as bactérias onde estão? a importância da experimentação no

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AS BACTÉRIAS ONDE ESTÃO? A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO NO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.
Pâmala Jéssica de Oliveira Santo*
Jamille Santana Cruz **
EIXO TEMÁTICO: GT1 - ESPAÇOS EDUCATIVOS, CURRÍCULO E FORMAÇÃO DOCENTE
(SABERES E PRÁTICAS).
RESUMO
A experimentação é uma estratégia que pode favorecer a aprendizagem significativa no ensino de
Ciências, pois ela permite ao aluno ter contato com o objeto de estudo, observar problemas,
questionar, elaborar hipóteses, visualizar conteúdos abstratos, relacionar os novos conteúdos com seus
saberes anteriores e construir o conhecimento de forma lúdica e prazerosa. O presente trabalho propõe
uma atividade experimental para o ensino de Ciências com o objetivo de aumentar a participação do
aluno e facilitar a sua aprendizagem, além verificar os benefícios da experimentação no ensino de
Ciências. A atividade foi desenvolvida em uma turma de 7ª ano do Ensino Fundamental de uma escola
da rede pública situada na Zona Norte de Aracaju e os resultados obtidos mostraram a eficiência dessa
atividade no processo de aprendizagem significativa.
Palavras-chaves: Ensino de Ciências, Experimentação e Aprendizagem Significativa.
ABSTRACT
The trial is a strategy that can facilitate meaningful learning in science teaching because it allows
students
to have
contact with the object of study, observe problems,
questioning, hypothesising, display abstract content, to
link
the new
content with their
previous knowledge and build knowledge in
a playful and
pleasurable. This
paper
proposes an experimental activity for the teaching of science with the goal of increasing student
participation and facilitate their learning, and verify the benefits of experimentation in teaching
science. The activity was developed in a class of 7 th year of elementary school to a public
school located in the north of Aracaju and the results showed the efficiency of this activity in the
process of meaningful learning.
Keywords: Science Teaching, Trial
and
Meaningful
Learning.
*Graduanda em Ciências Biológicas pela UFS, Bolsista PIBID/CAPES/UFS –
[email protected]
**Graduanda em Ciências Biológicas pela UFS, Bolsista PIBID/CAPES/UFS [email protected]
1
INTRODUÇÃO
Ensino de Ciências e a Aprendizagem Significativa
O ensino de Ciências passou por diversas reformas e ganhou mais espaço e
importância na medida em que a Ciência e a Tecnologia evoluíam e eram reconhecidas como
fundamentais para o desenvolvimento econômico e sócio-cultural (KRASILCHIK, 2000).
Assim como os objetivos do ensino mudavam, as modalidades didáticas utilizadas em sala de
aula também sofriam alterações. De 1950 até 2000 as metodologias passaram por transmissão
exacerbada de conteúdos, aulas práticas, projetos e discussões até chegar aos jogos e
computadores (KRASILCHIK, 2000).
Na década em que vivemos, tem-se a preocupação de formar um cidadão com espírito
crítico, capaz de tomar decisões e justificá-las, ouvir diferentes opiniões, discutir e aceitar
direitos, deveres e oportunidades (KRASILCHIK, 2007). De acordo com Mello (2000), tanto
a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) quanto os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN), valorizam a aprendizagem, a construção crítica do
conhecimento e a relação dos conteúdos curriculares com o cotidiano.
Bevilacqua e Coutinho-Silva (2007) destacam a importância de tornar o ensino de
Ciências prazeroso e estimulante, podendo desenvolver no aluno a Educação Científica.
Muitas vezes, a forma como o conteúdo é trabalhado, inibe as relações que o aluno poderia
fazer entre o que se estuda em sala de aula e o mundo que o cerca. Bondía (2002) assinala que
“pensar não é somente “raciocinar, “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido ensinado
algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que acontece”.
Dessa forma, o ensino se torna um desafio para professores e alunos que precisam
desconstruir uma prática já estabelecida (a prática da transmissão de conteúdos) e desenvolver
uma nova forma, um novo hábito de estudar, pesquisar e entender Ciências. Essa nova forma
deve valorizar a experiência do aluno e seus conhecimentos prévios e estabelecer relações
entre o que já é conhecido e o novo. Schnetzler (1992) afirma que o professor não deve
substituir, mas guiar o aluno para que este possa aprimorar seus conhecimentos, torná-los
mais completos e lapidá-los quando estiverem equivocados.
