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CENTRO HOSPITALAR DE COIMBRA, EPE
Paulo Azinhais
Serviço de Urologia do CHC, EPE
Director de Serviço: Dr. Fernando Sobral
29/10/2011
Caso Clínico
Identificação
J. G. S. C.
66 anos
Sexo: masculino
Raça caucasiana
Casado
Natural de Viseu
Residente na Namíbia
Ocupação: mecânico de máquinas
pesadas; sem contacto com químicos
Caso Clínico
Manifestações clínicas / Diagnóstico:
Assintomático
História da
Doença Actual
Diagnóstico : “alterações analíticas” em
consulta de Medicina do Trabalho
Massa renal em exames imagiológicos
Caso Clínico
História da
Doença Actual
Antecedentes Patológicos:
Cirurgias: # tíbia esquerda(?) por acidente de viação há 45 anos
Diabetes Mellitus tipo 2 NIT
HTA
Hiperuricémia
Hipercolesterolémia
Ex-Fumador; em abstinência há 17 anos; 30 U.M.A.
Obesidade – excesso de peso: IMC 27; Peso 86 Kg
Hemi-bloqueio de Ramo Esquerdo
Alérgico à Penicilina
Ausência de história familiar de CCR
Medicação crónica
Glibenclamida + Metformina (2,5 mg + 500 mg) id, Candesartan
16 mg id, Sinvastatina 20 mg id, Bisoprolol 5 mg, Alopurinol 300
mg id
Caso Clínico
Exames Complementares de
Diagnóstico e Estadiamento
Laboratório
Laboratório:
ANORMAL: Policitémia secundária
Hemograma (Hb-17,8g/dl, Htc – 55,9%; Plaq-276.000/µl, Leuc – 4091/ µl)
Ionograma N (K+ - 4,27 mmol/l)
Função Renal (Creat – 66,7 µmol/l, BUN – 7,1 mmol/l)
Provas de função hepática (TGO – 23 U/l, TGP – 37 U/l, LDH – 179 U/L)
Cálcio - 2,13 mmol/l e Fosfatase Alcalina - 95 U/l
VS - 30 mm/1ah; PCR – 1,0 mg/dl
TP (12”/12”) e TTPA (45”/30”); Factor VIII: C cromogénico > 152%
( vr 49-149)
Caso Clínico
Exames Complementares de
Diagnóstico e Estadiamento
TC Abdómino - Pélvica:
25/08/2009
Massa renal esq (10,4cmx7,8 cm),
heterogénea, com necrose central
marcada
Sem outras lesões parenquimatosas.
Sem adenopatias
Caso Clínico
cT2bN0M0
AJCC estádio II
Caso Clínico
Tratamento Cirúrgico (02/11/2009)
Nefrectomia Radical Esquerda por via aberta
Caso Clínico
Anatomia Patológica
CCR, Grau 3 de Fuhrman , pT3aNxMx
Tumor com 8,5 x 6 x 6 cm
Invade a gordura peri-renal, sem invadir a fascia de
Gerota
Caso Clínico
Nomograma de Kattan Pós-Operatório1 :
83% PFS aos 5 anos.
Estádio II da AJCC:
65-75% de OS aos 5 anos;
Nomograma preditor de mortalidade cancro-específica (2)
Sobrevivência cancro específica:
PROGNÓSTICO
1º Ano
92%
2º Ano
82%
5º Ano
70%
10º Ano
55%
Nomograma de Sorbellini de insuficiência renal
94,5% de probabilidade de permanecer livre de
insuficiência renal nos 7 anos a seguir à cirurgia
“Critérios MSKCC 3e CCF4 : Grupo de Risco Favorável “
(1) MSKCC .ORG Preditctive tools
(2) Karakiewicz et al. Multi-Institucional Validation of a New Renal Cancer-Specific Survival NomogramJournal of Clinical Oncology (2007) Vol 25 No 11
(3) Emanuele Belgrano et al . Surgical Management of Renal Cell Carcinoma (RCC) with Vena Cava Tumour Thrombus (Série de Giuliani e de Trieste, Bologna and Genoa).
european urology supplements 5 ( 2 0 0 6 ) 610–618
(3)Motzer RJ, J Clin Oncol. 2002.
