MARCELA DE ASSIS MARCO ANTONIO TURCHETTO ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS GOIÂNIA 2004 MARCELA DE ASSIS MARCO ANTONIO TURCHETTO ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Goiás. Orientadora: Profª Msª Valéria Rodrigues Costa de Oliveira Profº Cláudio Lísias Monteiro da Cruz GOIÂNIA 2004 ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS ___________________________________________ _____________ Valéria Rodrigues Costa de Oliveira Nota ___________________________________________ _____________ Cláudio Lísias Monteiro da Cruz ___________________________________________ Kemil Rocha de Sousa Nota _____________ Nota INTRODUÇÃO A massagem do tecido conjuntivo (MTC) é uma técnica manual específica de manipulação aplicada ao tecido conjuntivo próximo a superfície do corpo que facilita tanto o diagnóstico como o tratamento de doenças.(1) Esta técnica foi desenvolvida por uma fisioterapeuta alemã, Elizabeth Dicke, em 1929, após ter sofrido uma grave enfermidade circulatória em seu membro inferior direito. Através da experiência obtida por sua enfermidade, Dicke foi desenvolvendo pouco a pouco a técnica. Em 1935, o professor Veil de Jena conseguiu confirmar a eficácia da técnica de Dicke e em 1938, os professores Kohlroush e Telrich-Leube, após aplicação e investigação do método por um ano, confirmaram sua efetividade. (1) O princípio fisiológico da técnica tem origem na formação do corpo humano, o qual é derivado de uma série de 33 discos (33 somitos mesodérmicos) e cada um deles termina originando duas raízes nervosas da medula espinhal, uma de cada lado. Nos estágios mais avançados do desenvolvimento, estes nervos continuam a governar a atividade de todas as estruturas derivadas de um segmento discóide original. Alterações patológicas que afetam qualquer das estruturas derivadas de um somito mesodérmico pode, eventualmente, dar origem a sintomas em qualquer das estruturas do mesmo segmento.(2) As bases fisiológicas da técnica também podem ser explicadas pelo mecanismo da dor reflexa, onde estímulo doloroso procedente de uma víscera é conduzido ao Sistema Nervoso Central (SNC) pelo neurônio aferente visceral e penetra na medula juntamente com o neurônio aferente somático, que é responsável pela sensibilidade superficial daquele metâmero. Seja qual for a origem do estímulo, pele ou víscera, o mesmo é “percebido” pelo cérebro como se tivesse nascido na área cutânea do metâmero correspondente.(3) Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais e sintomas dos distúrbios circulatórios, doenças reumáticas, disfunções dos órgãos internos, distúrbios do sistema nervoso autônomo e central, distúrbios respiratórios e do tecido conjuntivo.(2) A avaliação para diagnosticar a presença da zona reflexa é realizada através da inspeção e palpação do dorso do paciente. Na inspeção observa-se as alterações na tensão do tecido conjuntivo, causadas pela redução ou alteração no conteúdo aquoso. O dorso é observado a fim de notar alterações no contorno da superfície entre os 2 lados. Algumas zonas musculares podem ter o aspecto edemaciado, enq uanto outras, deprimido, referindo a uma doença passada e doença atual, respectivamente.(4) Já na palpação se realiza o tracionamento irritativo, o qual ativa os reflexos dolorosos. Reflexos estes que juntamente com a inspeção irão confirmar a existência de uma zona reflexa no paciente. Por isto, a avaliação é de extrema importância, uma vez que demonstra a existência da zona reflexa e sua localização, dando assim a possibilidade de fisioterapeutas diagnosticarem uma doença que o paciente possa ter em determinado órgão de acordo com o mapa existente na literatura. (2,5) Enfim, este trabalho tem como objetivo comprovar a existência de uma zona reflexa em portadores de sintomas dispépticos, delimitar a sua localização, comparando-a com a descrição da literatura e confirmar os métodos de avaliação que identificam a presença da zona reflexa. A dispepsia funcional ou idiopática é uma alteração digestiva, caracterizada por dor ou desconforto localizados no abdome superior, sem evidências de alterações orgânicas ou morfológicas que expliquem tais sintomas, tendo assim alta incidência na população, o que levou a ser escolhida para avaliação do trabalho. (6) Então, este trabalho se faz importante porque mesmo a fisioterapia tendo suas origens vinculadas à prática da ma ssagem, ainda no século XIX, atualmente, no século XXI, são encontrados poucos estudos nesta área, principalmente sobre a massagem do tecido conjuntivo, que é um instrumento para o fisioterapeuta tratar doenças de órgãos internos de forma não invasiva. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi constituído por um estudo observacional. A amostra populacional constou de 20 indivíduos de ambos os sexos, sendo 16 do sexo feminino e 4 do masculino, com idade entre 22 e 59 anos, que apresentam ou apresentaram queixas de sintomas dispépticos. Foram excluídos da pesquisa os indivíduos que apresentaram as seguintes doenças: portadores de neoplasias, cardiopatias, pneumopatias, feridas abertas ou outras lesões cutâneas, excesso de pêlos nas costas, infecções bacterianas ou virais, quistos de ovário e gestantes antes do quarto mês. Os participantes foram esclarecidos sobre o teor da pesquisa, e assinaram o termo de compromisso. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Católica de Goiás – UCG. As avaliações dos sujeitos foram realizadas, por um dos pesquisadores e acompanhada pelo outro, na Clínica Escola Vida da UCG de setembro a outubro de 2004, seguindo o protocolo proposto por Linderman (7) , 1975. Os avaliados permaneceram na posição sentado na maca com os pés apoiados e com dorso desnudo. Seguiu-se I. Inspeção: atentando para: alteração de relevo no dorso; edema ou retração na região em questão; II. Palpação da região dorsal incluindo: ð Deslocamento Plano : com 2º e 3º dedos da mão dominante, verificando a mobilidade do tecido conjuntivo em todas as direções e sentidos; ð Método de pregas cutâneas (deslocamento de pregas): foi realizado com o 1º dedo no sentido perpendicular às fibras musculares, atentando para os locais onde não se formaram pregas; ð Manobra Irritativa : foi efetuada com o pinçamento do 1º e 2º dedos das mãos D e E, agindo com uma pressão excessivamente intensa, uniforme e deslizante; Para delimitação da área correspondente à zona reflexa, ou seja, na qual o indivíduo relatou dor intensa durante a palpação com manobra irritativa, foi utilizado lápis dermatográfico e em seguida foi feito o registro por meio de fotografia. RESULTADOS Os indivíduos avaliados tinham idade média de 32,65 anos variando de 22 a 59 anos, com desvio padrão de 12,24. 60% apresentaram gastrite leve, 25% gastrite nervosa, 20% esofagite, 10% hérnia de hiato e 5% gastrite moderada, diagnosticados pela a avaliação clínica e endoscopia, segundo relato dos mesmos. O tempo do diagnóstico teve variação de 1 mês a 20 anos. E os tratamentos clínicos realizados foram farmacologia e dieta.(vide Tabela 1) Tabela 1: Dados pessoais dos pacientes e da doença Paciente Sexo Idade Diagnóstico nosológico 1 2 3 Fem Fem Masc 38 29 59 Gastrite Leve Gastrite Nervosa Gastrite leve 4 5 6 7 8 9 10 Fem Fem Masc Masc Fem Fem Fem 22 23 30 22 39 31 26 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Fem Fem Fem Fem Fem Fem Fem Fem Masc 25 34 24 23 22 56 22 44 56 20 Fem 28 Gastrite leve Gastrite leve Esofagite e Gastrite leve Esofagite Gastrite Nervosa Gastrite Leve Gastrite leve e Hérnia de hiato Gastrite Nervosa Gastrite moderada Gastrite leve e Esofagite Gastrite Leve Gastrite Leve Gastrite Leve Gastrite Nervosa Gastrite leve Esofagite e hérnia de hiato Gastrite leve Tempo Diagnóstico 1 ano 5 anos 5 anos Tratamento Realizado 1 mês 10 meses 2 anos 3 anos 8 anos 1 ano 2 anos Fármaco e dieta Remédio Natural Medicamento manipulado e dieta Fármaco e dieta Fármaco e dieta Fármaco Fármaco Fármaco e dieta Dieta Fármaco e dieta 3 anos 3 meses 6 anos 2 anos 1 ano 20 anos 1 ano 5 anos 2 anos Fármaco e dieta Fármaco Fármaco e dieta Fármaco e dieta Fármaco Fármaco e dieta Fármaco e dieta Fármaco e dieta Fármaco 8 anos Fármaco e