A aprendizagem ganha mais sentido e se torna significativa quando o aluno incorpora
o novo conteúdo e este se relaciona com saberes já existentes em sua estrutura cognitiva. A
aprendizagem é mecânica ou repetitiva quando se atribui menos significado e o conteúdo é
2
armazenado isoladamente ou por meio de associações arbitrárias, ou seja, sem sentido para o
aluno (PELIZZARI et al., 2002).
Pelizzari et al. (2002) faz um estudo sobre a aprendizagem significativa de Ausubel e
considera que para existir aprendizagem significativa são necessárias duas condições:
“Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o
indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a
aprendizagem será mecânica. Em segundo, o conteúdo escolar a ser
aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser
lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende
somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma
experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos
conteúdos que têm significado ou não para si próprio (p. 38)”.
A aprendizagem significativa não é apenas a retenção de conhecimentos, pois ela
permite ao aluno utilizar os conceitos aprendidos em diferentes contextos, ela não se limita a
reprodução e repetição, mas favorece a utilização do novo conceito de forma inédita e com
nova linguagem (TAVARES, 2008).
Segundo Moreira (apud GUIMARÃES, 2009), a aprendizagem significativa pode ser
por recepção ou por descoberta, sendo que no primeiro caso o que deve ser aprendido é
apresentado ao aluno em sua forma final e no segundo, o conteúdo principal é descoberto pelo
aprendiz.
Sabendo que certo conteúdo pode ser significativo para uns e não significativo para
outros, o professor pode auxiliar o aluno a encontrar esse significado quando ele existir.
Algumas vezes, os conteúdos, abordados na disciplina Ciências no Ensino Fundamental, se
apresentam com muitas nomenclaturas complicadas e temas distantes dos alunos, sendo que a
maior parte desses temas pode ser estudada observando-se o que está ao nosso redor, pois a
Ciência está em toda parte. Para isso, é necessário desenvolver metodologias que permitam
tanto aos professores quanto aos alunos se desligarem do livro didático e olharem para a
natureza que os cerca.
A Influência da Experimentação no Processo de Aprendizagem Significativa
Até o século XVI, a aprendizagem do aluno se baseava na memorização de fórmulas,
regras e teorias. O uso de quaisquer objetos em sala de aula era considerado perda de tempo
para o professor que tinha papel de transmitir e expor conteúdos prontos e acabados. No
século XVII essa forma de ensino começa a ser questionada por Comênio, considerado o pai
3
da Didática, e no século XVIII começa a surgir, com as ideias de Russeau, uma nova visão de
escola, na qual é valorizado o jogo, o trabalho manual e a experiência direta das coisas
(SOUZA, 2007).
Com a Lei (nº 4.024) de Diretrizes e Bases da Educação, de 21 de dezembro de 1961,
as Ciências começam a ganhar mais espaço no currículo escolar e é valorizado ainda mais o
método científico através da participação do aluno em atividades práticas que se baseavam na
observação de problemas, elaboração de hipóteses e verificação experimental dessas hipóteses
para se chegar a conclusões e também a novos questionamentos (KRASILCHIK, 2000).
A Lei nº 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, também valoriza a
união entre teoria e prática e determina que o professor deva incentivar as atividades, entre
elas a experimentação, que possibilitem ao aluno reconstruir ou “reinventar” o conhecimento
que é didaticamente transposto para sala de aula (BRASIL, 1996).
A experimentação no ensino de Ciências pode auxiliar o processo de ensinoaprendizagem na medida em que estimula a participação do aluno e pode permitir a
visualização de conteúdos abstratos. De acordo com Giordan (1999), os professores
reconhecem que a experimentação desperta forte interesse dos alunos nos mais variados
níveis de escolarização. É comum na fala dos professores, a afirmativa de que a
experimentação auxilia na aprendizagem, pois coloca o aluno em contato com os temas
trabalhados. Os alunos também costumam, em seus depoimentos, caracterizarem a
experimentação como uma atividade lúdica, motivadora e essencial.
Os conteúdos, quando trabalhados de forma mecânica podem não atrair a atenção dos
alunos e, muitas vezes, causar repúdio. Segundo Krasilchik (2004), em muitos momentos a
Educação oferecida pela escola não se associa ao cotidiano do aluno o que impossibilita a
Educação Científica. No entanto, a experimentação aproxima o aluno de seu objeto de
conhecimento, a teoria e a prática, une o conhecimento científico já existente e as hipóteses e
interpretações que os alunos dão aos fenômenos observados (LIMA et al. apud
POSSOMBOM et al.2003) tornando, portanto, a aprendizagem mais significativa.
As atividades experimentais podem ser utilizadas para demonstrar um princípio,
desenvolver atividades práticas, testar hipóteses ou como investigação, sendo que esta última
é a que mais ajuda o aluno a aprender (IZQUIERDO E COLS apud GUIMARÃES, 2009).
