FATORES QUE INTERFEREM A ADESÃO AO TRATAMENTO DA

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FATORES QUE INTERFEREM A ADESÃO AO TRATAMENTO DA
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Cintia Bastos de Souza1
Graciele Geralda Batistin2
Caroline Pereira Amaral3
Dalton Henrique Arantes da Silva4
Sheila Aparecida Ribeiro Furbino5
RESUMO
A Hipertens€o Arterial Sist•mica ‚ a ocorr•ncia de uma Press€o Arterial Sistƒlica
(maior ou igual a 140 mmhg) e uma Press€o Arterial Diastƒlica (maior ou igual a 90
mmhg). Trata-se de um problema de sa„de p„blica de dif…cil controle, devido a
v†rios motivos, dentre eles, a n€o ades€o do usu†rio ao tratamento. Dessa forma, o
objetivo desta pesquisa ‚ identificar fatores que interferem a ades€o do paciente ao
tratamento da Hipertens€o Arterial Sist•mica no Brasil, tomando como per…odo de
an†lise os anos compreendidos entre 1990 e 2010. Desenvolve-se um estudo de
abordagem quantitativa e qualitativa, com car†ter descritivo-anal…tico, que utiliza o
site SCIELO a biblioteca virtual da sa„de BIREME, na base de dados do LILACS,
como fontes de coleta de dados. A partir da an†lise de 54 artigos, identificaram-se
cinco grupos de fatores que interferem a ades€o ao tratamento da Hipertens€o
Arterial Sist•mica. Eles se relacionam ao paciente, ‡ doenˆa, ao tratamento, ‡
instituiˆ€o e ‡ equipe de sa„de. Diante da multiplicidade de fatores, ‚ necess†rio
que paciente, equipe e instituiˆ€o de sa„de compreendam a adoˆ€o ‡ terap•utica
medicamentosa e n€o-medicamentosa. Membros da equipe, especialmente o
enfermeiro, necessitam melhorar a comunicaˆ€o com os pacientes, discutindo as
dificuldades e inserindo a fam…lia como item de aux…lio ao tratamento.
Palavras-chave: Fatores. Ades€o. Tratamento. Hipertens€o Arterial Sist•mica.
1
Acad•mica de Enfermagem. UNIVALE – Universidade Vale do
[email protected]
2
Acad•mica de Enfermagem. UNIVALE – Universidade Vale do
[email protected]
3
Acad•mica de Enfermagem. UNIVALE – Universidade Vale do
[email protected]
4
Acad•mico de Enfermagem. UNIVALE – Universidade Vale do
[email protected]
5
Professora Orientadora do Curso de Enfermagem, da Universidade Vale do
Mestranda em Educaˆ€o.e-mail: [email protected]
1
Rio
Doce.
e-mail:
Rio
Doce.
e-mail:
Rio
Doce.
e-mail:
Rio
Doce.
e-mail:
Rio Doce - UNIVALE.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Chaves et al. (2006),
quando, em est†gio avanˆado, a HAS
A Hipertens€o Arterial Sist•mica
(HAS)
‚
definida
como
causa detrimentos graves em ƒrg€os-
Press€o
alvo, que podem levar o individuo ‡
Arterial Sistƒlica maior ou igual a 140
depend•ncia f…sica ou ‡ morte.
mmHg e Press€o Arterial Diastƒlica
A morbimortalidade decorrente
maior ou igual a 90 mmHg, em
‚ estabelecida como um problema de
pessoas que n€o est€o sob o uso de
sa„de p„blica. No Brasil, essa doenˆa
medicaˆ€o anti-hipertensiva (BRASIL,
‚ um fator que incomoda os gestores
2010).
de sa„de, pois as enfermidades do
Em 2006, a
quantidade de
sistema
cardiocirculatƒrio
e
a
brasileiros hipertensos era de 21,5% e,
ocorr•ncia de novos casos implicam
em 2009, esse …ndice passou a 24,4%.
maiores gastos do governo com o
J†
Sistema Œnico de Sa„de – SUS
referente
‡
faixa
et†ria,
a
populaˆ€o, at‚ os 34 anos, somava
(SOUZA; FRAN•A, 2008).
