CHUMBO PROPRIEDADES ASPECTOS TOXICOLÓGICOS DOS METAIS Componentes naturais da litosfera Deslocamento derivado de fontes naturais e antropogênicas Efeitos tóxicos conhecidos desde a Antiguidade Chumbo metálico – maleabilidade, ductibilidade, resistência à corrosão metal cinza azulado → cinza fosco Pbo → PbO Sais de Pb++ Compostos orgânicos: Pb(CH3)4 e Pb(C2H5)4 PbS (minério de chumbo): GALENA MEPBS CHUMBO CHUMBO Fontes de exposição alimentar Utilizado em: Principal via de exposição do homem baterias (70% do consumo mundial) chapas, fios, ligas metálicas tintas e pigmentos anti-detonante na gasolina (proibido Alimentos e Bebidas Alimentos processados: latas Água: Pb no sedimento (>) e dissolvido na água (<) no Brasil) Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea [email protected] unicamp..br CHUMBO Toxicocinética absorção CHUMBO Fontes de exposição GASTRINTESTINAL Últimos anos: diminuição nos níveis Adultos: 5 a 10% de absorção do Pb ambientais de Pb (retirada do Pb tetraetila ingerido (crianças 45 a 50%) da gasolina e de soldas) Intestino delgado: transporte facilitado (transportador do cálcio); absorção influenciada por íons Ca, Fe e fosfato Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea [email protected] unicamp..br 1 CHUMBO Toxicocinética distribuição/armazenamento CHUMBO Toxicocinética absorção PULMONAR poeiras: Sangue ( > 90 % nos eritrócitos) depende do diâmetro das Distribui-se partículas; no epitélio alveolar – absorção de cerca de 30-50%. fumos de PbO – absorção superior a 80% Pb (CH3)4 - absorção total Tecidos Órgãos Ossos Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br CHUMBO Toxicocinética armazenamento/ excreção CHUMBO Suor INALAÇAO INGESTÃO Cabelo Saliva Leite epitélio alveolar 30--50 % 30 soro delgado 9292-94 % SANGUE < 10 15 % intestino Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea [email protected] unicamp..br > 50 % < 1% livre Tecido ósseo eritrócitos t½ média no esqueleto= 20 anos Excreção: fezes, urina, leite, cabelos e unhas, saliva 90 -95 % bile rins baço fígado músculos cérebro EXCREÇAO EXCREÇAO Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea [email protected] unicamp..br MEPBS CHUMBO toxicodinâmica CHUMBO MECANISMO DE AÇÃO TÓXICA DO CHUMBO SOBRE OS ERITROBLASTOS DA MEDULA ÓSSEA Ciclo de Krebs Succinil CoA + glicina Pb δ - ALA D Ac. δ-Aminolevulínico HEME Heme sintetase Porfobilinogênio Protoforfirina IX Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br MEPBS 2 CHUMBO Efeitos tóxicos INTOXICAÇÃO AGUDA 1. Compostos inorgânicos: alterações gastrintestinais: cólica, diarréia, vômitos, sabor metálico albuminúria, cilindrúria parestesias, fraqueza e convulsões coma e morte (2-3 dias) CHUMBO Efeitos tóxicos INTOXICAÇÃO CRÔNICA síndrome gastrintestinal: anorexia, dores difusas, constipação, orla gengival, cólicas síndrome renal: lesão tubular (s. Fanconi); nefropatia crônica (fibrose) síndrome neuromuscular: fraqueza, fadiga, paralisia e atrofia CHUMBO limites permitidos (alimentos) Brasil: ingestão diária calculada em 12, 6 µg/kg frutas, água potável, bebidas, cereais e vegetais LMT no Brasil - variam com o alimento: entre 0,05 (leite) e 2,0 (pescado e outros se industrializados) mg/ kg (FAO/ OMS) IDT provisória– 3,6 µg/ kg/ dia IST provisória – 25 µg/ kg/ semana CHUMBO Efeitos tóxicos INTOXICAÇÃO AGUDA 2. Compostos orgânicos: hipertermia; hipotensão com taquicardia encefalopatia com delírios e convulsão ebriedade, anorexia, irritação, cefaléia, e náuseas CHUMBO Efeitos tóxicos INTOXICAÇÃO CRÔNICA SNC: encefalopatia hipertensiva (rara)- com seqüelas permanentes, incluindo problemas comportamentais, enfraquecimento intelectual e hiperreatividade Efeitos irreversíveis CHUMBO limites permitidos (ocupacional) TLV-TWA (ACGIH-USA)= 0,05 mg/m3 LT (Brasil/ NR15)= 0,1 mg/m3 Categoria carcinogênica: EPA- B2 IARC- 2B TLV- A3 3 Bioindicadores de dose interna Bioindicadores de dose interna 1. Chumbo no sangue Específico, sensível Indicador de dose interna (últimos meses), porém tem também significado clínico VR = até 40 µg/dL IBMP = 60 µg/dL 2. Chumbo na urina Usado na avaliação de armazenamento excessivo, após EDTA(Na)2Ca, e para exp. ao Pb orgânico (NR-7, Pb tetraetila) Específico, sensível Maior variabilidade que o PbS VR = até 50 µg/g de creatinina IBMP = 100 µg/g creatinina (Pb org.) CHUMBO Bioindicadores de efeito 1. Protoporfirina eritrocitária Não específico, sensível VR = até 40 µg/dL IBMP = 100 µg/dL (ZnPP) 2. Ácido δ- aminolevulínico em urina – δ –ALA-U Não específico, sensível VR = até 4,5 mg/g creatinina IBMP = 10 mg/ g creatinina Valores mais elevados em mulheres MEPBS Bioindicadores de efeito 3. Ácido δ- aminolevulínico desidratase em sangue - δ –ALA-D Não específico, MUITO sensível Não preconizado na NR-7 CHUMBO TRATAMENTO ANTIDOTAL EDTA Na2 Ca – quela o chumbo livre – usado nas intoxicações agudas (cólicas) ou quando há suspeita de elevada acumulação nos ossos. Não recupera lesões renais e neurológicas e há risco de quelar outros metais Não usar como profilático 4 MERCÚRIO MERCÚRIO Antiguidade: mercúrio – magia Uso do cinábrio (HgS) em escrituras/ contaminados com metilmercúrio em desenhos rupestres Minamata (Japão) Anos 50 - acidente com peixes Século XVI: tratar a sífilis Século XIX: fabricação de chapéus de Iraque entre 1971-1972: maior ocorrência características epidêmicas feltro Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea [email protected] unicamp..br MERCÚRIO MERCÚRIO COMPOSTOS USOS: Hg0: - Hgo (metal líquido e volátil) de - sais de Hg++ e de Hg2++ (cloreto, sulfato) - derivados orgânicos (alquilados, arilados, alcoxialquilados). amálgamas; aparelhos científicos precisão; cubas eletrolíticas (soluções NaCl) e eletrodos. Sais de Hg: pigmentos, catalisadores; alguns foram usados como diurético MERCÚRIO MERCÚRIO Atividade humana: mineração (HgS) TRANSFORMAÇÃO AMBIENTAL responsável pelo > acúmulo de Hg no ambiente Peixe: principal fonte de mercúrio (metilmercúrio) Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br MEPBS 5 MERCÚRIO Toxicocinética – absorção Via respiratória: Hg metálico (vapor) Via oral: MERCÚRIO Toxicocinética – distribuição Hg metálico - absorção muito baixa Sais de Hg++ Hgo oxidação no sangue e tecidos Hg++ - inferior a 8 % no ID acúmulo no fígado rins (metalotioneína) Metilmercúrio- 100% (transporte ativo) - Acúmulo no cérebro (oxidação) Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea [email protected] unicamp..br MERCÚRIO Toxicocinética - Excreção e MERCÚRIO Toxicodinâmica Principais vias de excreção: Compostos Alquilmercuriais Fezes (90%), urina, unhas e cabelos, suor e saliva União seletiva com proteínas do cérebro t½ média: (R –SH) mercúrio orgânico: ~ 70 dias Danos no SNC (morfológico, bioquímico, mercúrio inorgânico: 40 dias eletrofisiológico) Sintomas de intoxicação Prof. Felix G. R. Reyes Prof. E mail mail:: reyesfgr@fea. [email protected]. unicamp.br Prof.. Felix G. R. Reyes Prof E mail mail:: reyesfgr@fea [email protected] unicamp..br MERCÚRIO Toxicodinâmica MERCÚRIO Efeitos Tóxicos- Agudos (Hg++; Hg2++) CICLO DE KREBS Inibe 2 enzimas: a succino desidrogenase e desidrogenase isocítrica Rins: falência renal (albuminúria, cilindrúria e hematúria) Gastrintestinal: sabor metálico, inflamação língua, mucosas, lesões (ingestão); Sistema Nervoso: mal estar, visão obscurecida e parestesias (morte após 1-5 dias da ingestão). Diminui a produção de ATP 6 MERCÚRIO Efeitos Tóxicos- Crônicos MERCÚRIO Efeitos Tóxicos - Agudos (metilmercúrio) Predominam efeitos neurotóxicos: constrição do campo