zona reflexa em portadores de sintomas dispépticos

Propaganda
MARCELA DE ASSIS
MARCO ANTONIO TURCHETTO
ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS
GOIÂNIA
2004
MARCELA DE ASSIS
MARCO ANTONIO TURCHETTO
ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS
Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial na disciplina Trabalho
de Conclusão de Curso II do Curso de Fisioterapia da Universidade
Católica de Goiás.
Orientadora: Profª Msª Valéria Rodrigues Costa de Oliveira
Profº Cláudio Lísias Monteiro da Cruz
GOIÂNIA
2004
ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS
___________________________________________
_____________
Valéria Rodrigues Costa de Oliveira
Nota
___________________________________________
_____________
Cláudio Lísias Monteiro da Cruz
___________________________________________
Kemil Rocha de Sousa
Nota
_____________
Nota
INTRODUÇÃO
A massagem do tecido conjuntivo (MTC) é uma técnica manual específica de manipulação
aplicada ao tecido conjuntivo próximo a superfície do corpo que facilita tanto o diagnóstico como o
tratamento de doenças.(1)
Esta técnica foi desenvolvida por uma fisioterapeuta alemã, Elizabeth Dicke, em 1929, após
ter sofrido uma grave enfermidade circulatória em seu membro inferior direito. Através da
experiência obtida por sua enfermidade, Dicke foi desenvolvendo pouco a pouco a técnica. Em
1935, o professor Veil de Jena conseguiu confirmar a eficácia da técnica de Dicke e em 1938, os
professores Kohlroush e Telrich-Leube, após aplicação e investigação do método por um ano,
confirmaram sua efetividade. (1)
O princípio fisiológico da técnica tem origem na formação do corpo humano, o qual é
derivado de uma série de 33 discos (33 somitos mesodérmicos) e cada um deles termina originando
duas raízes nervosas da medula espinhal, uma de cada lado. Nos estágios mais avançados do
desenvolvimento, estes nervos continuam a governar a atividade de todas as estruturas derivadas de
um segmento discóide original. Alterações patológicas que afetam qualquer das estruturas derivadas
de um somito mesodérmico pode, eventualmente, dar origem a sintomas em qualquer das estruturas
do mesmo segmento.(2)
As bases fisiológicas da técnica também podem ser explicadas pelo mecanismo da dor
reflexa, onde estímulo doloroso procedente de uma víscera é conduzido ao Sistema Nervoso Central
(SNC) pelo neurônio aferente visceral e penetra na medula juntamente com o neurônio aferente
somático, que é responsável pela sensibilidade superficial daquele metâmero. Seja qual for a origem
do estímulo, pele ou víscera, o mesmo é “percebido” pelo cérebro como se tivesse nascido na área
cutânea do metâmero correspondente.(3)
Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais
e sintomas dos distúrbios circulatórios, doenças reumáticas, disfunções dos órgãos internos,
distúrbios do sistema nervoso autônomo e central, distúrbios respiratórios e do tecido conjuntivo.(2)
A avaliação para diagnosticar a presença da zona reflexa é realizada através da inspeção e
palpação do dorso do paciente. Na inspeção observa-se as alterações na tensão do tecido conjuntivo,
causadas pela redução ou alteração no conteúdo aquoso. O dorso é observado a fim de notar
alterações no contorno da superfície entre os 2 lados. Algumas zonas musculares podem ter o
aspecto edemaciado, enq uanto outras, deprimido, referindo a uma doença passada e doença atual,
respectivamente.(4)
Já na palpação se realiza o tracionamento irritativo, o qual ativa os reflexos dolorosos.
Reflexos estes que juntamente com a inspeção irão confirmar a existência de uma zona reflexa no
paciente. Por isto, a avaliação é de extrema importância, uma vez que demonstra a existência da
zona reflexa e sua localização, dando assim a possibilidade de fisioterapeutas diagnosticarem uma
doença que o paciente possa ter em determinado órgão de acordo com o mapa existente na
literatura. (2,5)
Enfim, este trabalho tem como objetivo comprovar a existência de uma zona reflexa em
portadores de sintomas dispépticos, delimitar a sua localização, comparando-a com a descrição da
literatura e confirmar os métodos de avaliação que identificam a presença da zona reflexa.