14%. A proporˆ€o aumentou 20,9%
Para Reiners et al. (2008), em
entre as pessoas de 35 anos e 44
relaˆ€o ao cuidado, um dos obst†culos
anos, e 34,5% entre as de 45 anos e
encontrados por profissionais da †rea
de 54 anos. A partir dos 55 anos at‚
de sa„de ‚ a objeˆ€o dos pacientes
64 anos, esse …ndice chega a 50,4%.
em seguir o tratamento, de forma
O acr‚scimo da doenˆa, de acordo
regular, devido ‡ caracter…stica de
com a idade, ‚ resultado de padrŠes
cronicidade da doenˆa.
alimentares e de atividade f…sica ao
longo
da
vida,
al‚m
de
Machado (2008) ressalta que a
fatores
ades€o ao tratamento ‚ considerada
gen‚ticos, de estresse e de outros
um fen‹meno multidimensional, que
determinantes (BRASIL, 2010).
envolve, pelo menos, cinco fatores,
Mion et al. (2006), conceitua a
HAS
como
uma
relacionados: ao paciente, ‡ doenˆa, ‡
terap•utica,
ao
caracterizada pela presenˆa de n…veis
sa„de/equipe
de
tensionais
elementos socioecon‹micos.
elevados
s…ndrome
coligados
a
alteraˆŠes metabƒlicas, hormonais e a
sistema
sa„de
e
de
aos
A equipe de sa„de, inserida
fen‹menos trƒficos, que incidem na
nesse
contexto,
tem
por
objetivo
hipertrofia card…aca e vascular.
otimizar a ades€o ao tratamento da
HAS, atrav‚s de aˆŠes realizadas
2
pelos profissionais (SARQUIS et al.,
fatores,
1998).
Hipertens€o Arterial Sist•mica. Foram
n€o
ades€o,
tratamento,
Dessa forma, considerando-se a
encontradas 101 refer•ncias; por‚m,
ades€o
apenas 54 foram utilizadas para a
dos
pacientes
aos
tratamentos oferecidos, desenvolveu-
pesquisa.
se esta pesquisa, com objetivo de
Definiram-se como crit‚rios de
identificar fatores que interferem na
exclus€o as produˆŠes cient…ficas que
ades€o ao tratamento da HAS no
n€o
Brasil, no per…odo compreendido entre
suficientes ou n€o se relacionavam
1990 e 2010.
com o assunto; estudos em outro
apresentavam
informaˆŠes
idioma que n€o o vern†culo; arquivos
2 METODOLOGIA
n€o
dispon…veis
gratuitamente
e
publicaˆŠes no per…odo anterior a 1990
Enquanto estudo de abordagem
e posterior a 2010. Apƒs proceder ‡
quantitativa e de car†ter descritivo-
leitura dos resumos, realizou-se uma
anal…tico, esta pesquisa se constitui de
an†lise,
revis€o bibliogr†fica, visando trabalhar
cient…ficos selecionados. As produˆŠes
as produˆŠes cient…ficas nacionais,
foram
que se relacionam ‡ tem†tica Press€o
tem†tica.
Arterial Sist•mica, nos „ltimos 20
…ntegra,
agrupadas
A
anos.
na
partir
dos
por
disso,
artigos
similaridade
iniciou-se
a
confecˆ€o do artigo, incluindo autores
O banco de dados aqui utilizado
por assunto e por ano em forma de
foi o SCIELO e a Biblioteca Virtual da
tabela.
Sa„de BIREME (na base de dados
As tabelas se transformaram em
LILACS). Definiu-se o tema “Fatores
gr†ficos
que
apresentam-se
Interferem
a
Ades€o
ao
e
esses,
sob
por
sua
a
forma
vez,
de
Tratamento da Hipertens€o Arterial
ano/autores. Seus fatores mais citados
Sist•mica” como direcionamento de
ser€o abordados no desenvolvimento
toda a coleta. Para tanto, houve
do trabalho.
triagem
de
assunto
e
produˆŠes
an†lise
relativa
qualitativa
ao
3
das
A fim de iniciar a procura,
descritores
AO
TRATAMENTO
PARA PESSOAS HIPERTENSAS
indicaˆŠes selecionadas.
utilizaram-se
ADESÃO
como:
3
Conforme o Grande Dicion†rio
estado
civil,
escolaridade,
Enciclop‚dico de Pesquisas (1987),
socioecon‹mico,
“ades€o” ‚ uma palavra que deriva do
culturais e de vida, experi•ncia com a
latim adhaesione e quer dizer “ato de
doenˆa, contexto familiar,
aderir,
sa„de-doenˆa e auto-estima. J† aos
uni€o,
apego,
tenacidade,
aprovaˆ€o, assentimento”.