dieta Em relação à inspeção, observou-se que as regiões que apresentaram maior incidência de zona edemaciada são os trapézios fibras superiores esquerda (E) e direita (D), seguidos pela região paravertebral de L4 a T7. Quanto às zonas deprimidas, observou-se que a região sacral e processos espinhosos de L4 a T7 tiveram maior incidência, seguidos da região interescapular bilateral. (vide Tabela 2) Tabela 2: Inspeção das zonas edemaciadas e zonas deprimidas Paciente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Zona edemaciada Paravertebral bilateral de L4 a T7; trapézios fibras superiores D e E Trapézios fibras superiores D e E; ângulo inferior da escápula a T6; T3 ao trapézio fibras superiores D Trapézio fibras superiores D e E Paravertebral de L3 a T12; trapézios fibras superiores D e E Paravertebral bilateral de L3 a T7; trapézios fibras superiores D e E Paravertebral bilateral de T12 a T7; trapézio fibras superiores D Paravertebral bilateral do sacro a T6; trapézio fibras superiores D Trapézio fibras superiores E Paravertebral bilateral do sacro a T7; região do romboíde D; trapézios fibras superiores D e E Paravertebral bilateral do sacro a T7; região do romboíde E Região sacral a T11; paravertebral bilateral de T11 a T6; trapézios fibras superiores D e E Trapézios fibras superiores D e E Paravertebral bilateral de T12 a T5; região interescapular; trapézio fibras superiores E Paravertebral bilateral do sacro até T5; trapézio fibras superiores D Trapézio fibras superiores E Paravertebral E de T7 a T9; trapézio fibras superiores E Lateral D de T12 a T4; trapézio E Paravertebral E de T7 a T3; trapézio fibras superiores E Paravertebral E T12 a T8; paravertebral D T8 a T4; paravertebral bilateral T4 a C7 Paravertebral E de sacro a T8; trapézio fibras superiores E Zona deprimida Processos espinhosos de L4 a T7; região dos romboídes D e E Processos espinhosos de L1 a T8; paravertebral bilateral de L4 a S3; região interescapular Região sacral à cervical nos processos espinhosos e paravertebrais Região sacral a L3 nos processos espinhosos; região dos romboídes Processos espinhosos S2 a T7; região de processos espinhosos e paravertebrais de S2 a L3; região interescapular. Região sacral; processos espinhosos de T12 a T7; região interescapular; trapézio fibras superiores E Processos espinhosos do sacro a T6; região interescapular; trapézio fibras superiores D Região sacral até T11; região interescapular; trapézio fibras superiores D Processos espinhosos do sacro a T7 Processos espinhosos da região sacral a T7; área de romboíde D Processos espinhosos de T11 a C7 Processos espinhosos do sacro à T7; T9 à região interescapular Região sacral até T12 nos processos espinhosos Processos espinhosos do sacro à T10; região de rombóides; trapézio fibras superiores E Região sacral até L3; processos espinhosos do sacro até T8; região interescapular; trapézio fibras superiores D Região sacral até T7 nos processos espinhosos Região de L2 a L4; lateral E de T12 a T4; processos espinhosos de T5 a T3 Região sacral a T12 nos processos espinhosos Paravertebral e processos espinhosos de sacro a T12; processos espinhosos de sacro a T7 e T4 a C7 Região sacral a T8; paravertebral D T8 a T10; processos espinhosos de T4 a T2 OBS: A inspeção foi analisada de caudal para cefálica, não atentando para as laterais das zonas. Quanto ao deslocamento plano, durante a palpação foram identificadas as regiões que apresentaram aderências nos planos horizontal e vertical (vide Tabela 3). Observou-se que a maior incidência de dificuldade do deslocamento no plano horizontal foi nos trapézios fibras superiores D e E. Já no deslocamento do plano vertical ocorreram muitas variações e a área que apresentou maior incidência de aderências foi de T10 a T5. Em relação ao deslocamento de pregas cutâneas não foram identificadas áreas coincidentes nos sujeitos avaliados, variando muito a localização do início da formação da prega cutânea, embora seu término, na maioria dos casos, tenha se localizado em T3 ou na região do trapézio fibras superiores. (vide Tabela 