm, destacados da matriz. Há uma variação gradual no tamanho dos grãos até dimensões equivalentes às dos cristais de feldspato da matriz; com a diminuição do tamanho, os cristais tendem a se tornar mais xenomórficos. Muitos cristais de nefelina apresentam uma linha escura interna que marca um contorno idiomórfico, formada por abundantes inclusões, extremamente finas, de cristais de piroxênio. A sodalita, isótropa, aparece como cristais xenomórficos intersticiais, com dimensões próximas de 1,0 mm, e na forma de cristais subidiomórficos maiores com dimensões de até 5,0 mm. Albita (< 1,0 mm), xeno- a subidiomórfica, aparece como cristais límpidos tabulares ou irregulares com geminação polissintética pouco desenvolvida. Piroxênio é o máfico mais importante e aparece como cristais subidio- a idiomórficos maiores, com dimensões que atingem 7,0 e 1,0 mm, e menores (< 2,0 mm), mais abundantes. São texturalmente similares aos observados nos chibinitos, com aspecto poiquilítico dado por inclusões de nefelina e feldspato, porém os cristais são menos abundantes e menores. A gianetita (< 2,0 mm) é um acessório característico dessas rochas e tem comportamento textural muito semelhante ao do piroxênio, contudo tende a formar cristais de contorno pouco menos idiomórfico. A eudialita (< 1,0 mm) é pouco abundante, aparecendo como cristais xenomórficos, intersticiais aos grãos da matriz. Com o mesmo papel textural aparecem raros cristais de anfibólio e fluorita. A rinquita (< 1,0 mm) aparece como nos chibinitos, formando agregados de prismas idio- a subidiomórficos que se sobrepõem à textura original da rocha, porém suas dimensões e abundância são menores. Aparece ainda um único cristal de normandita na amostra PC-03’C, com características texturais semelhantes às do piroxênio. Na amostra PC-03’C se observa uma porção com granulação muito grossa, marcada por cristais de feldspato alcalino e nefelina com dimensões sempre superiores a 10 mm, rodeados por cristais xenomórficos intersticiais de eudialita, com zoneamento setorial bem marcado. Formam-se algumas porções intersticiais ocupadas por zeólitas associadas a anfibólio, sem ser clara a relação entre os dois minerais. O piroxênio é muito abundante, sobretudo nos contatos e nos interstícios, como cristais semelhantes à segunda geração encontrada nos chibinitos. Ocorrem ainda massas escuras que são caracteristicamente agregados de prismas muito finos de lamprofilita. As relações desta porção com o restante da rocha, bem como o seu significado não são claros. 3.2.3. Fácies de Nefelina Sienitos Traquitóides I. São rochas leucocráticas, com orientação planar bem marcada, textura equigranular a algo inequigranular com granulação fina a a fina-média, caracterizadas pela presença de 16 piroxênio como finas agulhas regularmente dispersas (FOTOMICROGRAFIA 5). Três amostras (PC-03, PC-03’A, PC-03’B) foram estudadas ao microscópio petrográfico. Predomina feldspato alcalino que aparece como cristais maiores, subidiomórficos, com dimensões de até 2,5 mm, que se destacam da “matriz”. Os grãos mais alongados estão orientados, marcando a orientação da rocha. Os cristais mais abundantes, no entanto, são menores e mais xenomórficos, formando a “matriz” que se dispõe entre os cristais maiores. Em ambos os casos, apresentam geminações Carlsbad e Baveno/Manebach. Nefelina aparece predominantemente como cristais xenomórficos, de dimensões inferiores a 0,5 mm, que compõem a “matriz” juntamente com os cristais menores de feldspato. Existem ainda, em quantidades subordinadas, cristais com dimensões que gradam até valores de 1,5 mm, que tendem a ser mais subidiomórficos. Linhas escuras como as observadas nos Nefelina Sienitos Traquitóides II são raras e muito mais tênues. Os cristais de nefelina formam agregados de até 5 cristais, com contatos mútuos tríplices, que se concentram em algumas porções; em outras, a nefelina é pouco abundante. Outro félsico presente é a sodalita, que forma cristais xenomórficos intersticiais, quando de dimensões menores, próximas de 0,5 mm, ou mais idiomórficos, quando maiores, de dimensões próximas de 2,0 mm. Da mesma forma que nas rochas descritas acima, desenvolvem-se cristais xeno- ou subidiomórficos de albita junto aos cristais de feldspato alcalino. Intersticialmente aparece principalmente eudialita, relativamente abundante, formando grandes cristais xenomórficos, intersticiais, localmente poiquilíticos, que englobam cristais de nefelina e feldspato idiomórficos. Ocupando os interstícios aparece também anfibólio e fluorita, como cristais com comportamento textural idêntico ao da eudialita. Nas porções onde aparecem estes minerais, a foliação é menos marcada. Raramente, aparecem cristais subidiomórficos de gianetita, em parte intersticiais, mas em parte discordantes aos minerais adjacentes, não sendo claras as suas relações com os demais. Seu hábito é semelhante ao apresentado nos Nefelina Sienitos Traquitóides II. Nos contatos intergranulares, aparecem finos prismas bastante alongados de piroxênio, com comprimentos de até 20 mm, que cortam a estrutura dos demais minerais. Estão freqüentemente associados a prismas de rinquita e de normandita, que formam agregados radiados e são ainda mais efetivamente discordantes. Na amostra PC-03’A, podem ser observadas abundantes microfraturas com espaçamento de cerca de 0,1 mm, que cortam a seção de um lado a outro e por vezes estão preenchidas por zeólitas. Junto a elas, a rocha mostra-se bastante alterada, sobretudo os minerais félsicos e a eudialita. Muitas vezes, os prismas de piroxênio são concordantes ou até mesmo coincidentes com essas microfraturas, porém em outros casos são cortados por elas. Junto a porções onde as microfraturas são bastante espessas e os minerais 17 Fotomicrografia 5: Aspecto textural geral Fotomicrografia 6: Aspecto textural geral dos Nefelina Sienitos Traquitóides I dos Lujauritos II (amostra P-134), com (amostra PC-03), com pequena quantidade quantidade maior de prismas de Piroxênio de prismas muito alongados de Piroxênio II II em comparação com os Nefelina Sienitos orientados segunda a foliação da rocha. Traquitóides I. Polarizador inferior. Fotomicrografia 7: Aspecto textural geral Fotomicrografia 8: Aspecto textural geral dos Lujauritos I (amostra PB-012), com dos Lujauritos I (amostra PB-011), com grande quantidade de cristais de Piroxênio grandes cristais intersticiais de eudialita II nos contatos intergranulares ressaltando (rosados), além dos abundantes prismas a foliação da rocha. Polarizador inferior. de piroxênio nos contatos intergranulares. 2,5 mm 5 mm 3 mm 5 mm félsicos e a eudialita estão alterados, com aspecto “sujo”, prismas de piroxênio semelhantes aos observados disseminados na rocha formam agregados radiados que claramente cortam os demais minerais. A amostra PC-03 contém um xenólito centimétrico de egirina fonolito, uma rocha maciça, equigranular, panxenomórfica de granulação fina. No contato entre as duas rochas forma-se uma camada com cerca de 1 mm, muito rica em piroxênio com hábito semelhante ao observado no restante da rocha, sendo que associados aparecem prismas de normandita, todos eles discordantes aos demais minerais. 3.2.4. Fácies de Lujauritos II. Os lujauritos finos, macroscopicamente, são rochas foliadas, de textura equigranular de granulação fina, semelhantes aos Nefelina Sienitos Traquitóides I, porém com uma quantidade de piroxênio de segunda geração (14%) bem superior ao valor encontrado naquelas rochas (5,7%; cf. TABELA 2) (FOTOMICROGRAFIA 6). Microscopicamente estudou-se uma única amostra (P-134), com textura hipidiomórfica inequigranular. Predomina o feldspato alcalino como cristais subidiomórficos, com geminações Carlsbad e Baveno/Manebach e comprimento usual entre 2,0 e 5,0 mm, mas atingindo até 10 mm, que se destacam da “matriz” e definem a orientação da rocha. A maioria dos cristais, entretanto, são xeno- a subidiomórficos, muitas vezes não geminados, com dimensões inferiores a 1,0 mm. A nefelina é um félsico importante, aparecendo como cristais de dimensões que variam gradualmente desde 1,5 até 0,2 mm. Os cristais maiores são idiomórficos e destacam-se da “matriz”; já os cristais menores são subidio- ou xenomórficos e a compõem juntamente com os cristais menores de feldspato. É abundante também a sodalita, na forma de cristais xenomórficos intersticiais ou mais arredondados com dimensões entre 2,5 e 0,2 mm; mesmo quando maiores, têm como limites de crescimento as faces dos demais cristais. Aparece ainda a albita, sempre inclusa ou junto aos cristais de feldspato. Seus cristais subidio- a xenomórficos são sempre límpidos, com geminação da Lei da Albita mal desenvolvida. O acessório mais importante é a eudialita, que ocorre na forma de cristais com contorno externo irregular intersticiais ou subordinadamente mais poiquilíticos com inclusões de nefelina. Cobrem áreas de aproximadamente 2,0 mm e aparecem concentrados em uma porção da seção, tendo todos orientação ótica semelhante. Outro acessório presente é a gianetita, que aparece como cristais alongados xenomórficos ou mais raramente subidiomórficos, intersticiais aos demais minerais. Fluorita intersticial é muito subordinada. É abundante o piroxênio, na forma de pequenos prismas idiomórficos muito longos, localizados nos contatos intergranulares, que por isso se orientam planarmente segundo a foliação da rocha; onde são mais abundantes cortam as estruturas de feldspato e nefelina. 19 Com papel textural semelhante aparece uma quantidade reduzida de cristais de rinquita idiomórficos, prismáticos, incolores e límpidos, que por vezes formam agregados radiados. Aparece ainda um veio muito fino que corta a seção de um lado a outro, e rompe os demais minerais, inclusive os prismas de piroxênio. Junto a esse veio, os minerais félsicos apresentam-se alterados, com um aspecto sujo. Todas as características acima descritas mostram uma semelhança estrutural e textural muito grande entre os Nefelina Sienitos Traquitóides I e os Lujauritos II, sendo a diferença mais marcante entre eles a quantidade de piroxênio. 3.2.5. Fácies de Lujauritos I. Macroscopicamente um apresenta-se como uma rocha fortemente foliada, com feldspato e nefelina orientados planarmente e rodeados fluidalmente por finas agulhas de piroxênio, contendo ainda eudialita (FOTOMICROGRAFIAS 7 e 8). Segundo Ulbrich (1983), a um observador pouco cuidadoso, essa estrutura assemelha-se à de um “flaser gnaisse”. A rocha é leucocrática e tem textura inequigranular seriada de granulação média-grossa. Ao microscópio foram estudadas 3 amostras (P-223b, PC-02C, PB-01). Predomina o feldspato alcalino, principalmente como cristais tabulares bastante alongados, sempre com geminação Carlsbad, e por vezes com geminação Baveno/Manebach, cujos comprimentos variam entre 15 e 1,5 mm. Estes cristais defininem a orientação da rocha. São freqüentes, sobretudo nos grãos maiores, inclusões de agulhas muito finas de piroxênio, que estão geralmente orientadas segundo duas direções cristalográficas, uma delas subparalela à direção de maior alongamento; segundo estas mesmas direções aparecem microfraturas preenchidas por zeólitas; tanto as agulhas de piroxênio como as microfraturas, quando maiores, mostram-se menos orientadas. A nefelina aparece como grãos idiomórficos, com dimensões variando gradualmente desde 4,0 até 0,1 mm. Quando maiores, os cristais aparecem isolados compondo o arcabouço da rocha juntamente com os cristais de feldspato; quando alongados, esses cristais se mostram concordantes com a foliação. Já os cristais menores formam agregados com aproximadamente 10 cristais que ocupam os interstícios da rocha; estes cristais de nefelina são mais arredondados com contatos mútuos de equilíbrio são freqüentemente observados; raramente, pode-se observar intersticialmente a esses cristais, cristais irregulares de um feldspatóide isótropo de relevo baixo, provavelmente sodalita. Também apresentam inclusões de piroxênio, menos orientadas e maiores que as presentes nos grãos de feldspato alcalino. A alteração dos cristais de nefelina ocorre principalmente a partir da borda, que é gradativamente corroída e substituída por cancrinita e zeólitas. Em algumas porções, que se apresentam fortemente alteradas, feldspato alcalino e nefelina são completamente pseudomorfisados e as características texturais originais são completamente obliteradas. Todas essas características mostram uma grande semelhança na mineralogia félsica dessas rochas e dos chibinitos. 20 A eudialita é o acessório principal, e aparece na forma de cristais intersticiais isolados de dimensões relativamente pequenas (e.g. ~3-4 mm), de contorno xenomórfico, que se cristalizam nos interstícios deixados por feldspato e nefelina de forma a ter como limites de crescimento as faces destes; em uma amostra (PB-01), a eudialita forma um grande cristal, com cerca de 15 mm de tamanho, também intersticial e em alguns locais tendendo a poiquilítico, com inclusões “suspensas” de cristais de nefelina. A sua alteração faz com que se torne pleocróica, desde o incolor até um tom de rosa intenso; com o aumento da alteração, a eudialita é substituída por catapleíta, e em casos extremos por zeólitas e outras fases não-identificadas. É abundante um piroxênio egirínico (25%), que aparece como finos prismas idiomórficos bastante alongados, com dimensões da base próximas de 0,2 mm. Formam folhas, sem orientação linear, que rodeiam “fluidalmente” nefelina e feldspato. No entanto, a observação detalhada mostra que muitas vezes estas folhas não respeitam os contornos dos demais minerais, sendo que os prismas de piroxênio aparecem como “inclusões” junto à borda, sobretudo nos cantos dos cristais de feldspato e nefelina, e por toda a área dos cristais de eudialita; em alguns casos, esses cristais aparecem junto ao plano de geminação dos feldspatos, ou ainda, aproveitando microfraturas presentes nos cristais. Nas porções onde o piroxênio é abundante, feldspato e nefelina encontram-se “corroídos”, sem o contorno idiomórfico típico das porções onde o piroxênio está ausente; desenvolvem-se, em lugar dos minerais félsicos originais, as massas dominadas por zeólitas. A lamprofilita aparece em pequenas quantidades (0,5%) com hábito idêntico ao destes cristais de piroxênio, estando associada ou até mesmo intercrescida com eles. Formam-se agregados radiados compostos pelos dois minerais, que cortam a estrutura dos demais. 