(4) Mekhail TM, J Clin Oncol. 2005; Heng et al, J Clin Oncol 2009 VOLUME 27 NUMBER 34 DECEMBER 1
EVOLUÇÃO
Recorrência da doença < 3 meses.
TC tórax
tórax--abdómen
abdómen--pélvis
pós--operatória (19/02/2010)
pós
Localização
Pulmão
Número de lesões
à direita- 3 nódulos, com 8, 10 e 12 mm; à
esquerda -1 nódulo na base com 3 mm
Loca Renal
formação volumosa – 1 recidiva tumoral
Fígado
2 nódulos nos segmentos V e VI com 10,7
mm e 26,9 mm, respectivamente
Baço
1 área nodular mal delimitada (15,6 mm)
negativa
1 nódulo óssea
de 5 mm
supra-hepático
Peritoneu Cintigrafia
TOTAL: 9 lesões secundárias
Caso Clínico
Qual o melhor tratamento?
a) Metastasectomias
b) Temsirolimus
c) Sunitinib
d) Vigilância
Caso Clínico
Qual o melhor tratamento?
a) Metastasectomias
b) Temsirolimus
c) Sunitinib
d) Vigilância
Terapêutica
Hormonas tiroideias basais normais.
Ecocardiograma: “AE moderadamente dilatada. IM
ligeira. VE com boa função sistólica global (FE 56%).
Efeitos Adversos do Sunitinib
(grau 2)
No fim do 4º ciclo
Edema palpebral marcado e pré-tibial (Mixedema)
Fadiga progressiva e anorexia.
Laboratório:
↑TSH: > 50,2 µUI/ml (VR= 0,40 – 4,00)
↓T4: < 1,1 ng/dl (VR= 4,5 – 12,5)
↓T3: 54 pg/ml (VR= 82 - 180)
Terapia de substituição hormonal tiroideia
(levotiroxina 0,075mg id)
Alívio sintomático e normalização laboratorial.
Efeitos Adversos do Sunitinib
(grau 2)
Desde o 2º ciclo
Lesões ulcerosas jugais
Perda progressiva de peças dentárias
Soluções tópicas de lidocaína e pastas com bicarbonato
Necessidade de colocação de prótese dentária
Alívio sintomático
(grau 2)
Desde o 4º ciclo
(grau 1)
Caso Clínico
O que se deve investigar perante uma queixa de astenia
sob terapêutica com Sunitinib?
a) Hipotireoidismo
b) Síndrome depressiva
c) Toxicidades gastro-intestinais
d) Todas as anteriores
Caso Clínico
O que se deve investigar perante uma queixa de astenia
sob terapêutica com Sunitinib?
a) Hipotireoidismo
b) Síndrome depressiva
c) Toxicidades gastro-intestinais
d) Todas as anteriores
Evolução
TC tórax
tórax--abdómen
abdómen--pélvis
(06/09/2010) - 7 meses
Localização
Número de lesões
Pulmão
à direita: 3 nódulos com 8 , 10 e 14mm;
à esquerda, 1 micronódulo calcificado (=) .
Loca Renal
Fígado
Baço
Peritoneu
1 lesão 24 mm (↓)
esboço de 2 nódulos nos segmentos V e VI
( ↓)
1 área nodular (29 mm) (↑)
0 nódulos
RECIST 1.1: (somatório 86 mm)
“ Doença Estável”
Caso Clínico
Qual o máximo de lesões a contabilizar na nova versão
RECIST 1.1 ?
a) 2
b) 5
c) 10
d) 20
Caso Clínico
Qual o máximo de lesões a contabilizar na nova versão
RECIST 1.1 ?
a) 2
b) 5
c) 10
d) 20
Evolução
TC tórax
tórax--abdómen
abdómen--pélvis
(25/02/2011) – 12 meses
Localização
Pulmão
Loca Renal
Fígado
Baço
Peritoneu
Parede abdominal ….
