1 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia DermatoFuncional Fernanda de Souza Mello Lisley Malosso Pine Monise Possebom Correia A FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL NA PREVENÇÃO E NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO FACIAL LINS – SP 2008 2 FERNANDA DE SOUZA MELLO LISLEY MALOSSO PINE MONISE POSSEBOM CORREIA A FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL NA PREVENÇÃO E NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO FACIAL Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Fisioterapia DermatoFuncional, sob a orientação da Profa Dra Márcia Maria Faganello Mitsuya e M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. LINS – SP 2008 3 FERNANDA DE SOUZA MELLO LISLEY MALOSSO PINE MONISE POSSEBOM CORREIA A FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL NA PREVENÇÃO E NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO FACIAL Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de especialista em Fisioterapia Dermato-Funcional. Aprovada em: ______/______/______ Banca Examinadora: Profa. Dra. Márcia Maria Faganello Mitsuya Doutora em Fisiopatologia em Clínica Médica pela UNESP/Botucatu _______________________________________________________________ Profa. M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva Mestre em Administração pela CNEC/FACECA-MG _______________________________________________________________ Lins – SP 2008 4 DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho às nossas famílias e amigos que sempre nos deram força e apoio. 5 AGRADECIMENTOS Agradecemos aos nossos professores pelo empenho em nos ensinar, principalmente às nossas orientadoras, as professoras Heloisa Helena Rovery da Silva e Márcia Maria Faganello Mitsuya que, além dos ensinamentos, ofereceram-nos amizade e estímulo profissional. 6 RESUMO Tão antiga quanto a própria humanidade, é a busca incessante pela juventude física. Desde o século XVIII, toda a humanidade se preocupa com o conceito do belo, em todas suas expressões, que varia consideravelmente no tempo. Assim, seus parâmetros ideológicos e estéticos nunca estiveram isolados. No Brasil, cerca de seiscentos e cinqüenta mil idosos são incorporados à nossa população a cada ano. Devido a este aumento, é fato que grande parte deles exerce suas atividades e se preocupa com um melhor envelhecer, tanto físico, psíquico, orgânico quanto social. A fragilidade cutânea, observada nos idosos, é devida ao comprometimento da diminuição da circulação subcutânea onde ocorre a perda de células, afetando assim o sistema imunológico, a termorregulação, a sudorese, a cicatrização de feridas, a renovação epitelial, a atrofia dos melanócitos e a diminuição em número e função das glândulas sudoríparas e sebáceas. Sendo assim, surgiu um maior interesse do ponto de vista científico em estudar os fenômenos biológicos do envelhecimento, em todos seus aspectos e uma enorme necessidade de compreensão para que a população nesta fase da vida passasse a ser produtiva, independente e saudável. Este assunto é de grande importância para a Fisioterapia Dermato-Funcional, pois engloba técnicas fisioterápicas para a prevenção e tratamentos no retardo do envelhecimento que muito incomoda a população. A pesquisa descreve, dentro da Dermato-Funcional aplicada à estética, a anatomia e a fisiologia da pele, a teoria do envelhecimento, os músculos da face, as alterações da pele, o fotorrejuvenescimento, a prevenção e os recursos terapêuticos para maior benefício e melhor entendimento de todos os interessados neste assunto. Essas mudanças do aspecto do envelhecimento facial proporcionam à população uma melhora tanto na auto-estima, quanto na qualidade de vida, podendo, assim, todos se prevenirem e ou se tratarem contra o envelhecimento, principalmente o facial. Tendo em vista que a pele é uma membrana que envolve o corpo e a face e está sempre exposta à radiação ultravioleta pode apresentar alterações musculares e genéticas, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que muitas vezes terminam por levar o indivíduo até a morte. Palavras-chave: Pele, Envelhecimento Facial, Fisioterapia Dermato-Funcional. 7 ABSTRACT As old as humanity itself, is the incessant search for youth physical. Since the eighteenth century, all humanity is concerned about the concept of beauty, in all its expressions, which varies considerably over time. Thus, their ideological and aesthetic parameters have never been isolated. In Brazil, about one thousand six hundred and fifty elderly are incorporated to our population every year. Due to this increase, it is fact that most of them exercise their activities and worries about a better aging, both physical, mental, social as organic. The fragile skin, observed in the elderly is due to the commitment of falling circulation subcutaneous occurs where the loss of cells, thus affecting the immune system, thermoregulation, sweating, the healing of wounds, the epithelial renewal, the atrophy of melanocytes and decrease in number and function of sweat and sebaceous glands. Therefore, there is a greater interest in scientific point of view in studying the biological phenomena of ageing in all its aspects and a huge need for understanding for the people at this stage of life "be productive, independent and healthy. This matter is of great importance for Physiotherapy Dermato-Functional because fisioterápicas includes techniques for the prevention and treatment in the retardation of aging that much dislike the population. The research described within the Dermato-Functional applied to aesthetics, the anatomy and physiology of the skin, the theory of aging, the muscles of the face, changes of the skin, the fotorrejuvenescimento, prevention and therapeutic resources for maximum benefit and better understanding of all stakeholders in this matter. These changes of the appearance of facial aging population to provide both an improvement in self-esteem, as the quality of life so they can all be prevent and treat or against the is ageing, particularly the facial. As the skin is a membrane that envelops the body and face and is always exposed to ultraviolet radiation can make changes and genetic muscle, causing greater vulnerability and greater incidence of pathological processes that often end by taking the individual to death. Keywords: Skin, Aging Facial, Physiotherapy Dermato-Functional. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Epiderme, Derme e Hipoderme ................................................... 18 Figura 2: Tipos de Rugas ........................................................................... 26 Figura 3: Músculos da face ........................................................................ 28 Figura 4: Pontos do Shiatsu na região frontal da face ............................... 42 Figura 5: Pontos do Shiatsu na região lateral da face ............................... 42 Figura 6: Pontos do Shiatsu na região do alto da cabeça........................... 42 Figura 7: Pontos motores, músculos e nervos da face............................... 47 Figura 8: Aplicação lateral dos eletrodos ................................................... 48 Figura 9: Aplicação lateral e frontal dos eletrodos ..................................... 49 LISTA DE QUADRO Quadro1: Principais músculos da face com suas respectivas ações ......... 27 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12 CAPÍTULO I – ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE .................................... 13 1 DESCRIÇÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE .................. 13 1.1.1 Epiderme ............................................................................................ 14 1.1.1.1 Camada germinativa ........................................................................... 15 1.1.1.2 Camada granulosa .............................................................................. 15 1.1.1.3 Camada transparente.......................................................................... 16 1.1.1.4 Camada córnea................................................................................... 16 1.1.2 Derme ................................................................................................. 16 1.1.3 Hipoderme .......................................................................................... 17 1.2 Fisiologia da pele................................................................................ 18 1.2.1 Glândulas da pele............................................................................... 18 1.2.1.1 Glândulas sudoríparas ........................................................................ 19 1.2.1.2 Glândulas sebáceas............................................................................ 19 1.2.2 Funções da pele ................................................................................. 20 1.2.3 Proteção ............................................................................................. 20 1.2.4 Excreção............................................................................................. 20 1.2.5 Sensação............................................................................................ 21 1.2.6 Regulação da temperatura do corpo .................................................. 21 CAPÍTULO II – ENVELHECIMENTO FACIAL ................................................ 22 2 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO FACIAL ................................ 22 2.1 Alterações genéticas ........................................................................... 22 2.2 Alterações musculares no envelhecimento facial ............................... 24 2.3 Alterações da pele .............................................................................. 28 CAPÍTULO III – FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL............................. 31 10 3 A FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL PREVENINDO, TRATANDO E RETARDANDO O ENVELHECIMENTO FACIAL PRECOCE 31 3.1 Introdução........................................................................................... 31 3.2 Fotoenvelhecimento e filtro solar ........................................................ 32 3.3 Massagem terapêutica facial .............................................................. 34 3.3.1 Deslizamento superficial e profundo................................................... 35 3.3.2 Amassamento..................................................................................... 35 3.3.3 Fricção ................................................................................................ 35 3.3.4 Vibração.............................................................................................. 