3.2.6. Outras rochas. Foram estudadas ainda outras cinco amostras (PC-04A, PC-04B, PC-04D, PC-05D) que não se enquadram nos grupos acima descritos, provenientes da zona de contato dos chibinitos com os Nefelina Sienitos Cinzas do Anel Norte. São tipicamente rochas maciças, com granulação grossa e textura inequigranular panxenomórfica, localmente com tendência porfirítica, dominadas por uma trama de feldspato alcalino e subordinadamente nefelina. Regiões de granulação mais fina com contatos difusos são comuns entretanto. Os maiores cristais de feldspato aparecem incluindo grãos da matriz, principalmente nefelina. Minerais acessórios são muito raros. Essas características petrográficas são claramente diferenciadas em relação às observadas nos tipos aqui descritos, e semelhantes àquelas apresentadas por Ulbrich (1983) e Ulbrich (1984) para os Nefelina Sienitos Cinzas do Anel Norte, rochas de tendência miasquítica que servem como encaixantes do Corpo Lujaurítico-Chibinítico. Nestas rochas, podem ser observados veios monominerálicos de lamprofilita e piroxênio, formados por prismas bastante alongados que se assemelham aos presentes nos 21 Lujauritos e nos Nefelina Sienitos Traquitóides I. São bastante espessos e claramente cortam a estrutura das rochas, por vezes aproveitando contornos dos seus cristais maiores. Estruturas como estas foram descritas por Ulbrich (1984) nas rochas do Taquari, e atribuídas a processos de metassomatismo, denominados informalmente de “egirinização”. O hábito destes cristais é muito semelhante ao do piroxênio II observado na maioria dos fácies descritas. São encontrados ainda raros cristais de eudialita que alteram a mineralogia primária das rochas. Nestes casos, a eudialita tende a formar grandes cristais subidio- a idiomórficos, texturalmente distintos daqueles presentes nas rochas tipicamente agpaíticas, apesar de aparecerem também como cristais muito grandes que ainda assim parecem ser poiquilíticos e concordantes com os demais minerais primários. A eudialita, em algumas áreas, é substituída por catapleíta e outros minerais não-identificados. Nas áreas onde a presença destes veios e cristais é maior, feldspato e nefelina encontram-se substituídos em grandes proporções por zeólitas e outros minerais nãoidentificados, fazendo com que a textura original seja totalmente obliterada. Essas características sugerem que essas encaixantes foram transformadas durante a cristalização das rochas agpaíticas, levando à cristalização de minerais agpaíticos em rochas de afinidade claramente miasquítica. Este fato já havia sido observado por Ulbrich (1984). Capítulo 4: Mineralogia. A mineralogia química dos nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas foi estudada inicialmente por Ulbrich (1983), com atenção especial para os minerais félsicos e máficos mais abundantes. A autora apresenta grande número de dados para feldspatos, nefelinas, piroxênios e anfibólios presentes nas rochas agpaíticas e dados estruturais para os feldspatos. Mais recentemente, tem se detalhado o quimismo de diversos minerais acessórios presentes nas rochas agpaíticas do Maciço (e.g., Gualda, 1996; 1997b; Gualda e Vlach, 1996a; 1997a; 1997b; 1998a; 1998b) com destaque para o estudo dos mecanismos de substituição catiônica e, em parte, para a correlação entre quimismo e características óticas. Neste contexto, nesta monografia será dada ênfase à análise das variações químicas em cristais zonados dos principais minerais máficos e acessórios e à comparação dos resultados obtidos para os diferentes fácies agpaíticos. Os dados aqui apresentados correspondem em parte aos apresentados por Gualda (1997b) e Gualda (1996) aos quais se somam dados inéditos relativos a cerca de 60 análises pontuais de piroxênio, 25 de minerais da série pectolita-serandita, além de mais de uma dezena de perfis analíticos e imagens composicionais de microscopia eletrônica de varredura. 22 A análise buscará integrar o quimismo dos minerais com suas características texturais e microestruturais, com o intuito compreender os diferentes estágios de cristalização dos magmas que deram origem ao corpo do Anel Norte. 4.1. Piroxênio. Os piroxênios correspondem a um dos mais importantes grupos de minerais formadores de rochas ígneas, com uma vasta bibliografia ao seu respeito; revisões de suas características mineralógicas já foram feitas por diversos autores (e.g. Deer et al., 1978; Cameron e Papike, 1981; Ulbrich, 1983). Ulbrich (1983) demonstrou que os piroxênios são os minerais mais importantes para a compreensão da evolução dos magmas do Maciço, já que apresentam maior variabilidade química. Basta dizer que a variabilidade observada pela autora em algumas amostras se compara às encontradas em piroxênios de maciços alcalinos inteiros. Os dados da autora mostram que os piroxênios das rochas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico variam de egirinas quase puras a egirina-augitas com mais de 0,70 cátions de Na por fórmula unitária (p.f.u.); os teores de Ti e Mn raramente ultrapassam 0,05 átomos p.f.u., com valores máximos próximos a 0,15. Entre as relações de substituição que explicam as variações químicas encontradas, extensivamente discutidas pela autora, a principal substituição é do tipo: [Ca]M2 + [Fe2+, Mg, Mn]M1 ⇔ [Na, K]M2 + [Fe3+, Al]M1 Eq. 2 às quais se somam as substituições responsáveis pela entrada dos íons tetravalentes (Ti e Zr) no sítio M1. Segundo Ulbrich (1983), para teores de Ti < 0,05 cátions p.f.u.), a reação de substituição mais importante seria: [Fe3+, Al]M1 + [Si]T ⇔ [Ti, Zr]M1 + [Fe3+, Al]T Eq. 3 enquanto que para teores superiores de Ti, uma reação alternativa seria: [Fe3+, Al]M1 ⇔ [Ti, Zr]M1 + [Fe2+, Mg, Mn]M1 Eq. 4 As principais características das duas gerações de piroxênio identificadas são apresentadas e discutidas em separado a seguir. 4.1.1. Piroxênio I. A primeira geração de piroxênios é caracterizada por grandes cristais subidiomórficos poiquilíticos, contendo abundantes inclusões de nefelina e subordinadamente feldspato alcalino. São típicos dos Chibinitos (FOTOMICROGRAFIA 9). O aspecto textural geral lembra uma textura cumulática, com feldspato alcalino e nefelina correspondendo às fases cumulus, e piroxênio à fase intercumulus.A análise textural destes cristais permite em geral identificar duas zonas com características bem distintas. A primeira delas, dominante, é marcada pelo pleocroismo acentuado em tons de verde bandeira intenso a bege e um zoneamento concêntrico gradual. Nestas porções, quando o piroxênio envolve cristais de nefelina e feldspato, o faz de forma “passiva”, ou seja, se 23 Fotomicrografia 9: Cristal poiquilítico de Fotomicrografia 10: Cristal subidiomórfico Piroxênio I (castanho e verde) dos de Piroxênio I dos Chibinitos (amostra PC- Chibinitos (amostra PC-01D), incluindo 01D). Polarizadores cruzados. Objetiva de cristais de nefelina e feldspato alcalino (tons de cinza). Polarizadores cruzados. Fotomicrografia 11: Cristal poiquilítico de Fotomicrografia Piroxênio I de Chibinitos da zona de contato subidiomórfico, poiquilítico de Piroxênio I com os Nefelina Sienitos Cinzas do Anel dos Nefelina Sienitos Traquitóides II Norte (amostra PC-05’A), incluindo e (amostra PC-01E), em matriz de feldspato substituindo cristais de feldspato alcalino e alcalino e nefelina. Polarizadores cruzados. nefelina. Polarizadores cruzados. Objetiva 12: Cristal 1,0 mm 1,0 mm 0,5 mm 1,0 mm acomoda aos interstícios deixados por estes minerais. A segunda zona, periférica, apresenta um padrão pleocróico menos acentuado em que dominam os tons de bege e zoneamento concêntrico oscilatório - bem marcado por cores de pleocroísmo e de interferência - que acompanha as faces de crescimento idiomórficas do cristal. Ao contrário, do que ocorre com a zona central, observa-se que o piroxênio nas bordas quase sempre tem inclusões e que tipicamente interage e corta nefelina e feldspato inclusos; de fato, as texturas sugerem que seu crescimento se dá, em parte, às expensas destes últimos. O contraste entre essas duas porções é registrado nas FOTOMICROGRAFIAS 9 e 10. Na FOTOMICROGRAFIA 10, que corresponde a um tipo diferenciado pela inexistência de inclusões, percebe-se que a porção periférica avança sobre os cristais de feldspato e formam-se “inclusões” irregulares, bastante distintas das encontradas no cristal da FOTOMICROGRAFIA 9. As características texturais apontadas permitem, por um lado, inferir que os cristais de piroxênio iniciaram sua cristalização depois de feldspato e nefelina e, por outro, que cresceram em pelo menos dois estágios distintos; primeiro formaram-se as porções internas; posteriormente, possivelmente por sobrecrescimento, formaram-se as porções periféricas, já não respeitando os interstícios da rocha. Os resultados da análise da variabilidade química em detalhe (perfis analíticos e imagem composicional) do cristal da FOTOMICROGRAFIA 10 são sumarizados na FIGURA 4. A análise da figura mostra, na área central da imagem, a presença de um pequeno núcleo irregular com tonalidade homogênea mais clara, significativamente mais rico em Ca, Mg, Mn, Fe2+ e Zr e empobrecido nos demais elementos, separado das regiões adjacentes por um contato brusco; trata-se, sem dúvida, de um núcleo primitivo residual parcialmente preservado sobre o qual se desenvolveu o restante do cristal. No restante da porção central percebe-se que as variações químicas são graduais e definidas pelo aumento de Na, Fe3+, Ti e Al em direção à borda, em oposição à diminuição de Ca, Mg, Mn, Zr e, possivelmente, Fe2+. Na zona periférica, nota-se marcada mudança no padrão de zoneamento, denunciado, por exemplo, por máximos nos teores de Ti e Mg, bem como pela mudança no comportamento de elementos como Mn e Al, que passam a aumentar em direção à borda. Na FIGURA 5 apresenta-se um detalhamento destas variações químicas: observa-se na imagem eletrônica que existem pelo menos 6 camadas composicionais sucessivas bem marcadas com larguras distintas; em cada camada, a tonalidade de cinza se torna gradativamente mais clara, até que ocorre uma mudança brusca para tons mais escuros, iniciando-se uma nova camada. Quimicamente esta variação é bem evidenciada pelo comportamento do Ti: dentro de uma camada, seus teores decrescem em direção à borda, segundo um padrão oscilatório, "serrilhado", até que se atinge o contato com a camada seguinte, onde os teores aumentam bruscamente. Al e, em parte, Na, Mn e Fe2+ apresentam comportamento similar, enquanto um padrão oposto é característico para Ca, Mg e Fe3+. 25 1.00 Nº Cátions (p.f.u.) FeIII 0.75 Ti Fe 0.50 Mn Mg 0.25 Ca Na 0.00 -750 -600 -450 -300 -150 0 Posição (µm) 150 300 450 600 750 0.35 Al Nº Cátions (p.f.u.) 0.28 Ti Zr 0.21 Fe 0.14 Mn Mg 0.07 Ca 0.00 -750 -600 -450 -300 -150 0 Posição (µm) 150 300 450 600 750 1700µm Figura 4: Perfil analítico quantitativo (passo de ~15µm) e imagem de elétrons retro-espalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio I da 26 amostra PC-01D. 1.00 Al Nº Cátions (p.f.u.) 0.75 Ti Zr Fe 0.50 Mn Mg Ca Na 0.25 Ce Fe3 Fe2 0.00 0 50 100 150 200 Posição 250 300 0.20 Nº Cátions (p.f.u.) 0.15 Al Ti 0.10 Zr Mn Mg Ca 0.05 Ce 0.00 0 50 100 150 200 Posição 250 300 350µm Figura 5: Perfil analítico quantitativo (passo de ~1µm) e imagem de elétrons retro-espalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio I da 27 amostra PC-01D. É notório também que as 2 primeiras camadas são mais espessas e melhor definidas; em direção à borda, a espessura das camadas seguintes é muito menor e mais variável, com padrões de variação química algo mais difusos. Adicionalmente, as correlações catiônicas parecem ser mais complexas, como o caso do comportamento contrastado do Ca nas duas camadas mais espessas: na mais externa ele aumenta com a diminuição de Ti e na mais interna apresenta correlação imprecisa, localmente chegando a diminuir com o Ti. Outra constatação importante é a de que junto ao início do perfil da FIGURA 5 observase uma camada semelhante àquelas que compõem a parte externa do cristal; no entanto, o padrão de variação química é um pouco distinto do encontrado nestas: o aumento simultâneo nos teores de Ca, Mg, Fe2+ e Ti (em parte também Al) paralelo à diminuição de Na e Fe3+ é evidente, em contraposição ao comportamento antagônico de Ca e Ti na porção periférica. Situação semelhante é observada na porção de contato da parte interna com a externa. O fato do comportamento observado para o Ti na porção central ser o inverso do observado para elementos bivalentes como Mg, Mn e possivelmente Fe2+ leva a conclusão de que, na zona central, o Ti não deve estar sendo incorporado através de um mecanismo de substituição como da Eq. 4, em que estes elementos substituem conjuntamente cátions trivalentes, principalmente o Fe3+. Por outro lado, na zona periférica do cristal, Ti, Fe2+ e Mn têm padrões de variação paralelos, indicando a atuação de substituições como as descritas pela Eq. 4. Essas deduções corroboram as conclusões de Ulbrich (1983) relativas à atuação dos mecanismos descritos pelas Eq. 2 e 3, respectivamente. A partir do exposto, fica claro que as diferenças entre as duas zonas do cristal estão relacionadas a diferenças bem marcadas dos padrões de variação da maioria dos elementos, bem como a mudanças nos mecanismos de substituição atuantes. Essas características reforçam a tese de que as zonas interna e periférica dos cristais de piroxênio dos Chibinitos formaram-se em condições significativamente distintas. A variação observada no núcleo dos cristais, de caráter gradual com uma variação gradual desde termos mais ricos em Ca e íons bivalentes (Na ~ 0,67 cátions p.f.u.) até termos ricos em Na e Fe3+ (Na ~ 0,89 cátions p.f.u.), é compatível com mecanismos de diferenciação convencionais, sugerindo que essa zona cresceu no estágio magmático principal. Os padrões oscilatórios observados na porção periférica com variações muito acentuadas, aliados às informações texturais parecem indicar, em contrapartida, um ambiente de cristalização distinto, bem mais instável para formação das zonas periféricas, possivelmente sobrecrescidas sobre a zona interna. Neste contexto, a camada isolada na porção mais interna do cristal, bem como a de contato entre as duas porções poderia representar a interação do líquido mais tardio com o cristal já existente, resultando em um padrão distinto daquele obtido pela cristalização direta a partir do líquido original. 