A
ades€o
h†bitos
conceito
que se remetem ‡ doenˆa, citam-se:
ou
cronicidade e aus•ncia de sintomas.
direcionada pelo meio social e cultural
Quanto aos que tem a ver com
em que o sujeito vive, interferindo
tratamento: custo, efeitos indesej†veis,
diretamente nas medidas terap•uticas
esquemas complexos e qualidade de
adotadas e no cuidado da sa„de como
vida.
um todo (LEITE; VASCONCELOS,
relacionam ‡ instituiˆ€o: pol…tica de
2003).
sa„de, acesso, dist•ncia, tempo de
Reiners
‚
crenˆas,
n…vel
e
afetada
Nogueira
Por
fim,
fatores
que
se
(2009)
espera, atendimento e relacionamento
dissertam que a HAS ‚ um problema
com equipe de sa„de (SANTOS et al.,
de sa„de p„blica de dif…cil controle,
2005).
devido a v†rios motivos, dentre eles, a
4 FATORES RELACIONADOS AO
PACIENTE, QUE INTERFEREM NA
ADESÃO AO TRATAMENTO
n€o ades€o do usu†rio ao tratamento.
Baldissera, Carvalho e Pelloso
(2009)
revelam
diagnosticados,
que
a
hipertensos
longa
data,
mostram-se com maior dificuldade de
ades€o ao tratamento, assim desafiam
fazem
uso
de
ades€o
‡
alguma
terap•utica
2001
5
2004
3
2
terap•utica para controle.
A
1998
6
4
a doenˆa. Ao aparecimento de algum
sintoma,
7
2005
2006
2007
2008
1
2009
0
2010
‚
complexa, pois s€o diversos os fatores
que
interferem
no
sucesso
Gr†fico 1 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡s vari†veis sexo, idade, estado civil –
referentes ‡ ades€o – de acordo com a
frequ•ncia com que foram abordadas, nos
periƒdicos publicados no Brasil, de 1990 a
2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
do
tratamento. Dentre eles, revelam-se os
relacionados ao paciente, ‡ doenˆa,
ao tratamento e ‡ instituiˆ€o. No que
diz respeito ao paciente, podem ser
considerados:
idade,
sexo,
etnia,
4
O gr†fico 1 expŠe a distribuiˆ€o
casados,
separados
ou
vi„vos
dos autores de artigos em relaˆ€o ‡s
possuem chance duas vezes maior de
vari†veis sexo, idade, estado civil –
estarem em tratamento do que os
referentes ‡ ades€o do paciente ao
indiv…duos solteiros.
tratamento. Em um total, 28 autores
abordaram sobre o assunto, sendo:
5
em 2001, um artigo; em 1998, 2005 e
1998
2004
4
2010, dois artigos a cada ano; em
2005
3
2006
2
2007
2004 e 2008, tr•s artigos; em 2006 e
2007, quatro artigos; e em 2009, sete.
2008
1
De acordo com Moreira, Santos
2009
2010
0
e Caetano (2009), h† diferenˆa na
ades€o quanto ao g•nero. Apƒs o
Gr†fico 2 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡s vari†veis n…veis socioecon‹micos e
escolaridade – referentes ‡ ades€o – de
acordo com a frequ•ncia com que foram
abordadas, nos periƒdicos publicados no
Brasil, de 1990 a 2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
diagnƒstico de HAS, as mulheres
iniciam o tratamento algum tempo
depois.
Os
homens
mostram
resist•ncia a condutas terap•uticas e ‡
aceitaˆ€o da doenˆa, reagindo com
sentimentos
de
invalidez
e
de
O
impot•ncia frente ‡ enfermidade e ‡
relaˆ€o
Os idosos s€o mais propensos
ades€o
ao
2
demonstra
a
distribuiˆ€o dos autores de artigos em
disfunˆ€o sexual.
‡
gr†fico
tratamento,
‡s
socioecon‹micos
por
vari†veis
e
n…veis
escolaridade –
considerarem como uma alternativa de
referentes ‡ ades€o. Em um total, 24
prolongamento da vida, j† os jovens
autores abordaram sobre o assunto,
n€o se sentem vulner†veis ‡ doenˆa
sendo: em 1998 e 2010, um artigo a
(ARAŒJO; GARCIA, 2006).
cada ano; em 2006, dois artigos; em
Lefevr‚
2008, tr•s artigos; em 2004, 2005 e
(2001), cerca de 46% dos idosos
2007, quatro artigos a cada ano e em
hipertensos interrompem o tratamento
2009, cinco.