4
De acordo com Oliveira et al., a experimentação investigativa ocorre quando a partir
de situações simples, averiguam-se os conhecimentos prévios e suscitam-se dúvidas em
relação aos mesmos, procurando, dessa forma, conduzir uma discussão na direção na
aprendizagem significativa. Essas atividades permitem ao aluno fazer inferências sobre a
situação observada e encontrar soluções para o problema, construindo, dessa forma, o
conhecimento.
Existe uma fundamentação psicológica e pedagógica que defende a necessidade de dar
oportunidade a criança e aos adolescentes de exercitarem habilidades de cooperação,
organização, concentração, manipulação de objetos e também de vivenciarem o método
científico (CAPELETTO apud POSSOMBOM, 2003).
Dessa forma, percebe-se que é essencial o uso da experimentação no ensino de
ciências para instigar a participação dos alunos, favorecer seu desenvolvimento psicológico e
cognitivo e facilitar a aprendizagem, pois torna esse processo lúdico e prazeroso.
Em alguns casos a estrutura de certas escolas podem não possibilitar o
desenvolvimento de determinadas atividades experimentais, porém existem diversos
experimentos que podem ser realizados na própria sala de aula, com recursos de baixo custo e
que, de acordo com a forma como forem utilizados, podem fazer enorme diferença na
aprendizagem dos alunos.
Pode-se, portanto, afirmar que ao realizarem atividades diferenciadas em sala de aula,
o aluno se sente satisfeito, motivado a participar e a aprender e, assim, muitos conteúdos que
poderiam ser recusados por conterem nomes e processos complicados são assimilados de
forma dinâmica sem que a atenção esteja voltada para os detalhes complexos e, sim, para a
utilização prática daquele conhecimento teórico e para a sua relação com a vida dentro e fora
da escola.
OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivos propor uma atividade experimental sobre as
bactérias para alunos do 7ª ano do Ensino Fundamental a fim de aumentar sua participação em
sala de aula, facilitar a aprendizagem e verificar os benefícios do uso da experimentação para
o ensino de Ciências nas condições em que foi realizado.
5
METODOLOGIA
A proposta didática foi desenvolvida com uma turma do 7ª ano do Ensino
Fundamental de uma escola da rede pública da zona Norte de Aracaju. A turma apresentava
42 alunos com idades entre 12 e 14 anos. Essa atividade foi resultado da experiência docente
proporcionada pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência, PIBID/
CAPES/UFS aos graduandos em Ciências Biológicas Licenciaturas.
2 – Procedimento Metodológico
A experiência trabalhada com esses alunos abordava o conteúdo “As Bactérias” e pôde
ser didaticamente dividida em quatro etapas: (1) organização do material a ser utilizado, (2)
preparo do meio de cultura, (3) coleta das bactérias e (4) análise do experimento. Nas
primeiras etapas o material a ser utilizado (frascos de vidro, hastes com algodão, gelatina
incolor, açúcar, água e panela) foi levado para sala de aula, sendo que, por motivos de
segurança, o meio de cultura foi previamente preparado, embora os alunos tenham recebido as
informações necessárias sobre o processo de preparação. O meio de cultura foi acondicionado
nos frascos de vidro e estes foram distribuídos entre os alunos que estavam divididos em
grupos.
Na primeira aula, com os alunos já divididos em grupos e em porte do material
(frascos de vidro com meio de cultura e hastes com algodão) foi feita uma introdução sobre o
conteúdo e em seguida, foi apresentada aos alunos a seguinte pergunta: “Onde estão as
bactérias?”. As respostas foram colocadas no quadro para discussões posteriores. Esse
procedimento foi feito para avaliar a noção que os alunos já tinham sobre o tema a ser
estudado.
Em seguida, os grupos foram orientados a se espalharem pela escola e coletarem
bactérias em diferentes locais. Após a coleta, os alunos retornaram a sala de aula e foram
orientados acondicionarem os frascos no laboratório da escola em local com pouca
iluminação durante quatro dias.
Na aula seguinte, os alunos puderam visualizar os frascos de vidro e verificaram
pontos de diversas cores e sulcos no meio de cultura. Em sala de aula, foram discutidos
primeiro, os locais onde eles haviam coletado as bactérias e, segundo, o que significava os
pontos e os sulcos no meio de cultura. Sobre essa segunda questão, cada grupo pôde
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mencionar suas hipóteses que foram anotadas no quadro. Posteriormente, foi feita uma
discussão até que o conhecimento fosse construído de forma mais completa.