RECIST 1.1: (nova lesão)
“ Progressão da Doença”
Número de lesões
à direita: 3 nódulos com 6 , 9 e 1mm;
à esquerda, 1 micronódulo calcificado .
1 lesão 18 mm
2 nódulos nos segmentos V e VI, o maior
com 22 mm
1 área nodular (20 mm)
0 nódulos
Caso Clínico
O que fazer?
a) Manter Sunitinib
b) Mudar para Everolimus
c) Mudar para outro iTK (Sorafenib)
d) Introduzir em ensaio clínico
Caso Clínico
O que fazer?
a) Manter Sunitinib
b) Mudar para Everolimus
c) Mudar para outro iTK (Sorafenib)
d) Introduzir em ensaio clínico
Terapêutica
Sequenciação Sunitinib – Sorafenib
ou vice versa
J Urol. 2009 Jul;182(1):29-34;
Sequential sorafenib and sunitinib for renal cell
carcinoma.
Conclusions: “…lack of absolute cross-resistance
between TKi.”
Sablin MP, Negrier S, Ravaud A, Oudard S, Balleyguier C, Gautier
J, Celier C, Medioni J, Escudier B.Inst.Gustave Roussy, Villejuif,
France.
Ann Oncol.2011; first published online May
2011
Sunitinib followed by sorafenib or vice versa
for metastatic renal cell carcinoma . Data from
the Czech registry
Camillo Porta1, Giuseppe Procopio2, Giacomo Cartenì3,
Roberto Sabbatini4, Alessandra Bearz5, Isabella Chiappino6,
Enzo Maria Ruggeri7
European Urology 54 ( 2 0 0 8 ) 1373–1378
Sequential Use of the Tyrosine Kinase
Inhibitors Sorafenib and Sunitinib in
Metastatic Renal Cell Carcinoma: A
Retrospective Outcome Analysis Christian
Eichelberg a,*,1, Roman Heuer a,1, Felix K. Chun a, Kristin
Hinrichs a, Mario Zacharias a, Hartwig Huland a,b, Hans
Heinzer a,b
Conclusions: “… The median time from the
initialisation of the first TKI until progression under
therapy with the second TKI was 17.3 mo.”
Terapêutica
Evolução
TC tórax
tórax--abdómen
abdómen--pélvis
(24/06/2011)
Localização
Pulmão
Loca Renal
Fígado
Baço
Abdómen
Número de lesões
à direita: 2 nódulos …ligeiro aumento
dimensional, medindo no exame actual
10 mm e 16 mm, respectivamente.
à esquerda, 1 micronódulo calcificado .
1 lesão 18 mm , estável
2 nódulos nos segmentos V e VI, a maior
com 22 mm, estável
1 área nodular (5 mm)
1 nódulo - aumento da lesão , agora com
42x35 mm (↑)
RECIST 1.1 (somatório 100 mm)
“ Doença Estável”
Evolução
TC tórax
tórax--abdómen
abdómen--pélvis
(26/08/2011)
Localização
Número de lesões
Pulmão
à direita: 2 nódulos bilobulados com 12
e 19 mm (↑);
à esquerda, 1 micronódulo calcificado .
Loca Renal
Fígado
Baço
Abdómen
1 lesão 18 mm , estável
2 nódulos nos segmentos V e VI, o maior
com 20 mm, estável
1 área nodular aumentada (37 mm)
1 nódulo com 57 x 46 mm (↑)
RECIST 1.1 (somatório 163 mm)
“ Progressão da Doença”
Efeitos Adversos - Sorafenib
Iniciou Acetato de Megestrol 160 mg 2id a 07/09/11
Eritema dos 4 membros e face, associado a
fotossensibilidade..
fotossensibilidade
Necessidade de interromper o fármaco durante
3 dias.
Terapêutica
Conclusões
Os CCR metastisados ab initium ou que
metastizam no decurso da doença
mantêm--se um desafio terapêutico.
mantêm
A cirurgia mantém um papel relevante.
Os iTK podem conseguir respostas de RP
ou DE, porém não conseguem alterar a
evolução da doença e as resistências são
inevitáveis.
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