Segundo
Teixeira
e
A
por conta prƒpria.
condiˆ€o
socioecon‹mica
Chor (1998) comenta que o
pode interferir no contexto da sa„de de
estado civil influencia o tratamento dos
um grupo de pessoas, principalmente
hipertensos.
as acometidas por doenˆas cr‹nicas,
Salienta-se
que
os
5
como
a HAS
(TAVEIRA;
PIERIN,
capacidade
2007).
menor
a
incid•ncia, devido o maior n…vel de
As
vari†veis
econ‹micas
implicam
desfavoravelmente
sociais
e
favor†vel
ou
pr†ticas
de
as
cuidados com a sa„de (RIERA, 2000).
prevenˆ€o e de controle da HAS.
Mudanˆa de estilo de vida e restriˆŠes
na
econ‹mica,
dieta
s€o
algumas
7
1998
6
2003
5
2004
2005
4
condutas
2006
3
2007
terap•uticas adotadas de dif…cil ades€o
2
(PIRES; MUSSI, 2008).
1
2009
0
2010
2008
Taveira e Pierin (2007) afirmam
que,
quanto
menor
o
n…vel
Gr†fico 3 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
as vari†veis crenˆas, h†bitos culturais e de
vida – referentes ‡ ades€o – de acordo com a
frequ•ncia com que foram abordadas, nos
periƒdicos publicados no Brasil, de 1990 a
2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
socioecon‹mico do hipertenso, maior o
desconhecimento da patologia. Al‚m
disso, a falta de
est…mulo e de
autoestima frente ‡ doenˆa se tornam
empecilhos para a ades€o do paciente
ao
tratamento.
pessoas
Em
com
socioecon‹mico
contrapartida,
elevado
n…vel
possuem
mais
O gr†fico 3 ilustra a distribuiˆ€o
dos autores de artigos em relaˆ€o ‡s
vari†veis crenˆas, h†bitos culturais e
compromisso profissional e social. No
entanto,
tratamento,
n€o
se
dedicam
apresentando
faltas
h†bitos de vida – referentes ‡ ades€o.
ao
Em
e
sua
totalidade,
29
autores
abordaram sobre o assunto, sendo:
atrasos ‡s consultas.
em 2003, um artigo; em 1998, 2005 e
De acordo com Guedes et al.
2010, dois artigos a cada ano; em
(2005) um dos fatores determinantes
2004, tr•s artigos; em 2006, 2007 e
para a ades€o ‡ terap•utica ‚ o grau
2008, quatro artigos a cada ano; e em
de ensino. A defici•ncia na formaˆ€o
2009, sete.
escolar dificulta o entendimento sobre
A crenˆa ‚ um indicador de
a HAS e o seu tratamento.
ades€o ao tratamento. O paciente
Dessa forma, a preval•ncia da
necessita acreditar nos benef…cios da
HAS ‚ inversamente proporcional ‡
mudanˆa de h†bitos de vida, para
escolaridade e ‡ renda, isto ‚, quanto
mudar seu comportamento diante da
maiores o grau de instruˆ€o e a
6
Gr†fico 4 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡s vari†veis experi•ncia com a doenˆa e
conceito sa„de doenˆa – referente ‡ ades€o –
de acordo com a frequ•ncia com que foi
abordada, nos periƒdicos publicados no Brasil,
de 1990 a 2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
doenˆa e, consequentemente, diminuir
a severidade da patologia (PIRES;
MUSSI, 2008).
Em conformidade com Santos et
al.
(2005),
as
condutas
higi•no-
diet‚ticas corretas constituem desafio
para pacientes e para profissionais de
sa„de.
Tais
condutas
O gr†fico 4 revela a distribuiˆ€o
implicam
dos autores de artigos em relaˆ€o ‡s
mudanˆas de h†bitos ou no estilo de
vari†veis experi•ncia com a doenˆa e
vida. Com isso, os indiv…duos podem
conceito sa„de doenˆa – referente ‡
ter perda de prazer, na qual as
ades€o do paciente ao tratamento. De
oportunidades de satisfaˆ€o pessoal
maneira
s€o m…nimas.
abordaram sobre o assunto, sendo:
Determinadas
integral,
21
autores
atitudes,
em 2010, um artigo; em 1998, 2004 e
assumidas por pacientes hipertensos,
2005, dois artigos a cada ano; em
facilitam
2006, 2008 e 2009 tr•s artigos; e em
o
desenvolvimento
do
autocuidado e resultam em maior
probabilidade
controle
da
realizaˆ€o
de
(2007), hipertensos que n€o tiveram
restriˆŠes
experi•ncias pr‚vias de complicaˆŠes
alimentos
da HAS apresentam o dobro do
gordurosos e bem temperados) s€o
percentual de adoˆ€o de medidas de
alguns
pertinentes
controle, como tomada da medicaˆ€o,
CAETANO,
cuidados com alimentaˆ€o, abstenˆ€o
hipertens€o.
exerc…cios
alimentares
(MOREIRA;
de
2007, cinco.
