P sicologia E volutiva - CCS-UFPB

Psicologia Evolutiva
Qual o melhor indicador de que uma pessoa tem uma
das características de personalidade abaixo?
a) Violenta;
b) Amorosa;
c) Introvertida.
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R.: Ter um gêmeo idêntico com uma dessas
características.
A resposta está no parente genético mais semelhante.
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Conexão cromossômica: parentes genéticos próximos dos
humanos
Homo sapiens
Homo neanderthalensis
Australopithecus africanus
Australopithecus afarensis
Psicologia Evolutiva
Princípios da psicologia evolutiva
- A mente humana foi desenhada para a vida nas savanas
africanas;
- A maioria dos efeitos dos genes no comportamento é
probabilística;
- As características selecionadas são aquelas que geram o
maior número possível de descendentes;
- A mente é composta por circuitos neurais criados pela
seleção natural para resolver problemas que surgiram
durante a história evolucionária;
- A solução dos diferentes problemas é feita por diferentes
módulos especializados no cérebro;
- A maior parte do que se passa na mente é inconsciente.
Psicologia Evolutiva
“ Somos
arquivos do
plioceno
africano.”
Dawkins, 2003.
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Períodos de crescimento cerebral durante evolução
1º surto de crescimento
cerebral
Genes da mente humana atual
2º surto de crescimento
cerebral
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Cérebro do Homo sapiens
Fatores evolucionários contribuintes
1) Tecnologia (mãos livres);
2) Vida social;
3) Caça;
4) Linguagem.
- Córtex cerebral expandido (maior
espaço para memória);
- A expansão criou áreas para
emoções, consciência e pensamento
racional;
- A área para controle motor foi
diminuída em relação aos primatas.
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Cérebro humano atual tem anatomia padronizada
- Hemisférios;
- Lobos;
- Sulcos e giros
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Principal força adaptativa na evolução da mente
- Gerar o maior número possível de descendentes (cópias
dos genes);
- Os genes dos comportamentos e sentimentos mais
vantajosos são passados aos descendestes.
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Anatomia da mente: resultado da seleção natural
- Física intuitiva: entender como os objetivos interagem;
- Biologia intuitiva: compreender o natureza;
- Engenharia intuitiva: fazer e entender utensílios;
- Psicologia intuitiva: entender os outros;
- Economia intuitiva: troca de bens e favores;
- Senso espacial;
- Senso numérico: pensar sobre quantidades e totais;
- Senso probabilístico: pensar sobre chances de
acontecimentos;
- Linguagem: para compartilhar idéias;
- Lógica.
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Diferenças entre os sexos
- Razão da relação sexual: mudar o material
genético dos descendentes para se defender da
ação de parasitas.
- A razão da existência de dois sexos: reprodução
com duas células haplóides requer o maquinário
celular de uma célula diplóide normal (incluindo
as mitocôndrias com seu DNA). Par anular a
competição entre dois DNAs mitocondriais, a
seleção natural levou a dos genitores a não ter o
maquinário celular completo (espermatozóide);
- O óvulo é grande e precioso e o espermatozóide é
pequeno e barato.
- Diferenças entre machos e fêmeas: origem no
tamanho mínimo de seu investimento na prole.
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Diferenças entre os sexos: mulheres investem na
prole mais do que os homens.
1)
-
Investimento feminino:
Célula sexual maior;
Sua contribuição limita o número de filhos;
Passa 9 meses nutrindo o filho;
Seu sucesso reprodutivo não depende do
número de machos com quem acasalam.
2) Investimento masculino:
Célula sexual menor;
Pode fertilizar várias fêmeas, competindo com
espermatozóides de outros machos;
Seu sucesso reprodutivo depende do número
fêmeas com quem acasalam.
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Diferenças entre os sexos:
Adaptações nos machos para competir por fêmeas
Os testículos ficaram grandes em relação ao
tamanho corporal para produzir mais
espermatozóides e competir com os de outros
homens para cada óvulo;
A competição masculina pelas mulheres levou a
um físico mais forte (1,15 vezes maiores que
mulheres);
Comportamento de acasalar sem compromisso e
com muitas mulheres foi vantajoso;
Comportamento de lutar pelas fêmeas e
controlar seu comportamento sexual foi
vantajoso;
Atração por fêmeas com bom físico para gerar
filhos e alimentá-los enquanto bebês.
Psicologia Evolutiva
Diferenças entre os sexos: mulheres escolhem genes
e investimento na prole.
Adaptações nos fêmeas para sucesso reprodutivo
Buscam acasalar com homens com os melhores
genes e com o melhor investimento na prole
para passar vantagens aos seus filhos e ajudar
nos cuidados na infância;
Muitas vezes acasalam com os melhores genes e
vivem com o melhores investidores na prole;
O sentimento de ciúme surgiu da seleção
natural em machos (garantir que sua fêmea
tenha filhos seus) e em fêmeas (garantir que o
macho invista em sua prole);
Interesse na relação de longo prazo;
Escolha criteriosa do parceiro sem atração fácil
pelo físico.
Psicologia Evolutiva
Diferenças entre os sexos: a mente humana é adaptada a um
mundo no qual sexo acarreta bebês
Sinais físicos visuais de bons genes para reprodução
Seios grandes
para amamentar
Cintura fina indica
que ainda não gerou
filhos de outros
Quadris largos
Indicam boa
anatomia para o
parto
Evoluiu na mente o desejo por estas formas físicas.
Ombros largos
musculosos
Abdômen sem
gordura
Força para caçar
e proteger os
filhos
Psicologia Evolutiva
Diferenças entre os maridos e esposas: influência do
maior investimento na prole para gerar netos.