A dispepsia funcional ou idiopática é uma alteração digestiva, caracterizada por dor ou
desconforto localizados no abdome superior, sem evidências de alterações orgânicas ou
morfológicas que expliquem tais sintomas, tendo assim alta incidência na população, o que levou a
ser escolhida para avaliação do trabalho. (6)
Então, este trabalho se faz importante porque mesmo a fisioterapia tendo suas origens
vinculadas à prática da ma ssagem, ainda no século XIX, atualmente, no século XXI, são
encontrados poucos estudos nesta área, principalmente sobre a massagem do tecido conjuntivo, que
é um instrumento para o fisioterapeuta tratar doenças de órgãos internos de forma não invasiva.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi constituído por um estudo observacional. A amostra populacional constou de
20 indivíduos de ambos os sexos, sendo 16 do sexo feminino e 4 do masculino, com idade entre 22
e 59 anos, que apresentam ou apresentaram queixas de sintomas dispépticos.
Foram excluídos da pesquisa os indivíduos que apresentaram as seguintes doenças: portadores
de neoplasias, cardiopatias, pneumopatias, feridas abertas ou outras lesões cutâneas, excesso de
pêlos nas costas, infecções bacterianas ou virais, quistos de ovário e gestantes antes do quarto mês.
Os participantes foram esclarecidos sobre o teor da pesquisa, e assinaram o termo de
compromisso. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Católica
de Goiás – UCG.
As avaliações dos sujeitos foram realizadas, por um dos pesquisadores e acompanhada pelo
outro, na Clínica Escola Vida da UCG de setembro a outubro de 2004, seguindo o protocolo
proposto por Linderman (7) , 1975.
Os avaliados permaneceram na posição sentado na maca com os pés apoiados e com dorso
desnudo. Seguiu-se
I.
Inspeção: atentando para: alteração de relevo no dorso; edema ou retração na
região em questão;
II. Palpação da região dorsal incluindo:
ð
Deslocamento Plano : com 2º e 3º dedos da mão dominante, verificando a
mobilidade do tecido conjuntivo em todas as direções e sentidos;
ð
Método de pregas cutâneas (deslocamento de pregas): foi realizado com o 1º dedo
no sentido perpendicular às fibras musculares, atentando para os locais onde não se formaram
pregas;
ð
Manobra Irritativa : foi efetuada com o pinçamento do 1º e 2º dedos das mãos D e E,
agindo com uma pressão excessivamente intensa, uniforme e deslizante;
Para delimitação da área correspondente à zona reflexa, ou seja, na qual o indivíduo relatou
dor intensa durante a palpação com manobra irritativa, foi utilizado lápis dermatográfico e em
seguida foi feito o registro por meio de fotografia.
RESULTADOS
Os indivíduos avaliados tinham idade média de 32,65 anos variando de 22 a 59 anos, com
desvio padrão de 12,24. 60% apresentaram gastrite leve, 25% gastrite nervosa, 20% esofagite, 10%
hérnia de hiato e 5% gastrite moderada, diagnosticados pela a avaliação clínica e endoscopia,
segundo relato dos mesmos.