28 Algumas das rochas da região de contato com os Nefelina Sienitos Cinzas apresentam características texturais e microestruturais bastante peculiares, aparecendo cristais de eudialita com mais de 10 mm de diâmetro com escassas inclusões de piroxênio, veios localizados de piroxênio da segunda geração textural, e ainda cristais de piroxênio significativamente distintos dos demais observados no Corpo. Nas FIGURAS 6 e 7 são apresentados os resultados obtidos para piroxênios que, apesar de distintos texturalmente, apresentam perfis composicionais semelhantes aos discutidos acima. No cristal da FIGURA 6, aparece a região periférica enriquecida em Ti, porém não se observa padrão oscilatório típico. Já na FIGURA 7, não se observa a zona periférica característica, mas o perfil composicional é muito semelhante ao da zona central dos demais casos. A granulação bastante grossa dessa rocha e sua heterogeneidade textural por um lado, e a semelhança nos padrões de zoneamento sugerem que estas rochas possam corresponder a variedades pegmatóides dos Chibinitos. Na amostra PC-05’A, também coletada na região de contato com os Nefelina Sienitos Cinzas, um cristal de piroxênio "poiquilítico" apresenta manchas com tons bege e com formas idênticas às de cristais de nefelina e feldspato idiomórficos (FOTOMICROGRAFIA 11); em outros cristais, essas manchas são incompletas, observando-se contatos interpenetrados entre piroxênio e inclusões de feldspatos alterados. Esta observação sugere que feldspato e nefelina são consumidos quando da cristalização do piroxênio. Resultados químicos para duas zonas deste cristal são apresentados na FIGURA 8 e revelam duas composições contrastadas: a primeira delas corresponde às porções mais preservadas dos cristais, com composição dentro do intervalo observado para o núcleo dos piroxênios dos chibinitos normais; as porções com tons mais amarelos, por sua vez, são mais heterogêneas e mostram-se muito enriquecidas em Na (e.g. >0,95 cátions p.f.u.); estas correspondem as egirinas mais puras observadas nas rochas do corpo LujauríticoChibinítico. Tais piroxênios são, por vezes, muito rico em Ti, seja nas porções com tons amarelos, seja nas preservadas; mas, em ambos os casos, a coloração das zonas ricas em Ti apresenta cores mais pálidas. Conclui-se que estes devam ser os últimos piroxênios que cristalizam, certamente sob condições subsolidus, através da interação de líquidos residuais com os minerais já existentes. Uma característica marcante destes piroxênios é o teor de Zr abaixo do limite de detecção da metodologia utilizada, fato observado somente nas zonas mais periféricas dos cristais das FIGURAS 6 e 7. Seria natural admitir, portanto, que as zonas externas presentes nos piroxênios dos Chibinitos tenham sido formados sob condições análogas. Nos Nefelina Sienitos Traquitóides II os cristais de piroxênio aparecem com formas semelhantes aos dos Chibinitos, porém são usualmente menores e mais idiomórficos (FOTOMICROGRAFIA 12); como nos Chibinitos, o piroxênio parece substituir a nefelina e o 29 0.25 Nº Cátions (p.f.u.) 0.20 Ti Zr 0.15 Al Fe 0.10 Mn Mg Ca 0.05 0.00 -315 -250 -185 -120 -55 10 75 140 205 270 Posição (µm) 0.25 Nº Cátions (p.f.u.) 0.20 Ti 0.15 Zr Al Fe 0.10 Mn Mg 0.05 Ca 0.00 0 65 130 195 260 Posição (µm) 30 Figura 6: Perfis analíticos quantitativos (passos de ~20µm, acima e ~15µm, abaixo) e fotomicrografia obtidos em cristal de Piroxênio I da amostra PC-05D. 1.00 Ti 0.75 Zr Al FeIII 0.50 Fe Mn Mg 0.25 Ca Na 0.00 -660 -440 -220 0 220 440 0.25 0.20 Ti 0.15 Zr Al Fe 0.10 Mn Mg 0.05 Ca 0.00 -660 -440 -220 0 220 440 Figura 7: Perfil analítico quantitativo (passo de ~30µm) e fotomicrografia obtidos em cristal de Piroxênio I da amostra PC-05D. 31 Nº Cátions (p.f.u.) 1.00 Ti 0.75 Zr Al FeIII 0.50 Fe Mn Mg 0.25 Ca Na 0.00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Análise 10 12 11 13 14 15 16 17 0.25 Nº Cátions (p.f.u.) 0.20 Ti Zr 0.15 Al Fe 0.10 Mn Mg Ca 0.05 0.00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Análise 10 12 11 13 14 15 16 17 ♦6 ♦8 ♦7 ♦17 ♦4 ♦5 ♦12 ♦16 ♦10 ♦9 ♦2 ♦1 ♦3 ♦15 ♦14 ♦13 ♦11 200µm 800µm Figura 8: Perfil de variação de análises químicas em diferentes pontos de dois cristais de Piroxênio I da amostra PC-05'A; pontos localizados nas imagens 32 composicionais de elétrons retro-espalhados. feldspato inclusos, observando-se contatos interpenetrados e extensões tardias de piroxênio cortando os demais minerais. Ao contrário do que ocorre nos chibinitos, entretanto, os cristais destas rochas não mostram zoneamento tão marcado ao microscópio petrográfico. A análise dos dados disponíveis sugere a existência de zoneamento concêntrico nos cristais, que variam gradativamente de termos mais cálcicos (Na ~ 0,77 c.p.f.u.) a termos mais sódicos (Na ~ 0,85 c.p.f.u.), com intervalo pouco mais restrito que o observado nos cristais de Chibinitos. Junto à borda ocorre um enriquecimento em Ti, atingindo valor de 0,053 c.p.f.u., similar o enriquecimento periférico típico dos Chibinitos. De uma maneira geral, os piroxênios presentes nos Nefelina Sienitos Traquitóides II são semelhantes textural- e composicionalmente aos encontrados nos Chibinitos, porém são mais simples e possivelmente cristalizaram em um intervalo de temperatura mais reduzido. 4.1.2. Piroxênio II A segunda geração textural de piroxênios aparece como pequenos prismas idiomórficos bem alongados. É típica dos fácies de Lujauritos I e II e dos Nefelina Sienitos Traquitóides I. Segundo Ulbrich (1983) e Ulbrich (1984) estes cristais se agregam em "folhas" sem orientação linear que rodeiam fluidalmente os cristais de feldspato alcalino e nefelina. No entanto, algumas características texturais de detalhe sugerem invariavelmente relações de corte entre os prismas de piroxênio e os demais minerais, sobretudo feldspato e nefelina (FOTOMICROGRAFIA 13); além disso, os cristais não se localizam apenas em contatos intergranulares, mas em todo tipo de descontinuidade, como planos de geminação de feldspatos e microfraturas (FOTOMICROGRAFIA 14), sendo mais desenvolvidos em porções mais fortemente alteradas (FOTOMICROGRAFIA 15). Em outros casos, formam-se agregados radiados que cortam os demais minerais (FOTOMICROGRAFIA 16). É importante notar adicionalmente que o piroxênio II aparece sempre associado a zeólitas formadas pela alteração dos minerais félsicos; na FOTOMICROGRAFIA 17, observa-se que apenas na porção alterada de um cristal de nefelina aparecem prismas de piroxênio. Este conjunto de evidências sugere que o piroxênio II se formou em grande parte em condições pósmagmáticas, concomitantemente à geração de zeólitas. Nas rochas provenientes do contato com os Nefelina Sienitos Cinzas, observa-se freqüentemente a formação de verdadeiros veios e massas mais irregulares formadas por inúmeros prismas e agulhas de piroxênio II (FOTOMICROGRAFIA 28), uma característica observada por Ulbrich (1984) nas rochas agpaíticas da região do Taquari, na porção Leste do Maciço, e atribuída a processos de “egirinização” pós-magmáticos. Finalmente, nos Chibinitos, os cristais desta geração formam prismas subidiomórficos de dimensões reduzidas, que normalmente estão associados a zeólitas e aos produtos de alteração de nefelina. 33 Fotomicrografia 13: Cristal de nefelina (ao Fotomicrografia 14: Cristais de Piroxênio centro) alterado nas bordas por zeólitas e Il dos Lujauritos I (amostra P-223b) cortado por longos prismas de Piroxênio II desenvolvendo-se em descontinuidades nos Lujauritos I (amostra P-223b). da rocha, localmente associados a zeólitas. Polarizadores cruzados. Objetiva de 2,5x; Polarizadores cruzados. Objetiva de 2,5x; Fotomicrografia 15: Agregados radiados Fotomicrografia 16: Piroxênio II e de Piroxênio II de Nefelina Sienitos lamprofilita (amarela) intercrescidos Traquitóides I (amostra PC-03’A) formando agregado radiado nos Lujauritos I desenvolvendo-se a partir de fraturas na (amostra P-223b). Polarizador inferior. rocha. Polarizadores cruzados. Objetiva de 1,0 mm 1,0 mm 1,0 mm 1,0 mm Os resultados microanalíticos obtidos permitem separar dois grupos principais de piroxênios II. O primeiro deles é caracterizado por teores baixos de Ca, Mg, Fe2+ e Zr, e altos em Na (> 0,85 cátions p.f.u.), Fe3+ e Ti (> 0,04 cátions p.f.u.) (FIGURA 9); pertencem a esse grupo os cristais analisados dos Chibinitos, das rochas do contato com os Nefelina Sienitos Cinzas e, em parte, dos cristais dos Lujauritos I. 0 ,0 8 1 ,9 y = - 0 ,9 1 4 2 x + 1 ,8 6 8 9 2 R = 0 ,9 8 7 7 1 ,7 ( p .f .u .) PC-01D (Chibinito) 3+ 0 ,0 4 PC-05D (Contato com NeS Cz) PC-03 (NeS Traq I) 1 ,5 N a + Fe T i ( p .f .u .) 0 ,0 6 P-134 (Lujaurito II) P-134 (Perfil) 1 ,3 0 ,0 2 P-223b (Lujaurito I) 1 ,1 0 0 0 ,1 0 ,2 0 ,3 0 ,4 0 C a ( p .f .u .) 0 ,2 0 ,4 Ca+ M g+ Fe 2+ 0 ,6 0 ,8 ( p .f .u .) Figura 9: Diagramas binários para cristais de Piroxênio II de rochas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. O quimismo dos piroxênios deste grupo presentes é semelhante ao observado nas porções periféricas dos cristais de Piroxênio I; parece natural, portanto, concluir que ambos cristalizaram contemporaneamente, fato que reforça a tese de formação tardia destas zonas periféricas, já que a associação dos cristais de Piroxênio II com produtos de alteração de nefelina e feldspato indica claramente o seu caráter pós-magmático. O segundo grupo corresponde aos cristais presentes nos Lujauritos II, nos Nefelina Sienitos Traquitóides I e em parte dos presentes nos Lujauritos I. As composições obtidas são tipicamente mais ricas em Ca, Mg, Fe2+ e Zr e pobres em Na (~0,85 a 0,65 cátions p.f.u.), Fe3+ e Ti e, neste sentido, se assemelham às composições do piroxênio de cristalização magmática precoce; entretanto, esta dedução não é compatível com as evidências texturais acima apresentadas. Os resultados químicos obtidos para um cristal de piroxênio zonado da amostra P-134, um típico Lujaurito II, são apresentados na FIGURA 10. Percebe-se que seu núcleo tem composições bastante ricas em Ca; de fato algumas delas são as mais cálcicas de todo o Corpo Lujaurítico-Chibinítico (Na ~ 0,65 c.p.f.u.); na borda, o cristal se torna mais rico em Na, Fe3+ e Ti, mostrando semelhança com o padrão encontrado nos cristais do primeiro grupo. Este padrão sugere que, qualquer que tenha sido o momento em se procedeu a cristalização deste núcleo, esta precedeu a cristalização da periferia dos cristais de Piroxênio I bem como a cristalização dos cristais de Piroxênio II dos Chibinitos. 35 1.00 Ti Nº Cátions (p.f.u.) 0.75 Zr Al FeIII 0.50 Fe Mn Mg 0.25 Ca Na 0.00 Posição 0.35 Nº Cátions (p.f.u.) 0.28 Ti 0.21 Zr Al Fe 0.14 Mn Mg 0.07 Ca 0.00 Posição 160µm Figura 10: Perfil analítico quantitativo (passo de ~15µm) e imagem de elétrons retro-espalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio II 36 da amostra P-134. Ainda mais surpreendente é o comportamento dos dois cristais analisados nos Lujauritos I; apesar de ambos serem adjacentes (cf. FOTOMICROGRAFIA 16), um deles apresenta composições semelhantes aos cristais do primeiro grupo, enquanto as do outro são mais próximas às composições do segundo grupo, indicando variações composicionais pouco sistemáticas. Torna-se difícil, portanto, compatibilizar os dados petrográficos e químicos obtidos e não há como traçar panoramas simples para a evolução destes minerais; de qualquer forma, as evidências petrográficas parecem fortes e prefere-se aqui admitir que este segundo grupo se formou igualmente em estágios pós-magmáticos. É importante ressaltar que os cristais analisados nos Nefelina Sienitos Traquitóides I apresentam-se associados a anfibólios, mas as relações texturais não são claras; são ainda assim, significativamente distintos do piroxênio II mais típico, acreditando-se que sejam de geração magmática (cf. FOTOMICROGRAFIA 19). 