Após essa etapa, em outra aula, os alunos foram conduzidos ao laboratório de
informática para pesquisarem sobre os benefícios e malefícios causados pelas bactérias. Cada
grupo apresentou sua pesquisa aos demais colegas a fim de compartilhar as informações
pesquisadas.
Para finalizar a atividade, os alunos foram orientados a responder um questionário
(APÊNDICE I) sobre a experiência desenvolvida para que se pudesse verificar os pontos
positivos e negativos desse procedimento didático.
Onde estão as Bactérias? Investigação do Conhecimento Prévio dos Alunos
Por meio dessa pergunta foi possível averiguar e avaliar uma parte da noção que os
alunos tinham sobre o tema abordado. As respostas que surgiram foram bastante variadas e
demonstraram que a maioria dos alunos tinha uma base sobre o assunto, pois muitos
responderam que as bactérias poderiam ser encontradas em todos os lugares. Alguns alunos
citaram apenas locais onde havia lixo ou sujeira e outros mencionaram algumas doenças
causadas por microorganismos relacionando, dessa forma, esses seres ao homem. Ao mesmo
tempo em que respondiam, os alunos também questionavam acrescentando a atividade mais
alvos para investigação.
A partir disso, ficou claro o que ainda era necessário ser investigado para que o
conhecimento do aluno fosse construído, completado ou lapidado. Os alunos demonstraramse participativos e curiosos, o que foi essencial para o desenvolvimento da atividade. Ao
darem suas respostas, a turma também discutia e concordava ou discordava com as respostas
dadas pelos colegas. A exposição do conhecimento se deu de forma espontânea, pois até
mesmo os alunos mais tímidos participaram ativamente da aula. Esse fato demonstra que
atividades didáticas podem promover a socialização dos alunos e favorecer a auto-estima.
O entusiasmo dos alunos até mesmo nesse momento inicial da aula pode ser atribuído
ao fato de que nesse momento eles já estavam cientes da atividade experimental que iam
desenvolver e organizados para isso. Oliveira et al. (2005), menciona que a experimentação
possibilita ao alunos articularem ideias, negociarem significados entre si e com o professor.
7
Observação dos Resultados do Experimento
Ao retornarem ao laboratório da escola para verificar o que havia acontecido com as
bactérias inoculadas no meio de cultura, os alunos ficaram surpresos ao verem a quantidade
de pontos e sulcos nos frascos de vidro.
Na aula, embora os alunos estivessem curiosos em relação às mudanças ocorridas no
experimento, foi possível indagá-los inicialmente sobre os locais onde eles haviam coletado as
bactérias. Alguns grupos responderam que fizeram a coleta no chão, no banheiro, na parede,
nas carteiras e até mesmo nos cadernos e nas mochilas. Outros grupos afirmaram que
utilizaram as hastes com algodão para coletar bactérias no próprio corpo porque estavam
suados e acreditavam que, assim, teriam microorganismos na pele. Essa observação foi
importante e levou a discussão sobre o modo de vida das bactérias e, dessa maneira, foi
possível identificar algumas falhas que ainda faziam parte do pensamento dos alunos.
A discussão entre eles foi capaz de desfazer alguns mitos presentes nos comentários,
como por exemplo, a afirmação: “no nosso corpo não tem bactérias não, as bactérias ficam no
chão”. Através da aula que seguia orientando as discussões, os alunos foram percebendo que
a proximidade entre homem e bactéria é intensa e pode ser benéfica ou maléfica.
Espontaneamente os grupos formados trocavam seus frascos de vidro para poderem
visualizar também o resultado obtido no experimento desenvolvido pelos colegas. Ao
perguntarem sobre as modificações nos meios de cultura, os alunos esperavam respostas
vindas das professoras, porém eles foram instigados a darem proposições, hipóteses ou ideias
sobre o que seriam aqueles pontos e sulcos presentes nos frascos. A resposta unanime foi: são
bactérias. Porém essa resposta trouxe outras perguntas feitas pelos próprios alunos: “É
possível enxergar as bactérias a olho nu?”.
Durante a aula, pôde-se auxiliar os alunos a perceberem que o que eles visualizavam
eram colônias de bactérias e não uma bactéria isolada e que poderiam existir juntamente com
as bactérias outros microorganismos. Foi pertinente fazer uma breve diferenciação entre os
microorganismos estudados no 7ª ano do Ensino Fundamental.