36 3.3.5 Percussão........................................................................................... 36 3.3.6 Efeitos fisiológicos da massagem....................................................... 37 3.3.7 Efeitos circulatórios da massagem ..................................................... 37 3.3.8 Indicações da massagem ................................................................... 38 3.3.9 Contra-indicações da massagem ....................................................... 38 3.4 Shiatsuterapia..................................................................................... 39 3.4.1 Histórico.............................................................................................. 39 3.4.2 Energia ............................................................................................... 40 3.4.3 Meridianos .......................................................................................... 40 3.4.4 Características do Yang...................................................................... 41 3.4.5 Características do Yin......................................................................... 41 3.4.6 Técnicas básicas de aplicação ........................................................... 41 3.4.7 Indicações do Shiatsuterapia.............................................................. 43 3.4.8 Contra-indicações do Shiatsuterapia .................................................. 43 3.4.9 Normas do bom terapeuta .................................................................. 43 3.5 Eletroestimulação facial ...................................................................... 44 3.5.1 Microcorrentes .................................................................................... 44 3.5.2 Efeitos das microcorrentes no envelhecimento cutâneo..................... 49 3.5.3 A pesquisa .......................................................................................... 50 3.6 Corrente russa .................................................................................... 52 3.7 Fotorrejuvenescimento a laser ............................................................. 52 CONCLUSÃO .................................................................................................. 55 11 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 56 12 INTRODUÇÃO A pele é uma membrana que reveste a superfície corporal e apresenta características físicas e múltiplas funções. À medida que a mesma envelhece, ocorrem alterações estruturais e funcionais, alterações essas que incluem histologicamente uma redução do tecido conjuntivo. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) Existe uma tendência que inclue o achatamento e a redução da junção da derme-epiderme. (KAWFFMAN, 2001) As principais alterações são as do tecido colágeno e elásticas. Com o envelhecimento, o tecido colágeno, componente fundamental do tecido conjuntivo, torna-se gradualmente mais rígido e há uma perda clássica da estriação longitudinal e das moléculas de água, além da diminuição da substância amorfa, resultando assim em diminuição de força e dificuldade de difusão dos nutrientes pelo aumento da rigidez tecidual. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) Tendo em vista tal preocupação, surge a idéia de investigar a prevenção, retardo e tratamentos para o envelhecimento facial. O trabalho tem por objetivo verificar a prevenção e os tratamentos fisioterápicos que ajudam no retardo do envelhecimento facial. Foi desenvolvido através de uma revisão bibliográfica que teve como base os autores Ville e Pereira et al, e abramge o período de1979 à 2008. Após pesquisa exploratória foram levantadas as seguintes perguntas: O filtro solar previne o envelhecimento facial precoce? A massoterapia e as técnicas eletroterápicas, em Fisioterapia DermatoFuncional, ajudam a tratar e retardar o envelhecimento facial? O trabalho está assim dividido: Capítulo I: Descreve a anatomia e fisiologia da pele. Capítulo II: Descreve a fisiologia do envelhecimento facial. Capítulo III: Descreve as medidas preventivas e o tratamento para o envelhecimento facial na Fisioterapia Dermato-Funcional. O trabalho finaliza com as considerações finais. 13 CAPÍTULO I ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE 1 DESCRIÇÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE 1.1 Anatomia da pele O tegumento comum, isto é, a pele, é a membrana que reveste a superfície corporal e apresenta características físicas e múltiplas funções, sendo as principais: a) protege o corpo e regula a temperatura; b) possui barreira contra infecções; c) sintetiza a vitamina D, pela exposição aos raios ultravioleta; d) absorve e elimina substâncias; e) possui terminações nervosas especializadas para o tato, a temperatura e a pressão; o que permite melhorar a adaptação do homem ao ambiente. A pele é considerada como uma glândula e é tão importante como o coração, pulmão, etc. Ela envolve todo o corpo. Watanabe (2000) conceituou a espessura variável de 0,5 a 4 mm; sendo, portanto, a pele da criança menos espessa que a do adulto e ela varia também de acordo com a idade, sexo e região. Como já foi citado, ela é constituída de uma barreira contra agressões exógenas, de natureza química ou biológica e impede a perda de proteína e água para o exterior. Embora represente menos de 15% do peso corporal, ela é considerada o maior órgão do corpo humano. (KEDE; SABATOVICH, 2003) Watanabe (2000), diz que a elasticidade permite movimentos do corpo e difere-se nas diferentes regiões do corpo, de acordo com a idade do indivíduo. Ela se distende ou retrai de acordo com as condições de movimento e/ ou temporárias como no período de gestação. Ela é normalmente grande na 14 criança e diminui, progressivamente com a idade; sendo possível a formação de rugas nos idosos e em pessoas que eram obesas e emagreceram muito. Segundo Dangelo; Fattini (1998), a pele forma o revestimento complexo externo do corpo, ela é contínua com as mucosas que revestem os sistemas respiratórios, digestivo e urogenital e suas aberturas exteriores (boca, nariz, ânus, uretra e vagina). Ela é composta de duas camadas principais: a) a camada superficial de células epiteliais intimamente unidas: a epiderme e; b) a camada mais profunda, de tecido conjuntivo denso e irregular: a derme. Esta última está conectada com a face dos músculos subjacentes, por uma camada de tecido conjuntivo frouxo chamada hipoderme. Em muitas áreas deposita gordura no tecido conjuntivo frouxo, formando assim o tecido adiposo. A cor da pele pode variar nos indivíduos, de acordo com a região onde o mesmo habita; sexo, idade, condições climáticas e também a saúde (metabolismo influi sobre a pele). Pode variar também de acordo com a distribuição de um pigmento escuro chamado melanina que é produzida por células chamadas melanócitos, que migram na epiderme e transferem o pigmento às células da camada germinativa. As pessoas de pele escura têm apreciável quantidade de melanina em todas as camadas da epiderme, enquanto nas pessoas de pele clara há pouca melanina distribuída entre as camadas da epiderme. (DANGELLO; FATTINI, 1998) Na arquitetura da pele, distingue-se uma parte epitelial superficial chamada Epiderme que se constituiu por seis camadas desprovidas de vasos, isto é, não vascularizadas. 1.1.1 Epiderme Desenvolve-se de um folheto único da superfície ectodérmica do embrião, é formada por várias camadas de células pavimentosas que formam um epitélio estratificado, pavimentoso, queratinizado, formado por três tipos de células distintas, os melanócitos (responsáveis pela produção de melanina, pigmento responsável pela coloração da pele), as células de Langherans (estas são as que fazem parte do sistema imunitário) e as células de Merkel, portadoras de terminações nervosas. (FRANCO, 2002) 15 Geralmente é muito delgada, porém, espessa em áreas sujeitas à constante pressão, como a sola dos pés. Quando a epiderme é espessa, é possível identificar camadas ou estratos. Apresenta quatro camadas: germinativa, granulosa, lúcida e córnea de profundo para superficial respectivamente. Assim sendo, sua camada mais interna é a camada germinativa, seguida pela granulosa, a camada transparente, também chamada de lúcida e a camada córnea. 1.1.1.1 Camada germinativa É a camada mais profunda da epiderme. É nela que ocorre a mitose, isto é, garantia de renovação contínua da epiderme devido à intensa atividade mitótica de suas células, renovando-se a cada vinte a trinta dias, fornecendo células para substituir as que serão perdidas na camada mais superficial. A camada germinativa é formada pela camada espinhosa e camada basal. É onde estão presentes as células de masson (melanócitos) e as terminações nervosas (responsáveis pelo tato fino). (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999) Para Dumas; Poirier (1983), esta camada é formada por células cubóides, que contêm grãos de melanina fagocitados e proporcionam função protetora contra a ação dos raios solares, além da regulação da pigmentação cutânea. 1.1.1.2 Camada granulosa As células desta camada são achatadas e seu nome é devido à presença de grânulos de queratohealina no citoplasma de suas células. Sua natureza química é precursora do material interfilamentoso da camada mais superficial da epiderme: a camada córnea. (FAWCETT, 1986) 16 1.1.1.3 Camada transparente Também chamada de Lúcida, é uma clara banda superficial à camada de células que estão achatadas e intimamente ligadas. Esta é mais proeminente em áreas de pele espessa e é constituída por uma fina camada de células desprovidas de núcleo. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999) 1.1.1.4 Camada córnea É a última camada, sendo a mais superficial da epiderme. As células corneificadas formam uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e além de protegê-lo contra a invasão de substâncias do meio externo, também ajudam a restringir a perda de água do corpo. A camada córnea é constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo; sendo que as organelas citoplasmáticas desaparecem e o citoplasma da mesma se torna cheio de feixes filamentosos de queratina. As membranas celulares se tornam mais espessas e na superfície desta camada as células mortas e queratinizadas se desprendem da epiderme, caracterizando um fenômeno chamado descamação. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999) 1.1.2 Derme Dangelo; Fattini (1998) relataram que, a derme é um tecido conjuntivo fibroso, irregular, frouxo (região superficial) e denso (região mais profunda). Ela está localizada abaixo da camada germinativa da epiderme, isto é, serve de base para ela. Esta se desenvolve a partir da mesoderme embrionária e contém fibras elásticas e reticulares, vasos linfáticos, nervos além de glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua espessura é variada, mas mede cerca de 02 mm. Porém, Fawcett (1986) descreve que não é possível mensurar com precisão a espessura da derme, porque a mesma passa sobre tecidos subcutâneos que não possuem limites bem definidos; estando essa medida em 17 torno de 0,6 mm na maior parte do corpo e 2 a 3 mm na palma das mãos e planta dos pés. É composta de duas camadas indistintamente separadas: camada papilar e camada reticular. A camada papilar possui numerosas papilas que se projetam na região epidérmica. Muitas papilas contêm alças capilares, outras contêm receptores sensoriais especializados que reagem a estímulos externos, como a mudança de temperatura e pressão. Esta camada é classificada como a mais delgada. A camada reticular é a mais espessa, consiste em feixes densos de fibras colágenas, sendo os fibroblastos as células mais numerosas e responsáveis pela síntese de colágenos e elastina (componente principal das fibras elásticas). Ambas as camadas possuem a função primordial de manter a elasticidade da pele, pois são constituídas por fibras elásticas. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999) Na derme estão presentes: a) fibras colágenas; b) fibras elastinas – responsáveis pela manutenção da pele; c) fibras de retículina (Linfa); d) fibras de leucócitos – células de defesa do organismo contra as infecções; e) receptores sensitivos especializados (tato, frio, calor, dor); f) folículos pilosos; g) músculos eretores; glândulas sebáceas e sudoríparas / secretam sebo, servem como lubrificante e também como proteção. 1.1.3 Hipoderme Segundo a classificação das camadas da pele, Hipo = abaixo. Não é parte da pele, mas ela é importante porque fixa a pele nas estruturas subjacentes, é a última camada da pele; isto é, a mais profunda e é conhecida também como tecido subcutâneo ou face superficial. É formada por tecido conjuntivo frouxo e tem células adiposas depositadas entre as fibras. Esta camada possui receptores sensíveis à pressão, vasos sangüíneos, 18 terminações nervosas e glândulas sudoríparas. Sua principal função é servir de amortecedor e controle da temperatura e está ligada à reserva de nutrientes, proteção e sustentação. De acordo com as condições nutricionais de cada pessoa, a hipoderme pode apresentar uma camada de tecido adiposo de espessura que irá variar. (DUMAS; POIRIER, 1983) Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p.14 Figura 1: Epiderme, Derme e Hipoderme 1.2 Fisiologia da pele 1.2.1 Glândulas da pele As glândulas sudoríparas e as glândulas sebáceas têm ampla distribuição na pele. Além disso, há glândulas especializadas, como as 19 glândulas ceruminosas (de cera), as glândulas mamárias e as ciliares. Elas iniciam seu desenvolvimento a partir da ectoderme embrionária. Os cordões em brotamento tornam-se ocos e continuam a crescer em direção à derme, formando ductos associados às glândulas da pele. (DANGELLO; FATTINI, 2002) 1.2.1.1 Glândulas sudoríparas Estas glândulas estão distribuídas na maior parte da superfície do corpo. Apenas em poucos lugares, como nos mamilos, lábios e porções da pele dos órgãos genitais, elas estão ausentes. As glândulas sudoríparas típicas e as glândulas écrinas – são glândulas merócrinas, cada uma com a forma de túbulo simples, que se torna espiralado dentro da derme. As glândulas sudoríparas, que se encontram nas axilas, nos lábios maiores do genital externo feminino e ao redor do ânus, se estendem até dentro do tecido subcutâneo e são usualmente grandes; além de freqüentemente secretarem no folículo piloso e não diretamente na superfície da pele. Portanto, são chamadas de glândulas sudoríparas apócrinas, pois parte do citoplasma das células secretoras está incluído na secreção, que é mais complexa que o suor verdadeiro e mais espesso. As glândulas ceruminosas, também são apócrinas e são consideradas sudoríparas modificadas. 1.2.1.2 Glândulas sebáceas As glândulas sebáceas que secretam o sebo e proporcionam a manutenção da textura da pele, têm propriedades antifúngicas e antibacterianas. Desenvolvem-se a partir dos folículos pilosos e neles eliminam suas secreções, que são substâncias oleosas e ricas em lipídeos. O sebo lubrifica a pele e os pelos prevenindo-os do ressecamento. Elas são estimuladas pela presença de hormônios sexuais e são particularmente ativas durante a adolescência. Sua estrutura é do tipo alveolar 20 simples, embora algumas sejam alveolares compostas. Funcionalmente, as glândulas sebáceas são glândulas holócrinas. (DANGELLO; FATTINI, 2002) 1.2.2 Funções da pele A pele funciona na sensação, proteção, termorregulação e secreção. Nela estão localizados os receptores sensitivos para as quatro estações básicas: dor, tato, temperatura e pressão. Com a estimulação de um receptor, um impulso nervoso é enviado ao córtex cerebral, onde é interpretado. A estimulação e combinação de estímulos resultam em sensações como queima, prurido e cócegas, identificadas pelo cérebro. (DANGELLO; FATTINI, 2002) A pele forma um revestimento elástico e resistente, além de impedir a passagem de agentes químicos e físicos nocivos à perda excessiva de eletrólitos e água. Também desempenha funções secretoras do corpo humano. 1.2.3 Proteção A pele funciona como barreira física, protegendo o corpo de invasões de microorganismos e evitando a entrada de substâncias estranhas do meio exterior; reduz a perda de água do corpo para o meio e protege contra o excesso da radiação ultravioleta. A superfície da pele é revestida por uma película líquida que tende para a acidez. Esta acidez protege como uma camada anti-séptica. 1.2.4 Excreção A secreção de suor funciona como um meio de excreção. Pequenas quantidades de resíduos deixam o corpo através do suor e tanto o volume como a composição desse suor varia conforme as necessidades do corpo. 21 1.2.5 Sensação As informações relativas ao meio externo são devidas à presença das terminações nervosas e receptores especializados. Um toque ligeiro, um trauma doloroso, pressão e alterações de temperatura estimulam os receptores tegumentares, que alertam o sistema nervoso central possibilitando umas ações apropriadas, podendo ser simples e automáticas; ou requerendo a ação de um ato mais complicado. 1.2.6 Regulação da temperatura do corpo A temperatura do corpo se mantém normal, mesmo em condições elevadas do meio ou durante um exercício, pois a quantidade de calor é perdida pela pele. Quando a temperatura aumenta, as arteríolas da derme se dilatam, trazendo maior volume de sangue e assim permitindo que grande parte do calor interno seja perdido para o meio. Sob condições de frio, o calor do corpo dá-se pela constrição das arteríolas dérmicas, fazendo com que a quantidade de sangue que circula pela superfície do corpo seja reduzida de tal forma que o calor perdido para o meio seja menor. (DANGELLO; FATTINI, 2002) 22 CAPÍTULO II ENVELHECIMENTO FACIAL 2 2.1 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO FACIAL Alterações genéticas Segundo Nascimento; Porto (1990), o envelhecimento é distinguido em natural, fisiológico da pele e alterações decorrentes de fatores ambientais, principalmente irradiação solar. Complementando, Guirro; Guirro (2004) preconizam que o envelhecimento é o processo natural ao qual todos estão submetidos, está presente desde o nascimento, no entanto é evidenciado após a terceira década de vida e tal intensidade está intimamente ligada à qualidade de vida à qual o organismo foi exposto; isto é, o hábito de cada pessoa. Fattaciolo (2001) diz que o envelhecimento se manifesta com o aparecimento de rugas, linhas de expressão, sulcos, atrofia, ressecamento, flacidez, hipo e hiper pigmentação, alteração da vascularização, da inervação e da espessura da pele. A redução das funções fisiológicas, no processo de envelhecimento, ocorre devido a várias e diversas modificações, alterações em vários níveis celulares de nossos órgãos e sistemas, sendo um processo dinâmico e progressivo, perdendo a capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência dos processos patológicos que terminam por levá-lo à morte. Independente da forma pela qual se estima a máxima esperança de vida potencial de uma espécie, parece partir-se do princípio de que a existência seria, então, marcada por uma diminuição progressiva do processo da formação celular. Isso, desde o período embrionário, é função do controle genético. O declínio funcional das células e sistemas dependeria da ação isolada e integrada de genes específicos. Dessa forma, a perda de funções poderia ocorrer em uma ou mais populações de 23 células, dependendo dos estímulos ou inibição dos genes e da perda das moléculas de DNA. (PICKLES, 1998) Os problemas de codificação genética seriam causados por reações químicas orgânicas habituais que, pouco a pouco, causariam danos irreversíveis às moléculas das células. Tais reações poderiam ser potencializadas por fatores como a poluição, a alimentação, as temperaturas, os vírus, os traumatismos entre outros. Esses fatores resultam do meio ambiente ou das reações metabólicas endógenas, que implicariam em distorcer as informações da instabilidade molecular. Com isso, aumentariam as possibilidades de modificações químicas da matriz do DNA (ácido desoxirribonucléico) ou da cadeia de comando da síntese protéica RNA (ácido ribonucléico), levando a erros de transcrição. (CARVALHO et al, 1999) Na compreensão do fenômeno do envelhecimento inevitável e esperado, foi descoberta a perda das bases teloméricas desde DNA. Sua função seria de estabilizar a estrutura cromossômica, no momento da divisão celular. Com a idade, o tamanho das bases teloméricas do DNA diminui, devido a uma provável alteração na capacidade de reparação, ocorrendo assim a diminuição do fibroblasto e a capacidade replicativa das células, com a idade. Numerosos trabalhos têm mostrado redução da atividade enzimática, envolvida na luta contra radicais livres. O organismo possui meios naturais de defesa anti-radical livre, na forma de enzimas ou de moléculas (melanina). Certas moléculas exógenas como vitaminas E, A e C têm também um papel fundamental na proteção contra esses radicais livres. Assim, recebem a classificação de radicais livres, devido à alta concentração de oxigênio, que pode ser tóxica para vários tecidos e órgãos, pois vivemos constantemente expostos a ambientes ricos em oxigênio reativo que são gerados pela exposição ao sol (raios UV), poluição e inflamação, ocorrendo, portanto, várias mutações de matriz extracelular, tornando o processo de envelhecimento mais progressivo a cada dia. (FARINATTI, 2002) Várias teorias procuram explicar o fenômeno do envelhecimento, dentre elas, a teoria do relógio biológico, a teoria genética que relaciona a capacidade de divisão e a renovação celular com fatores genéticos; a teoria do acúmulo de determinados produtos de metabolismo no interior