O tempo do diagnóstico teve variação de 1 mês a 20 anos. E os tratamentos clínicos realizados
foram farmacologia e dieta.(vide Tabela 1)
Tabela 1: Dados pessoais dos pacientes e da doença
Paciente Sexo Idade Diagnóstico nosológico
1
2
3
Fem
Fem
Masc
38
29
59
Gastrite Leve
Gastrite Nervosa
Gastrite leve
4
5
6
7
8
9
10
Fem
Fem
Masc
Masc
Fem
Fem
Fem
22
23
30
22
39
31
26
11
12
13
14
15
16
17
18
19
Fem
Fem
Fem
Fem
Fem
Fem
Fem
Fem
Masc
25
34
24
23
22
56
22
44
56
20
Fem
28
Gastrite leve
Gastrite leve
Esofagite e Gastrite leve
Esofagite
Gastrite Nervosa
Gastrite Leve
Gastrite leve e Hérnia
de hiato
Gastrite Nervosa
Gastrite moderada
Gastrite leve e Esofagite
Gastrite Leve
Gastrite Leve
Gastrite Leve
Gastrite Nervosa
Gastrite leve
Esofagite e hérnia de
hiato
Gastrite leve
Tempo
Diagnóstico
1 ano
5 anos
5 anos
Tratamento Realizado
1 mês
10 meses
2 anos
3 anos
8 anos
1 ano
2 anos
Fármaco e dieta
Remédio Natural
Medicamento manipulado e
dieta
Fármaco e dieta
Fármaco e dieta
Fármaco
Fármaco
Fármaco e dieta
Dieta
Fármaco e dieta
3 anos
3 meses
6 anos
2 anos
1 ano
20 anos
1 ano
5 anos
2 anos
Fármaco e dieta
Fármaco
Fármaco e dieta
Fármaco e dieta
Fármaco
Fármaco e dieta
Fármaco e dieta
Fármaco e dieta
Fármaco
8 anos
Fármaco e dieta
Em relação à inspeção, observou-se que as regiões que apresentaram maior incidência de
zona edemaciada são os trapézios fibras superiores esquerda (E) e direita (D), seguidos pela região
paravertebral de L4 a T7. Quanto às zonas deprimidas, observou-se que a região sacral e processos
espinhosos de L4 a T7 tiveram maior incidência, seguidos da região interescapular bilateral. (vide
Tabela 2)
Tabela 2: Inspeção das zonas edemaciadas e zonas deprimidas
Paciente
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Zona edemaciada
Paravertebral bilateral de L4 a T7; trapézios fibras
superiores D e E
Trapézios fibras superiores D e E; ângulo inferior
da escápula a T6; T3 ao trapézio fibras superiores
D
Trapézio fibras superiores D e E
Paravertebral de L3 a T12; trapézios fibras
superiores D e E
Paravertebral bilateral de L3 a T7; trapézios fibras
superiores D e E
Paravertebral bilateral de T12 a T7; trapézio fibras
superiores D
Paravertebral bilateral do sacro a T6; trapézio
fibras superiores D
Trapézio fibras superiores E
Paravertebral bilateral do sacro a T7; região do
romboíde D; trapézios fibras superiores D e E
Paravertebral bilateral do sacro a T7; região do
romboíde E
Região sacral a T11; paravertebral bilateral de T11
a T6; trapézios fibras superiores D e E
Trapézios fibras superiores D e E
Paravertebral bilateral de T12 a T5; região
interescapular; trapézio fibras superiores E
Paravertebral bilateral do sacro até T5; trapézio
fibras superiores D
Trapézio fibras superiores E
Paravertebral E de T7 a T9; trapézio fibras
superiores E
Lateral D de T12 a T4; trapézio E
Paravertebral E de T7 a T3; trapézio fibras
superiores E
Paravertebral E T12 a T8; paravertebral D T8 a
T4; paravertebral bilateral T4 a C7
Paravertebral E de sacro a T8; trapézio fibras
superiores E
Zona deprimida
Processos espinhosos de L4 a T7; região dos
romboídes D e E
Processos espinhosos de L1 a T8; paravertebral
bilateral de L4 a S3; região interescapular
Região sacral à cervical nos processos espinhosos e
paravertebrais
Região sacral a L3 nos processos espinhosos; região
dos romboídes
Processos espinhosos S2 a T7; região de processos
espinhosos e paravertebrais de S2 a L3; região
interescapular.