A
f…sicos
e
(evitar
exemplos
SANTOS;
Segundo
2009).
Sales
e
Tamaki
de †lcool e de tabaco, com relaˆ€o aos
que vivenciaram complicaˆŠes.
Carvalho, Junior e Machado
5
4
1998
(1998)
evidenciam
que
alguns
2004
2005
hipertensos iniciaram o
3
2006
2007
apƒs episƒdio de acidente vascular
2
cerebral, infarto agudo do mioc†rdio e
2008
1
0
tratamento
2009
complicaˆŠes associadas ‡ patologia.
2010
Segundo Jesus et al. (2008), os
pacientes
7
possuem
algum
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
conhecimento sobre a doenˆa e sobre
a sua forma de tratamento; por‚m, n€o
O
acreditam na aus•ncia de sintomas e
et
al.
13
partir
de
A experi•ncia do cuidar de um
situaˆŠes
doente
em
casa
tem
sido
uma
tend•ncia crescente, pois o domic…lio ‚
da vida.
pacientes
com
um espaˆo em que o doente cr‹nico
HAS
pode manter a estabilidade (CATTANI;
associam o surgimento da doenˆa a
GIRARDON-PERLIN, 2004).
fatores emocionais e alimentares e sƒ
Saraiva et al. (2007) relatam
procuram o serviˆo de sa„de quando
os
o
2009, tr•s artigos.
estressantes, que aparecem ao longo
Os
sobre
2004, 2005 e 2007, dois artigos; e em
assintomatologia.
Al‚m disso, acreditam que a doenˆa
a
abordaram
e 2008, um artigo a cada ano; em
seu risco de complicaˆŠes, da falta de
surge
autores
assunto, sendo: em 1998, 2003, 2006
acerca da cronicidade da doenˆa, de
da
a
referente ‡ ades€o. Em um grupo total,
familiares t•m pouco conhecimento
e
evidencia
relaˆ€o ‡ vari†vel contexto familiar –
(2009)
asseveram que o hipertenso e seus
tratamento
5
distribuiˆ€o dos autores de artigos em
na cronicidade da mesma.
Contiero
gr†fico
sintomas
secund†rios
(CARVALHO;
trazem
para
JUNIOR;
que a fam…lia deve estar envolvida
preju…zos
a
diretamente no cuidado, a fim de
sa„de
favorecer a ades€o do hipertenso ao
MACHADO,
tratamento. Se o indiv…duo tem ao seu
1998).
lado um familiar-cuidador interessado
em sua sa„de, acredita-se que esse
3
1998
compromisso, quanto mais presente
2,5
2003
2004
se fizer, mais consolidada ser† a
2
1,5
2006
1
2007
0,5
2008
0
ades€o. Em contrapartida, pacientes
2005
com conv…vio familiar conflituoso est€o
sujeitos a estresse e a desvio de
2009
atenˆ€o das pr†ticas necess†rias para
ades€o ao tratamento (FA‘ et al.,
2006).
Gr†fico 5 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡ vari†vel contexto familiar – referente ‡
ades€o – de acordo com a frequ•ncia com que
foi abordada, nos periƒdicos publicados no
Brasil, de 1990 a 2010.
8
5 FATORES RELACIONADOS AO
Apesar
de
haver
avanˆos
TRATAMENTO QUE INTERFEREM
tecnolƒgicos no desenvolvimento dos
A ADESÃO
f†rmacos, ainda persistem os efeitos
colaterais,
2
1998
que
colaboradores
da
s€o
n€o
grandes
ades€o
do
2004
1,5
paciente ao tratamento. A patologia ‚
2005
2006
1
assintom†tica e com a ingest€o do
2007
medicamento,
2008
0,5
2009
indesej†veis,
2010
0
surgem
como
a
efeitos
piora
na
qualidade de vida e o mal-estar.