4.2. Eudialita. Os minerais do grupo da eudialita compõem um grupo muito complexo. São zirconossilicatos ricos em Na, Ca, Fe, com teores apreciáveis de vários outros elementos como Mn, Sr e Nb. Estruturalmente são ciclossilicatos mistos caracterizados por folhas de anéis de 3 e 9 tetraedros de Si (ou 10, com um tetraedro central nos anéis nônuplos); ligando cada uma dessas folhas aparecem Ca, Zr e Fe; o Na ocupa diversos sítios irregulares formando uma estrutura em parte semelhante à encontrada em zeólitas (cf. Giuseppetti et al., 1971 e referências lá citadas). As variações químicas são contínuas e oriundas de uma mudança na configuração do sítio ocupado pelo Fe, que alterna coordenações 4 e 5; quando em coordenação 5, os sítios M2 piramidais levam à formação de dois sítios novos, M1 e M3, inexistentes quando os sítios do Fe têm coordenação 4, em que são incorporados respectivamente Ti, Zr e Nb, e Na, Sr e ETR (Pol’shin et al., 1991). As variações simultâneas de composição e estrutura destes minerais tornam bastante difícil a sua compreensão em detalhe, o que dificulta representar suas variações químicas por meio de relações de substituição simples; estes fatores fazem com que ainda hoje seja alvo de discussão, por exemplo, a melhor forma de se calcular as fórmulas mínimas e estruturais destes minerais (Gualda, 1996; Gualda e Vlach, 1996b; Johnsen e Gault, 1997). Os minerais deste grupo são os mais importantes indicadores do caráter agpaítico dos nefelina sienitos do Maciço (Ulbrich, 1984), estando presentes em todos os tipos agpaíticos estudados por Gualda (1996) e Gualda (1997a e 1997b). Segundo Gualda (1996) e Gualda e Vlach (1996a), os minerais do grupo da eudialita são incolores ou pleocróicos em tons de rosa, de relevo moderado positivo, e cores de interferência e sinal ótico variáveis; com base nestes parâmetros, podem ser separadas três variedades principais de eudialita: (I) incolor, com cores de interferência variáveis em tons de cinza e sinal ótico positivo; 37 (II) incolor, com cores de interferência variáveis em tons de azul anômalo e sinal ótico negativo; (III) pleocróica, com cores de interferência amareladas ou azuladas, de sinal ótico indeterminado. As variedades I e II usualmente coexistem em um mesmo cristal, formando complexos padrões de zoneamento, ora tipicamente setorial (FOTOMICROGRAFIA 20); ora em ampulheta ou ainda concêntricos (FOTOMICROGRAFIAS 21 e 22). A terceira variedade aparece tipicamente junto a planos de fratura e constitui um produto de alteração parcial das anteriores. Gualda (1996) e Gualda e Vlach (1996a) mostram também que nas eudialitas de Poços de Caldas existe uma correlação entre as características óticas e a composição química, como já sugerido por Pol’shin et al. (1991), que pode ser ilustrada pelas variações observadas no cristal da FIGURA 11, proveniente do fácies de Lujauritos I: a variedade I domina o centro do cristal, sendo mais rica em Fe; em direção à borda, os teores de Fe caem rapidamente, formando um patamar na porção dominada pela variedade 2, com simultâneo aumento nos teores de Mn, Nb e Sr; finalmente, os teores de Fe atingem valores mínimos na porção também da variedade II, mas com cor de interferência branca, sendo que os teores de Mn, Nb e Sr mais uma vez sobem acompanhando a diminuição do Fe. Este padrão de variação pode ser explicado por um aumento no número de sítios M1, M2 e M3 com a cristalização, o que levaria a um aumento nos teores de Nb e Sr sem diminuição de outros elementos; o aumento de Mn pode ser interpretado como função de uma maior compatibilidade entre o Mn e os sítios M2 relativamente aos sítios do Fe convencionais. Recentemente a existência de correlação entre o quimismo e as características óticas foi colocada em dúvida por Johnsen e Gault (1997), porém parece difícil aceitar tal questionamento frente às evidências ora apresentadas. 0 ,4 5 N b ( p .f .u .) 0 ,3 5 0 ,3 0 2 = 0 ,5 7 5 R 2 = 0 ,9 4 4 R 2 = 0 ,7 4 5 R 2 = 0 ,7 7 2 R 2 = 0 ,8 6 0 R 2 = 0 ,6 7 4 R 2 = 0 ,9 6 6 R 2 = 0 ,5 5 4 R 2 = 0 ,9 0 7 R 2 R R 1 ,5 R 2 = 0 ,9 0 5 = 0 ,9 2 6 R 2 = 0 ,9 5 3 2 = 0 ,8 3 3 R 2 = 0 ,5 2 9 2 = 0 ,2 2 7 R 2 = 0 ,9 5 9 M n ( p .f .u .) 0 ,4 0 1 ,8 R 0 ,2 5 0 ,2 0 1 ,2 0 ,6 0 ,7 0 ,8 S r ( p .f .u .) 0 ,9 1 1 ,1 PC-03'A NeS Traq. I PC-01D Chibinito PC-05D Contato com NeS Cinzas 0 ,6 0 ,5 PC-03 NeS Traq. I P-53a NeS Traq. II 0 ,1 5 0 ,4 P-134 Lujaurito II PC-03'C NeS Traq. II 0 ,9 0 ,1 0 P-223b Lujaurito I 0 ,4 0 ,9 1 ,4 1 ,9 2 ,4 F e ( p .f .u .) Figura 12: Diagramas binários para cristais de eudialita de rochas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. 38 6.00 Zr Nº Cátions (p.f.u.) 4.50 Fe Mn 3.00 Ca Sr 1.50 Nb 0.00 -420 -315 -210 -105 0 105 210 Posição (µm) 315 420 525 630 735 2.50 Al Ce Nº Cátions (p.f.u.) 2.00 Fe Mn 1.50 Mg Ca 1.00 Sr K 0.50 Nb Cl 0.00 0 250 500 750 Posição (µm) 1000 1250 1500 2400µm Figura 11: Perfil analítico quantitativo (passo de ~30µm) e imagem de elétrons retro-espalhados em modo composicional obtidos em cristal de eudialita da 39 amostra P-223b. Fotomicrografia 17: Cristal de nefelina Fotomicrografia 18: Cristal de Piroxênio II parcialmente alterado por zeólitas e dos Lujauritos II (amostra P-134) cortado Piroxênio II nos Lujauritos I (amostra P- por venulação zeolítica, onde é substituído 223b). Polarizadores cruzados. Objetiva de por piroxênio com cor amarela. Polarizador Fotomicrografia 19: Cristais poiquilíticos Fotomicrografia 20: Cristal poiquilítico de de contorno xenomórfico de eudialita (azul ) contorno xenomórfico de eudialita em e anfibólio (verde) em Nefelina Sienitos Lujauritos II (amostra P-134). O cristal é Traquitóides I (amostra PC-03). zonado setorialmente, apresentando Polarizadores cruzados. Objetiva de 5x; porções com cores de interferência em tons de azul e cinza variáveis. Polarizadores cruzados. Objetiva de 10x; 1,0 mm 0,25 mm 0,5 mm 0,25 mm Fotomicrografia 21: Cristal de eudialita Fotomicrografia 22: Cristal intersticial de dos Lujauritos I (amostra P-223b) eudialita dos Lujauritos I (amostra P-223b) apresentando zoneamento em ampulheta, mostrando porções centrais com cores de com porções de cores de interferência em interferência em tons de cinza e porções tons de cinza compondo a ampulheta, e periféricas em tons de azul. Polarizadores porções com cores de interferência em tons de azul envolvendo-a. Polarizadores Fotomicrografia 23: Cristal intersticial de Fotomicrografia 24: Cristais intersticiais eudialita (incolor, relevo alto) dos Chibinitos de eudialita e Piroxênio I em Chibinitos (amostra PC-01D) exibindo porções com (amostra PC-01D) com comportamento pleocroismo em tons de rosa junto a textural muito semelhante. Polarizador fraturas. Polarizador inferior. Objetiva de 0,5 mm 1,0 mm 0,5 mm 1,0 mm As relações observadas no cristal da FIGURA 11 são também encontradas nos demais cristais analisados, como indicado pelos diagramas da FIGURA 12, que incluem todos os dados disponíveis para amostras do Corpo Lujaurítico-Chibinítico. Percebe-se na figura que, sobretudo no que tange às variações nos teores de Fe e Mn, os cristais presentes nos Lujauritos e nos Chibinitos apresentam um intervalo de variação mais amplo que os demais, atingindo termos mais ricos em Mn e mais pobres em Fe. Além disso, a eudialita destes fácies tende a ser enriquecida em Nb em relação ao Sr quando comparada à eudialitas presente nos demais. Texturalmente, a eudialita aparece em geral como grandes cristais poiquilíticos, de contorno externo predominantemente xenomórfico, que se amoldam aos interstícios entre os cristais de feldspato e nefelina, por vezes incluindo-os (FOTOMICROGRAFIAS 19, 20 e 23), o que resulta em aspectos muito semelhantes aos dos cristais de Piroxênio I dos Chibinitos (FOTOMICROGRAFIA 24); estes cristais se estendem por áreas com diâmetro superior a 10 mm mantendo continuidade ótica. Nos Lujauritos I, os cristais de eudialita são usualmente menores, mais tipicamente intersticiais (FOTOMICROGRAFIA 22). As características texturais sugerem que a cristalização de eudialita foi contemporânea à dos núcleos dos cristais de Piroxênio I; os limites de crescimento dos cristais de eudialita respeitam as faces dos cristais de nefelina e feldspato, inclusive respeitando os contornos originais de cristais de feldspato e nefelina parcialmente alterados (FOTOMICROGRAFIA 21); estas observação sustentam a sugestão de cristalização magmática da eudialita. Apesar dos padrões de irregulares de zoneamento, a variedade I tende a se localizar nas porções mais centrais dos cristais, enquanto a variedade II tende a ser mais periférica; esta relação é mais clara nos Lujauritos I, onde se formam verdadeiros zoneamentos concêntricos; no restante dos fácies, as relações são na maioria dos casos duvidosas, sendo possível que as duas variedades sejam, em realidade, contemporâneas. Outra interpretação possível é que a variedade II formou-se em substituição à variedade I, esta última representando porções mais restritas preservadas; o fato da variedade II ser mais rica em Mn parece apoiar tal interpretação, uma vez que o mesmo padrão é observado na periferia dos cristais de Piroxênio I. Adiante (item 4.4), será argumentado que este líquido tardio foi também mais rico em Nb, um suporte adicional para a idéia. De qualquer forma, aceita uma interpretação deste tipo, a eudialita seria primária e teria sido alterada posteriormente. As condições sob as quais ocorreu esta alteração foram distintas e seguramente anteriores àquelas que resultaram na eudialita III. 4.3. Pectolita. A pectolita é um silicato de Na, Ca e Mn relativamente simples com fórmula geral Na(Ca, Mn)2Si3O8. Pertence ao grupo estrutural dos piroxenóides, com estrutura isomórfica à da wolastonita. Através da substituição de Ca por Mn forma uma série de solução sólida 42 completa com a serandita; termos intermediários costumavam ser denominados de schizolita, porém tal denominação foi abandonada (Deer et al, 1978; Takéuchi et al., 1976). A pectolita é incolor ou levemente pleocróica em tons tênues de rosa e tem relevo alto positivo; a birrefringência é alta, atingindo cores rosadas de 2ª ordem; é biaxial com sinal positivo. Mostra sempre uma clivagem perfeita, ao longo da qual quase sempre se encontra um material opaco, não identificado, de alteração. Como destacam Gualda e Vlach (1997b), a pectolita é um mineral comum e relativamente abundante na maioria das rochas agpaíticas do Maciço. As composições obtidas variam entre Pe84Se11 e Pe52Se44, com teores entre 1 e 2% da molécula ferrosa. As demais variações químicas podem ser descritas por substituições do tipo: Ca, Mn, Sr ⇔ Na, ETR Eq. 5 Nas rochas estudadas, a pectolita aparece apenas nos Chibinitos, em cristais xenomórficos intersticiais, texturalmente comparáveis aos cristais de eudialita (FOTOMICROGRAFIAS 25 e 26). A interpretação adotada considera que ambas as fases formaram-se concomitantemente na história de cristalização, ao final do estágio magmático. Interessante é reafirmar que a pectolita costuma aparecer em áreas onde não aparecem cristais de eudialita; é muito raro observar os dois minerais dividindo uma mesma porção intersticial da rocha. Três cristais de pectolita da amostra PC-01D foram estudados em detalhe, sendo os resultados apresentados na FIGURA 13 e, em todos eles, as variações químicas realmente importantes estão restritas aos teores de Ca, Mn e, em menor proporção, Fe. A análise das imagens eletrônicas obtidas permite separar três zonas distintas nos cristais considerados, com relações entre si mais claras no cristal da imagem maior da FIGURA 13. A primeira delas tem tonalidade mais clara e se localiza junto ao núcleo do cristal; seu contorno é dado por formas retilíneas bem definidas, sugerindo que se formou ocupando um interstício da rocha e certamente corresponde a um cristal primário. São estas as porções mais ricas em Mn do cristal. Como manto parcial sobre esta porção, em contato algo irregular, aparece uma porção de tonalidade mais escura, que se estende até o contato com os cristais de feldspato adjacentes; a sua composição corresponde à mais rica em Ca do cristal. Finalmente, na parte superior esquerda do cristal aparece uma zona de tonalidade intermediária, que avança sobre a porção escura seguindo planos de clivagem do cristal, sugerindo que se formou a partir da substituição das fases pré-existentes. 