14 Pesquisa em andamento pela Universidade Federal de

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Alguns alimentos que apresentam
moléculas com potencial de inibição
da comunicação bacteriana
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FRUTAS INIBEM
BACTÉRIAS
Pesquisa em andamento pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) mostra que
é possível impedir a comunicação bacteriana com alimentos nativos brasileiras
UFOP/DIVULGAÇÃO
DANIEL CAMARGOS
Comprar uma bandeja de morangos vistosos e vermelhos na feira, guardar na geladeira e dois dias depois, quando você pretendia comê-los, todos já estão moles e
quase apodrecendo. Um estudo em andamento na Universidade Federal de Ouro
Preto (Ufop) busca evitar situações assim. A
aluna de mestrado em saúde e nutrição da
universidade Adeline Conceição Rodrigues
desenvolve uma pesquisa chamada “Quorum quenching activity of native brazilian
fruits”, que, em português, é “Atividade de
inibição da comunicação bacteriana por
frutas nativas brasileiras”.
O professor do Departamento de Alimentos da Ufop Uelinton Pinto, que orienta a pesquisa, explica que as bactérias se comunicam por sinais químicos, em um processo denominado quorum sensing. Esse
processo pode ser entendido como um senso de consciência coletiva. As bactérias esperam o momento certo para montar um
ataque ao hospedeiro e causar uma doença, por exemplo. Essa comunicação ocorre
quando elas estão em alta densidade celular e os fenótipos regulados são diversos e
importantes, definindo a atividade bacteriana em diferentes hábitats, incluindo alimentos e o corpo humano.
Porém, vários alimentos têm moléculas
com potencial de inibição da comunicação
bacteriana e é esse o foco da pesquisa de
Adeline. A mestranda, de 26 anos, é formada em nutrição pela Universidade Federal
do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFJVM)
e explica que a ideia central de seu trabalho
Equipe de mestrado da Ufop com o professor Uelinton Pinto, que coordena os trabalhos
parte do conhecimento de que as bactérias
se comunicam umas com as outras. “Quando é feita a comunicação, elas sabem o número de bactérias que há ali e se baseiam
nisso para ligar os mecanismos que ativam
o que elas causam”, detalha a mestranda.
PITANGA A comunicação entre as bactérias,
segundo Adeline, é feita por sinais químicos e
as substâncias encontradas em algumas frutas podem inibir essa comunicação. Com isso,
são capazes de impedir os efeitos danosos das
bactérias às frutas e até aos seres humanos.
A aplicabilidade mais plausível da pesquisa é
controlar a deterioração das frutas, mas não é
descartada a possibilidade de as substâncias poderem impedir doenças humanas. Por enquanto,osestudosjáforamfeitoscompitanga,acerola,morangovermelhoegrumixama,frutatípica
da região de Ouro Preto. Os resultados, segundo
Adeline, são significantes. “A ideia é que a substância possa aderir nos biofilmes que envolvem
os alimentos”, explica Adeline. Outra opção, segundoamestranda,éserusadaemumasolução
sanitizante,quepossamatarasbactérias,eatéser
usada em embalagens de iogurtes e frutas.
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