Automaticamente, cria-se resist•ncia ‡
Gr†fico 6 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡ vari†vel efeitos indesej†veis – referente ‡
ades€o – de acordo com a frequ•ncia com que
foi abordada, nos periƒdicos publicados no
Brasil, de 1990 a 2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
ades€o (SARQUIS et al., 1998).
3
2004
2,5
2005
2
O gr†fico 6 traz a distribuiˆ€o
dos autores de artigos em relaˆ€o ‡
2006
1,5
2007
1
2008
2009
0,5
vari†vel efeitos indesej†veis – referente
2010
0
‡ ades€o. Salienta-se que 12 autores
abordaram sobre o assunto, a saber:
Gr†fico 7 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡ vari†vel esquemas complexos – referente ‡
ades€o – de acordo com a frequ•ncia com que
foi abordada, nos periƒdicos publicados no
Brasil, de 1990 a 2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
em 1998, 2004, 2009 e 2010, um
artigo a cada ano; em 2005, 2006,
2007 e 2008, dois artigos.
Cintra, Guariento e Miyasaki
(2010) evidenciam que os efeitos
O
colaterais dos rem‚dios exercem forte
gr†fico
7
enfatiza
a
influ•ncia ‡ ades€o da pessoa ao
distribuiˆ€o dos autores de artigos em
tratamento, e o temor de reaˆŠes
relaˆ€o
adversas, ocasionadas pelo uso de
complexos
medicamentos,
que
Nesse tƒpico, 12 autores abordaram
da
sobre o assunto, sendo: em 2006,
determinam
s€o
o
fatores
cumprimento
‡
vari†vel
–
referente
esquemas
‡
ades€o.
2007, 2008 e 2010, um artigo a cada
terap•utica adotada.
9
ano; em 2009, dois artigos; em 2004 e
A
2005, tr•s artigos.
a
de
vida
est†
diretamente relacionada ‡ ades€o ao
Sarquis et al. (1998) dissertam
sobre
qualidade
mudanˆa
esquema
apresentam bem-estar f…sico e mental
teƒricos
devido a uma alimentaˆ€o saud†vel e
sugestionam adotar a ingest€o de
a pr†ticas de exerc…cios f…sicos. Em
rem‚dios
contrapartida,
medicamentoso.
de
no
tratamento, pois pacientes aderentes
Os
dose
„nica,
o
que
os
n€o
aderentes
facilitaria a ades€o ao tratamento, uma
justificam o sedentarismo, por falta de
vez que esquemas complexos podem
tempo para atividades f…sicas e por
causar confus€o e/ou esquecimento.
terem pouco conhecimento sobre os
benef…cios de uma ingest€o adequada
de alimentos (FA‘ et al., 2006).
5
Segundo Baldissera, Carvalho e
2004
4
2005
Pelloso (2009) a maior dificuldade de
3
2006
2007
se aderir ao tratamento ocorre em
2
relaˆ€o
2008
1
2009
‡
alimentaˆ€o
saud†vel,
porque os pacientes encaram a dieta
0
como privaˆ€o de prazer, castigo.
Gr†fico 8 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡ vari†vel qualidade de vida - referente ‡
ades€o – de acordo com a frequ•ncia com que
foi abordada, nos periƒdicos publicados no
Brasil, de 1990 a 2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
O
gr†fico
8
exemplifica
6
FATORES
RELACIONADOS
INSTITUIÇÃO, QUE INTERFEREM
A ADESÃO AO TRATAMENTO
6
a
5
2004
2005
distribuiˆ€o dos autores de artigos em
4
2006
relaˆ€o ‡ vari†vel qualidade de vida –
3
2007
referente ‡ ades€o. Nessa categoria,
2
2008
15
1
autores
abordaram
sobre
À
o
2009
2010
0
assunto, sendo: em 2007, um artigo;
em 2005, 2006 e 2008, dois artigos a
Gr†fico 9 - Distribuiˆ€o dos autores em relaˆ€o
‡s vari†veis acesso e relacionamento equipe
paciente – referente ‡ ades€o – de acordo
com a frequ•ncia com que foi abordada, nos
cada ano; em 2004, tr•s artigos; e em
2009, cinco.
10
periƒdicos publicados no Brasil, de 1990 a
2010.
Fonte: LILACS e SCIELO (dados levantados
no per…odo de agosto de 2010 a maio de
2011).
do hipertenso, a qual necessita ser
retificada
(REINERS;
NOGUEIRA,
2009).