Região sacral; processos espinhosos de T12 a T7;
região interescapular; trapézio fibras superiores E
Processos espinhosos do sacro a T6; região
interescapular; trapézio fibras superiores D
Região sacral até T11; região interescapular; trapézio
fibras superiores D
Processos espinhosos do sacro a T7
Processos espinhosos da região sacral a T7; área de
romboíde D
Processos espinhosos de T11 a C7
Processos espinhosos do sacro à T7; T9 à região
interescapular
Região sacral até T12 nos processos espinhosos
Processos espinhosos do sacro à T10; região de
rombóides; trapézio fibras superiores E
Região sacral até L3; processos espinhosos do sacro
até T8; região interescapular; trapézio fibras superiores
D
Região sacral até T7 nos processos espinhosos
Região de L2 a L4; lateral E de T12 a T4; processos
espinhosos de T5 a T3
Região sacral a T12 nos processos espinhosos
Paravertebral e processos espinhosos de sacro a T12;
processos espinhosos de sacro a T7 e T4 a C7
Região sacral a T8; paravertebral D T8 a T10;
processos espinhosos de T4 a T2
OBS: A inspeção foi analisada de caudal para cefálica, não atentando para as laterais das zonas.
Quanto ao deslocamento plano, durante a palpação foram identificadas as regiões que
apresentaram aderências nos planos horizontal e vertical (vide Tabela 3). Observou-se que a maior
incidência de dificuldade do deslocamento no plano horizontal foi nos trapézios fibras superiores D
e E. Já no deslocamento do plano vertical ocorreram muitas variações e a área que apresentou maior
incidência de aderências foi de T10 a T5.
Em relação ao deslocamento de pregas cutâneas não foram identificadas áreas coincidentes
nos sujeitos avaliados, variando muito a localização do início da formação da prega cutânea,
embora seu término, na maioria dos casos, tenha se localizado em T3 ou na região do trapézio fibras
superiores. (vide Tabela 3)
Tabela 3: Resultado da palpação do dorso dos indivíduos realizando deslocamentos
Paciente
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Deslocamento plano
Deslocamento de pregas cutâneas
Borda medial inferior das escápulas D e E não deslocam
no plano vertical, trapézios fibras superiores D e E não
deslocam no plano horizontal
Trapézio fibras superiores D não desloca no plano
horizontal e vertical e trapézio fibras superiores E não
desloca no plano horizontal
De L4 a T7 paravertebral bilateral não deslocam no plano
horizontal. De T3 até trapézio não desloca em nenhum
plano
Não forma prega nos processos espinhosos de L4 a C7 e
no trapézio fibras superiores E
De T10 a T8 não desloca no plano vertical; trapézios
fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal
De T6 a T10 não desloca no plano vertical: em região de
T2 e trapézio fibras superiores D não deslocam na
horizontal
De sacro a T7 e trapézio fibras superiores E não deslocam
no plano horizontal; região interescapular não desloca no
plano vertical
De L4 a T6 e trapézios fibras superiores D e E não
deslocam no plano horizontal
De sacro a T11 e trapézios fibras superiores D e E não
deslocam no plano horizontal; região interescapular não
desloca no plano vertical
De T7 até rombóides não desloca no plano horizontal,
como os trapézios fibras superiores D e E
De T10 a T7 do lado E e trapézio fibras superiores E não
deslocam no plano horizontal
De sacro a T6 e de T3 até trapézio fibras superiores D não
deslocam no plano vertical; trapézios fibras superiores D e
E não deslocam no plano horizontal
De sacro a T7, de T3 a T4 interescapular e trapézio fibras
superiores D não deslocam no plano vertical; trapézio
fibras superiores E não desloca no plano horizontal
Lado D e E iniciam em T8 até trapézios fibras superiores
EeD
Lado D e E iniciam em T10 e param em T3 e rombóides,
respectivamente
Da fossa supraescapular ao ângulo superior da escápula D
e trapézio fibras superiores D não deslocam na horizontal
No ângulo superior da escápula D não desloca no plano
vertical; trapézio fibras superiores D não desloca na
horizontal
Na região lateral E de T10 a T5 e rombóide E não
deslocam no plano vertical; trapézios fibras superiores D e
E não deslocam no plano horizontal
Região de T7 para baixo, paravertebral E de T7 a T9,
região de rombóide E e trapézio fibras superiores D não
deslocam no plano vertical
Paravertebral D de T12 a T4, paravertebral E de T6 a T9,
rombóide E e trapézio fibras superiores E não deslocam na
vertical; região de L2 a L4 não deslocam na horizontal
Trapézio fibras superiores E não desloca na horizontal;
paravertebral E de T11 a T3 não desloca no plano vertical
Paravertebral bilateral T3 a T5 e trapézio fibras superiores
D não deslocam na horizontal; paravertebral E de T12 a
T8, trapézio E não deslocam no plano vertical
Paravertebral D T10 a T8 e trapézio fibras superiores E
não deslocam na horizontal; processos espinhosos de sacro
a T8 e paravertebral E T5 a T10 não deslocam no plano
vertical
Lado D iniciam em T12 até T3. Lado E iniciam em L1 até
T3
Lado D iniciam em T8 até T5 e reiniciam no trapézio
fibras superiores. Lado E iniciam em sacro até T9 e
reiniciam no trapézio fibras superiores E
Lado D e E iniciam em T8 até trapézios fibras superiores
Lado D e E iniciam em T12 até trapézios fibras superiores
Lado D e E iniciam em T11, diminui na região
interescapular e forma até trapézios fibras superiores
Lado D iniciam em T10 até trapézio fibras superiores.