43 Nº Cátions (p.f.u.) 3.00 2.50 Mn 2.00 Ca Na 1.50 1.00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Análise 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Nº Cátions (p.f.u.) 0.12 0.09 Ti Fe 0.06 Mg Sr 0.03 Ba 0.00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Análise 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 ♦3 25 380µm ♦25 ♦2 ♦1 ♦24 ♦7 ♦4 ♦8 ♦5 ♦23 ♦6 ♦22 700µm ♦16 ♦21 ♦17 ♦15 ♦14 ♦9 ♦18 ♦13 ♦19 ♦10 ♦20 ♦11 ♦12 650µm Figura 13: Perfil de variação de análises químicas em diferentes pontos de três cristais de pectolita da amostra PC-01D; pontos localizados nas imagens 44 composicionais de elétrons retro-espalhados. Fotomicrografia 25: Cristal intersticial de Fotomicrografia 26: Cristais intersticiais pectolita (incolor, relevo alto) em Chibinitos de pectolita (amarelo intenso) e cristais (amostra PC-01D), com formação de idiomórficos de lamprofilita (azul, amarelo minerais opacos junto aos planos de pálido e verde) nos Chibinitos (amostra PC- clivagem. Notar semelhança com o aspecto 01D). Polarizadores cruzados. Objetiva de textural dos cristais de eudialita e Piroxênio I da Fotomicrografia 16. Polarizador Fotomicrografia 27: Agregado de prismas Fotomicrografia 28: Veios de lamprofilita de Piroxênio II e lamprofilita em Lujauritos I em (amostra P-223b). Polarizador inferior. metassomatizados (amostra PC-04D) Nefelina Sienitos Cinzas Polarizador inferior. Objetiva de 2,5x; ocular 0,5 mm 1,0 mm 0,5 mm 1,0 mm Padrão similar é observado em um dos outros cristais ilustrados. No último cristal, a porção interna de tonalidade mais clara não é observada, sugerindo que somente líquido mais diferenciado existia neste interstício. De qualquer forma, a história de cristalização dos três cristais deve ter sido semelhante. Vale a pena ressaltar que porções análogas de cada um destes cristais apresentam composições significativamente diferentes mantendo-se, entretanto, as relações de variação nos teores de Ca e Mn; tais diferenças são ainda mais marcantes nos teores de Fe. Mesmo assim, a semelhança entre as três imagens leva a crer que tais diferenças devam refletir diferenças locais na composição dos líquidos, uma vez que estes são relativamente tardios, e o seu isolamento em porções intersticiais poderia impedir a sua homogeneização adequada. Neste sentido, o líquido presente em cada um dos interstícios, a partir de um momento da história de evolução magmática, passou a evoluir independentemente, permitindo que os teores absolutos dos elementos fossem distintos de um cristal para outro; por outro lado, a evolução convergente destes líquidos resultaria em padrões de variação análogos. O panorama da cristalização parece claro: a cristalização se inicia intersticialmente formando-se cristais ricos em Mn; algum evento específico leva à mudanças na partição de Ca e Mn e bruscamente passa a se desenvolver uma camada periférica mais rica em Ca; em seguida pectolitas de composição intermediária substituiriam ambas as zonas. Uma importante constatação é o fato de que, ao contrário do que ocorre com a eudialita, a pectolita mostra diminuição dos teores de Mn com a evolução da cristalização; isto sugere, em primeiro lugar, que a borda dos cristais de pectolita não se formaram por ação do líquido formador da periferia dos cristais de Piroxênio I, e, em segundo lugar, que estas porções da pectolita não coexistiram com a eudialita II. Se por outro lado, a eudialita II é de origem magmática e coexistiu com a borda dos cristais de pectolita, as variações nos teores de Mn dos dois minerais apontam para uma mudança na partição destes elementos com a diferenciação do líquido; neste sentido, o evento que iniciou à cristalização do envólucro mais rico em Ca pode ter levado também à cristalização da eudialita II. 4.4. Lamprofilita. A lamprofilita é um titanossilicato com estrutura em camadas semelhante à das micas: pares de folhas compostas por sítios de Ti e Si alinhados são unidas por sítios de Ca e um segundo sítio de Ti; estes pares são ligados uns aos outros pela ação de íons de grande raio iônico, tipicamente Ba, Sr e K (Woodrow, 1964; Moore, 1971; Johnsen, 1996). É um mineral relativamente complexo com fórmula ideal (Na, Ca)(Na, Mn)2(Sr, Ba)2Ti3(Si2O7)2(O, OH, F)4. As variações químicas mais típicas observadas nestes minerais são descritas pelas seguintes reações: Na ⇔ Ca, Mn, Fe, ETR Eq. 6 Ti ⇔ Zr, Nb, Fe3+ Eq. 7 46 Gualda e Vlach (1998) mostram que as composições das lamprofilitas de Poços de Caldas estão entre as mais ricas em Sr, Mn e em parte Nb, entre as referidas na literatura especializada, fato compensado por teores relativamente baixos em Ba e Fe. A lamprofilita é um acessório comum na grande maioria dos nefelina sienitos agpaíticos do Maciço; está ausente apenas nos Lujauritos II e nos Nefelina Sienitos Traquitóides I e II. (cf. item 3.2; Gualda, 1997a; Gualda e Vlach, 1998) Nas rochas estudadas, a lamprofilita aparece sob a forma de prismas alongados de base losangular com uma clivagem prismática perfeita paralela à direção de maior alongamento da base; o relevo é alto positivo e o pleocroismo leve em tons de amarelo; as cores de interferência atingem o rosa de 2ª ordem nos cortes prismáticos. É biaxial positiva (2VX ~40º, r>>>v), com o plano dos eixos óticos paralelo à direção de clivagem. Nos Chibinitos, os prismas de lamprofilita aparecem isolados, sendo discordantes aos demais minerais (FOTOMICROGRAFIA 26); nos Lujauritos I aparecem muitas vezes intimamente associados a cristais de Piroxênio II, por vezes associando-se em agregados radiados. (FOTOMICROGRAFIA 16). O maior contraste químico observado entre os cristais presentes nestes dois fácies está nos teores de Mg e Mn, que são mais altos nos Lujauritos II, enquanto os teores de Fe são mais altos nos Chibinitos (FIGURA 14). A relação observada para o Mg é análoga à observada no caso dos cristais de Piroxênio II, que são mais ricos em Mg nos fácies lujauríticos, sugerindo uma proximidade temporal para a cristalização destes dois minerais. 0,650 0,1 0,09 0,625 0,08 Mn (p.f.u.) Mg (p.f.u.) 0,600 0,07 0,06 PC-01D (Chibinito) 0,575 PC-05D (NeS Cz Metassom.) P-223b (Lujaurito I) 0,550 0,05 0,525 0,04 0,03 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 0,22 0,24 0,500 0,1 0,12 Fe (p.f.u.) 0,14 0,16 0,18 0,2 0,22 0,24 Fe (p.f.u.) Figura 14: Diagramas binários para cristais de Lamprofilita de rochas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Nas rochas da zona de contato com os Nefelina Sienitos Cinzas a lamprofilita forma verdadeiros veios discordantes e é certamente de origem pós-magmática. A semelhança composicional entre estes cristais e os dos Chibinitos reforça a interpretação que admite a contemporaneidade entre piroxênio II e lamprofilita. 47 Um cristal zonado de lamprofilita dos Chibinitos foi estudado detalhadamente e os resultados são resumidos na FIGURA 15. Esta figura demonstra a presença de um zoneamento concêntrico oscilatório, com padrões de variação oscilatórios, "serrilhados", para diversos elementos considerados. Neste particular, o comportamento do Nb, é digno de nota: as variações dos teores deste elemento, inversamente correlacionadas às de Mg, Fe, Ca, e em parte Sr, marcam as oscilações maiores nos perfis, de forma muito parecida ao padrão apresentado por elementos como o Ti e o Ca nas zonas periféricas do cristal de piroxênio I dos Chibinitos. Tais variações composicionais são igualmente associadas à cristalização em estágio pós-magmático. 4.5. Normandita. A normandita tem composição geral: (Na, Ca)2(Ca, Fe, Mn)(Ti, Zr, Nb)(Si2O7)(O)(OH,F), semelhante à da lamprofilita e corresponde ao termo titanífero da solução sólida normanditalåvenita definida pela substituição entre Ti e Zr (Chao e Gault, 1997). As variações mais significativas encontradas nesta série são descritas pelas substituições: Ti ⇔ Zr, Nb Eq. 8 Ca ⇔ Fe, Mn Eq. 9 A estrutura do mineral é constituída de folhas compostas por quatro colunas de octaedros distorcidos, correspondentes às posições dos diversos cátions presentes; estas folhas são unidas por grupos Si2O7. A normandita foi identificada em quantidades mais significativas no fácies de Nefelina Sienitos Traquitóides I; nos Nefelina Sienitos Traquitóides II foi encontrado um único cristal isolado. O quimismo das normanditas de Poços de Caldas indica teores relativamente altos de Ti, Fe e Ca e mais baixos de Na. (Gualda, 1997b; Gualda e Vlach, 1998). Óticamente, a normandita tem relevo alto positivo, com pleocroismo invertido em tons de amarelo ouro e laranja; o caráter é biaxial com sinal negativo e 2VX próximo de 50º. Texturalmente, a normandita aparece de forma muito semelhante à lamprofilita, como agregados de cristais prismáticos, usualmente associados a Piroxênio II, todos discordantes aos demais minerais (FOTOMICROGRAFIAS 29 e 30). As texturas sugerem que a normandita aparece em estágio de cristalização análogo ao da lamprofilita, a sua cristalização provavelmente sendo viabilizada por particularidades composicionais locais do líquido. Comparativamente à lamprofilita, a normandita apresenta teores mais elevados de Ca, Fe, Mn, Nb e F, e baixos de Na e Sr. Os teores mais elevados de F parecem indicar um líquido mais rico em voláteis que aqueles que originaram as lamprofilitas nos Chibinitos e Lujauritos I. 48 1.50 Nb Al Nº Cátions (p.f.u.) Fe 1.00 Mn Mg Ca 0.50 Sr Ba F 0.00 0 10 20 30 40 50 Posição (µm) 60 70 80 90 100 0.30 Nº Cátions (p.f.u.) Nb Al 0.20 La Fe Mg 0.10 Ca Ba 0.00 0 10 20 30 40 50 Posição (µm) 60 70 80 90 100 330µm Figura 15: Perfil analítico quantitativo (passo de ~1µm) e imagem de elétrons retro-espalhados em modo composicional obtidos em cristal de Piroxênio II 49 da amostra PC-01D. Cristais Fotomicrografia 30: Agregados de cristais subidiomórficos de normandita (amarelo subidiomórficos de normandita em Nefelina ouro) associados a Piroxênio II em Nefelina Sienitos Traquitóides I (amostra PC-03). Sienitos Traquitóides I (amostra PC-03). Polarizador inferior. Objetiva de 5x; ocular Fotomicrografia 29: Polarizador inferior. Objetiva de 5x; ocular Fotomicrografia 31: Prisma alongado de Fotomicrografia 32: Cristal poiquilítico rinquita (branco) em Nefelina Sienitos com contorno externo idiomórfico de Traquitóides II (amostra P-53a). gianetita (azul) em Nefelina Sienitos Polarizadores cruzados. Objetiva de 5x; Traquitóides II (amostra P-53a). Polarizadores cruzados. Objetiva de 5x; 0,5 mm 0,5 mm 0,5 mm 0,5 mm Por outro lado, os teores mais altos de Ca são compatíveis com os teores mais altos de Ca nos cristais de piroxênio II destas rochas, quando comparados aos teores nos cristais de Piroxênio II dos Chibinitos. Apesar da pequena quantidade de pontos analisados, o estudo químico realizado no maior cristal de normandita da FOTOMICROGRAFIA 29 indica um padrão oscilatório para diversos elementos, similar ao observado na lamprofilita e sugere cristalização em um mesmo estágio. 4.6. Anfibólio. Anfibólios foram encontrados nos Nefelina Sienitos Traquitóides I e II e nos chibinitos. Ulbrich (1983) identifica também cristais nos fácies de lujauritos. Formam cristais xenomórficos, intersticiais à nefelina e ao feldspato alcalino (FOTOMICROGRAFIA 19). Nos chibinitos aparecem tipicamente substituindo o piroxênio de primeira geração. Segundo Ulbrich (1983), os anfibólios de Poços de Caldas correspondem a magnésioarfvedsonitas manganesíferas, com pequena variabilidade química. Os dados obtidos por Gualda (1997b) foram recalculados pelo método de Schumacher (apresentado em Leake, 1997); entretanto, os resultados obtidos não se adequam plenamente aos critérios cristaloquímicos estabelecidos pelo autor, destacando-se, em particular somas superiores a 1 cátion na posição A. Tais resultados devem refletir, possivelmente, erros analíticos. De qualquer forma, a variabilidade observada é pequena e vale apenas ressaltar que os resultados obtidos para os cristais dos Nefelina Sienitos Traquitóides I, coexistentes com os de Piroxênio II analisados nestas amostras, são mais ricos em FeTotal, Ca e Ti e mais pobres em Na, F, Mn e Al que os dos Nefelina Sienitos Traquitóides II, onde inexistem tais cristais de piroxênio. A presença mais importante de anfibólio nos nefelina sienitos traquitóides sugere que estas rochas cristalizaram a partir de líquidos relativamente mais ricos em voláteis (com fO2 mais baixas) quando comparados aos que originaram os Chibinitos e Lujauritos I, interpretação também apoiada pelos dados obtidos para a normandita. 4.7. Outros minerais. Alguns outros minerais acessórios, cujo detalhamento está além dos objetivos deste trabalho, ainda não plenamente caracterizados aparecem em quantidades mais ou menos significativas. Os mais importantes são sem dúvida os que formam o grupo da rinquita, de composição química complexa e pouco conhecida. Minerais deste grupo aparecem na maioria das rochas agpaíticas do Maciço (Gualda, 1997a), sempre com formas semelhantes às dos cristais de Piroxênio II e lamprofilita (FOTOMICROGRAFIA 31). Admite-se, com base nas evidências texturais que cristalizaram igualmente em estágios tardios. Outro caso que merece ser destacado é o da gianetita, que tem ocorrência restrita aos fácies de Lujauritos II e Nefelina Sienitos Traquitóides I e II. Texturalmente é similar ao 51 Piroxênio I dos Nefelina Sienitos Traquitóides II (FOTOMICROGRAFIA 32) e corresponde, sem dúvida, a uma fase cristalizada ao final do estágio magmático. Como mostram as análises de Atencio et al. (no prelo), são minerais ricos em F. Ao lado da normandita, do anfibólio, a presença de gianetita e, em especial de fluorita (restrita a estes fácies) e de sodalita como fase mineral principal, é plenamente compatível com teores mais altos de voláteis (OH, Cl e F)inferidos para os magmas que originaram estas rochas. Outros minerais eventualmente presentes aparecem sobretudo como produtos de alteração de fases pré-existentes, aparecem em quantidades bastante subordinadas, e são de identificação mais difícil. Capítulo 5: Evolução do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Neste capítulo as informações texturais e químicas obtidas são exploradas, com apoio dos resultados apresentados por Ulbrich (1983) e Ulbrich (1984), como subsídios básicos para a interpretação oferecida para evolução do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte do Maciço Alcalino de Poços de Caldas. As características petrográficas observadas nas rochas dos 5 fácies do Corpo permitem agrupá-los em dois grupos, em função de semelhanças estruturais e texturais: (1) Chibinitos e Nefelina Sienitos Traquitóides II; e (2) Lujauritos