3) Tabela 3: Resultado da palpação do dorso dos indivíduos realizando deslocamentos Paciente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Deslocamento plano Deslocamento de pregas cutâneas Borda medial inferior das escápulas D e E não deslocam no plano vertical, trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal Trapézio fibras superiores D não desloca no plano horizontal e vertical e trapézio fibras superiores E não desloca no plano horizontal De L4 a T7 paravertebral bilateral não deslocam no plano horizontal. De T3 até trapézio não desloca em nenhum plano Não forma prega nos processos espinhosos de L4 a C7 e no trapézio fibras superiores E De T10 a T8 não desloca no plano vertical; trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal De T6 a T10 não desloca no plano vertical: em região de T2 e trapézio fibras superiores D não deslocam na horizontal De sacro a T7 e trapézio fibras superiores E não deslocam no plano horizontal; região interescapular não desloca no plano vertical De L4 a T6 e trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal De sacro a T11 e trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal; região interescapular não desloca no plano vertical De T7 até rombóides não desloca no plano horizontal, como os trapézios fibras superiores D e E De T10 a T7 do lado E e trapézio fibras superiores E não deslocam no plano horizontal De sacro a T6 e de T3 até trapézio fibras superiores D não deslocam no plano vertical; trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal De sacro a T7, de T3 a T4 interescapular e trapézio fibras superiores D não deslocam no plano vertical; trapézio fibras superiores E não desloca no plano horizontal Lado D e E iniciam em T8 até trapézios fibras superiores EeD Lado D e E iniciam em T10 e param em T3 e rombóides, respectivamente Da fossa supraescapular ao ângulo superior da escápula D e trapézio fibras superiores D não deslocam na horizontal No ângulo superior da escápula D não desloca no plano vertical; trapézio fibras superiores D não desloca na horizontal Na região lateral E de T10 a T5 e rombóide E não deslocam no plano vertical; trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal Região de T7 para baixo, paravertebral E de T7 a T9, região de rombóide E e trapézio fibras superiores D não deslocam no plano vertical Paravertebral D de T12 a T4, paravertebral E de T6 a T9, rombóide E e trapézio fibras superiores E não deslocam na vertical; região de L2 a L4 não deslocam na horizontal Trapézio fibras superiores E não desloca na horizontal; paravertebral E de T11 a T3 não desloca no plano vertical Paravertebral bilateral T3 a T5 e trapézio fibras superiores D não deslocam na horizontal; paravertebral E de T12 a T8, trapézio E não deslocam no plano vertical Paravertebral D T10 a T8 e trapézio fibras superiores E não deslocam na horizontal; processos espinhosos de sacro a T8 e paravertebral E T5 a T10 não deslocam no plano vertical Lado D iniciam em T12 até T3. Lado E iniciam em L1 até T3 Lado D iniciam em T8 até T5 e reiniciam no trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em sacro até T9 e reiniciam no trapézio fibras superiores E Lado D e E iniciam em T8 até trapézios fibras superiores Lado D e E iniciam em T12 até trapézios fibras superiores Lado D e E iniciam em T11, diminui na região interescapular e forma até trapézios fibras superiores Lado D iniciam em T10 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T7 até trapézio fibras superiores Lado D iniciam em T8 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T6 até trapézio fibras superiores Lado D e E iniciam em T8 e param em trapézio fibras superiores e borda medial superior da escápula, respectivamente Lado D iniciam em T10 até fossa supraescapular e reiniciam em T3 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T8 até ângulo inferior da escápula e reiniciam em T3 Lado D iniciam em T9 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T8 até T5 e reinicia em T3 Lado D iniciam em L2 até T3. Lado E iniciam em T10 até T4 Lado D iniciam em T10 