da célula e a teoria dos radicais livres ou das substâncias tóxicas, que são produzidas promovendo 24 alterações celulares, levando ao declínio do aspecto inicial, principalmente em função da diminuição da capacidade elástica da pele (VILLE, 1979). A teoria do relógio biológico foi um dos primeiros conceitos emitidos, afirmando que o organismo possui um relógio que determinaria quando se inicia o envelhecimento, onde suas características se fariam mais visíveis. No entanto, verificou-se também que, à medida em que as células se aproximam da sua divisão final, o número de alterações celulares, inclusive cromossômicas, aumenta, sugerindo o mecanismo de deterioração da síntese protéica. Com isso, perdem grande parte de sua capacidade de produzir colágeno, levando ao colapso gradativo e funcional dos lipídios, carboidratos, aminoácidos, DNA, RNA e outras enzimas. (CARVALHO et al, 1999) São diversas as explicações para o envelhecimento do ponto de vista biológico. Algumas enfatizam o possível controle genético do envelhecimento celular, outras, as agressões externas a que são permanentemente expostas. Em ambos os casos, o resultado seria uma síntese protéica deficiente, com conseqüente disfunção dos tecidos e sistemas que o compõem. Apesar da variedade de alguns componentes apontados, alguns deles francamente longe de serem comparados, levantam-se em todos os casos estratégias que poderiam, possivelmente, retardar o processo de envelhecimento celular. Além disso, há muito que responder quanto ao seu potencial de manutenção, harmonia e função entre os sistemas orgânicos, seja por controle hormonal ou metabólico. Pode-se especular que o envelhecimento residiria mais nos aspectos funcional e epidemiológico (manutenção da autonomia de ação e prevenção) do que em uma ação direta sobre os mecanismos que reagiriam a senescência de uma forma geral. (FARINATTI, 2002) 2.2 Alterações musculares no envelhecimento facial Os músculos da face, sob esta denominação, são de caráter funcional e de aspecto puramente anatômico e sem dúvida apresentam a maior capacidade de expressão e de relação com a mastigação, fonação e piscar de olhos. 25 Os músculos da mímica ou da expressão facial são conhecidos como dérmicos, já que são fixados no esqueleto, em apenas uma das suas extremidades, sendo que sua inserção se dá na camada profunda da pele, diferente do que ocorre com os outros músculos. A vascularização é feita pelos ramos da artéria externa, principalmente pela artéria facial, temporal superficial e maxilar interna. A inervação dos músculos é realizada pelos nervos facial e trigêmeo, responsáveis pela inervação dos músculos da mastigação e sensitiva de toda a face. (DANGELO; FATTINI, 1998) As contrações desses músculos alteram a fisionomia e exteriorizam os sentimentos das pessoas, pois movimentam a área da cútis a qual são inseridos, produzindo depressões em forma de linhas e de fossas perpendiculares à direção das fibras dos músculos, que, com o tempo, se transformam em pregas ou rugas, associadas com a diminuição progressiva do tecido gorduroso, muscular e ósseo. As linhas de tensão fornecem a base para o enrugamento da pele. Elas ocorrem no corpo todo, mas só quando a pele perde sua elasticidade, com o avançar dos anos, é que elas formam rugas permanentes. A função dessas linhas é fornecer à pele certo grau de extensibilidade em direções correspondentes às demandas naturais da região. Algumas rugas são congênitas, enquanto outras, particularmente as do rosto, são adquiridas, ou pelo menos exacerbadas, por uma vida inteira de atividade muscular associada a certas expressões faciais. (MADEIRA, 1998) As rugas podem ser classificas clinicamente em: rugas profundas e superficiais. As rugas profundas não sofrem modificações quando a pele é esticada; elas são decorrentes da ação solar, ao contrário das rugas finas que são encontradas preferencialmente na pele não exposta ao sol e são decorrentes do envelhecimento cutâneo cronológico. Os autores demonstram que nas rugas profundas existem fibras elásticas grossas e tortuosas, além da elastose na derme. Nas rugas finas, há diminuição ou perda das fibras elásticas na derme papilar, sendo fibras finas e enroladas. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) Existem também várias outras classificações para as rugas, como: rugas de expressão ou dinâmicas, que podem ser encontradas devido aos 26 movimentos repetitivos dos músculos da face e aparecem como movimento. As rugas estáticas aparecem mesmo na ausência do movimento, devido à fadiga das estruturas da pele, em decorrência dos movimentos repetitivos. Existem ainda as rugas gravitacionais, decorrentes da flacidez do envelhecimento facial. Todas atingem as mesmas estruturas, sendo: ao redor dos olhos, horizontais na fronte (testa), glabelares verticais, sulco-nasogeniano (do nariz ao lábio) e pequenas rugas peri-bucais. Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 290 Figura 2: Tipos de rugas 27 MÚSCULO 1 – Platisma 2 – Frontal 3 – Orbicular dos olhos 4 – Elevador do lábio superior e da asa do nariz 5 – Zigomático maior 6 – Zigomático menor AÇÃO Abaixa a mandíbula, repuxa o ângulo da boca para baixo, estica e pregueia a pele do pescoço. Eleva os supercílios e enruga a fronte. Fechamento da rima palpebral, ação de piscar. Eleva e inverte o lábio superior, dilata a narina. Traciona o ângulo da boca superior e lateralmente. Auxilia na elevação do lábio superior, acentua o sulco nasal-labial. 7 – Depressor do lábio inferior Deprime o lábio inferior. 8 – Orbicular da boca Fecha e protrai os lábios 9 - Bucinador Comprime a bochecha, puxa o ângulo da boca lateralmente. 10 - Risório Retrai o ângulo da boca lateralmente. 11 - Mentual Eleva e protrai o lábio inferior OBSERVAÇÃO Não é realmente um músculo facial, mas sua ação se dá na mandíbula e pele ao redor dos lábios. É chamado do músculo da atenção É constituído por três porções. Importante na dificuldade de respiração. Ação observada na risada. Sua ausência não é rara. Repuxa os lábios para baixo, contribuindo para expressão facial de tristeza. Contribui juntamente com outros músculos para o fechamento ativo da rima oral. Coloca o alimento entre os arcos dentais, evita que se acumule no vestíbulo. Sua ação fica evidente no riso forçado (juntamente com o bucinador). Sua ação fica evidente no riso forçado (juntamente com o bucinador). Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 292 Quadro1: Principais músculos da face, com suas respectivas ações 28 Fonte: GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 291 Figura 3: Músculos da face 2.3 Alterações da pele Os problemas na pele são comuns nos idosos e podem interferir significativamente na qualidade de vida. Nos últimos quinze anos, as pesquisas relataram a prevalência e a epidemiologia dos transtornos e queixas cutâneas entre os idosos. Ao mesmo tempo, a pesquisa básica começou a observar e a definir as alterações histológicas e moleculares na pele envelhecida. (GALLO et al, 2001) As mudanças fisiológicas da pele são irreversíveis e inevitáveis com o tempo, principalmente, acompanhadas de uma mudança do nível de homeostasia. À medida que a pele envelhece, ocorrem muitas alterações estruturais e funcionais, intrínsecas (refletidas pelas alterações clínicas vistas ao longo do 29 tempo). Isto são fatores genéticos e iniciam-se por volta dos trinta anos, principalmente em peles finas e inelásticas e acentuam-se com o início da menopausa, nas mulheres (MÉLEGA, 2003). Já os fatores extrínsecos são aqueles atribuíveis à exposição solar crônica (calor), fumo, álcool, produtos químicos entre outros; alterações estas que se incluem principalmente nos componentes do tecido conjuntivo, promovendo elastose, ressecamento, telângectasia, pigmentação irregular, rugas profundas e tumores da pele. (KEDE; SABATOVICH, 2003) Existe uma tendência que inclui o achatamento e a redução da junção derme-epiderme, sendo que, na mulher, associam-se também as alterações que ocorrem na menopausa, induzidas pela radiação solar crônica e o fumo, que aceleram ainda mais o envelhecimento cutâneo. (FREITAS et al, 2002) As principais alterações são as do tecido colágeno e elástico. Com o envelhecimento, o tecido colágeno, componente fundamental do tecido conjuntivo, torna-se gradualmente mais rígido e há uma perda clássica da estriação longitudinal e das moléculas de água, além da diminuição da substância fundamental amorfa, resultando assim em diminuição de força e dificuldade de difusão dos nutrientes pelo aumento da rigidez tecidual. A degeneração das fibras elásticas relacionadas com o envelhecimento se inicia por volta dos 30 anos, ficando mais acentuada aos setenta, onde há um desaparecimento progressivo das fibras, com conseqüente aumento dos lipídios. O declínio das fibras elásticas faz com que as camadas de gordura sob a pele não consigam se manter uniformes, diminuindo as proteoglicanas, responsáveis pela retenção de água, resultando na perda de hidratação e contribuindo para aparência envelhecida de pele. (KAWFFMAN, 2001) A fragilidade cutânea observada nos idosos é devida, provavelmente, ao comprometimento da diminuição da microcirculação subcutânea. Há redução do número das células de Langherans, afetando assim a responsabilidade imunológica, termorregulação, sudorese, diminuição na cicatrização de feridas, renovação epitelial, distribuição irregular e atrofia dos melanócitos, que com a idade diminuem de 6 (seis) a 8 (oito) % por década, além da redução de vitamina D. Por isso a pele torna-se manchada em certas áreas, como no dorso das mãos, pescoço e face. Os receptores sensitivos responsáveis pela percepção de dor, calor e pressão tornam-se menos visíveis e menos 30 numerosos, as glândulas sebáceas e sudoríparas diminuem em número e função. (GALLO et al, 2001) 31 CAPÍTULO III FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL 3 A FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL PREVENINDO, TRATANDO E RETARDANDO O ENVELHECIMENTO FACIAL PRECOCE 3.1 Introdução Há duas décadas, acredita-se que o processo de envelhecimento só seria motivo de controle ou tratamento após os sessenta anos, período de caracterização do envelhecimento, mas este conceito encontra-se superado atualmente. Hoje podemos acompanhar as diferentes fases do envelhecimento, através de medidas preventivas ou curativas, com a finalidade de conservar a qualidade de vida do organismo. As técnicas para o tratamento do envelhecimento facial têm avançado muito nos últimos anos, oferecendo muitas opções para melhorar a aparência das linhas de expressão e das rugas. Grande parte destas técnicas são não invasivas, portanto não exigem interrupção do trabalho e da vida social pela sua rápida recuperação. (CRANE; HOOD, 2005). Após vários estudos, foi demonstrado em espécies com curto período de vida, que com aplicações ou medidas terapêuticas, teremos uma melhor elucidação das alterações bioquímicas e ou teciduais, que ocorrem com o passar do tempo, conseqüentemente uma melhora na expectativa e conservação de vida. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) Várias medidas terapêuticas preventivas existem na Dermato-Funcional. Neste capítulo serão abordadas algumas das mais utilizadas. Entre elas abordaremos o fotoenvelhecimento e a importância indispensável do uso do filtro solar; a massagem terapêutica; laserterapia e eletroestimulação facial, todas demonstrando um amplo aspecto quanto à prevenção e à melhoria da qualidade do envelhecimento facial. 32 3.2 Fotoenvelhecimento e filtro solar O fotoenvelhecimento é responsável pela maioria das alterações vistas na pele, habitualmente exposta ao sol (raios-ultravioleta UVA, UVB, UVC). Após a irradiação solar, verifica-se a formação de radicais livres na pele. Esses compostos químicos que possuem um elétron não pareado em uma órbita externa reagem com os componentes celulares produzindo derivados citotóxicos, ocasionando diversos tipos de lesões. Os efeitos da radiação sobre um ser vivo devem ser analisados sob vários aspectos, como a idade, a exposição e a quantidade recebida. Porém, após exposição em grandes doses e por muito tempo, levam a danos irreversíveis, atribuindo aos indivíduos uma das principais morbidades do fotoenvelhecimento, que é o desenvolvimento do câncer de pele. (MATHEUS; KUREBAYASHI, 2002) Os cânceres de pele induzidos pelos raios ultravioleta são conseqüências mais sérias de lesão por exposição prolongada ao sol. A incidência tem aumentado drasticamente ao longo dos últimos vinte anos. O reconhecimento das lesões precocemente, junto a medidas preventivas, pode diminuir a morbidade e a mortalidade, significativamente. Diversas alterações histológicas, fisiológicas e clínicas da pele ocorrem devido ao fotoenvelhecimento. Entre elas, podemos citar: atrofia e displasia da derme, redução das células de Langherans, distribuição e atividade irregular dos melanócitos, elastose da pele, redução das respostas inflamatórias e imunológicas, telangectasias, rugas, melanose solar, ceratose solar, carcinoma baso celular, entre outras variadas lesões. (GALLO et al, 2001) Atualmente, muitos produtos para proteger a pele e novas tecnologias têm aumentado e são úteis para a prevenção e foto-proteção da pele, pois, a maioria das terapias é direcionada ao aprimoramento dos resultados para evitar estas lesões cutâneas por irradiação ultravioleta. Entretanto, muitas terapias são avaliadas e estudadas para tentar preservar ou melhorar estes tipos de pele, tentando reeducar os pacientes para mudar seu estilo de vida, principalmente evitando exposição prolongada aos raios solares. Como estratégias para prevenir o fotoenvelhecimento e as lesões por irradiação, evitando a morbidade e mortalidade dos cânceres de pele, em 33 enfoque principal, temos a fotoproteção, ou seja, o filtro solar, indispensável paralelamente, em qualquer tipo de tratamento tanto para proteger a pele contra os raios nocivos do sol, como para a prevenção do fotoenvelhecimento. (FREITAS et al, 2002) Os cuidados diários com a pele, usando FPS (fator de proteção solar), roupas compridas e evitando a exposição solar de 10 horas da manhã às 14:00 horas, nos beneficiam a cada dia com uma pele mais saudável e sem danos. (HOLCK, 2003) Kligman et al (1998), mostraram, em estudos usando UVB irradiado em ratos lisos, convencimento de que o FPS pode prevenir e reparar o UVB que induz o fotoenvelhecimento. Os ratos lisos albinos eram irradiados com UVB três horas/semana durante trinta semanas, e os FPS com alto fator eram aplicados depois entre a 10ª e 20ª semana. Não somente estava mais longe do fotoenvelhecimento preventivo, como do fotodano contraído antes da aplicação do FPS que era reparador. O processo reparador era caracterizado pelo uso do FPS, por uma zona da derme de reconstituição, constituindo na maturidade do colágeno e no trabalho das fibras elásticas finas. Um outro estudo analógico foi demonstrado em 46 saudáveis voluntários que usavam FPS em um veículo diário, por 24 meses. Biopsias de pele periauricular têm tido como base uma significante diferença em elastose solar entre dois grupos, indicando que o FPS pode permitir a reparação da derme. Mostrou também que, se manter fora do sol por mais tempo pode trazer benefícios na qualidade da pele, diminuindo o risco do fotoenvelhecimento. Estas observações têm sido analisadas histologicamente pelos estudiosos, mostrando que a derme é reparada quanto à exposição aos raios UV, usandose filtro solar. Usando um modelo matemático baseado em uma data epidemiológica estudada, o potencial benéfico e regular do uso do filtro solar 15, durante os primeiros dezoito anos de vida, demonstrou a redução da incidência do fotoenvelhecimento e do câncer de pele em aproximadamente 78%. De uma perspectiva prática, os indivíduos devem ser alertados e orientados de que o uso diário do filtro solar evita ou retarda riscos e danos indesejados. (GRIFFITHIS, 1999) 34 3.3 Massagem terapêutica facial Dentre todas as terapias, a massagem é a mais elementar e a mais antiga. Sua história em evolução remonta às mais afastadas épocas da vida humana sobre a terra, sendo definida como um conjunto de manipulações sistemáticas e científicas dos tecidos corporais, de melhor eficiência com as mãos, com o propósito de influenciar os sistemas e órgãos. A primeira massagem realizada pelo homem aconteceu quando este, instintivamente, esfregou sua pele para aliviar a dor de um traumatismo qualquer. Desde as mais remotas civilizações, tanto ocidentais como orientais e até mesmo entre as civilizações pré-colombianas, temos escritos que falam da massagem. A utilização, na prática médica, foi descrita por Homero, em 1200 a.C. e por Hipócrates, em 460 a.C, usada nos banhos pelos gregos e romanos para assegurar a saúde e a beleza. A palavra massagem pode ter diversas raízes em diferentes línguas, como, por exemplo, o termo massein, que se traduz como amassar ou mass que significa palpar. (FRITZ, 2000) A massagem, na atualidade, não é mais considerada como empírica e sim como ciência, uma vez que muitos efeitos relacionados a este recurso foram estudados. Em tempos mais recentes, foi desenvolvida e elaborada em alto grau por Ling, da Suécia e Mezger, da Holanda. Posteriormente, seus defensores foram Weir Mitchell e Kellogg, nos Estados Unidos e Cyriax e Mennell, na Inglaterra. Existem diversos tipos de massagens, com diferentes técnicas, porém, todas são derivadas de movimentos primários que fazem parte da massagem clássica, preconizada por Perhenrike (1776), proporcionando ao corpo o bemestar e a restauração da saúde. Ela auxilia desde o tratamento de doenças crônicas até simplesmente os efeitos do estresse, ocasionados pelo dia-a-dia; possui efeito imediato e a pessoa massageada sente efeito ao final da primeira sessão. (MARTINS, 2003) A massagem, segundo Mennell (apud LIMA, 2001, p 01), possui algumas manobras básicas entre elas: 35 a) deslizamento superficial; b) deslizamento profundo; c) amassamento; d) fricção; e) percussão; f) vibração. 3.3.1 Deslizamento superficial e profundo Na manobra de deslizamento, é realizado um movimento de alisamento em toda a região facial desejada. Quando realizadas, as manobras ajudam o paciente a relaxar por meio do sistema nervoso sensitivo, produzindo um efeito sedativo e diminuindo o espasmo muscular. Quando realizadas de forma rápida e mais profunda exercem um efeito estimulante, resultando num efeito generalizado de revigoramento. 3.3.2 Amassamento É uma manipulação em que todos os tecidos subcutâneos são alternadamente comprimidos e liberados. Durante a fase de pressão de cada movimento, a mão e a pele se movem conjuntamente sobre as estruturas mais profundas, deslizando repetitivamente. 3.3.3 Fricção As fricções consistem em movimentos breves, precisamente localizados e profundamente penetrantes realizados em direção circular. Esses movimentos são habitualmente realizados pelas pontas dos dedos. (BROWN, 2001) 36 3.3.4 Vibração É o ato de vibrar as mãos do terapeuta, sendo transmitida uma leve pressão sobre a face do paciente. 3.3.5 Percussão É a aplicação de golpes ligeiros a fim de estimular a musculatura facial. Esta técnica é realizada com a ponta dos dedos, com toques leves e suaves, podendo também ser feita lentamente, em movimentos rítmicos com as palmas das mãos relaxadas. (MARTINS, 2003) O terapeuta deve observar outros aspectos como: bom posicionamento e aquecimento das mãos, a limpeza das mesmas, força e leveza combinadas (agilidade), unhas curtas, cabelos presos, sala adequada com boa iluminação e temperatura ambiente agradável. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) A partir dessa técnica, denominada massagem clássica, surgiram outras como: a drenagem linfática manual, shiatsuterapia, ayurvédica, massagem do tecido conjuntivo e reflexa, shantala entre outras existentes atualmente. Basicamente, todas partem de um mesmo princípio técnico de realização das manobras, sendo a massagem clássica a mais realizada em tratamentos terapêuticos preventivos. Para realizá-la, o profissional, além de ser qualificado, deverá ter conhecimento da anatomia, fisiologia e funcionamento dos sistemas orgânicos e corretas indicações da patologia, sabendo também utilizar corretamente as técnicas e suas possíveis variações. As indicações e contra-indicações são requisitos indispensáveis de conhecimento do terapeuta antes da realização da massagem. As manobras devem ser realizadas no sentido distal-proximal, isto é, contrário ao sentido dos pêlos, pois assim, haverá uma mobilização mecânica mais eficaz de todos os bulbos pilosos, eliminando detritos que possam estar situados abaixo. 37 3.3.6 Efeitos fisiológicos da massagem A massagem sobre a pele exerce um efeito mecânico direto, decorrente da ação direta da pressão exercida. Também, o aumento da ação reflexa indireta, por liberação local de substâncias vasoativas, proporciona mudanças fisiológicas. Resumidamente, as diversas técnicas da massagem podem promover: a) relaxamento muscular; b) alívio da dor; c) aumento da circulação sangüínea e linfática; d) aumento da nutrição tecidual; e) aumento da secreção sebácea; f) remoção dos catabólicos; g) aumento da maleabilidade tecidual; h) aumento da extensibilidade tecidual; i) aumento da mobilidade articular; j) recuperação da camada epidérmica; k) renovação do estrato córneo; l) elevação da temperatura de 2 a 3 graus Celsius; m) aumento do número de capilares; n) aumento na penetração de fármacos. 