I, Lujauritos II e Nefelina Sienitos Traquitóides I. Neste contexto, os Nefelina Sienitos Traquitóides II seriam fácies de borda dos Chibinitos, enquanto Lujauritos II e Nefelina Sienitos Traquitóides I (distintos apenas pela quantidade de Piroxênio II) seriam fácies de borda dos Lujauritos I. O panorama da cristalização destas rochas pode ser ilustrado de maneira mais completa considerando os chibinitos. A cristalização se inicia com feldspato alcalino, que predomina amplamente e compõe a trama fundamental da rocha. Nefelina é a próxima fase a iniciar a cristalização, compondo, em parte, a trama principal com o feldspato, e, em parte, formando agregados intersticiais. Quando presente, a sodalita é a próxima fase precipitar. A seguir, inicia a cristalização do piroxênio I: em um primeira etapa crescem como cristais idiomórficos, relativamente ricos em Ca, Mg, Fe2+, Mn e com teores apreciáveis de Zr; com a evolução da cristalização, estes cristais passam a se adaptar aos interstícios formados por feldspato e nefelina, muitas vezes incluindo cristais menores e adquirindo um aspecto poiquilítico. Gradativamente tornam-se empobrecidos naqueles elementos e mais enriquecidos em Na, Fe3+ e Ti. Esta evolução é compatível com um padrão “normal” de diferenciação e corresponde a um aumento do grau de alcalinidade. As próximas fases que se desprendem do magma são a eudialita I e a pectolita; os cristais destes minerais são eminentemente intersticiais, portanto, a sua cristalização deve ter se iniciado pouco mais tarde que o início da cristalização dos núcleos de Piroxênio I; as três fases sendo contemporâneas em boa parte do intervalo de cristalização. Assim, a 52 história estritamente magmática destas rochas seria finalizada com a cristalização da paragênese feldspato alcalino + nefelina + piroxênio I (núcleos) + eudialita I + pectolita. A seguir, uma série de modificações se superimpôs a este sistema. A mais evidente é a cristalização das zonas periféricas dos cristais de piroxênio I; os padrões texturais e químicos destes porções são significativamente diferentes dos observados no núcleo: os cristais não mais respeitam os interstícios da rocha, avançando sobre os cristais de feldspato e nefelina; desenvolve-se zoneamento oscilatório muito bem marcado pelas variações pronunciadas nos teores de elementos como Ti e Ca. Padrões semelhantes para diversos elementos são observados nos cristais de lamprofilita, com destaque para as variações nos teores de Nb. A formação da eudialita II é creditada a este último estágio. Algumas texturas observadas nas imagens eletrônicas sugerem a presença de superfícies de dissolução na interface entre as eudialitas I e II; fato que permite associar os padrões de zoneamento tão complexos observados a mecanismos de substituição, já que fenômenos de dissolução e reprecipitação não obedecem as mesmas restrições impostas pela geometria da superfície em desenvolvimento durante a cristalização (Bermingham, 1997) e aproveitam também as descontinuidades presentes nos cristais. Neste sentido, vale ressaltar que na FOTOMICROGRAFIA 20 se observa uma porção no cristal com zoneamento oscilatório semelhante ao apresentado pela lamprofilita. O aporte de Nb, Sr e Mn para a transformação da variedade I em II é compatível com enriquecimento em Nb e Mn observado nos cristais de lamprofilita e nas zonas periféricas dos cristais de Piroxênio I, respectivamente. Tal transformação parece cristalograficamente viável, já que ela requer apenas que o sítio retangular do Fe seja transformado em sítio piramidal pela ação de um grupo OH, gerandose automaticamente os demais sítios que caracterizam a estrutura da variedade II. A alteração dos cristais de pectolita, aproveitando as clivagens do mineral, para termos mais manganesíferos ocorreu provavelmente neste estágio. Todas estas características sugerem a atuação de um líquido pós-magmático enriquecido em elementos incompatíveis como Ti, Mn, Nb e outros, modificando a paragênese magmática original. Este líquido deve ter sido capaz de originar um padrão oscilatório nos cristais dele formados. A formação de padrões de zoneamento oscilatórios complexos é creditada na bibliografia moderna a processos auto-regulados, controlados pelas velocidades de cristalização, taxas de difusão dos elementos químicos no líquido e pela partição dos elementos entre as fases em cristalização (cf. Pearce, 1994 para uma revisão do assunto) antes que às variações nos parâmetros intensivos de cristalização (e.g. Pearce, 1994; L’Hereux e Fowler , 1996; Shore e Fowler, 1996). Neste contexto, velocidades de cristalização e de difusão maiores devem facilitar a instalação de um processo mais dinâmico como este. Se esta dedução for correta, o líquido que deu origem a essas 53 modificações deve corresponder a um líquido pós-magmático, muito mais fluido que um magma silicático convencional. Essa tese é corroborada pela semelhança composicional entre as porções periféricas dos cristais de piroxênio I e o piroxênio II dos chibinitos, que estão intimamente associados a zeólitas, minerais típicos de alteração de nefelina e feldspato. Neste contexto, a cristalização da paragênese piroxênio I (periferia) + lamprofilita + eudialita II + piroxênio II + zeólitas (?), claramente enriquecida em Ti, ressalta a diminuição do grau de alcalinidade do sistema no final da sua evolução, reproduzindo a trajetória evolutiva típica descrita em pegmatitos de natureza hiperagpaítica (e.g. Khomyakov, 1993). A interpretação acima delineada é sumarizada na FIGURA 16. O panorama geral não deve ter sido muito distinto para os demais fácies do Corpo Lujaurítico-Chibinítico; a maior diferença está, sem dúvida, na inexistência de cristais de piroxênio I. No caso dos Nefelina Sienitos Traquitóides II, os cristais de piroxênio I, menores e mais homogêneos, sugerem um intervalo de cristalização mais restrito para estas rochas. A mesma tendência é observada nas variações químicas dos outros minerais, como no caso do Fe na eudialita, que indica também um intervalo de cristalização mais restrito para estes fácies de borda. Nestes fácies são também mais típicos os minerais mais ricos em voláteis: sodalita entre os félsicos; gianetita, fluorita e anfibólio entre as fases magmáticas mais tardias e normandita como fase pós-magmática; os quais apontam para o caráter mais rico em voláteis dos magmas formadores dos fácies de borda relativamente aos magmas que originaram os fácies centrais. Segundo Ulbrich (1983), estes fácies foram formados em temperaturas maiores e, provavelmente, em intervalos de cristalização mais restritos. Tais temperaturas devem ter permitido a dissolução de uma quantidade maior de voláteis, enquanto velocidades maiores de cristalização devem ter dificultado o seu escape Se esta colocação estiver correta, os intervalos de cristalização maiores nos chibinitos e também nos lujauritos I teriam permitido a exsolução das fases volárteis e sua concentração, constituindo o fluido responsável pela modificação das rochas magmáticas originais. Um processo de autometassomatismo ficaria então caracterizado. Resta entender o papel dos cristais de piroxênio II presentes nos fácies de Nefelina Sienitos Traquitóides I e Lujauritos I e II. Os dados apresentados mostram composições bastante cálcicas, sugerindo, em uma primeira análise, uma cristalização precoce. A análise textural indica, entretanto, que são minerais pós-magmáticos, que estiveram em equilíbrio com zeólitas formadas pela alteração de feldspato e nefelina. A existência de cristais adjacentes muito semelhantes texturalmente mas com composições contrastadas torna o problema ainda mais difícil de ser resolvido; prefere-se aqui acreditar nas evidências texturais, já que feições como as observadas nas FOTOMICROGRAFIAS 13 e 17 parecem não deixar dúvidas do caráter pós-magmático dos cristais de piroxênio II e de sua associação 54 Na Fe3+ Piroxênio I Ca Fe2+ Mg Ti Fe Eudialita 2+ Mn Nb Ca Na Sr Pectolita Mn Mn F Lamprofilita Fe Ca Nb Mg Ca Piroxênio II Fe 2+ Mg Mn Núcleo Ti Borda Magmático Pós-Magmático Figura 16: Relação temporal entre as diversas etapas de cristalização de cada um dos minerais estudados, com 55 base nos perfis composicionais obtidos e nas obervações petrográficas. com zeólitas. A associação íntima destes cristais com lamprofilita e normandita figura como mais uma evidência de sua origem posterior. Neste sentido, estas rochas seriam, originalmente nefelina sienitos com eudialita (± gianetita) hololeucocráticos submetidos à intensa alteração pós-magmática. A foliação original da rocha seria dada pelos cristais tabulares de feldspato; os cristais de piroxênio II apenas teriam se aproveitado das descontinuidades pré-existentes para se desenvolver, ressaltando a estruturação magmática e dando origem à textura lujaurítica. Traça-se, então, um cenário em que coexistiram dois magmas: um gerador dos chibinitos, subjacente, outro gerador de nefelina sienitos com eudialita hololeucocráticos, sobrejacente; no contato entre eles teriam se formado rochas mais finas, cristalizadas mais rapidamente sob temperaturas mais altas, e com maior quantidade de voláteis dissolvidos. Os magmas centrais, com destaque para os que originaram os chibinitos, se resfriaram mais lentamente, cristalizando sob um intervalo de temperatura maior (cf. Ulbrich, 1983 e Ulbrich, 1984) que permitiu a segregação das fases voláteis e conseqüente formação de um fluido metassomatizante, capaz de modificar substancialmente os minerais magmáticos originais e simultaneamente propiciar a cristalização de piroxênio II, lamprofilita (ou normandita, nos fácies de borda), rinquita e abundante zeólita. A movimentação destes fluídos e cristalização dos minerais pós-magmáticos se deu respeitando estruturas pré-existentes, de modo a ressaltar estruturas magmáticas primárias. No caso dos chibinitos, o piroxênio neoformado se aproveitou dos cristais pré-existentes promovendo o seu sobrecrescimento; no caso dos Lujauritos I e II e dos Nefelina Sienitos Traquitóides I, a ausência de piroxênio primário levou à formação de novos cristais. O cenário apresentado não é incompatível com os modelos propostos por Ulbrich (1984), que seguem uma dentre duas linhas básicas de evolução: (a) invasão de um magma lujaurítico, seguido da invasão de um magma chibinítico; ou (b) invasão de um magma chibinítico, a partir do qual é gerado o magma lujaurítico por mecanismos de cristalização fracionada possivelmente associados a mecanismos de diferenciação líquida. Em ambos os casos, o magma lujaurítico seria derivado de um magma chibinítico sensu latu, mas o autor encontra empecilhos para gerar diretamente, por mecanismos simples de diferenciação, o magma lujaurítico a partir do magma formador dos Chibinitos. Segundo Ulbrich (1984), o fracionamento de feldspato, nefelina e egirina-augita do magma chibinítico levaria à formação de um magma persódico relativamente pobre em Fe e rico em Zr, que cristalizado geraria um nefelina sienito hololeucocrático com teores altos de Zr. Para que este líquido pudesse cristalizar piroxênio em abundância e atingir uma composição lujaurítica, o autor sugere a atuação de líquidos deutéricos provenientes dos Chibinitos. A interpretação ora oferecida simplifica a história evolutiva destes magmas sem modificar a linha geral estabelecida por Ulbrich (1984): de fato, seria mais natural esperar que a atuação desses 56 líquidos deutéricos só tenha ocorrido nos estágios pós-magmáticos, com os dois magmas já praticamente cristalizados. Neste contexto, pode-se imaginar que os líquidos que interagiram com os Lujauritos I e II e Nefelina Sienitos Traquitóides I foram líquidos evoluídos, que numa trajetória de diminuição de alcalinidade poderiam ter se tornado significativamente mais ricos em Ca, permitindo a cristalização de piroxênios pósmagmáticos mais cálcicos; no entanto, esta sugestão deve ser considerada ainda bastante expeculativa e faltam outros subsídios para uma discussão mais completa. Capítulo 6: Considerações finais. A presente monografia demonstra quão complexos podem ser os padrões de variação composicional dos minerais máficos e acessórios presentes em rochas alcalinas agpaíticas e destaca a aplicação de estudos texturais e de quimismo destes minerais como suporte essencial, ao lado de dados geológicos, petrográficos e litogeoquímicos, para a interpretação da história evolutiva de rochas magmáticas. As rochas estudadas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte do Maciço Alcalino de Poços de Caldas apresentam uma evolução complexa, que compreende pelo menos dois estágios principais (cf. também Ulbrich, 1984): (1) um estágio magmático, caracterizado pela cristalização de minerais máficos e acessórios - ao lado de feldspatos alcalinos e nefelinas - com padrões de variação química que definem zoneamentos concêntricos graduais ou setoriais bruscos, em que se formaram parte maior dos cristais de piroxênio poiquilítico dos chibinitos, os cristais de eudialita de primeira geração (com tons de interferência cinzas), e, quando presentes, os cristais de pectolita (chibinitos) e gianetita, fluorita e anfibólio (fácies de borda); (2) um estágio pós-magmático, caracterizado nos minerais máficos e acessórios com padrões oscilatórios complexos de variação química, em que se formaram as zonas periféricas dos cristais de piroxênio I, de primeira geração, piroxênio II e lamprofilita (ou normandita), simultaneamente à modificação das composições da eudialita e da pectolita, pela atuação de líquidos metassomatizantes relativamente ricos em elementos como Ti, Nb, Mn e Sr. A evolução do Corpo pode ser resumida considerando invasão de um magma chibinítico, a partir do qual deriva-se, por extração de egirina-augita, feldspato alcalino e nefelina, um magma que dá origem a um nefelina sienito hololeucocrático com eudialita intersticial. Intensa alteração pós-magmática provocada por fluídos residuais derivados do primeiro magma sobre estas últimas rochas resulta em cristalização de piroxênio acicular e lamprofilita, levando à formação dos lujauritos. Esta interpretação é uma variante de um dos 57 modelos apresentados por Ulbrich (1984). Por fim, deve-se ressaltar que a caracterização dos fluidos pós-magmáticos responsáveis pela modificação das rochas de cada um dos fácies é, sem dúvida, de grande importância para a compreensão mais adequada dos processos atuantes durante a formação do Corpo, e de maneira mais ampla, ao entendimento da dinâmica de cristalização dos magmas agpaíticos. Neste sentido, a aparente contradição entre a textura e o quimismo dos cristais tardios de piroxênio observados nos fácies de lujauritos e, em menor quantidade, nos Nefelina Sienitos Traquitóides I é um dos aspectos que ainda permanece por ser explicado de modo mais completo. 