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T9 até trapézio fibras superiores Lado D iniciam em T7 até T3. Lado E iniciam em T9 até T5 e reiniciam em trapézio fibras superiores Lado D iniciam em T9 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T8 até T3 Lado D iniciam em T7 até T5 e reiniciam em trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T6 até T3 Lado D iniciam em sacro até T5 e reinicia em T3. Lado E iniciam em sacro até T9 Lado D iniciam em T9 até T4 e reinicia T3. Lado E iniciam em T8 até trapézio fibras superiores Os pontos dolorosos identificados na palpação (manobra irritativa) foram delimitados observando-se a região vertebral correspondente. Todos os avaliados referiram dor na região paravertebral esquerda entre T3 e L4. (vide Tabela 4 e fotos 1 a 20) Para análise do ponto de maior incidência de dor foi realizado estudo gráfico, constando que 100% dos indivíduos apresentaram dor na região de T9. (vide Gráfico 1) Tabela 4: Zona reflexa do estômago nos indivíduos avaliados, tendo como referência o nível vertebral da região paravertebral esquerda. C6 C7 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 L1 L2 L3 L4 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 3 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 10 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 12 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 13 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 14 15 16 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 18 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 20 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 Média 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 5,00% 5,00% 25,00% 55,00% 60,00% 85,00% 100,00% 80,00% 75,00% 70,00% 45,00% 25,00% 15,00% 10,00% Fotos Indivíduo 1 Indivíduo 3 Indivíduo 5 Indivíduo 2 Indivíduo 4 Indivíduo 6 Indivíduo 7 Indivíduo 9 Indivíduo 11 Indivíduo 8 Indivíduo 10 Indivíduo 12 Indivíduo 13 Indivíduo 15 Indivíduo 17 Indivíduo 14 Indivíduo 16 Indivíduo 18 Indivíduo 19 Indivíduo 20 Gráfico 1: Incidência da zona reflexa nos indivíduos avaliados Pontos máximos de dor Porcentagem de pacientes que apresentaram dor 120,00% % dos Pontos Máx. de Dor 100,00% 100,00% 85,00% 80,00% 75,00% 80,00% 70,00% 60,00% 55,00% 60,00% 45,00% 40,00% 25,00% 25,00% 15,00% 20,00% 10,00% 0,00% T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 Nível vertebral T12 L1 L2 L3 L4 DISCUSSÃO Segundo Cruz (5) , 2001, existem diferentes graus de comprometimento manifestos através da zona reflexa. Isto ocorre conforme a idade do paciente, a gravidade de lesão, o tempo de disfunção e os fatores desencadeantes da mesma. Assim, neste trabalho independentemente da idade, tipo de sintoma dispéptico, gravidade de disfunção e o tempo, os indivíduos apresentaram dor à manobra irritativa na zona reflexa correspondente ao estômago, no entanto todos apresentaram variações quanto ao tamanho da área no dorso à esquerda. De acordo com C ruz (5) , 2001; Bertassoni (4) , 1990; Domenico e Wood (2) , 1998; o relevo do tecido conjuntivo estará deprimido referindo sintomas recentes e/ou edemaciado sugerindo sintomas antigos, causados pela redução ou alteração do conteúdo aquoso. Para determinar uma zona reflexa é necessário obter-se a união de quatro componentes: (1) alteração no relevo da pele, ausência de (2) deslocamento do tecido e de (3) formação de prega cutânea e (4) presença de dor localizada durante a realização da manobra irritativa. Entretanto, na inspeção de 20 indivíduos avaliados todos apresentaram zonas edemaciadas ou deprimidas no dorso, mas não houve a exata correlação entre as mesmas. E as áreas que apresentaram edema e depressão do tecido não foram coincidentes às áreas que não tiveram o deslocamento plano, que não formaram pregas e que apresentaram dor. Já na palpação verificou-se o deslocamento do tecido em todos os planos e a formação da prega cutânea, de acordo com a descrição de vários autores.