ACIDIFICAÇÃO DE MOSTOS E VINHOS INTRODUÇÃO A acidificação de mostos e de vinhos tem o objectivo de elaborar vinhos equilibrados sob o ponto de vista gustativo, de favorecer boa evolução biológica e um correcto desenvolvimento da maturação do vinho e de corrigir insuficiente acidez natural, originada pelas condições climáticas da região vitícola. REVISÃO DA LEGISLAÇÃO: O Regulamento (CE) 606/2009 prevê a acidificação de mostos e vinhos com ácido DL-málico, ácido L tartárico, o L-málico e o L-láctico, isoladamente ou combinados entre si. Os tratamentos de acidificação referidos estão limitados às zonas CI, CII, CIII a e CIII b, nas quais Portugal se inclui. No caso de se utilizar no mesmo mosto ou vinho mais do que um ácido orgânico, é necessário calcular a quantidade máxima de cada ácido que se pode utilizar com base nos limites fixados pelo Regulamento. Assim, para a acidificação de mostos o limite está fixado em 1,5 g/L (expresso em ácido tartárico), enquanto que nos vinhos o limite máximo é de 2,5 g/L (expresso em ácido tartárico). CARACTERÍSTICAS GERAIS: Ácido L-tartárico Ácido DL-málico Ácido L-Láctico Fórmula Química C 4 H6 O 6 C4 H 6 O 5 C3 H6 O 3 Nome sistemático Ácido L - 2,3 dihidroxibutanodióico Ácido DL - 2 hidroxibutanodióico Ácido L - 2hidroxipropanóico Peso molecular (g/mol) 150,1 134,09 90,08 pKa1 3,01 3,46 3,81 pKa2 4,05 5,05 Quantidade necessária para aumentar a acidez total em 1 g/L (expressa em ácido tartárico) 1 g/L 0,89 g/L 1,20 g/L Limite máximo legal (considerando que é o único acidificante adicionado) 1,5 g/L em mostos 2,5 g/L em vinhos 1,34 g/L em mostos 2,23 g/L em vinhos 1,8 g/L em mostos 3,0 g/L em vinhos A eficácia da acidificação (diminuição do pH) é, de uma forma geral, bem superior para o ácido L-tartárico, sendo idêntica para os outros dois ácidos (considerando os valores de pKa). No entanto, as diferenças entre os três ácidos, ao nível da acidez total, são menos significativas. A acidificação química dos mostos e vinhos com o ácido L-láctico e com o ácido DL-málico, comparativamente com a realizada com o ácido L-tartárico, minimiza a ocorrência de precipitações de hidrogenotartarato de potássio, donde resulta, assim, uma efectiva redução do poder acidificante deste último ácido. OUTUBRO 2009