Lado E iniciam em T7 até trapézio fibras superiores
Lado D iniciam em T8 até trapézio fibras superiores. Lado
E iniciam em T6 até trapézio fibras superiores
Lado D e E iniciam em T8 e param em trapézio fibras
superiores e borda medial superior da escápula,
respectivamente
Lado D iniciam em T10 até fossa supraescapular e
reiniciam em T3 até trapézio fibras superiores. Lado E
iniciam em T8 até ângulo inferior da escápula e reiniciam
em T3
Lado D iniciam em T9 até trapézio fibras superiores. Lado
E iniciam em T8 até T5 e reinicia em T3
Lado D iniciam em L2 até T3. Lado E iniciam em T10 até
T4
Lado D iniciam em T10 até trapézio fibras superiores.
Lado E iniciam em T9 até trapézio fibras superiores
Lado D iniciam em T7 até T3. Lado E iniciam em T9 até
T5 e reiniciam em trapézio fibras superiores
Lado D iniciam em T9 até trapézio fibras superiores. Lado
E iniciam em T8 até T3
Lado D iniciam em T7 até T5 e reiniciam em trapézio
fibras superiores. Lado E iniciam em T6 até T3
Lado D iniciam em sacro até T5 e reinicia em T3. Lado E
iniciam em sacro até T9
Lado D iniciam em T9 até T4 e reinicia T3. Lado E
iniciam em T8 até trapézio fibras superiores
Os pontos dolorosos identificados na palpação (manobra irritativa) foram delimitados
observando-se a região vertebral correspondente.
Todos os avaliados referiram dor na região paravertebral esquerda entre T3 e L4. (vide
Tabela 4 e fotos 1 a 20)
Para análise do ponto de maior incidência de dor foi realizado estudo gráfico, constando que
100% dos indivíduos apresentaram dor na região de T9. (vide Gráfico 1)
Tabela 4: Zona reflexa do estômago nos indivíduos avaliados, tendo como referência o nível
vertebral da região paravertebral esquerda.