Em relação aos sulcos presentes no meio de cultura, alguns alunos afirmaram que era
“o caminho feito pelas bactérias”, outros afirmaram não saber do que se tratava. Assim, foi
necessário fazer outras perguntas para ajudar a turma a construir mais um degrau no
conhecimento sobre esse tema. Foram feitas as seguintes perguntas: para uma bactéria
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sobreviver do que ela precisa? Como os alunos já haviam tido uma breve introdução ao
assunto, a resposta foi imediata: alimentação. A partir disso, surgiram discussões que foram
conduzidas para que os alunos pudessem associar os sulcos a locais onde as bactérias teriam
se alimentado e pudessem também entender que o meio de cultura continha alimento e
tornava o ambiente propício ao aparecimento desses microorganismos.
A interação dos alunos e a participação ativa dos mesmos tornaram a aula dialogada e,
assim, não houve tensão, estresse ou formas e nomenclaturas a serem memorizadas. Em todo
o tempo o conhecimento dos alunos era sondado e no decorrer da aula foi possível
acrescentar, construir, modificar e reelaborar conceitos. Sobre o comportamento dos alunos,
pode-se dizer que foi positivo, pois apesar de alguns alunos serem mais eufóricos que outros,
o andamento da aula não foi prejudicado.
Avaliação sobre a Pesquisa no Laboratório de Informática
Nessa parte da atividade, percebeu-se que o Laboratório de Informática é também um
grande atrativo para os alunos. Devido à estrutura da escola, os alunos puderam utilizar os
computadores individualmente, porém a apresentação da pesquisa deveria ser feita em grupo.
No decorrer da aula, os alunos pesquisaram e trocaram informações com os colegas e, ao
apresentarem suas pesquisas foi possível diagnosticar que grande parte da turma já percebia a
importância das bactérias na vida homem, pois muitos alunos apresentaram informações que
falavam sobre a utilização de bactérias na fabricação de antibióticos, alimentos e na
agricultura.
Esse momento foi importante para que o conteúdo visto através do experimento fosse
ainda mais elaborado. Sabe-se que em outros momentos da vida e em outras aulas, esses
alunos ainda terão a oportunidade de enriquecer cada vez mais o que foi visto durante essas
aulas.
Análise dos Questionários
Em relação aos questionários respondidos pelos alunos, não houve distinção entre as
respostas, 100% dos alunos responderam positivamente as questões. Entre as justificativas
pôde-se observar que houve grande variedade de respostas. É possível destacar que alguns
alunos consideram essa atividade lúdica, atrativa e, por isso, gostaram e se sentiram satisfeitos
ao participarem. Em relação à aprendizagem, os alunos julgaram que o experimento ajudou a
aprender por que o conhecimento teórico foi estudado junto ou unido a prática. Sobre o tema
abordado no experimento (as bactérias), os alunos afirmaram que consideravam o assunto
9
interessante e importante para o homem. Os alunos afirmaram também sentiam falta desse
tipo de atividade não apenas no ensino de Ciências, mas em todas as disciplinas da escola.
Outros disseram que a disciplina Ciências era a que mais necessita de atividades
experimentais para auxiliar o entendimento dos conteúdos.
As justificativas mostram que é válido utilizar o experimento como metodologia e que
mesmo sendo necessárias várias aulas para o desenvolvimento dessa atividade, o resultado é
satisfatório e o aluno pode, assim, construir o conhecimento sem pressa e com autonomia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos demonstraram que o experimento, dependendo da forma como
for utilizado, é uma estratégia eficiente para atrair a atenção do aluno e mobilizar a sua
participação durante as aulas de Ciências. O ensino de Ciências pode se torna prazeroso,
dinâmico e instigante quando o professor procura metodologias apropriadas para colocar o
aluno como sujeito ativo e construtor do seu conhecimento. A aprendizagem ganha
significado quando o aluno é estimulado a pensar sobre o que já sabe, o que já conhece e o
que faz parte de seu universo cotidiano. Ao elencar novos conhecimentos sobre estes já
existentes, o aluno consegue aprender e reelaborar conceitos e, assim, é obtido melhor
rendimento escolar. Portanto, o experimento proposto, nas condições em que foi utilizado, foi
capaz de favorecer a aprendizagem significativa.
10
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12
APÊNDICE I
QUESTIONÁRIO
SÉRIE/TURMA:
DATA:
1) Você considera importante estudar sobre as bactérias?
SIM ( )
NÃO ( )
Justifique:
2) Você acredita que realizar experimentos podem te ajudar a aprender?
SIM ( ) NÃO ( )
Justifique:
3) Você sente a necessidade de aulas práticas na disciplina Ciências?
SIM ( ) NÃO ( )
Justifique:
4) Você gostou de participar dessa atividade? Como você se sentiu?
SIM ( )
Não ( )
Justifique:
13
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