(1, 2, 4, 5, 7) Segundo, Kohkhrausch (8) , 1976, num tecido conjuntivo em condições normais a camada superficial se desloca em qualquer direção. Os resultados da pesquisa demonstraram que todos os avaliados tiveram em maior ou menor quantidade alterações do tecido conjuntivo, uma vez que em algumas áreas do dorso não ocorreram deslocamentos dos planos horizontal e/ou vertical e não formaram pregas cutâneas. Também não foi possível identificar áreas semelhantes em relação ao tamanho em todos os indivíduos, assim como também não foram coincidentes os locais em que não ocorreram os deslocamentos planos e os que não formaram pregas cutâneas. Cada indivíduo apresentou áreas distintas de formação de pregas cutâneas e de deslocamento do tecido. De acordo com Agur e Moore (9) , 2000 e Cruz (5) , 2001 a zona reflexa do estômago refere-se à área da pele inervada pelas raízes de nervos dorsais de T7-T9 no lado esquerdo do dorso. Nos indivíduos avaliados a zona reflexa do estômago foi no lado esquerdo do dorso, mas com diferenças de localização, ou seja, com os segmentos dorsais correspondentes variando de T3 a L4. Entretanto, todos apresentaram dor em nível de T9 e a maioria variou de T8 a T10, comprovando que Dicke relatou sobre os pontos máximos de dor. Segundo, Moore e Agur (9) , 2000, a dor originária de uma víscera varia de obtusa a muito forte, mas é mal localizada. Fato este foi confirmado nos 20 indivíduos avaliados uma vez que a dor fora mal localizada, por isto não ocorreram zonas reflexas idênticas. CONCLUSÃO Concluiu-se que mesmo sendo a amostra populacional pequena, 20 indivíduos, a pesquisa confirma a presença da zona reflexa no lado esquerdo do dorso em indivíduos com sintomas dispépticos. O ponto coincidente de dor em 100% dos avaliados foi em nível vertebral de T9. Porém, a delimitação da zona reflexa específica apresentou uma área anatômica bastante variável, independente da idade, sexo ou da doença no estômago. Assim, este trabalho sugere a realização de trabalhos futuros para o tratamento dos sintomas dos distúrbios através da massagem do tecido conjuntivo, uma vez que, só foi pesquisada a avaliação que precede o tratamento, como também, relacionar as doenças específicas (gastrite, esofagite, hérnia de hiato) com as áreas específicas da zona reflexa. RESUMO Este trabalho tem como objetivo comprovar a existência da zona reflexa em portadores de sintomas dispépticos e delimitar sua localização comparando-a com a literatura. A amostra populacional constou de 20 indivíduos que foram avaliados através da metodologia proposta por Linderman (7) , 1975, que consta de inspeção e palpação do dorso (deslocamento plano, método de pregas cutâneas e manobra irritativa). Foi delimitado a área com lápis dermatográfico e o registro foi feito por meio de fotografia. Todos os avaliados apresentaram dor à manobra irritativa no lado esquerdo (E) do dorso, confirmando a existência da zona reflexa em portadores de sintomas dispépticos. Porém, todos tiveram variação no tamanho da zona reflexa e 100% dos indivíduos apresentaram dor na região vertebral E em nível de T9. Palavras chaves: Zona reflexa, Distúrbios dispépticos, Massagem do tecido conjuntivo. ABSTRACT This project has the intention to prove the existence of the reflex zone in carriers of dyspeptic symptoms, and to delimit its localization comparing it with the literature. The population sample consisted of 20 individuals that were evaluated through the methodology proposed by Linderman (7) , 1975, which consists of inspection and palpation of the dorsum (flat displacement, method of cutaneous folds, and irritative maneuver). The area was delimited with a dermatographic pencil, and the record was made through photograph. All individuals presented pain to the irritative maneuver in the left side (E) of the dorsum, thus, having confirmed the existence of the reflex zone in carriers of dyspeptic symptoms. However, all had variation in the size of the reflex zone, and 100% of the individuals presented pain in the vertebral region E in T9 level. Keywords: Reflex zone, Dyspeptic disturbance, Massage of the conjunctive tissue. 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