C6
C7
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
T9
T10
T11
T12
L1
L2
L3
L4
1
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
3
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
4
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
0
0
0
5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
0
0
0
0
6
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
7
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
0
0
0
8
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
0
0
0
0
0
9
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
10 11
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
12
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
13
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
14 15 16 17
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
0
1
1
1
0
1
1
1
0
1
0
1
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
18
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
19
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
20
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
Média
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
5,00%
5,00%
25,00%
55,00%
60,00%
85,00%
100,00%
80,00%
75,00%
70,00%
45,00%
25,00%
15,00%
10,00%
Fotos
Indivíduo 1
Indivíduo 3
Indivíduo 5
Indivíduo 2
Indivíduo 4
Indivíduo 6
Indivíduo 7
Indivíduo 9
Indivíduo 11
Indivíduo 8
Indivíduo
10
Indivíduo 12
Indivíduo 13
Indivíduo 15
Indivíduo 17
Indivíduo 14
Indivíduo 16
Indivíduo 18
Indivíduo 19
Indivíduo 20
Gráfico 1: Incidência da zona reflexa nos indivíduos avaliados
Pontos máximos de dor
Porcentagem de pacientes que apresentaram
dor
120,00%
% dos Pontos Máx. de Dor
100,00%
100,00%
85,00%
80,00%
75,00%
80,00%
70,00%
60,00%
55,00%
60,00%
45,00%
40,00%
25,00%
25,00%
15,00%
20,00%
10,00%
0,00%
T5
T6
T7
T8
T9
T10
T11
Nível vertebral
T12
L1
L2
L3
L4
DISCUSSÃO
Segundo Cruz (5) , 2001, existem diferentes graus de comprometimento manifestos através da
zona reflexa. Isto ocorre conforme a idade do paciente, a gravidade de lesão, o tempo de disfunção e
os fatores desencadeantes da mesma. Assim, neste trabalho independentemente da idade, tipo de
sintoma dispéptico, gravidade de disfunção e o tempo, os indivíduos apresentaram dor à manobra
irritativa na zona reflexa correspondente ao estômago, no entanto todos apresentaram variações
quanto ao tamanho da área no dorso à esquerda.
De acordo com C ruz (5) , 2001; Bertassoni (4) , 1990; Domenico e Wood (2) , 1998; o relevo do
tecido conjuntivo estará deprimido referindo sintomas recentes e/ou edemaciado sugerindo sintomas
antigos, causados pela redução ou alteração do conteúdo aquoso. Para determinar uma zona reflexa
é necessário obter-se a união de quatro componentes: (1) alteração no relevo da pele, ausência de
(2) deslocamento do tecido e de (3) formação de prega cutânea e (4) presença de dor localizada
durante a realização da manobra irritativa.
Entretanto, na inspeção de 20 indivíduos avaliados todos apresentaram zonas edemaciadas
ou deprimidas no dorso, mas não houve a exata correlação entre as mesmas. E as áreas que
apresentaram edema e depressão do tecido não foram coincidentes às áreas que não tiveram o
deslocamento plano, que não formaram pregas e que apresentaram dor.
Já na palpação verificou-se o deslocamento do tecido em todos os planos e a formação da
prega cutânea, de acordo com a descrição de vários autores.(1, 2, 4, 5, 7)
Segundo, Kohkhrausch
(8)
, 1976, num tecido conjuntivo em condições normais a camada
superficial se desloca em qualquer direção. Os resultados da pesquisa demonstraram que todos os
avaliados tiveram em maior ou menor quantidade alterações do tecido conjuntivo, uma vez que em
algumas áreas do dorso não ocorreram deslocamentos dos planos horizontal e/ou vertical e não
formaram pregas cutâneas. Também não foi possível identificar áreas semelhantes em relação ao
tamanho em todos os indivíduos, assim como também não foram coincidentes os locais em que não
ocorreram os deslocamentos planos e os que não formaram pregas cutâneas. Cada indivíduo
apresentou áreas distintas de formação de pregas cutâneas e de deslocamento do tecido.
De acordo com Agur e Moore (9) , 2000 e Cruz
(5)
, 2001 a zona reflexa do estômago refere-se
à área da pele inervada pelas raízes de nervos dorsais de T7-T9 no lado esquerdo do dorso. Nos
indivíduos avaliados a zona reflexa do estômago foi no lado esquerdo do dorso, mas com diferenças
de localização, ou seja, com os segmentos dorsais correspondentes variando de T3 a L4. Entretanto,
todos apresentaram dor em nível de T9 e a maioria variou de T8 a T10, comprovando que Dicke
relatou sobre os pontos máximos de dor.
Segundo, Moore e Agur
(9)
, 2000, a dor originária de uma víscera varia de obtusa a muito
forte, mas é mal localizada. Fato este foi confirmado nos 20 indivíduos avaliados uma vez que a dor
fora mal localizada, por isto não ocorreram zonas reflexas idênticas.
CONCLUSÃO
Concluiu-se que mesmo sendo a amostra populacional pequena, 20 indivíduos, a pesquisa
confirma a presença da zona reflexa no lado esquerdo do dorso em indivíduos com sintomas
dispépticos. O ponto coincidente de dor em 100% dos avaliados foi em nível vertebral de T9.