3.3.7 Efeitos circulatórios da massagem O aumento do fluxo sangüíneo promovido pela massagem foi observado, no século XIX, por Brunton e Tunicliffe. Na circulação sangüínea localizada, há o deslocamento intermitente do líquido nos vasos, aumento da velocidade do fluxo e da troca de substâncias com células tissulares. Como efeito secundário, aumento da irrigação sangüínea periférica, da concentração de eritrócito e da excreção renal da água. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) A primeira porção da circulação a ser afetada é a dos capilares periféricos, promovendo uma isquemia seguida de uma vasodilatação (que 38 favorece trocas nutritivas), acarretando uma hiperemia cutânea com elevação da temperatura da pele, microscopicamente, com o aumento no número de capilares em atividade. Essa vasodilatação capilar leva a uma vasoconstrição compensadora das artérias mais profundas (contração reflexa das artérias), levando ao aumento da circulação periférica, facilitando a evacuação do sangue, intensificando assim a retirada de seus catabólicos, melhorando em todos os aspectos a qualidade cutânea. 3.3.8 Indicações da massagem É indicado para qualquer processo que necessite de vasodilatação ou para que haja o aumento da circulação como: a) edema: b) hematoma: c) linfedemas; d) cicatrizes; e) aderências; f) tensão e fadiga muscular; g) dor; h) rugas. 3.3.9 Contra-indicações da massagem Existem patologias em que a massagem é contra-indicada, devido ao perigo de acentuá-las, ou mesmo propagá-las a outros tecidos. As mais comuns são: a) tumores benignos e malignos; b) distúrbios circulatórios; c) doenças da pele; d) hiperestesia da pele; e) gravidez; f) processos infecciosos; 39 g) fragilidade capilar; h) aumento da temperatura corporal (febre). 3.4 Shiatsuterapia É uma forma de manipulação administrada pelos polegares, outros dedos, palma das mãos, sem o uso de qualquer instrumento mecânico ou de outro tipo para aplicar pressão sobre o tecido a fim de restabelecer o fluxo energético normal e corrigir disfunções internas. Através das manipulações do shiatsu, há intensa estimulação proprioceptiva, atuando sobre o sistema nervoso. Além disso, promove uma homeostase tanto energética como física gerando assim a possibilidade de haver um processo de autocura. (NAMIKOSHI, 1992) 3.4.1 Histórico A palavra shiatsu tem origem japonesa e significa pressão dos dedos; onde shi significa dedo, e atsu quer dizer pressão. (BARROS, 2004) O início da medicina oriental no Japão data do século VI, mais ou menos; no ano 552. Assim sendo, o shiatsu tornou-se conhecido como forma de terapia manual há aproximadamente 70 anos. Vários entre os primeiros praticantes de shiatsu, desenvolveram seus próprios estilos, sendo que alguns como Tokojiro Namikoshi e Shizuto Masunaga, fundaram escolas que contribuíram para o estabelecimento do shiatsu como terapia. Existem vários estilos diferentes de shiatsu, hoje em dia. Alguns se concentram em pontos de acupressão (acupuntura digital). Outros enfatizam um trabalho mais generalizado no corpo ao longo dos caminhos de energia para influenciar o Ki fluindo através deles. Outros ainda destacam os sistemas de diagnósticos como os dos Cinco Elementos, ou a abordagem macrobiótica. 40 3.4.2 Energia Quando se fala em energia, subentende-se atividade. Pela ciência, todos os elementos, sejam animados ou inanimados, possuem energia em diferentes formas. Na medicina oriental, essa energia é denominada Ki que em japonês significa a energia vital que todos os seres vivos possuem. Cada cultura possui um método para entrar em contato com esta energia e promover seu equilíbrio, seja através de exercícios, da respiração, de alongamentos, de pressão em pontos do corpo inserindo agulhas (acupuntura). Esses pontos formam meridianos e possuem baixa resistência à eletricidade, sendo bons condutores. 3.4.3 Meridianos É o trajeto por onde a energia vital percorre o corpo. Eles estão intimamente ligados ao potencial de função de um órgão ou víscera e são em número de 12. Sua energia circula com ritmo e seqüência estabelecidos de tal maneira que a cada 2 horas, um dos meridianos têm o seu máximo de atividade. Seis meridianos são de natureza Yin, e seis são de natureza Yang. Para a medicina oriental, tudo no universo foi gerado pela união de duas forças antagônicas, porém complementares: Yin e yang. (THOMPSON, 1997) Para que haja a saúde física e mental, é necessário que exista perfeito equilíbrio e harmonia do fluxo de energia no organismo, pois o bloqueio dessa energia é o primeiro estágio para o desenvolvimento de doenças. Qualquer ser vivo, fenômeno, objeto, etc., ocorre da inter-relação constante de Yin e Yang. A diversificação da unidade é constituída pela manifestação desses dois aspectos antagônicos de energia, que formam um infinito de combinações e constituem o universo. A vida desenrola-se dentro de um equilíbrio psico-bio-energético, de acordo com as leis da natureza e suas manifestações energéticas, dentro da polaridade Yin e Yang. Esta oposição energética serve para os orientais como base para sua filosofia e terapêutica. 41 3.4.4 Características do Yang Expansão, claro, atividade ou movimento, vida, energia, positivo, masculino, agudo, centrípeto. 3.4.5 Características do Yin Introversão, passividade, escuro, negativo, morte, feminino, crônico e centrífugo. 3.4.6 Técnicas básicas de aplicação Pressão: Pressionar um único ponto uma só vez. Pressionar um único ponto três vezes. Pressionar um único ponto por um minuto Pressionar um único ponto três vezes aumentando a intensidade cada vez que se pressiona. A pressão deve ser sempre realizada perpendicularmente, sendo o princípio da mesma, contínua e determinada e deve obedecer de três a sete segundos. A intensidade da pressão irá determinar a relação paciente e terapeuta, pois cada pessoa possui um limiar de dor. a) pressão fraca, sensação confortável. b) pressão média, pequena dor, porém quase insuportável. c) pressão forte, dor e sensação quase insuportável. Esta terapia facilita a circulação do sangue e da energia por todo o corpo. A técnica é pressionar e alongar cada centímetro do músculo (NAMIKOSHI, 1987). O efeito dessa massagem é imediato, sendo que a sensação de relaxamento e bem-estar são sentidas logo após a primeira sessão. Os movimentos de pressão, além de trabalharem a massa muscular agem também sobre os sistemas reprodutivo, digestivo, respiratório, 42 circulatório e nervoso, ativando o funcionamento dos órgãos internos e a circulação sangüínea. Todos têm uma tendência a acumular tensão e energia em suas cabeças, assim existem muitos meridianos que começam e terminam na face onde facilmente podem ocorrer bloqueios resultando na formação de linha de expressão, manchas ou rugas. Sendo assim, o shiatsu, quando aplicado na região da face, pode remover qualquer obstrução e promover aumento do Ki; deixando a pele oxigenada e hidratada o que estimula a produção de colágeno e elastina, recuperando, portanto, a tonicidade e a vitalidade do rosto, pois a pele fica menos frágil e menos susceptível ao envelhecimento precoce. (VACCHIANO, 2000) Fonte: LIMA, 2007, p. 18 Figura 4: Pontos do Shiatsu na região frontal da face Fonte: LIMA, 2007, p. 18 Figura 5: Pontos do Shiatsu na região lateral da face Fonte: LIMA, 2007, p. 19 Figura 6: Pontos do Shiatsu do alto da cabeça 43 3.4.7 Indicações do Shiatsuterapia a) estresse; b) dores nas costas e articulações; c) insônia; d) inchaço dos pés e pernas; e) dor de cabeça; f) sinusite; g) rosto cansado, com sulcos e marcas de expressão, enfim todos os processos que necessitam de vasodilatação. 3.4.8 Contra-indicações do Shiatsuterapia a) processos infecciosos; b) doenças infecto – contagiosas; c) febre; d) gripe; e) câncer; f) ulcerações ou processos erosivos da pele; g) patologias de origem neurológica, pela ausência de sensibilidade; h) patologias agudas. (LUNDBERG, 1998) 3.4.9 Normas do bom terapeuta a) usar roupas confortáveis, limpas e de preferência brancas; b) estar tranqüilo e sereno para demonstrar boa aparência ao paciente; c) aplicar os estímulos conforme o indivíduo consegue suportar; d) não falar em demasia; e) não demorar excessivamente a massagem; f) a concentração deve estar voltada apenas para o indivíduo que será massageado; g) limpeza geral das mãos, flexibilidade e agilidade nas pressões; h) desuso de anéis e pulseiras para não machucar o paciente. 44 3.5 Eletroestimulação facial 3.5.1 Microcorrentes Estudos mostram que as microcorrentes vêm sendo desenvolvidas com tecnologia avançada, atingindo melhores resultados com intensidade de 10 a 500 microamperes. Difere-se, portanto, das outras correntes eletroterapêuticas em relação à percepção da sensação de formigamento, por não conseguir ativar as fibras nervosas sensoriais cutâneas, proporcionando ao paciente maior conforto durante a sua aplicação. (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2001) Segundo Gonzales (apud PEREIRA et al, 2008, p.25), a sensação de formigamentos, que é tão comum nas aplicações de outras correntes, inexiste, porque a microcorrente trabalha de forma sensorial e compatível ao campo eletromagnético do corpo, gerando assim adaptações benéficas aos tecidos. O efeito da utilização das microcorrentes tem sido muito estudado, em virtude do seu campo de atuação ser bastante profundo, podendo alcançar o tecido muscular e principalmente o plano cutâneo e subcutâneo. Uma das terapias mais difundidas para o tratamento facial na DermatoFuncional é a estimulação elétrica dos músculos da face. A terapia por microcorrentes é a forma que utiliza correntes com pequenos valores de freqüência e intensidade (microamperes). As correntes elétricas de pequena intensidade quando aplicadas ao corpo, por serem compatíveis aos sinais elétricos, aumentam a atividade celular. Neste trabalho, serão citadas a corrente farádica e a corrente galvânica. A eletroestimulação facial tem o objetivo de proporcionar maior tonicidade à musculatura e causar um enrijecimento adequado. Pode ser realizada em conjunto com outras técnicas como o eletrolifting, ionização de ativos, além de técnicas cosmetológicas e manuais, o que auxilia na modelação da face e na atenuação das linhas de expressão. A corrente farádica é uma corrente do tipo alternada, ou seja, muda sua polaridade em um determinado tempo e realiza uma estimulação muscular por 45 excitação nervosa (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2001). Tem ainda por objetivo proporcionar trabalho passivo, melhorando o contorno facial e reduzindo o quadro de flacidez muscular com conseqüente melhoria da circulação periférica. Já a corrente galvânica caracteriza-se por ser uma corrente contínua, ou seja, o fluxo de elétrons é constante e interrupto, unidirecional. É modulada em ondas onde os valores da freqüência são medidos em milionésimos de ampére (mA). O principal objetivo é a revitalização cutânea, a melhoria da flacidez muscular, elasticidade, viscosidade