58 Referências bibliográficas. A TENCIO , D.; C OUTINHO , J. M. 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Si Al Fe3 Soma_IV Al Fe3 Ti Zr Mg Fe2 Mn Soma_VI Na Ca K Soma Cátions 1.975 0.025 0.000 2.000 0.014 0.766 0.081 0.004 0.044 0.064 0.025 0.997 0.924 0.079 0.000 1.003 4.000 1.978 0.022 0.000 2.000 0.022 0.704 0.100 0.006 0.044 0.100 0.026 1.002 0.916 0.082 0.000 0.998 4.000 1.973 0.027 0.000 2.000 0.018 0.696 0.101 0.005 0.046 0.112 0.027 1.006 0.898 0.096 0.000 0.994 4.000 1.975 0.025 0.000 2.000 0.009 0.798 0.048 0.003 0.053 0.059 0.024 0.994 0.884 0.122 0.000 1.006 4.000 1.994 0.006 0.000 2.000 0.032 0.747 0.066 0.001 0.047 0.072 0.034 1.000 0.907 0.093 0.000 1.000 4.000 P13 -555 52.1 1.51 0.31 0.73 27.3 2.52 0.70 0.81 2.83 11.98 0.00 100.8 P17 -495 51.9 2.16 0.17 0.80 25.3 3.11 0.68 1.16 3.36 11.63 0.00 100.3 P19 -465 51.8 1.48 0.21 0.75 25.9 3.34 0.54 1.01 3.56 11.46 0.00 100.0 P23 -405 51.7 1.25 0.28 0.71 26.3 3.18 0.56 1.17 3.91 11.27 0.00 100.3 P31 -285 51.8 1.06 0.36 0.76 25.1 3.58 0.66 1.42 4.87 10.81 0.00 100.5 P38 -180 51.7 1.07 0.35 0.75 24.8 3.43 0.72 1.71 5.67 10.45 0.00 100.6 Calculado com base em 4 cátions totais e 6 oxigênios 1.985 1.984 1.989 1.982 1.985 1.976 0.015 0.016 0.011 0.018 0.015 0.024 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 0.018 0.020 0.023 0.014 0.019 0.010 0.783 0.727 0.748 0.759 0.725 0.715 0.043 0.062 0.043 0.036 0.031 0.031 0.006 0.003 0.004 0.005 0.007 0.007 0.046 0.066 0.058 0.067 0.081 0.098 0.080 0.100 0.107 0.102 0.115 0.110 0.023 0.022 0.018 0.018 0.021 0.023 1.000 1.000 1.000 1.001 0.998 0.992 0.885 0.862 0.853 0.838 0.803 0.775 0.116 0.138 0.146 0.161 0.200 0.232 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000 1.000 1.000 0.999 1.002 1.008 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 P40 -135 51.8 1.10 0.36 0.78 23.5 4.39 0.72 1.84 5.99 10.16 0.00 100.7 P42 -105 51.2 1.03 0.40 0.75 23.4 4.07 0.79 1.98 6.57 9.82 0.00 100.0 P43 -90 51.2 0.94 0.41 0.71 22.1 4.89 0.81 2.05 6.90 9.52 0.00 99.5 P44 -75 50.9 0.78 0.42 0.72 22.9 4.00 0.98 2.29 7.46 9.30 0.01 99.8 P46 (N) -30 51.3 0.70 0.54 0.60 21.5 5.15 1.02 2.40 8.07 8.94 0.00 100.2 1.983 0.017 0.000 2.000 0.018 0.676 0.032 0.007 0.105 0.141 0.023 1.001 0.753 0.245 0.000 0.999 4.000 1.973 0.027 0.000 2.000 0.007 0.680 0.030 0.008 0.114 0.131 0.026 0.995 0.734 0.271 0.000 1.005 4.000 1.984 0.016 0.000 2.000 0.017 0.644 0.027 0.008 0.118 0.158 0.027 0.999 0.715 0.286 0.000 1.001 4.000 1.968 0.032 0.000 2.000 0.001 0.667 0.023 0.008 0.132 0.129 0.032 0.993 0.698 0.309 0.000 1.007 4.000 1.978 0.022 0.000 2.000 0.005 0.625 0.020 0.010 0.138 0.166 0.033 0.998 0.669 0.334 0.000 1.002 4.000 Tabela A.1: Análises químicas representativas de cristais de Piroxênio I do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Página 1 de 3 Amostra PC-03'C PC-05D - Perfil - Figura 6 P9 -188 51.6 1.50 0.35 0.65 24.6 3.77 0.70 1.37 4.68 10.85 0.00 100.1 P13 -128 51.6 1.05 0.93 0.58 23.8 4.35 0.94 1.51 5.45 10.39 0.00 100.6 PC-05D - Perfil - Figura 7 Análise Posição SiO2 TiO2 ZrO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total 4 52.0 0.92 0.26 0.78 24.7 3.76 0.62 1.40 4.57 10.88 0.00 99.9 5 52.1 1.84 0.08 0.79 24.9 3.37 0.91 1.05 3.70 11.43 0.02 100.2 P2 -293 52.1 2.26 0.29 0.71 23.9 4.21 0.62 1.16 3.83 11.36 0.00 100.4 P3 -278 51.7 2.03 0.31 0.69 24.9 3.56 0.65 1.14 3.79 11.38 0.00 100.2 P8 -203 51.8 1.54 0.30 0.67 24.4 4.20 0.73 1.30 4.68 10.84 0.01 100.5 P16 -83 51.4 1.08 0.80 0.59 23.1 4.48 0.96 1.57 5.74 10.21 0.00 99.9 P3 -615 51.8 2.53 0.04 0.71 25.3 3.28 0.83 0.80 2.69 11.92 0.00 100.0 P4 -600 52.4 2.64 0.13 0.75 24.6 3.78 0.82 0.84 2.87 11.91 0.02 100.7 P13 -465 52.0 2.60 0.36 0.79 24.9 3.57 0.68 1.20 3.64 11.56 0.00 101.2 P16 -420 51.7 1.74 0.36 0.74 25.2 3.41 0.59 1.20 3.89 11.31 0.00 100.1 P27 -255 51.7 1.26 0.64 0.67 24.6 3.96 0.76 1.34 4.76 10.81 0.00 100.5 P34 -150 51.6 1.20 0.63 0.58 23.6 4.56 0.84 1.39 5.22 10.47 0.00 100.1 P48 60 51.2 1.19 0.67 0.58 24.3 4.40 0.82 1.42 5.37 10.36 0.00 100.3 Distrib. Si Al Fe3 Soma_IV Al Fe3 Ti Zr Mg Fe2 Mn Soma_VI Na Ca K Soma Cátions 1.999 0.001 0.000 2.000 0.035 0.714 0.027 0.005 0.080 0.121 0.020 1.001 0.811 0.188 0.000 0.999 4.000 1.993 0.007 0.000 2.000 0.029 0.718 0.053 0.001 0.060 0.108 0.030 0.999 0.848 0.152 0.001 1.001 4.000 1.991 0.009 0.000 2.000 0.023 0.687 0.065 0.005 0.066 0.135 0.020 1.001 0.842 0.157 0.000 0.999 4.000 1.983 0.017 0.000 2.000 0.014 0.719 0.059 0.006 0.065 0.114 0.021 0.999 0.846 0.156 0.000 1.001 4.000 Calculado com base em 4 cátions totais e 6 oxigênios 1.987 1.984 1.982 1.987 1.988 1.993 1.972 0.013 0.016 0.018 0.013 0.012 0.007 0.028 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 0.017 0.013 0.009 0.014 0.020 0.027 0.007 0.702 0.713 0.688 0.670 0.732 0.703 0.710 0.044 0.043 0.030 0.031 0.073 0.076 0.074 0.006 0.007 0.017 0.015 0.001 0.002 0.007 0.074 0.079 0.087 0.090 0.046 0.048 0.068 0.135 0.121 0.140 0.145 0.105 0.120 0.113 0.024 0.023 0.031 0.031 0.027 0.026 0.022 1.002 0.998 1.001 0.998 1.003 1.003 1.001 0.805 0.809 0.774 0.765 0.886 0.879 0.851 0.192 0.193 0.224 0.238 0.111 0.117 0.148 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.001 0.000 0.998 1.002 0.999 1.002 0.997 0.997 0.999 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 1.983 0.017 0.000 2.000 0.017 0.728 0.050 0.007 0.069 0.109 0.019 0.998 0.842 0.160 0.000 1.002 4.000 1.983 0.017 0.000 2.000 0.014 0.710 0.036 0.012 0.077 0.127 0.025 1.000 0.804 0.196 0.000 1.000 4.000 1.989 0.011 0.000 2.000 0.016 0.685 0.035 0.012 0.080 0.147 0.027 1.001 0.783 0.216 0.000 0.999 4.000 1.974 0.026 0.000 2.000 0.001 0.705 0.035 0.013 0.082 0.142 0.027 1.004 0.775 0.222 0.000 0.996 4.000 Tabela A.1: Análises químicas representativas de cristais de Piroxênio I do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Página 2 de 3 Identif. PC-05'A - Figura 8 Grão Localiz. SiO2 TiO2 ZrO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total 1 51.5 1.89 0.45 0.84 22.4 5.67 0.72 1.30 4.37 10.61 0.00 99.7 Distrib. Si Al Fe3 Soma_IV Al Fe3 Ti Zr Mg Fe2 Mn Soma_VI Na Ca K Soma Cátions 1.990 0.010 0.000 2.000 0.028 0.650 0.055 0.008 0.075 0.183 0.024 1.024 0.795 0.181 0.000 0.976 4.000 3 50.9 1.73 0.41 0.85 23.1 4.31 0.74 1.40 4.84 10.55 0.00 98.9 Cristal 1 4 5 51.0 50.8 1.09 4.16 0.49 0.00 0.71 1.08 25.2 26.2 2.96 1.32 0.69 0.94 1.50 0.28 4.48 0 10.82 13.26 0.00 0.02 98.9 98.2 6 51.9 1.89 0.01 0.54 27.1 1.31 0.91 0.98 1.24 12.54 0.01 98.4 1.981 0.019 0.000 2.000 0.020 0.678 0.051 0.008 0.081 0.140 0.024 1.002 0.796 0.202 0.000 0.998 4.000 1.981 0.019 0.000 2.000 0.014 0.738 0.032 0.009 0.087 0.096 0.023 0.998 0.815 0.187 0.000 1.002 4.000 Calculado com base em 4 cátions totais e 6 oxigênios 2.009 2.000 1.975 1.978 1.986 1.986 2.001 0.000 0.000 0.025 0.022 0.014 0.014 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.009 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.001 0.025 0.034 0.014 0.017 0.020 0.017 0.021 0.789 0.785 0.703 0.708 0.755 0.687 0.735 0.055 0.062 0.065 0.062 0.044 0.088 0.048 0.000 0.000 0.007 0.007 0.009 0.000 0.001 0.057 0.056 0.069 0.069 0.065 0.043 0.078 0.042 0.035 0.120 0.117 0.091 0.137 0.057 0.030 0.034 0.023 0.021 0.017 0.032 0.069 0.998 1.006 1.002 1.000 1.000 1.004 1.010 0.941 0.944 0.836 0.840 0.864 0.866 0.853 0.051 0.050 0.162 0.160 0.135 0.129 0.136 0.001 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.001 0.993 0.994 0.998 1.000 1.000 0.996 0.990 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 1.970 0.030 0.000 2.000 0.020 0.765 0.121 0.000 0.016 0.043 0.031 0.996 0.997 0.006 0.001 1.004 4.000 7 52.1 2.15 0.01 0.75 27.2 1.09 1.04 0.98 1.21 12.69 0.00 99.2 9 51.2 2.23 0.37 0.88 24.2 3.72 0.71 1.20 3.92 11.17 0.00 99.6 10 51.2 2.12 0.36 0.85 24.4 3.62 0.63 1.20 3.86 11.21 0.00 99.4 12 51.3 1.50 0.45 0.75 25.9 2.82 0.53 1.13 3.26 11.52 0.00 99.2 11 51.5 3.02 0.03 0.68 23.7 4.24 0.97 0.75 3.12 11.58 0.01 99.6 Cristal 2 13 14 51.5 51.6 1.64 1.61 0.03 0.01 0.45 0.55 25.2 27.2 1.77 0.60 2.11 1.41 1.35 1.26 3.26 2.29 11.33 12.08 0.01 0.00 98.6 98.7 1.997 0.003 0.000 2.000 0.022 0.793 0.047 0.000 0.072 0.019 0.046 1.000 0.906 0.095 0.000 1.000 4.000 15 51.8 2.05 0.01 0.75 25.8 1.82 1.00 1.02 1.51 12.33 0.01 98.0 16 51.7 2.12 0.00 0.41 29.0 1.03 0.58 0.61 0.45 13.02 0.00 98.8 17 52.0 2.09 0.01 0.74 28.7 0.91 0.54 0.71 0.43 13.12 0.00 99.3 2.010 0.000 0.000 2.010 0.034 0.753 0.060 0.000 0.059 0.059 0.033 0.998 0.928 0.063 0.000 0.991 4.000 1.996 0.004 0.000 2.000 0.014 0.842 0.062 0.000 0.035 0.033 0.019 1.005 0.976 0.019 0.000 0.995 4.000 1.996 0.004 0.000 2.000 0.030 0.829 0.060 0.000 0.041 0.029 0.017 1.007 0.976 0.018 0.000 0.993 4.000 Tabela A.1: Análises químicas representativas de cristais de Piroxênio I do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Página 3 de 3 Amostra P-223b P-134 PC-03 PC-05D Grão Análise SiO2 TiO2 ZrO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total 3 51.8 0.85 0.32 0.70 24.9 3.77 0.69 1.66 5.23 10.49 0.04 100.4 Fotom. 16 5 4 51.8 51.4 1.88 2.05 0.35 0.41 0.85 0.86 24.1 24.3 3.87 3.56 0.77 0.72 1.48 1.49 4.79 4.72 10.88 10.90 0.00 0.01 100.8 100.5 8 51.7 0.81 0.28 0.68 24.2 4.07 0.69 1.60 5 10.41 0.00 99.9 Perfil - Figura 10 P6 P12 P13 P15 51.4 51.6 52.6 52.5 1.15 0.65 1.40 1.30 0.37 0.22 0.22 0.10 0.76 0.75 0.71 1.22 20.6 21.8 24.2 23.9 5.55 4.77 4.05 4.10 0.99 0.82 0.66 0.57 2.40 2.75 1.45 1.32 7.74 8.36 4.48 3.83 9.06 8.88 11.04 11.06 0.00 0.01 0.01 0.26 100.0 100.6 100.8 100.2 Fotom. 19 6 7 52.4 52.2 1.58 1.12 0.05 0.21 0.83 0.71 24.8 25.0 3.27 3.66 0.97 0.62 1.22 1.46 4.14 4.67 11.30 10.92 0.00 0.00 100.6 100.5 9 52.0 2.32 0.04 0.80 26.4 2.50 0.87 0.81 2.70 12.08 0.00 100.5 14 52.1 2.04 0.15 0.70 25.2 3.24 0.97 0.90 3.08 11.74 0.00 100.1 9 52.3 2.22 0.16 0.63 25.5 2.25 1.51 1.13 3.11 11.83 0.00 100.7 10 52.6 1.75 0.05 0.80 28.1 1.59 1.25 0.75 1.97 12.46 0.00 101.3 12 52.5 2.01 0.00 0.66 26.9 1.95 1.51 0.68 2.23 12.30 0.01 100.7 Distrib. Si Al Fe3 Soma_IV Al Fe3 Ti Zr Mg Fe2 Mn Soma_VI Na Ca K Soma Cátions 1.986 0.014 0.000 2.000 0.018 0.717 0.025 0.006 0.095 0.121 0.022 1.003 0.780 0.215 0.002 0.997 4.000 1.977 0.023 0.000 2.000 0.015 0.692 0.054 0.007 0.084 0.123 0.025 1.000 0.805 0.196 0.000 1.000 4.000 1.993 0.007 0.000 2.000 0.024 0.703 0.023 0.005 0.092 0.131 0.023 1.001 0.778 0.221 0.000 0.999 4.000 1.983 0.017 0.000 2.000 0.017 0.597 0.033 0.007 0.138 0.179 0.032 1.003 0.677 0.320 0.000 0.997 4.000 1.983 0.017 0.000 2.000 0.019 0.757 0.067 0.001 0.046 0.080 0.028 0.997 0.893 0.110 0.000 1.003 4.000 1.995 0.005 0.000 2.000 0.027 0.726 0.059 0.003 0.051 0.104 0.031 1.002 0.872 0.126 0.000 0.998 4.000 1.990 0.010 0.000 2.000 0.018 0.731 0.064 0.003 0.064 0.071 0.049 1.000 0.873 0.127 0.000 1.000 4.000 1.989 0.011 0.000 2.000 0.024 0.799 0.050 0.001 0.042 0.050 0.040 1.007 0.914 0.080 0.000 0.993 4.000 1.997 0.003 0.000 2.000 0.027 0.769 0.057 0.000 0.039 0.062 0.049 1.002 0.907 0.091 0.000 0.998 4.000 1.968 0.032 0.000 2.000 0.007 0.701 0.059 0.008 0.085 0.114 0.023 0.997 0.809 0.194 0.000 1.003 4.000 8 52.2 1.77 0.07 0.78 27.4 2.04 0.82 0.83 2.12 12.27 0.01 100.2 Calculado com base em 4 cátions totais e 6 oxigênios 1.977 2.001 2.006 1.997 1.994 1.992 0.023 0.000 0.000 0.003 0.006 0.008 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.000 2.001 2.006 2.000 2.000 2.000 0.010 0.032 0.055 0.034 0.026 0.027 0.627 0.693 0.687 0.712 0.718 0.786 0.019 0.040 0.037 0.045 0.032 0.051 0.004 0.004 0.002 0.001 0.004 0.001 0.157 0.082 0.075 0.069 0.083 0.047 0.153 0.129 0.131 0.104 0.117 0.065 0.027 0.021 0.018 0.031 0.020 0.027 0.997 1.002 1.006 0.997 1.000 1.004 0.660 0.815 0.819 0.834 0.809 0.909 0.343 0.183 0.157 0.169 0.191 0.087 0.000 0.000 0.013 0.000 0.000 0.000 1.003 0.998 0.989 1.003 1.000 0.996 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 PC-01D Tabela A.2: Análises químicas representativas de cristais de Piroxênio II do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Amostra PC-01D - Figura 13 Grão Ponto SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO SrO BaO La2O3 Ce2O3 Na2O Total 3 52.1 0.00 0.02 0.96 15.3 0.08 19.1 0.06 0.15 0.09 0.05 8.99 96.9 Distrib. Si 6.007 4 52.4 0.00 0.00 0.43 12.9 0.02 22.0 0.05 0.00 0.10 0.21 8.92 97.1 Cristal 1 6 52.2 0.00 0.00 0.59 11.7 0.02 22.8 0.02 0.00 0.00 0.01 9.00 96.4 7 51.7 0.03 