Porém, a delimitação da zona reflexa específica apresentou uma área anatômica bastante variável,
independente da idade, sexo ou da doença no estômago.
Assim, este trabalho sugere a realização de trabalhos futuros para o tratamento dos sintomas
dos distúrbios através da massagem do tecido conjuntivo, uma vez que, só foi pesquisada a
avaliação que precede o tratamento, como também, relacionar as doenças específicas (gastrite,
esofagite, hérnia de hiato) com as áreas específicas da zona reflexa.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo comprovar a existência da zona reflexa em portadores de
sintomas dispépticos e delimitar sua localização comparando-a com a literatura. A amostra
populacional constou de 20 indivíduos que foram avaliados através da metodologia proposta por
Linderman
(7)
, 1975, que consta de inspeção e palpação do dorso (deslocamento plano, método de
pregas cutâneas e manobra irritativa). Foi delimitado a área com lápis dermatográfico e o registro
foi feito por meio de fotografia.
Todos os avaliados apresentaram dor à manobra irritativa no lado esquerdo (E) do dorso,
confirmando a existência da zona reflexa em portadores de sintomas dispépticos. Porém, todos
tiveram variação no tamanho da zona reflexa e 100% dos indivíduos apresentaram dor na região
vertebral E em nível de T9.
Palavras chaves: Zona reflexa, Distúrbios dispépticos, Massagem do tecido conjuntivo.
ABSTRACT
This project has the intention to prove the existence of the reflex zone in carriers of dyspeptic
symptoms, and to delimit its localization comparing it with the literature. The population sample
consisted of 20 individuals that were evaluated through the methodology proposed by Linderman
(7)
, 1975, which consists of inspection and palpation of the dorsum (flat displacement, method of
cutaneous folds, and irritative maneuver). The area was delimited with a dermatographic pencil, and
the record was made through photograph.
All individuals presented pain to the irritative maneuver in the left side (E) of the dorsum,
thus, having confirmed the existence of the reflex zone in carriers of dyspeptic symptoms.
However, all had variation in the size of the reflex zone, and 100% of the individuals presented pain
in the vertebral region E in T9 level.
Keywords: Reflex zone, Dyspeptic disturbance, Massage of the conjunctive tissue.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- PEREIRA, Ana Flavia; CARVALHO, Antônia Francisca Borges. A massagem do tecido
conjuntivo no tratamento de lombalgia e lombociatalgia . 1998.Disponível em:
www.ucdb.br/tccgeral Acesso em: 28 nov/2003.
2- DOMENICO, Giovanni de; WOOD, Elizabeth C. Técnicas de Massagem de Beard ; São
Paulo, SP; Ed: Manole; 4ª edição, 1998.
3- PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. Quarta Edição. Ed Guanabara
Koogan.2001.
4- BERTASSONI, Luiz Neto; Massagem Reflexa do Tecido Conjuntivo: método especial
de massagem. Revista Fisioterapia em Movimento. Curitiba. 1990.
5- CRUZ, Cláudio Monteiro. Massagem terapêutica. Apostila II ECIF. Goiânia, 2001.
Texto datilografado.
6- BARTUTI, Roberto C; PRADO, Joaquim P. Moraes-Filho. Dispepsia Funcional.Revista
Brasileira de medicina. Ed. Dez 2001 V58 N12. Disponível em: www.cibe rsaude.com.br .Acesso
em 01 ago/2004.
7- TEIRICH- LEUBE, Hede; LINDERMAM; HEIPERTZ, W. Tratado de Rehabilitación.
3a Edição. Ed. Barcelona. 1975.
8- TEIRICH- LEUBE, Hede; KOHLRAUSCH, Wolfgang; GUNTHER, Herrmann.
Ginástica Médica em Ginecologia e Obstetrícia. São Paulo. Ed. Manole. 1976.
9- MOORE, Keith L.; AGUR, Anne M. R. Fundamentos de anatomia clínica. Ed
Guanabara Koogan.2001.
Download