A abordagem do serviˆo de
O
gr†fico
9
trabalha
a
sa„de ao paciente hipertenso est†
distribuiˆ€o dos autores de artigos em
associada ‡ ades€o ‡ terap•utica. A
relaˆ€o ‡ vari†vel acesso – referente ‡
forma
ades€o. Em um todo, 22 autores
orientaˆŠes pela equipe e como os
abordaram sobre o assunto, sendo:
pacientes compreendem e assumem o
em 2007 e 2008, dois artigos a cada
cuidado com sua sa„de interferem
ano; em 2004, 2005, 2006 e 2010, tr•s
diretamente a ades€o. Sendo assim,
artigos; e em 2009, seis.
isso
como
se
s€o
torna
transmitidas
um
De acordo com Santos et al.
qualidade
do
(2005), as pol…ticas p„blicas de sa„de
(HELENA;
NEMES;
precisam garantir acessibilidade do
2010).
individuo
‡s
indicador
serviˆo
as
na
prestado
ELUF-NETO,
instituiˆŠes, promover
Fleiter (2004) ressalta que a
aproximaˆ€o dos usu†rios (atrav‚s de
aus•ncia de esclarecimento, por parte
aˆŠes), divulgar oferta do serviˆo e
dos profissionais de sa„de, sobre o
buscar estrat‚gias para sensibilizar a
uso
participaˆ€o do paciente, a fim de
mecanismo de aˆ€o e os efeitos
conquistar a ades€o.
colaterais interferem diretamente a
Quando o acesso do serviˆo de
correto
da
medicaˆ€o,
o
ades€o.
sa„de ‚ frequente, h† uma maior
Para Morchel et al. (2007) por
ades€o ao tratamento, mantendo a
sua vez, as pol…ticas de sa„de t•m um
efic†cia da terap•utica, pois o paciente
papel
reduz o estresse, a ansiedade, e
tratamento da HAS. A educaˆ€o em
esclarece
com
sa„de faz com que o profissional
al.,
conheˆa o usu†rio, conscientize-o a
suas
acompanhamento
d„vidas
(DOSSE
et
2009).
especial
na
ades€o
ao
respeito da doenˆa e da forma de
Os
profissionais
de
sa„de,
tratamento, o que o transforma em
durante o contato com os pacientes,
participante ativo.
trazem suas teorias pr‚vias, adquiridas
na academia, e uma delas ‚ de que a
7 PAPEL DO PROFISSIONAL DE
n€o ades€o ‚ uma conduta desviante
SAÚDE
11
A abordagem de um paciente
nutricionista,
assistente
social,
hipertenso não pode ser realizada
psicólogo, odontólogo e professor de
apenas por um profissional específico
educação física (BRASIL, 2006).
de
saúde,
mas
multidisciplinar,
por
uma
pois,
o
equipe
Cesarino (2000) considera que,
trabalho
na prática, a importância do enfermeiro
conjunto de um ou mais profissionais
está
tende a trazer melhores resultados
educação.
(LOPES; FILHO; VICCIO, 2003).
motivar o hipertenso a realizar o
As
devem
equipes
atuar
multidisciplinares
com
o
intuito
relacionada
Esse
ao
processo
profissional
de
deve
autocuidado, utilizando estratégias de
de
ensino-aprendizagem
a
e
desenvolver métodos para atender a
implementando
comunicação
do
população, de forma integralizada, já
paciente e a verbalização dos seus
que essas estão demarcadas por
problemas.
espaço geográfico. Para que ações de
saúde
sejam
cada
direcionadas
e
aconselhável
que
vez
eficazes,
se
8 CONCLUSÃO
mais
veja
o
é
ser
A
investigação
da
literatura
humano de forma contextualizada em
colaborou para afirmar que a adesão
suas
ao tratamento da HAS é complexa e
condições
epidemiológicas,
demográficas,
socioeconômicas,
envolve fatores multidimensionais.
políticas e culturais (FERNANDES;
Pelo objetivo do estudo, pôde-
BACKES, 2010).
Conforme
se identificar que os fatores hábitos
o
Caderno
de
culturais e de vida, relacionamento
Atenção Básica nº 15, desenvolvido
equipe/paciente,
pelo
(2006),
esquemas
preconiza-se que, no tratamento HAS,
obtiveram
a abordagem deve ser efetuada por
respeito à adesão do paciente ao
uma
com
tratamento. Percebeu-se, ainda, que
objetivo de controle e de prevenção da
essas variáveis são modificáveis, pois
HAS, dentre outros. Os profissionais
envolvem o paciente, a equipe, a
que devem compor essa equipe são
família
médico,
medicamentosa.