e brilho da pele. A má circulação e a disfunção do sistema linfático ocasionam ineficácia na nutrição e na eliminação de toxinas. Estes aspectos associados a fatores como modo de vida do paciente e sua forma individual de utilizar os músculos da face também refletem no tônus muscular, que é o responsável pelo aspecto viçoso da juventude. Contudo, quando este é afetado, poderá surgir o aparecimento de sulcos nasogenianos, linhas de expressão e outras exteriorizações. Esta eletroestimulação atinge não só a superfície da pele, mas também possibilita a movimentação de líquidos intersticiais, o que ajuda na estimulação das fibras da musculatura da face. Alguns efeitos fisiológicos ocorrem tais como: a) elevação da temperatura local; b) formação de hiperemia; c) otimização do metabolismo; d) aumento da síntese de ATP e de colágeno; e) incremento da drenagem; f) desobstrução ganglionar; g) aumento das trocas iônicas intracelulares; h) mobilização de líquidos provenientes das circulações linfática e sangüínea; i) aumento da reabsorção de hematomas, edemas e cicatrização em pós - cirúrgicos. Para a realização dessas terapias, há necessidade de eletrodos convencionais (borracha de silicone, auto adesivo, etc) ou eletrodos tipo sonda em forma de dupla caneta - bastonetes (MARTINS, 2003). Existe também um 46 outro tipo de caneta, a qual, na sua extremidade, possui uma fina agulha necessária para que haja a concentração da corrente. Na ponta desta caneta existe uma maior concentração de cargas, o que acarreta um campo elétrico mais intenso, podendo provocar o seu esgotamento de cargas elétricas. Deve-se ter cuidado para não provocar lesões. O procedimento técnico consiste na estimulação das rugas de forma individual até que haja uma hiperemia em todo o trajeto da ruga. Isso ocorre devido a essa estimulação provocar o aumento da circulação local, intensificando assim os processos metabólicos, a nutrição, a função e a regeneração do tecido subepidérmico. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) Os processos técnicos para a execução podem ser divididos em três grupos: a) deslizamento da agulha dentro do canal da ruga; b) penetração da agulha em pontos adjacentes e no interior da ruga; c) escarificação - método de deslizamento da agulha no canal da ruga: diferencia-se pela agulha ser posicionada a 90 graus, ocasionando uma lesão do tecido. As três técnicas produzem resultados animadores, atenuando sobremaneira as rugas e linhas de expressão. Entretanto, as duas técnicas que desencadeiam um processo inflamatório, a invasiva e a escarificação, proporcionam resultados rápidos. A intensidade da corrente utilizada é baixa, de 300 a 500 microampere. Quanto à colocação dos eletrodos, para trabalho na musculatura da face, podem respeitar os pontos motores ou regiões musculares. Se a escolha for pelos pontos motores, os eletrodos ou placas, como podem ser chamadas, deverão ser colocados nos pontos motores da musculatura próxima às terminações nervosas. Os pontos motores são áreas ótimas para a estimulação, pois existe uma menor resistência à passagem da corrente. Eles comandam a contração normal das fibras musculares. Esses nervos ramificam-se dentro do tecido conjuntivo, onde cada nervo origina várias ramificações. Uma fibra nervosa pode inervar uma única fibra muscular ou se ramificar e inervar até 150 delas. Neste local de inervação, o nervo perde sua bainha de mielina e forma uma dilatação dentro de uma superfície da fibra muscular. Isso é chamado de ponto motor. 47 Fonte: GUIRRO; GUIRO, 2004, p. 166 Figura 7: Pontos motores, músculos e nervos da face Músculos a) temporal; b) frontal; c) supra-orbital; d) orbicular da boca; e) zigomático; f) elevador do lábio; g) bucinador; h) orbicular da boca; i) masseter; j) depressor do lábio. Nervos: a) ramo Temporal; b) ramo Zigomático; c) ramo Mandibular; d) ramo Facial. 48 Mas se a escolha for por regiões musculares, a posição das fibras indica o sentido de contração daquele determinado músculo. Ao realizar-se a eletroestimulação é necessário respeitar a contração normal das fibras musculares. No entanto, o sentido da eletroestimulação das placas será contrário à posição das linhas de expressão. Esta escolha é uma boa opção quando se necessita estimular os músculos de uma determinada região, o que normalmente é o caso da paciente da estética, que dificilmente necessita do trabalho em músculo isolado e sim em determinada região. Fonte: MARTINS, 2002, p. 02 Figura 8: Aplicação lateral dos eletrodos 49 Fonte: MARTINS, 2002, p. 02 Figura 9: Aplicação lateral e frontal dos eletrodos 3.5.2 Efeitos das microcorrentes no envelhecimento cutâneo No processo de envelhecimento celular, ocorrem umas interrupções elétricas. Assim, é promovido um aumento de resistência ao fluxo elétrico, o que impede o processo natural de renovação celular. Portanto, a aplicação de microcorrentes com o objetivo de propiciar o rejuvenescimento cutâneo é então justificada, pois esta tende a melhorar o fluxo de corrente endógena, restabelecendo a homeostasia local. (GONZALES apud PEREIRA et al, 2008, p. 24) O uso de microcorrentes na pele produz um aumento na concentração de Adenosina 5-trifosfato (ATP), de três a cinco vezes, sendo o efeito muito similar ao encontrado na síntese protéica. Na Dermato – Funcional, a utilização dessas microcorrentes é baseada em seus efeitos fisiológicos e terapêuticos, 50 sendo assim um recurso bastante utilizado na face, por ter característica confortável e indolor. (TEAHEN, 1994) De acordo com Martins (2003), existem bons resultados em estudos realizados com a aplicação de microcorrentes para propiciar a síntese de proteína. Estas provocam um aumento da produção de ATP em até 500%, devido a sua efetividade no fornecimento de elétrons e prótons, acelerando a velocidade de despolarização e de formação do potencial de ação da membrana mitocondrial; o que provoca uma elevação do transporte de aminoácidos, contribuindo para a síntese protéica em 30 a 40%. Além da grande oferta de ATP aumentar o transporte de íons, propicia elementos essenciais ao desenvolvimento de tecido saudável. Segundo Valesco (2004), pesquisas mostraram que o intercrescimento dos fibroblastos e o alinhamento das fibras de colágeno no tecido epitelial foram fornecidos com a aplicação de microcorrentes. Esta excitação elétrica oferecida aumenta a concentração de receptores do fator de crescimento que aumenta a produção de colágeno, aumentando, portanto a velocidade de renovação celular, dando um aspecto jovial e renovado à pele. 3.5.3 A pesquisa Foi realizada uma pesquisa experimental com o objetivo de observar a influência das microcorrentes no processo de envelhecimento facial. A análise dos itens observados foi qualitativa, mensurando a suavização de rugas e linhas de expressões, aspecto nutricional e elasticidade da pele; e comparativa por meio dos dados obtidos em ficha de avaliação, a qual foi aplicada antes e após as sessões. Foram selecionadas dez mulheres com idade acima de 40 anos, escolhidas aleatoriamente e que aceitaram fazer parte da pesquisa. O protocolo em cada sessão foi realizado da seguinte maneira: uso do gel de limpeza com o objetivo de limpar a pele da face antes da aplicação da microcorrente. Para a aplicação desta utilizou-se um aparelho de microcorrente no qual era constituído de dois manípulos. Em cada manípulo, colocou-se duas hastes flexíveis de algodão. Estes eram embebidos em um gel neutro para 51 promover a transmissão da corrente que foi aplicada sobre as rugas na região orbicular dos olhos. Os movimentos foram realizados de um lado para outro com os manípulos para a transmissão da corrente na região citada acima durante dez minutos em cada hemiface, totalizando assim vinte minutos de aplicação em cada sessão. Estes dez minutos foram divididos em dois tempos, T1 e T2, onde os cinco primeiros minutos o aparelho gerador de microcorrente estava regulado em ondas senoidais, com intensidade de 1.2mA e freqüência de 700Hz (T1), e os outros cinco minutos a onda era quadrática, a intensidade era de 2.0 mA e a freqüência de 800 Hz(T2). Cada sessão teve aplicação dessa microcorente nas hemifaces e foi repetida por quinze vezes divididas em três vezes semanais, num período de cinco semanas. Ao final de cada sessão era espalhado sobre a face o protetor solar FPS 15 que serviu para protegê-la contra agressões dos raios UVA e UVB. A idade entre as mulheres selecionadas variou entre 41 (quarenta e um) e 65 (sessenta e cinco) anos de idade; divididas em quatro grupos em ordem crescente de idade para facilitar o entendimento dos resultados. Os resultados encontrados nessa pesquisa foram: melhora no aspecto nutricional da pele, a partir da 7ª sessão em 60 % das pacientes. Entretanto, se este período fosse prolongado, seria possível alcançar uma melhora em 100% das pacientes. Em relação firmeza da pele, verificou-se, através da avaliação tátil, melhora em 80% das pacientes a partir da 5ª sessão. Obteve-se uma melhora em 50% das pacientes observando as linhas de expressão e suavização das rugas nos olhos a partir da 10ª aplicação. Estes percentuais refletem a eficácia do tipo de eletro-estimulação em questão, onde se foi capaz de obter resultados satisfatórios no tratamento e prevenção das manifestações do envelhecimento cutâneo. Mesmo que as rugas não tenham sido totalmente eliminadas nas participantes, as microcorrentes trouxeram benefícios à pele na região aplicada, sejam eles na nutrição, firmeza, suavização das rugas e/ou linhas de expressão. 52 Neste estudo não foram isolados fatores como raça e tipos de pele, existência de associação a cremes ou outros fármacos utilizados pelas participantes e faixa etária específica, sendo considerada interessante a realização de novas pesquisas, englobando todas estas variáveis para a existência de resultados mais detalhados. As autoras concluíram que as microcorrentes são um importante e inovador recurso da fisioterapia estética que, mesmo ainda pouco explorada, apresenta-se capaz de amenizar ou reverter o processo de destruição e envelhecimento, com uma eletroterapia confortável e com efeitos comprovados sobre o metabolismo e renovação celular. (PEREIRA et al, 2008) 3.6 Corrente russa A corrente russa tem sido utilizada nos tratamentos de combate ao envelhecimento com o objetivo de prevenir a hipotonia fisiológica através da melhora da circulação e nutrição tecidual. Esses efeitos são atingidos com o aumento do metabolismo muscular, promovendo um aumento na oxigenação e liberação dos resíduos metabólicos, dilatação das arteríolas com conseqüente aumento da irrigação sangüínea do músculo e estimulação de maior trofismo. A intensidade da corrente utilizada é proporcional à força de contração do músculo. Sabendo disso, os pontos motores passam a ser ideais como pontos dos eletrodos. (DI MAMBRO et al, 2005) As contra-indicações para o uso desta corrente são: cardiopatias, portadores de marca-passo, patologias circulatórias; gestantes; processos infecciosos e inflamatórios; neoplasias; patologias pulmonares; epilepsia; regiões com dermatite ou dermatoses e lesões musculares. 