0.01 0.55 14.0 0.05 20.8 0.03 0.11 0.00 0.24 8.90 96.4 8 51.8 0.00 0.00 0.51 13.2 0.02 21.6 0.07 0.00 0.00 0.00 8.88 96.0 9 51.9 0.04 0.01 1.03 14.6 0.07 20.0 0.02 0.00 0.07 0.01 8.89 96.6 5.997 5.998 5.983 5.992 5.988 10 51.7 0.04 0.00 0.92 14.5 0.04 20.2 0.02 0.02 0.03 0.00 8.83 96.3 Cristal 2 14 51.9 0.06 0.00 1.13 15.9 0.04 18.6 0.07 0.04 0.02 0.08 9.06 96.9 15 51.9 0.00 0.02 1.02 15.3 0.02 19.2 0.05 0.16 0.01 0.07 8.91 96.7 16 52.2 0.06 0.01 1.09 16.3 0.08 18.5 0.00 0.09 0.00 0.09 8.88 97.3 17 52.3 0.00 0.00 0.61 13.4 0.04 20.2 0.04 0.12 0.03 0.17 9.10 96.0 20 51.7 0.01 0.00 0.57 13.4 0.04 20.2 0.00 0.00 0.00 0.33 9.07 95.3 Calculado com base em 17 oxigênios 5.986 5.991 5.999 6.001 6.041 6.027 Cristal 3 21 22 52.5 52.5 0.02 0.00 0.01 0.01 0.60 0.64 13.7 13.7 0.05 0.05 21.2 21.1 0.05 0.00 0.00 0.00 0.21 0.02 0.02 0.14 8.33 9.02 96.6 97.2 6.027 6.005 24 52.2 0.00 0.02 0.68 14.3 0.06 20.2 0.00 0.00 0.04 0.04 8.98 96.6 25 52.6 0.02 0.01 0.62 13.1 0.05 20.9 0.02 0.00 0.03 0.37 8.97 96.7 6.014 6.031 Ti 0.000 0.000 0.000 0.002 0.000 0.003 0.004 0.005 0.000 0.005 0.000 0.001 0.002 0.000 0.000 0.002 Al 0.002 0.000 0.000 0.002 0.000 0.002 0.000 0.000 0.003 0.001 0.000 0.000 0.001 0.001 0.002 0.002 Fe 0.092 0.041 0.057 0.053 0.049 0.100 0.089 0.110 0.099 0.104 0.058 0.056 0.057 0.061 0.066 0.059 Mn 1.491 1.248 1.136 1.370 1.288 1.428 1.427 1.558 1.501 1.586 1.315 1.319 1.328 1.328 1.391 1.274 Mg 0.013 0.004 0.003 0.009 0.004 0.012 0.007 0.007 0.004 0.013 0.007 0.006 0.008 0.008 0.010 0.008 Ca 2.363 2.701 2.805 2.574 2.673 2.475 2.502 2.307 2.378 2.284 2.497 2.518 2.603 2.581 2.495 2.566 Soma_I 3.962 3.994 4.001 4.010 4.015 4.020 4.028 3.987 3.985 3.994 3.877 3.899 3.999 3.980 3.964 3.912 Sr 0.004 0.003 0.002 0.002 0.005 0.002 0.001 0.005 0.003 0.000 0.002 0.000 0.003 0.000 0.000 0.001 Ba 0.007 0.000 0.000 0.005 0.000 0.000 0.001 0.002 0.007 0.004 0.006 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 La 0.004 0.004 0.000 0.000 0.000 0.003 0.001 0.001 0.000 0.000 0.001 0.000 0.009 0.001 0.002 0.001 Ce 0.002 0.009 0.000 0.010 0.000 0.000 0.000 0.003 0.003 0.004 0.007 0.014 0.001 0.006 0.002 0.016 Na 2.008 1.977 2.003 1.996 1.992 1.990 1.983 2.029 1.998 1.978 2.037 2.048 1.854 1.999 2.005 1.994 Soma_II 2.025 1.994 2.005 2.013 1.997 1.994 1.987 2.039 2.012 1.986 2.054 2.062 1.867 2.006 2.008 2.013 Cátions 11.994 11.985 12.004 12.006 12.004 12.001 12.001 12.017 11.996 11.981 11.973 11.989 11.893 11.991 11.986 11.955 Tabela A.3: Análises químicas representativas de cristais de pectolita do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Amostra P223b Análise 15' Cor Int. Cz. Cl. SiO2 50.29 ZrO2 12.05 HfO2 0.25 TiO2 0.43 Al2O3 0.12 La2O3 0.14 Ce2O3 0.19 Pr2O3 0.03 Nd2O3 0.01 FeO 3.76 MnO 2.47 MgO 0.05 CaO 10.21 SrO 2.37 Na2O 14.30 K2O 0.52 Nb2O5 0.90 Cl 1.38 P-134 PC-03 PC-0 16' 17' 19' Preto Az. Esc Branco 49.85 49.99 50.09 11.73 11.76 11.97 0.23 0.23 0.21 0.46 0.47 0.47 0.12 0.11 0.10 0.11 0.15 0.23 0.14 0.17 0.24 0.02 0.00 0.02 0.00 0.03 0.02 4.63 3.66 1.31 2.11 2.75 3.98 0.07 0.06 0.04 10.20 10.20 10.00 2.51 2.60 3.67 14.11 13.86 11.25 0.71 0.54 0.67 0.83 1.19 1.40 1.45 1.38 1.33 5 Azul 49.75 11.77 0.19 0.56 0.12 0.12 0.17 0.00 0.03 4.04 2.72 0.07 10.85 3.24 12.71 0.37 1.39 1.22 6 Cinza 50.02 12.23 0.21 0.51 0.18 0.09 0.10 0.00 0.02 4.24 2.63 0.07 10.65 2.54 12.45 0.19 0.89 1.17 7 Preto 50.51 12.13 0.19 0.53 0.27 0.07 0.11 0.04 0.02 4.51 2.40 0.06 10.67 2.42 12.94 0.37 0.79 1.24 4 Azul 48.50 12.28 0.19 0.52 0.10 0.13 0.16 0.01 0.02 4.72 2.58 0.04 10.48 3.07 12.99 0.37 1.28 1.14 5 Preto 49.44 12.08 0.21 0.50 0.14 0.10 0.12 0.00 0.00 5.07 2.16 0.03 10.43 2.40 13.22 0.39 0.70 1.23 6 Cinza 49.56 12.21 0.24 0.51 0.13 0.04 0.06 0.03 0.00 5.13 2.15 0.03 10.39 2.35 13.41 0.40 0.62 1.23 1 Azul 49.56 11.94 0.21 0.53 0.11 0.18 0.21 0.01 0.01 5.06 2.26 0.05 10.53 2.86 13.13 0.39 1.36 1.37 Soma O=Cl 99.47 0.58 99.28 0.61 99.15 0.58 97.00 0.56 99.32 0.51 98.19 0.49 99.27 0.52 98.58 0.48 98.22 0.52 98.49 0.52 99.77 0.58 Total 98.89 98.67 98.57 96.44 98.81 97.70 98.75 98.10 97.70 97.97 99.19 Distrib. Si 24.00 Exc_Si 1.43 Zr 2.97 Hf 0.04 Ti 0.16 Soma_Zr 3.00 Exc_Zr 0.17 Nb 0.21 Al 0.07 M1 0.45 Fe 1.59 Mn 1.06 Mg 0.04 Soma_Fe 2.69 Na 14.02 K 0.34 Soma_Na 12.00 Exc_Na 2.36 Sr 0.69 M3 3.05 24.00 1.33 2.91 0.03 0.18 3.00 0.12 0.19 0.07 0.38 1.97 0.91 0.05 2.93 13.90 0.46 12.00 2.36 0.74 3.10 24.00 1.38 2.91 0.03 0.18 3.00 0.12 0.27 0.07 0.46 1.55 1.18 0.05 2.78 13.64 0.35 12.00 1.99 0.77 2.76 24.00 2.08 3.04 0.03 0.18 3.00 0.25 0.33 0.06 0.64 0.57 1.75 0.03 2.36 11.36 0.44 11.80 0.00 1.11 1.11 24.00 1.15 2.90 0.03 0.21 3.00 0.14 0.32 0.07 0.53 1.71 1.16 0.05 2.93 12.46 0.24 12.00 0.70 0.95 1.65 24.00 1.48 3.04 0.03 0.20 3.00 0.26 0.20 0.11 0.58 1.81 1.13 0.05 2.99 12.30 0.12 12.00 0.42 0.75 1.17 24.00 1.47 2.98 0.03 0.20 3.00 0.21 0.18 0.16 0.55 1.90 1.02 0.05 2.97 12.65 0.24 12.00 0.89 0.71 1.59 24.00 0.71 3.05 0.03 0.20 3.00 0.28 0.29 0.06 0.63 2.01 1.11 0.03 3.15 12.83 0.24 12.00 1.07 0.91 1.98 24.00 1.26 3.01 0.03 0.19 3.00 0.23 0.16 0.08 0.48 2.17 0.93 0.02 3.12 13.09 0.25 12.00 1.35 0.71 2.06 24.00 1.24 3.03 0.03 0.20 3.00 0.26 0.14 0.08 0.48 2.19 0.93 0.02 3.14 13.24 0.26 12.00 1.50 0.69 2.20 24.00 1.03 2.94 0.03 0.20 3.00 0.17 0.31 0.07 0.55 2.14 0.97 0.04 3.14 12.86 0.25 12.00 1.11 0.84 1.94 Tabela A.4: Análises químicas representativas de eudialitas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Página 1 de 2. Amostra03'C P53a PC-01D PC-05D Análise Cor Int. SiO2 ZrO2 HfO2 TiO2 Al2O3 La2O3 Ce2O3 Pr2O3 Nd2O3 FeO MnO MgO CaO SrO Na2O K2O Nb2O5 Cl 4 Azul 50.24 11.89 0.19 0.54 0.15 0.07 0.12 0.00 0.00 5.45 2.03 0.03 10.35 2.15 13.66 0.36 0.63 1.28 4 Preto 50.31 12.08 0.21 0.46 0.13 0.05 0.09 0.02 0.00 4.58 2.57 0.03 10.34 2.73 13.23 0.37 0.74 1.17 6 Preto 49.50 11.90 0.16 0.53 0.07 0.15 0.18 0.02 0.01 3.91 3.13 0.04 10.38 3.38 12.81 0.41 1.47 0.99 1 Cinza 50.50 11.51 0.14 0.63 0.00 0.08 0.08 0.00 0.00 2.81 2.60 0.00 10.15 1.62 13.73 0.77 0.75 1.05 4' Preto 51.46 11.89 0.19 0.53 0.00 0.13 0.18 0.00 0.02 2.14 3.03 0.00 10.04 1.72 12.94 0.83 0.81 1.08 5' Azul 48.78 11.53 0.22 0.53 0.00 0.21 0.20 0.00 0.03 4.55 2.41 0.02 10.30 2.94 12.73 0.61 1.56 0.99 2 Cinza 50.24 12.86 0.22 0.62 0.22 0.21 0.25 0.00 0.00 3.49 3.06 0.02 9.75 2.19 11.10 1.05 0.98 1.25 4 Azul 49.61 11.97 0.19 0.49 0.10 0.19 0.23 0.00 0.01 4.25 2.34 0.05 10.18 2.64 13.03 1.22 1.29 1.25 5 Preto 50.80 12.48 0.25 0.51 0.16 0.15 0.21 0.02 0.04 4.95 1.75 0.04 9.90 2.32 13.36 1.22 0.72 1.24 Soma O=Cl 99.14 0.54 99.11 0.49 99.04 0.42 96.42 0.44 96.99 0.45 97.61 0.42 97.51 0.53 99.04 0.53 100.12 0.52 Total 98.60 98.62 98.62 95.98 96.54 97.19 96.98 98.51 99.60 Distrib. Si 24.00 Exc_Si 1.42 Zr 2.93 Hf 0.03 Ti 0.21 Soma_Zr 3.00 Exc_Zr 0.17 Nb 0.14 Al 0.09 M1 0.40 Fe 2.31 Mn 0.87 Mg 0.02 Soma_Fe 3.20 Na 13.40 K 0.23 Soma_Na 12.00 Exc_Na 1.63 Sr 0.63 M3 2.26 24.00 1.46 2.98 0.03 0.18 3.00 0.19 0.17 0.08 0.43 1.94 1.10 0.02 3.06 12.98 0.24 12.00 1.22 0.80 2.02 24.00 1.04 2.94 0.02 0.20 3.00 0.16 0.34 0.04 0.54 1.65 1.34 0.03 3.03 12.57 0.26 12.00 0.83 0.99 1.82 24.00 2.07 2.90 0.02 0.24 3.00 0.16 0.18 0.00 0.34 1.21 1.14 0.00 2.35 13.74 0.51 12.00 2.25 0.49 2.74 24.00 2.47 2.98 0.03 0.20 3.00 0.21 0.19 0.00 0.40 0.92 1.32 0.00 2.24 12.90 0.54 12.00 1.45 0.51 1.96 24.00 1.05 2.89 0.03 0.20 3.00 0.12 0.36 0.00 0.49 1.95 1.05 0.02 3.02 12.68 0.40 12.00 1.08 0.88 1.95 24.00 1.87 3.23 0.03 0.24 3.00 0.50 0.23 0.13 0.86 1.50 1.33 0.02 2.85 11.08 0.69 11.77 0.00 0.65 0.65 24.00 1.23 2.97 0.03 0.19 3.00 0.18 0.30 0.06 0.54 1.81 1.01 0.04 2.85 12.85 0.79 12.00 1.64 0.78 2.42 24.00 1.53 3.06 0.04 0.19 3.00 0.29 0.16 0.09 0.54 2.08 0.74 0.03 2.86 13.02 0.78 12.00 1.80 0.68 2.47 Tabela A.4: Análises químicas representativas de eudialitas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Página 2 de 2. Amostra PC-01D P-223b PC-04D Grão Análise SiO2 TiO2 Al2O3 La2O3 Ce2O3 Pr2O3 Nd2O3 FeO MnO MgO CaO SrO BaO Na2O K2O Nb2O5 F T1 31.3 29.1 0.14 0.11 0.05 0.00 0.00 1.62 5.23 0.27 0.46 16.1 0.47 11.21 0.87 1.55 0.77 T2 31.1 28.8 0.15 0.00 0.00 0.00 0.00 1.72 4.89 0.23 0.48 16.8 0.51 10.98 0.79 1.40 0.77 Fotom. 26 2 (B) 4 (I) 31.1 31.5 29.9 29.4 0.10 0.15 0.09 0.01 0.00 0.04 0.00 0.00 0.00 0.00 1.55 1.62 5.06 5.17 0.19 0.18 0.43 0.47 16.8 17.0 0.62 0.61 10.94 10.87 7 (I) 30.9 29.3 0.17 0.00 0.00 0.00 0.00 2.07 5.27 0.27 0.57 17.4 0.47 10.76 16 (N) 31.2 29.2 0.39 0.00 0.00 0.00 0.00 1.71 5.34 0.29 0.51 17.1 0.27 10.88 0.29 1.01 0.35 0.93 0.17 1.17 0.02 0.86 Fotom. 16 1 2 30.1 30.3 28.6 29.4 0.17 0.16 0.04 0.06 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.26 1.05 5.72 5.62 0.48 0.47 0.54 0.56 17.2 17.4 0.34 0.36 11.09 10.95 0.69 0.68 0.33 0.21 0.94 0.99 Fotom. 17 1 2 30.9 30.3 28.3 28.6 0.68 0.16 0.00 0.06 0.12 0.05 0.00 0.01 0.03 0.00 1.46 1.85 5.16 4.85 0.32 0.33 0.53 0.68 16.7 17.1 0.41 0.33 11.11 11.09 0.80 0.81 0.25 0.26 1.08 1.27 Soma O=Cl=F 99.3 0.17 98.6 0.17 98.1 0.23 98.2 0.21 98.5 0.26 97.8 0.19 97.5 0.21 98.3 0.22 97.9 0.24 97.7 0.29 Total 99.1 98.4 97.9 98.0 98.3 97.6 97.3 98.1 97.6 97.4 Distrib. Si 4.000 4.000 4.000 Calculado com base em 4 cátions Si 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 Ti 2.796 2.789 2.888 2.806 2.852 2.813 2.864 2.923 2.747 2.841 Nb 0.089 0.082 0.017 0.020 0.010 0.001 0.020 0.013 0.015 0.016 Al 0.021 0.023 0.015 0.022 0.026 0.059 0.027 0.025 0.104 0.025 Soma_I 2.906 2.893 2.920 2.849 2.887 2.873 2.910 2.960 2.865 2.882 La 0.005 0.000 0.004 0.000 0.000 0.000 0.002 0.003 0.000 0.003 Ce 0.002 0.000 0.000 0.002 0.000 0.000 0.000 0.000 0.006 0.002 Pr 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 Nd 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.001 0.000 Fe 0.173 0.185 0.167 0.172 0.224 0.183 0.140 0.116 0.158 0.204 Mn 0.566 0.533 0.551 0.556 0.577 0.579 0.644 0.628 0.565 0.543 0.051 0.044 0.036 0.034 0.052 0.055 0.095 0.092 0.062 0.065 Mg Ca 0.063 0.066 0.059 0.064 0.079 0.070 0.077 0.079 0.073 0.096 Sr 1.195 1.254 1.255 1.252 1.301 1.267 1.328 1.335 1.253 1.310 Ba 0.024 0.026 0.031 0.030 0.024 0.014 0.018 0.019 0.021 0.017 Na 2.776 2.742 2.726 2.678 2.697 2.701 2.860 2.803 2.785 2.841 K 0.142 0.130 0.000 0.000 0.000 0.000 0.117 0.115 0.132 0.137 Soma_II 4.989 4.980 4.824 4.787 4.953 4.869 5.280 5.187 5.049 5.214 Cátions 11.896 11.873 11.745 11.636 11.841 11.742 12.191 12.147 11.914 12.095 F 0.622 0.627 0.821 0.747 0.957 0.697 0.791 0.827 0.883 1.062 O 17.389 17.361 17.309 17.151 17.372 17.235 17.613 17.647 17.286 17.492 Ânions 18.011 17.988 18.130 17.898 18.328 17.932 18.404 18.473 18.169 18.554 Tabela A.5: Análises químicas representativas de lamprofilitas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte. Amostra PC-03 (Verde) Grão Análise SiO2 TiO2 ZrO2 Al2O3 La2O3 Ce2O3 Pr2O3 Nd2O3 FeO MnO MgO CaO SrO BaO Na2O K2O Nb2O5 F 1 (N) 33.3 18.5 1.89 0.16 0.00 0.00 0.00 0.01 6.11 7.44 0.26 17.3 0.13 0.05 8.80 0.10 2.20 2.77 2 33.0 18.9 1.42 0.02 0.00 0.10 0.00 0.02 5.61 7.88 0.23 17.6 0.12 0.07 8.80 0.00 1.96 3.09 3 33.2 18.8 1.51 0.03 0.03 0.00 0.00 0.00 8.38 6.32 0.29 16.7 0.10 0.00 8.82 0.00 1.47 2.94 Fotom. 29 4 (B) 5 (N) 33.8 32.6 18.6 19.0 0.97 1.92 0.05 0.02 0.00 0.04 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 8.83 7.99 6.37 6.17 0.30 0.32 16.3 16.9 0.09 0.10 0.02 0.06 8.79 8.90 0.00 0.00 1.74 1.72 3.04 3.00 6 33.2 18.8 1.10 0.06 0.00 0.04 0.04 0.00 7.80 6.77 0.30 16.9 0.10 0.01 8.53 0.03 1.86 2.76 7 (B) 32.9 20.0 0.85 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 7.65 6.88 0.22 17.4 0.09 0.03 8.78 0.01 1.49 3.13 8 32.8 19.2 1.41 0.02 0.00 0.00 0.00 0.00 7.00 6.95 0.25 17.3 0.08 0.00 8.78 0.00 1.84 3.10 Fotom. 30 3 (B) 7 (N) 32.3 31.9 19.4 18.8 1.34 1.74 0.03 0.02 0.00 0.00 0.00 0.07 0.03 0.00 0.01 0.04 7.93 7.32 6.37 6.69 0.29 0.28 16.8 16.8 0.12 0.11 0.00 0.06 8.81 8.94 0.06 0.00 1.81 2.17 3.10 3.36 Soma O=Cl=F 99.0 0.62 98.8 0.70 98.5 0.66 98.9 0.69 98.7 0.68 98.3 0.62 99.4 0.71 98.8 0.70 98.4 0.70 98.3 0.76 Total 98.4 98.1 97.8 98.2 98.0 97.6 98.7 98.1 97.7 97.5 Distrib. Si 2.000 2.000 2.000 Calculado com base em 2 cátions Si 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 Ti Zr Nb Al Soma_I La Ce Pr Nd Fe Mn Mg Ca Sr Ba Na K Soma_II Cátions F O Ânions 0.834 0.055 0.060 0.011 0.961 0.000 0.000 0.000 0.000 0.307 0.379 0.023 1.116 0.005 0.001 1.025 0.008 2.864 5.825 1.053 8.294 9.347 0.863 0.042 0.054 0.001 0.961 0.000 0.002 0.000 0.000 0.285 0.405 0.021 1.145 0.004 0.002 1.035 0.000 2.897 5.857 1.186 8.330 9.516 0.850 0.044 0.040 0.002 0.937 0.001 0.000 0.000 0.000 0.423 0.323 0.026 1.080 0.003 0.000 1.031 0.000 2.886 5.823 1.122 8.265 9.386 0.904 0.040 0.051 0.002 0.998 0.000 0.000 0.001 0.000 0.411 0.334 0.027 1.116 0.004 0.000 1.058 0.005 2.954 5.952 1.214 8.444 9.658 0.885 0.053 0.062 0.001 1.001 0.000 0.002 0.000 0.001 0.384 0.355 0.026 1.130 0.004 0.001 1.087 0.000 2.989 5.990 1.333 8.481 9.815 0.827 0.028 0.047 0.003 0.905 0.000 0.000 0.000 0.000 0.437 0.319 0.026 1.034 0.003 0.000 1.008 0.000 2.828 5.733 1.137 8.155 9.292 0.877 0.058 0.048 0.001 0.983 0.001 0.000 0.000 0.000 0.410 0.321 0.029 1.114 0.004 0.001 1.060 0.000 2.939 5.923 1.166 8.401 9.566 PC-03 (Verm) 0.851 0.032 0.051 0.004 0.938 0.000 0.001 0.001 0.000 0.393 0.346 0.027 1.095 0.003 0.000 0.998 0.002 2.864 5.803 1.053 8.267 9.320 0.911 0.025 0.041 0.001 0.978 0.000 0.000 0.000 0.000 0.388 0.354 0.020 1.131 0.003 0.001 1.034 0.001 2.931 5.909 1.202 8.390 9.592 0.883 0.042 0.051 0.001 0.977 0.000 0.000 0.000 0.000 0.357 0.359 0.023 1.133 0.003 0.000 1.039 0.000 2.913 5.890 1.196 8.373 9.569 Tabela A.6: Análises químicas de normanditas do Corpo Lujaurítico-Chibinítico do Anel Norte.