Ministério
equipe
da
Saúde
multiprofissional,
enfermeiro,
auxiliar
de
enfermagem, agente comunitário de
saúde,
além
da
inserção
contexto
terapêuticos
destaque
e
a
no
familiar
complexos
que
diz
terapêutica
O estudo evidenciou que a
de
responsabilidade também é conferida
12
ao paciente e que os profissionais de
sa„de
falham
em
promover
Chama-se
o
profissional
de
uma
sa„de ‡ atenˆ€o, pois ‚ ele quem tem
compreens€o mais profunda sobre a
o papel de conscientizar, sensibilizar,
HAS.
informar individual e coletivamente o
Destaca-se que para melhorar a
hipertenso acerca da doenˆa, j† que a
qualidade de vida do paciente ‚
ades€o ‡s terap•uticas farmacolƒgicas
interessante valorizar a mudanˆa de
e n€o farmacolƒgicas s€o de dif…cil
estilo de vida. Quando ele assume um
alcance, devido ‡ multiplicidade de
compromisso com sua sa„de – ao
fatores, levando-o a compreender que
comparecer ‡s consultas e ao seguir
ele ‚ peˆa fundamental para o cuidado
as orientaˆŠes medicamentosas e n€o
com sua prƒpria sa„de.
medicamentosas – diminuem-se os
Percebeu-se que o profissional
n…veis pressƒricos e abranda-se a
enfermeiro
severidade da doenˆa.
comunicaˆ€o com os pacientes, a fim
Constatou-se tamb‚m que para
muitos
pacientes,
aderir-se
tratamento
farmacolƒgico
extremamente
dif…cil.
Isso
necessita
melhorar
a
de buscar formas para resolver as
ao
dificuldades de ades€o ao tratamento,
‚
ao mesmo tempo em que inserem a
ocorre,
fam…lia como componente de aux…lio.
muitas vezes, pela falta de informaˆ€o
O apoio e a dedicaˆ€o dos
sobre o tratamento. O cliente n€o
familiares s€o capazes de melhorar a
compreende os esquemas complexos,
qualidade de vida do individuo. Para
como n„meros de f†rmacos, hor†rios
isso, o familiar necessita de uma
de
e
mudanˆa significativa em seus h†bitos,
quantidade de dose di†ria de cada
o que implica tamb‚m mudanˆa de
f†rmaco. Percebe-se que esse fator ‚
estilo de vida de toda a fam…lia, com
crucial na decis€o do indiv…duo em
paci•ncia e ren„ncia a muitas aˆŠes.
ingest€o
medicamentosa
seguir, de forma correta, o projeto
Este estudo tamb‚m evidenciou
terap•utico adotado, ainda em relaˆ€o
que, no decorrer dos anos, houve um
aos medicamentos os hipertensos, ao
aumento significativo das produˆŠes
sentirem piora na qualidade de vida,
cient…ficas relacionadas ao assunto a
associam-na ao uso do f†rmaco, o que
ades€o ao tratamento da HAS. Al‚m
ocasiona resist•ncia por parte do
disso, detectou que s€o necess†rias
hipertenso na tomada da medicaˆ€o
novas pesquisas capazes de abordar
di†ria.
os fatores isoladamente.
13
Por fim, este estudo propiciou a
identificaˆ€o
dos
fatores
Hipertens€o
que
Arterial
Sist•mica
no
Brasil, no per…odo de 1990 a 2010.
interferem a ades€o ao tratamento da
FACTORS THAT AFFECT ADHERENCE TO TREATMENT OF SYSTEMIC
ARTERIAL HYPERTENSION
ABSTRACT
The systemic arterial hypertension is a systolic blood pressure bigger or equal to 140
mmhg and the diastolic blood pressure is bigger or equal to 90 mmhg. The systemic
hypertension is a health is problem and it’s hard to control due many reasons, one of
the problems is that the patient don’t agree with the treatment. Considering that, a
research was done to find out the reasons that won’t make the patient do the
treatment in Brazil from 1990 to 2010. For the research was done a search on the
library health on line at SCIELO AND BIREME based on datas from LILACS. By
analyzing datas from 54 articles were found five group of reason that won“t make the
patient do the treatment: relating to the patient, disease, treatment, institution and
health team were the most mentioned. From all the reasons mentioned is necessary
the patient, health team, institution understands that the treatment is important to do.
The health team in, special the nurse, needs a better communication with their
patient by discussing the difficulties to find a way to save the problem and it“s also
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