visual, disartria, surdez, ataxia, tremores, coma e morte Neurotoxicidade (todos os compostos) - Psicose Tóxica: alterações comportamentais e da personalidade; Parkisonismo mercurial MERCÚRIO Efeitos Tóxicos - Agudos (fumos de Hg0) Pulmonares: bronquite e peneumonite Neurológicos: tremores, hiperexcitabilidade Renais: lesões acontecem ocasionalmente - Alterações cardiovasculares: isuficiência coronária, hipertrofia ventricular, hipertensão. - Alterações renais (síndrome nefrótica, proteinúria). - Danos cromossômicos (metil-mercúrio). Tríade hiperexcitabilidade, tremores, gengivite são característicos de intoxicação crônica pelo Hg0 MERCÚRIO limites permitidos (ocupacional) MERCÚRIO Bioindicadores de dose interna TLV-TWA (ACGIH-USA)= 0,025 mg/m3 LT (Brasil/ NR15)= 0,04 mg/m3 Categoria carcinogênica: IARC- 3D MERCÚRIO Bioindicadores de dose interna 2. Mercúrio em sangue indicador de dose interna (exposição recente); sensível e específico; afetado pelo alimento; mais usado para exposição aos organomercuriais VR= < 0,99 µg/dL; BEI= 1,5 µg/dL (ACGIH) 1. Mercúrio em urina indicador de dose interna (exposição últimas semanas); sensível e específico; VR = < 5 µg/g creatinina; IBMP = 35 µg/ g creatinina ARSÊNIO USOS E FONTES DE EXPOSIÇÃO FORMAS: As +3 e As+5 (em compostos inorgânicos e orgânicos). → Lavouras, como fungicida e herbicida, (arseniato Pb, Ca), desfolhante (ácido cacodílico) → Produção de cerâmica, vidro e de pigmentos, semicondutores (arsenito de gálio) → Mineração: de cobre, zinco e chumbo → Ligas metálicas, com o cobre, zinco, chumbo, etc. → Sínteses químicas (arsina) MEPBS 7 ARSÊNIO toxicocinética ARSÊNIO TRANSFORMAÇÃO AMBIENTAL ABSORÇÃO Via Oral: 6 a 9 % é absorvido no intestino delgado Via dérmica: penetração na pele e ligação a grupos sulfidrila da queratina (câncer) MEPBS MEPBS ARSÊNIO toxicocinética ARSÊNIO toxicocinética BIOTRANSFORMAÇÃO Variável EXCREÇÃO Formação de ácidos monometilarsônico (MMA) e dimetilarsínico (DMA) após a redução do As+5 para As+3, por ação das metiltransferases urina e fezes: lenta, forma orgânica (MMA e DMA) e inorgânica. Em 10 dias (dose única) ou até em 70 dias (exposições repetidas) MEPBS MEPBS ARSÊNIO toxicodinâmica forma trivalente é mais tóxica ARSÊNIO Efeitos tóxicos- agudos DL50 As2O3= 2-3 mg/kg peso corpóreo (oral) alta afinidade por grupos sulfidrila (SH) de enzimas e proteínas → Ácido lipóico é inibido – cofator na descarboxilação do ácido pirúvico CH2 SH CH2 S CH2 Comprometendo a formação de acetil CoA e o ciclo de Krebs CH + As-R CH (CH2)4 (CH2)4 COOH COOH ácido lipólico Danos no SNC MEPBS diarréias (água de arroz até sanguinolentas) AsR CH2 SH alterações gastrintestinais: náuseas, vômitos, dores epigástricas, desconforto S irritação das mucosas do esôfago, estômago e intestino morte (2- 3 dias) 70-180 mg – anorexia, hepatomegalia, melanose, arritmia cardíaca, convulsão, coma e morte MEPBS 8 ARSÊNIO Efeitos tóxicos- crônicos ARSÊNIO valores de exposição humana Sistema cardiovascular: lesão vascular periférica (doença dos pés pretos) Sistema nervoso: neurotoxicidade; polineuropatias (irreversível) alteração sensorial, parestesia, fraqueza muscular Sistema hematopoiético: leucopenia (arsina – hemolítica) Pele: hiperqueratose, hiperpigmentação. Sistema respiratório: irritação (perfuração do septo nasal), traqueobronquite, fibrose intersticial difusa Carcinogênico, teratogênico e mutagênico Ingestão diária calculada em 12 – 40 µg/ 70 kg FAO/ OMS: Máximo aceitável para adultos: 2 µg/ kg/dia ARSÊNIO limites permitidos (ocupacional) NR- 15: 0,04 mg/m3 (compostos inorgânicos) ACGIH: 0,01 mg/m3 e notação A1 = carcinogênico para humanos MEPBS MEPBS ARSÊNIO Tratamento antidotal BAL = British Anti-Lewisite = dimercaptopropanol Quela o arsênio circulante e o quelato é excretado na urina MEPBS 9