-
-
-
Evoluiu o sentimento de desejar muitas esposas
e não apenas muitas parceiras sexuais;
Muitas parceiras só era possível para os homens
poderosos (poligamia existe em mais de 80% das
culturas humanas);
Os mais fortes, homens, conseguiram fazer
valer sua vontade e controlar sua prole, o que
inclui controle das esposas e filhas;
Na maioria das sociedades, o casamento é uma
transferência de propriedade de uma mulher,
do pai para o marido;
Psicologia Evolutiva
Amigos e parentes: melhor tratamento para ajudar
ao um número maior de cópias
-
Amor pelos familiares brota naturalmente; o
amor pelos demais, não;
Boa vontade com um parente é proporcional à
proximidade genética com este;
Enteados tendem a receber maus tratos;
Quando se mata parentes, geralmente se mata
não cosangüíneos;
Um gene que beneficia um parente tem uma
grande chance de beneficiar a si mesmo;
O nepotismo e herança evoluíram como
vantagens reprodutivas;
A estrutura de família como organização
subversiva foi vantajosa.
Psicologia Evolutiva
Status e dominância: competição no grupo por
vantagens
-
Status: condições de ajudar aos outros;
Dominância: condições de ferir os outros;
Primatas em grupos sociais: fêmeas competem
por alimentos; machos, por fêmeas.
Buscar por status de dominância é universal nos
humanos, resultando em desigualdade;
Quando há dificuldades num grupo, aqueles que
têm status são os últimos a sofrer restrições;
Na limitação de recursos, os dominantes
tomam a maior parte para si e para os seus.
Psicologia Evolutiva
Bons motivos evoluídos na mente humana: resultam
em maior vantagem reprodutiva
-
Amor pelos filhos, pelo cônjuge fiel, por amigos
e aliados;
Humor;
Bondade sincera;
Solidariedade e colaboração;
Conceito de justiça (negativa a assassinato,
estupro, humilhação, escravidão e violência);
Resistência a abuso de poder;
Sentimentos morais.
Psicologia Evolutiva
Maus motivos evoluídos na mente humana: resultam
em maior vantagem reprodutiva
-
Inveja;
Vingança;
Violência masculina;
Conflito;
Dominância;
Falsidade;
Parcialidade do senso moral;
Etnocentrismo e hostilidades entre grupos;
Mentalidade pautada em tabus;
Egoísmo.
Psicologia Evolutiva
Universais humanos: características comuns a todos
os povos que vivem na Terra
-
-
Falsas idéias: ausência de violência entre povos
isolados e selvagens (bom selvagem); idéia de
que a criança nasce como a mente em branco
(tábula rasa), que pode ser moldada pelo
ambiente e pelos pais.
Utopias: um mundo sem guerras ou conflitos;
“pessoas boas” não praticam nepotismo.
Engodos: políticas com concentração de poder
e/ou sem transparência administrativa.
Psicologia Evolutiva
Mensagem da psicologia evolutiva para uma vida
melhor
-
Aumentar as atenções sobre:
Situação social das mulheres;
Combate ao racismo, sexismo e intolerância
religiosa;
Transparência administrativa e política;
Liberdade de pensamento;
Direitos humanos universais.
Psicologia Evolutiva
Educação: finalidades
-
-
Fazer compreender aquilo que a mente humano
é inatamente inepta;
Ensinar linguagem escrita;
Ensinar aritmética e ciência;
Ensinar conhecimentos e habilidades inventados
recentemente, para os quais não evoluiu
nenhuma aptidão generalizada no Homo
sapiens;
Inserir coisas novas e desativar coisas antigas
(tabus, nepotismo, biologia intuitiva, etc.);
Aprendizado é mudança no cérebro.
Psicologia Evolutiva
Finalidade da educação
- Aprender aquilo que a mente humana é inatamente
inepta.
PLIOCENO
MACACOS
BÍPEDES
PLEISTOCENO
HUMANOS
Agricultura
10 mil anos
Escrita
atrás
6 mil anos atrás
Psicologia Evolutiva
Mente de bebês
-
-
Bebês nascem com características mentais
herdadas de seus pais e não são uma tábula
rasa;
A criança não nasce com a mente em branco
(tábula rasa), que pode ser moldada pelo
ambiente e pelos pais.
Psicologia Evolutiva
Personalidade das crianças
50%
50%
0%
Na competição dentro de seus grupos de iguais,
crianças selecionam características que serão vantajosas
na busca de parceiros no futuro. Mudanças na
personalidade são mudanças nas conexões no cérebro.
Psicologia Evolutiva
Os genes não somos nós
- O fato do indivíduo ter um gene particular não
implica que ele terá aquele comportamento;
- Os genes não têm o monopólio do determinismo;
- “O efeito dos genes no comportamento é como o
efeito da fumaça do cigarro nos pulmões.” Richard
Dawkins, O capelão do diabo, 2003.
Psicologia Evolutiva
Referências bibliográficas
BOYD, R., SILK, J.B. How humans evolved. 4.ed. Los Angeles: IEWW NORTON, 2006. 550p
CAVALLI-SFORZA, L.L. Genes, povos e línguas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2003. 289p
DAWKINS, R. Desvendando o arco-íris. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
DAWKINS, R. O capelão do diabo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2005. 462p.
EDGAR, B., JOHANSON, D.C. From Lucy to language. London:
Simon & Schuster, 1996. 272p.
GARDNER, H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001. 347p.
PINKER, S. Como a mente funciona. São Paulo: Companhia das
Letras, 1998.
PINKER, S. Tabula rasa: a negação contemporânea da natureza
humana. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.684p.