3.7 Fotorrejuvenescimento a laser O laser é um aparelho de amplificação da luz, provocada pela emissão estimulada de radiação, que utiliza luz altamente organizada para estimular alterações fisiológicas nos tecidos. O laser terapêutico é obtido, por exemplo, 53 pelo gás Hélio – Neon (HeNe), quando eletricamente energizados para produzir uma saída de radiação fotônica para estimular determinadas áreas.(STARKEY, 2001) Resultados obtidos com a Laserterapia para prevenir e/ou melhorar as rugas não podem ser comparados com resultados de cirurgias plásticas ou outros métodos curativos, pois a prevenção cutânea é de suma importância para a dermato-funcional. Inicia-se desde cedo e pode ser acompanhada com técnica fisioterápica preventiva. Segundo Trelles (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004), o laser se dá a nível celular, promovendo o aumento do colágeno, com o qual se consegue restituir a tensão da pele, obtendo-se interessantes melhoras na expressão facial em pacientes entre 30 e 50 anos com sinais de envelhecimento cutâneo facial . Múltiplas modalidades têm sido descritas sobre o rejuvenescimento facial incluindo o uso terapêutico do laser. A laserterapia, comparada a outras técnicas, vem crescendo a cada dia, pois é um sistema de tratamento preventivo bem planejado e aplicado, promovendo um remodelamento sem dano da epiderme. Estudos realizados comparando o uso do laser versus terapia light (ou seja, leve, suave); para rugas faciais foram satisfatórios. Clinicamente, essas duas técnicas foram utilizadas com o objetivo de preservar e/ou prevenir as fibras dermais. Os resultados não foram satisfatórios quanto ao tratamento com a terapia light, ao nível de fibras da derme, porém, o tratamento com uso do laser foi efetivo para o rejuvenescimento facial; onde as fibras da derme não apresentaram desrruptura histológica. Concluindo, esta terapia favorece com seus resultados a formação de colágeno, melhorando a sustentação da pele, tornando sua aparência mais jovem e saudável. (KIM; GERONIMUS, 2004) O laser de CO2 (dióxido de carbono) é um laser não abrasivo, ou seja, não invasivo, porque não retira camadas profundas da pele. É um tratamento suave, onde a luz emitida tem a intenção de melhorar o aspecto das rugas, manchas e vasos. A utilização deste laser é como realizar-se um peeling térmico, onde sua luz emitida agirá de maneira mais efetiva, depois da segunda sessão, pois, só 54 assim ele terá capacidade de penetrar profundamente, tornando-se cada vez mais eficaz quanto à melhoria do aspecto cutâneo. O laser é percorrido pela região desejada da face, como nas rugas, manchas e vasos instalados ao redor da boca e olhos ou onde mais se desejar. Assim, com o tempo, ocorrerá a remoção de camada por camada comprometida da pele melhorando a textura e a firmeza, pois promoverá a contração das fibras de colágeno e elastina. Obtiveram melhores resultados aqueles pacientes que usaram e usam filtro solar associado a cremes e produtos que ajudam no rejuvenescimento cutâneo. (AIRAN; HRUZA, 2002) 55 CONCLUSÃO Em decorrência da grande preocupação com a aparência física, despertou-se o interesse pela realização de pesquisas na área DermatoFuncional, contribuindo para o progresso tecnológico da fisioterapia nesta área; visando-se também à questão do envelhecimento facial, especialmente no Brasil, por ser um país tropical, com elevada temperatura, onde as exposições ao sol e aos raios ultravioleta são prejudiciais à pele, provocando, além de doenças, o envelhecimento precoce da mesma. Sendo assim, várias técnicas de rejuvenescimento vêm se aperfeiçoando não apenas pelo avanço tecnológico, como também pela preocupação da população com a saúde, a aparência física, bem como em decorrência da longevidade. Há, portanto, hoje uma maior conscientização na prevenção para retardar o envelhecimento e também em tratar o mesmo. Afinal, todos querem viver mais, porém ninguém quer envelhecer; todos desejam chegar à maturidade e à velhice conservando a beleza. Neste sentido, tem se verificado o uso constante do filtro solar apropriado para cada tipo de pele, bem como a massagem terapêutica, shiatsuterapia, laser, ou microcorrentes, entre outros recursos existentes hoje nas clínicas de estética. Porém, quaisquer destes recursos citados, devem ser aplicados por um profissional qualificado na área de Dermato-Funcional, pois as aplicações requerem conhecimentos específicos na área da saúde. E para que haja um bom resultado, é de suma importância a relação do tempo, da quantidade de sessões e duração das mesmas. O assunto assume uma importância significativa para a classe acadêmica e para os profissionais da área da saúde. Todas as instituições ligadas à saúde e à estética deveriam dar maior importância à questão da prevenção do envelhecimento facial a fim de propiciar melhor qualidade de vida, não somente por uma questão de estética, mas principalmente com o objetivo da melhoria da auto-estima. 56 REFERÊNCIAS AIRAN, L. E.; HRUZA, G. Current lasers in skin resurfacing. Facial Plast Surg Clin North Am. V. 10, p. 87-101, fev, 2002. ALEXANDER, P. S. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991. APUD P.; PAPALÉO, N. M. Gerontologia. São Paulo: Atheneu, 1996. BARROS, L. C. Massagens para o corpo e do in. Caras, 2004. BROWN, D. W. Massagem terapêutica introdução e prática. São Paulo: Manole, 2001. CARVALHO, P. N. et al. Geriatria: fundamentos clínicos e terapêuticos. São Paulo: Atheneu, 1999. CRANE, J. S.; HOOD, P. B. Treatment of facial rhytides with the 755-nm Alexandrite Laser. Cosmetic Dermatology. V.18, p.227-231, 2005. DAYAN, S. H. et al. Nonablative laser resurfacing using the long-pulse (1064 NM) Nd: Yag laser. Arch Facial Plast Surg. V. 5, p. 310, jul/ago, 2003. DI MAMBRO, V.M.et al. Avaliação in-vitro da ação antioxidante em formulações antienvelhecimento. Cosmetics e Toiletries. V. 6, p.48, 1994. DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar para o estudante de medicina. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1998. ______. Anatomia humana sistêmica e segmentar para o estudante de medicina. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2002. DUMAS, J. L. R.; POIRIER, J. Histologia. 2. ed. São Paulo: Rocca, 1983. 57 FARINATTI, P. T. V. Teorias biológicas do envelhecimento genético ao estocástico. Revista brasileira de medicina do esporte. V. 08, n. 4 jul/ago. 2002. FATACCIOLO, D. R. Rejuvenescimiento facial integral em los três niveles de profundidad. Dermatolol Peru. V. 11. p. 45-54, 2001. FAWCETT, M. D. D. W. A textbook of histology. 12. ed. New York: Chapman & Hall, 1986. FRANCO, T. Princípios de cirurgia plástica. São Paulo: Atheneu, 2002. FREITAS, E. V.; et al. Tratamento de geriatria e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. FRITZ, S. Fundamentos da massagem terapêutica. São Paulo: Manole, 2000. GALLO, J. J. et al. Reichel, assistência ao idoso: aspectos clínicos do envelhecimento. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. GRIFFITHIS, C. E. M. Drug treatment of photo aged skin. Drugs Aging. V. 14, p. 289-301, 1999. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato – funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2002. ______. Fisioterapia dermato – funcional: fundamental, recursos, patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004. HOLCK, D. E. Facial skin rejuvenation. Curr Opin Ophthalmol. V. 14, p. 246, out. 2003. JUNQUEIRA, L. C; CARNEIRO, J. Histologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. KAWFFMAN, T. L. Manual de reabilitação geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 2001. 58 KEDE, M. P.V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. São Paulo: Atheneu, 2003. KIM, K. H.; GERONIMUS, R. G. Nonablative laser and light therapies for skin rejuvenation. Arch Facial Plast Surg. V. 6, p. 398-409, nov./dez. 2004. KLIGMAN et al. Vitamin D3 analogs useful reversing the photodamage ins sun-exposed skin. United States, 1998. Disponível em: <http://www.freepatentesonline.com>. Acesso em: 27 fev. 2002. LIMA, R. C. Tratamento shiatsu. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <http:// www.cetch.com.br>. Acesso em: 06 fev. 2008. LIMA, C. R. J. Recursos terapêuticos manuais, 2001. Apostila da disciplina de Recursos Terapêuticos Manuais. Faculdades Salesianas de Lins. LUNDBERG, P. O livro do shiatsu. São Paulo: Manole, 1998. MADEIRA, M. C. Anatomia da face – bases anátomo funcionais para a prática odontológica. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 1998. MARTINS, I. F.; SAGARDOY, W. Massagem e relaxamento. São Paulo: Nova Cultural, 2003. MARTINS, L. C. Microterapia celular – MTC: um novo conceito em eletroterapia. Revista Fisio&terapia. Rio de Janeiro, Ano VII, n. 38, abr./mai. 2003. MARTINS, P. G. Eletroestimulação facial. São Paulo, março de 2002. Disponível em: <http:// www.ck.com.br>. Acesso em: 06 fev. 2008. MATHEUS, L. G. M.; KUREBAYASHI, A. K. Fotoproteção: a radiação ultravioleta e sua influência na pele e cabelos. São Paulo: Tecnopress, 2002. MELEGA, J. M. Cirurgia plástica, fundamentos e arte: cirurgia estética. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. 59 NASCIMENTO, L. V.; PORTO, J. A. Senescência cutânea. Anais Brasileiros de Dermatologia. V. 65, n. 3, p. 111-112, mar./jun. 1990. NAMIKOSHI, T. O livro completo da terapia shiatsu: São Paulo: Manole, 1992. ______. Shiatsu e alongamento. São Paulo: Summus, 1987. PEREIRA, J. M. et al. A utilização de microcorrentes no envelhecimento cutâneo. Revista Fisiobrasil. Espírito Santo, ano 11, n. 87, p. 22-29, fev. 2008. PICKLES, B. et al. Fisioterapia na terceira idade. São Paulo: Santos, 1998. ROBINSON, A. J.; SNYDER-MACKLER, L. Eletrofisiologia clínica: eletroterapia e teste eletrofisiologia. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. São Paulo: Manole, 2001. THOMPSON, G. Manual de shiatsu. Lisboa: Estampa, 1997. TEAHEN, L. M. Microcurrent therapy: universal treatment techniques, and applications. Corona: Manley&associates, 1994. VACCHIANO, A. M. Shiatsu facial: a arte do rejuvenescimento facial. Rio de Janeiro: Ground, 2000. VALESCO, M. V. R. Rejuvenescimento da pele por peeling químico: Enfoque no Peeling de Fenol. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, v. 79. n. 1, jan./fev. 2004. VILLE, C. A. Biologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1979. ZORZETTO, N. L. Curso de anatomia humana. 8. ed. Bauru: Lipel, 2003. WATANABE, L.S. ERHART: elementos de anatomia humana. 9. ed. São Paulo: Atheneu, 2000.